Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira

Disclaimer: “O Tecer do Destino” é  uma fanfic one-shot original, não infringe os direitos autorais de terceiros, utilizando apenas personagens de Xena Warrior Princess.

Aviso: Os acontecimentos dessa fanfic não seguem uma cronologia de acordo com os acontecimentos da série.

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O Tecer do Destino

Em uma Atenas vibrante, onde as melodias flutuam como o vento, Jace, o delicado artista, ensaia suas canções para a apresentação que faria naquela noite no FAM (Festival Ateniense de Música). Seu sonho era tornar-se uma grande estrela, aclamado por milhares de fãs em toda a Grécia. Trigêmeo de Joxer e Jett, seus irmãos compartilhavam seu rosto, mas não sua paixão. Entretanto, eles estavam em meio a plateia para prestigiar o irmão.

– Olha ele… Está perfeito, Jace! – diz Gabrielle de forma animada ao entrar com Xena no camarim do artista.

Ao vê-las, Jace dá uma pausa em seu ensaio e abraça fortemente suas amigas.

– Ai, vocês vieram! É a minha primeira vez no FAM, e eu estou super nervoso, meninas!

– Calma, rapaz, você vai se sair bem. – diz Xena para anima-lo, apoiando a mão em seu ombro.

– Como está lá fora? Tem bastante gente para ver o show? – quis ele saber, ansioso.

Xena e Gabrielle se entreolham com certa preocupação.

– Olha, Jace… Por enquanto só estão seus irmãos e algumas crianças nessa arena. – diz Gabrielle.

Jace abaixa a cabeça desanimado. Gabrielle coloca os dedos em seu queixo dando um leve empurrão para cima.

– O preconceito é grande, Gab. Ninguém aceita um homem assim…  Espalhafatoso e delicado. Esse é o meu jeito, eu não tenho nada de errado, mas as pessoas não compreendem.

– Não é fácil provar que você é uma pessoa diferente. – suspira Xena.

– Você é um artista e vai arrasar naquele palco! – diz Gabrielle olhando firme nos olhos de Jace.

Xena se senta na poltrona cor de rosa que compõe o camarim colorido do artista, cruza as pernas, coloca as mãos no joelho, ergue a sobrancelha e completa confiante:

– Sossega, meu amigo. Tem mais gente pra chegar.

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Todos os caminhos levam a Atenas, e num desses caminhos risos e conversas quebravam o silêncio da noite. Lila e sua filha Sarah jogavam conversa fora com Vidalos e Palaemon, que caminhavam de mãos dadas. Virgil seguia acompanhado por sua mãe Meg e seus irmãos. Tara e Andros seguiam mais atrás, junto de mais algumas pessoas de sua cidade.

Gente de toda a Grécia dirigia-se a Atenas, porém um pequeno grupo fazia o caminho contrário…

O papo descontraído de Lila e seus amigos fora interrompido ao se depararem com Draco e seus homens.

– Não é uma bela noite para assaltar mulheres e… Mocinhas? – disse Draco com tom hostil enquanto fitava os olhos nas mãos de Vidalos e Palaemon. O segundo solta a mão do companheiro e saca sua espada.

Virgil, que vinha mais atrás, percebe o perigo e faz o mesmo, se adiantando e colocando-se ao lado de Palaemon.

– Ataquem! – grita o vilão a seus homens.

Uma pequena batalha se inicia, e logo os mocinhos são dominados pelos soldados de Draco.

– Agora me entreguem suas coisas! – ordena ele aos derrotados.

– Maldito! Se minha irmã estivesse aqui com Xena, você e seus homens estariam agora com seus traseiros ardendo! – brada a valente Lila.

Surpreso, Draco baixa a guarda e pergunta com uma fala mansa:

– Você é irmã de Gabrielle? Como ela está?

Sem perceber, seus soldados começaram a cair um a um, golpeados rapidamente pela guerreira que chegara repentinamente.

– Mas o que…?! – indagou Draco, olhando ao redor, quando avistou a inusitada figura.

