Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira

O menino e Xena estavam cavando uma cova para enterrar Sharon na estrada. Ela estava fria já, infelizmente nada do que fizemos a trouxe de volta.

Havia um clima de preocupação com Sharon ali. E com seu enterro… mas era estranho porque Agatha tinha outras preocupações que ela não partilhava. Mas ela estava muito inquieta. Ela andava na frente, ficava impaciente. Nós não sabíamos porque ela estava como estava.

Xena foi atrás de Agatha no meio da estrada e eu fiquei sentada num toco.

Depois fiquei sabendo o que aconteceu e foi algo como:

— Vai contar logo porque tá assim? — Xena perguntou para Agatha

— Olha só, eu já estive aqui antes e a estrada não era assim, isso está me deixando preocupada.

— Então a grande Agatha se preocupa com os outros?

— Toma conta da sua vida.

— Cuidado com as palavras.

— Aposto que se eu estivesse com meus plenos poderes você não viria me ameaçar, Xena.

— Não estou ameaçando, só que já estive no seu lugar antes e reconheço de longe o cheiro de culpa e luto.

— Dá pra me deixar em paz?

E nisso Xena simplesmente a deixou por ali e voltou para perto de nós.

— Tá tudo bem Xena? — Perguntei.

— Tá sim. Só a Agatha sendo estranha como sempre.

Nisso, a Agatha também voltou, pegou sua blusa e falou — Olha só, vamos embora?

— Como embora Agatha? Precisamos de uma bruxa verde. — Perguntou Jen

— Uma dessas duas não é verde?

— Tenho cara de alface pra você? — Perguntei

— Está na cara que a loirinha ali é uma Bruxa da Mente e a outra ali é uma bruxa de proteção. Então não, e você sabe disso. — Lilia disse com calma.

— Ai tá bom… vamos invocar uma bruxa verde — Agatha falou.

— Será que vai dar certo? Estamos todas bloqueadas aqui… — Disse Jen

— Você não está bloqueada Jen, fez a poção. — Eu falei.

— Não Gabrielle, VOCÊ fez. Eu estava no fantástico mundo de Jen…

— Mas eu não teria feito nada se não fossem vocês. Foi a fé de vocês.

Agatha fez uma cara de quem não acreditava em um “a” do que eu dizia, ela era, de fato, a mais cética de nós e claramente se parecia com a Xena. Em muitos aspectos. Sobretudo nessa falta de amor por si mesma. Eu conseguia perceber as camadas de proteção que ela havia levantado ao redor de si porque já vivi tudo isso com a Xena. Ainda que em memórias.

— Eu sei que não acredita em mim Agatha — falei

— Ela não acreditaria em você nem se você dissesse isso sob o poder da mais nobre das magias, minha criança — Falou Lilia, e prosseguiu — ela já foi traía pelo seu próprio povo antes.

— Eu também fui — Disse Xena. — e mesmo pela mais nobre das almas, e nós nos acertamos… o amor é a maior magia de todas.

— Isso ficou parecendo filme da Disney agora Xena. hahaha — Disse Alice.

— Você tá ficando mole, Xena — falei.

Ela só olhou e deu um meio sorriso na minha direção e eu sabia exatamente o que ela queria dizer com aquilo. Senti meu coração quentinho e em segurança. No passado eu traí a confiança de Xena ao pactuar com Ares uma viagem para o Reino Chin quando ela tentou me deixar de lado e ir resolver as questões que ela tinha com Lao Ma. E eu fiquei sim uma bruxa verde e gosmenta, mas eram ciúmes. Ciúme do que faria a pessoa que eu amava deixar tudo e todos para trás e ir numa missão suicida para pagar uma dívida. Bom, descobri depois disso que Xena faria isso porque era extremamente fiel e intensa. Tudo para ela era analítico, mas profundo. Xena era esse tipo de pessoa. Foi isso que fez ela tomar as muitas decisões que tomou ao longo vida… e o que a fez me impedir de reviver seu corpo real no Japão. Xena e sua cabeça dura.

— Se tivessem vivido sem Afrodite, saberiam do que estou falando.

— Então é verdade a história de que ela perdeu os poderes um tempo? — Disse Alice

— Olha só, longa história… mas eu tenho pra mim que toda vez que ela se mete em alguma encrenca a gente enfrenta um crescimento muito grande no desequilíbrio. E eu acho que vivemos isso estes tempos. Não é fácil ser uma deusa e viver dependente de adoração de um povo tão supérfluo como os humanos — falou Xena.

— O que faremos sem a bruxa verde?precisamos mesmo de uma ? — Perguntei.

— O Caminho pede bruxas diversas, é importante ter uma verde. — Disse Lilia

Pouco tempo depois de muitos “será que deveríamos invocar uma bruxa” estávamos nós, descalças, já um tanto sujas e jogando sobre o túmulo de Sharon algumas coisas como flores, pedrinhas e falando palavras de como queríamos a nossa bruxa verde.

Foi aí que uma mão saiu de dentro da terra do outro lado do Caminho.

— Pediram uma Bruxa verde? — Disse a dona da mão.

— Você ????? Está muito cedo pra você estar aqui, vá embora — Disse Agatha.

E ficou aquele clima estranho entre nós. A moça, dona da mão, agora toda suja de terra e sorridente disse : — Foi aqui que pediram uma bruxa verde?

— E você é uma bruxa verde? — Disse Jen

— Eu sou a bruxa verde.

Todo mundo se entreolhou sem entender direito. E Jen comentou com Alice: — Será que eu deveria pedir o telefone dela ou fugir dela?

Alice deu uma risadinha. Eu olhei pra Xena e comentei baixo: — O que você achou dessa entrada?

— Espalhafatosa. Mas o que você acha que é ela?

— Não sei Xena, mas definitivamente deve ser a tal bruxa verde de que falavam.

Nisso Agatha contrariada pegou suas coisas e falou: — Vamos embora daqui. E desceu a estrada. As outras foram atrás. Segurei as mãos de Xena e sussurrei: — Aconteça o que acontecer, eu te amo.

— Também te amo Gab.

Foi aí que encontraram outra casa no meio da estrada. Uma coisa importante a dizer é que o Caminho te obrigava a passar por estas casas, você não tinha outra opção a não ser entrar.

A entrada da casa era toda vermelha: — Ei, Alice… — Não, vamos sair daqui. Vamos sair daqui agora! — Ela deu meia volta, mas quando se virou, a casa estava do outro lado. Não havia outra escolha a não ser entrar.

— Será que cada uma de nós terá um teste, ou Xena e eu