Minya, empunhando sua espada e com o chicote que um dia fora de Xena enrolado em sua cintura, colocava para dormir o último dos homens de Draco sob os olhares incrédulos de todos.

– E aí, grandão, também quer provar do meu murro? Hoje eu acordei com sede de sangue de… Dragão. – diz a forte guerreira, com um pé sobre as costas do bandido desmaiado e a cabeça erguida, com ar imponente e sorriso enigmático.

Nesse meio tempo, Virgil e Palaemon já haviam recuperado suas espadas e os demais se armaram com paus e pedras. Draco se viu em desvantagem e deu um salto, sumindo na mata.

Lila corre ao encontro de Minya e dá-lhe um forte abraço.

– Há quanto tempo, minha amiga! Por onde você andou? – perguntou.

– Passei um longo período em Esparta aprendendo a arte da guerra. Hoje posso dizer que me tornei a guerreira que sempre sonhei ser. – responde Minya, fazendo movimentos de uma luta imaginária.

– Nós percebemos! Você acabou com aqueles caras! – diz Sarah, aliviada.

– O que faz em Atenas? – perguntou Vidalos.

– Recebi uma mensagem de Xena, praticamente uma convocação, para comparecer ao show do irmão do Joxer.

– A gente também recebeu essa mensagem. Vamos dar aquela força pro cunha! – gritou Meg, se aproximando com as crianças.

– Então vamos continuar essa conversa caminhando, senão chegaremos atrasados. – disse Palaemon, já se adiantando na frente com Vidalos, seguidos por Tara e Andros.

– E a Paulina, não veio com você? – quis saber Lila, enquanto todos caminhavam.

Minya dá um breve suspiro e responde:

– Ela foi ser voluntária num asilo e conheceu uma loira lá que fala sozinha. Tamara… Não. Natasha… Não. Um nome assim, não importa.

***

Todos os amigos de Xena e Gabrielle haviam sido convidados para o show e chegavam aos poucos, começando a lotar aquela arena. A música de Jace inicia e ele surge no meio do palco rebolando sensualmente, cheio da confiança que Gabrielle o havia transmitido no camarim.

Quando ele começou a cantar, sua voz ecoou por todo o espaço do evento, atraindo mais e mais espectadores. Nessa hora Minya e seus acompanhantes chegaram. Ao ver aquele artista em sua performance, Minya não conseguia mais desviar seu olhar.

Nessa noite estrelada, sob a benção da lua crescente, seus caminhos se cruzaram. Jace, no palco sob a luz de grandes tochas, capturou corações com sua arte. Minya, na multidão, sentiu uma conexão mais profunda que uma admiração comum.

– Que homem! – ela sussurrou ao ar, se abanando – Meus hormônios gritam!

Em meio a coreografia e seu canto, Jace percebe o olhar compenetrado daquela mulher. Nunca havia percebido alguém lhe admirar com tamanha persistência. Ele sentiu um calor além do normal percorrer todo seu corpo e se empenhou com ainda mais paixão àquela apresentação.

O show foi um sucesso, Jace foi ovacionado por toda a plateia. Xena e Gabrielle permaneceram ao seu lado enquanto o artista recebia os cumprimentos de seus novos fãs. Minya se aproximou e por um momento apenas olhou nos olhos de Jace. Ele, por sua vez, não conseguia fazer outra coisa senão o mesmo que ela.

– É… Eu… Amei suas músicas… Principalmente a primeira. – conseguiu falar a guerreira, encantada, com um largo sorriso em seu rosto – Qual o nome?

– “O Tecer do Destino”. – respondeu ele, timidamente, um tanto perturbado, pensando – “Que bela mulher guerreira… Tão forte e atraente.”

– Destino… – ela sussurra, admirando aquele homem tão diferente de todos que já cruzaram seu caminho, e ao mesmo tempo pensava – “Tão gentil, tão sensível, tão… Lindo!” – enquanto é empurrada pela fila que aguardava para ter com o artista, que acompanhou seu distanciamento com o olhar, até perde-la de vista.

Xena e Gabrielle, que tudo observavam, se entreolharam, questionando:

– Será? – elas dizem em uníssono.

– O Jace? Eu sempre achei que ele… – diz Xena, confusa.

– Ei… Não julgue um pergaminho pelo seu papel. – se diverte Gabrielle.

Após todos os cumprimentos, Xena e Gabrielle se despedem do amigo. Sozinho, Jace se dirige ao seu camarim quando é surpreendido por Draco e dois de seus homens.

– Faltou receber os meus cumprimentos, coisinha. Lembra-se de mim?

Jace engole em seco, apavorado com o que intui estar por vir.

– Segurem ele! – ordena o vilão a seus comparsas, que obedecem segurando Jace pelos braços.

Draco levanta o braço para dar um soco em Jace, mas fica imóvel  ao ter seu pulso laçado pelo chicote de Minya, que chegara bem a tempo.

– Covarde! – ela grita, puxando seu chicote com toda força, fazendo Draco cair para trás.

– Peguem-na! – ele grita a seus homens, que soltam Jace para atacar a guerreira.

Com golpes certeiros, ela derruba os dois facilmente, colocando-os para dormir, enquanto Jace é dominado por Draco, que se levantara rapidamente. Com um punhal, ele ameaça cortar o pescoço do artista.

Num salto, Minya se coloca atrás dos dois e golpeia Draco na coxa, fazendo-o se desequilibrar. Na mesma hora Xena e Gabrielle chegam e Draco se vê em desvantagem, o que o faz ir embora.

Jace, sob os efeitos do medo, despenca nos braços de Minya, que o ampara, contemplando seu rosto.

***

Tal acontecimento aproximou Jace e Minya, que passaram a se encontrar todos os dias. Jace ensinava a Minya a delicadeza da arte, e Minya mostrava a Jace a coragem de um guerreiro. Eles encontraram refúgio um no outro e toda a Grécia testemunhou o florescer desse amor improvável.

E assim, onde os deuses brincam e o destino é tecido, Jace e Minya encontraram a harmonia entre a arte e a força, a dança e a batalha, a música e a espada.

Sob o olhar torto daqueles que não entendiam um amor tão puro, eles dançavam numa melodia persistente de um amor que provou ser uma força imparável.

Em uma noite de lua cheia, Jace ajoelhou-se diante de Minya, segurando uma coroa de louros, e com lágrimas nos olhos, disse:

– Minya, você é minha força e minha inspiração. Aceita ser minha companheira por toda a eternidade?

Minya sorriu com os olhos brilhando.

– Jace, você é o artista da minha alma. Aceito com todo meu coração.

Sob o olhar atento e as bençãos de Afrodite e Ares, Jace e Minya se casaram.

– E eu os declaro marido e mulher. – concluiu a deusa do amor.

Minya deitou Jace em seus braços e deu-lhe o que seria o primeiro beijo do casal.

Xena, Gabrielle e todos os seus amigos estavam presentes nesse momento tão especial, sorrindo e aplaudindo esse amor tão puro e forte.

Durante a festa do casamento, entre as conversas, Gabrielle perguntou ao casal:

– Onde vocês vão morar? Para onde irão?

– Desde que saí de Esparta, tenho o sonho de ensinar a outras mulheres tudo o que aprendi. A gente vai viajar pelo mundo, Jace com sua arte e eu com a minha. – eles sorriem um para o outro.

– Assim como nós. – diz Xena olhando e sorrindo para Gabrielle, que retribui.

***

Minya, cuja bravura era cantada pelos bardos, estabeleceu uma academia para mulheres que desejavam ser guerreiras em cada lugar pelo qual passava com seu amado. Ela ensinava que a verdadeira força não vem apenas dos músculos, mas também da mente e do coração.

Jace continuou a encantar multidões com suas danças e canções, mas agora tendo uma musa inspiradora, fazendo-o criar melodias que tocavam todos os corações profundamente.

A história de Jace e Minya se espalhou por toda a Grécia, inspirando poetas e guerreiros a buscarem a harmonia entre a delicadeza e a brutalidade, entre o amor e a guerra.

FIM

Nota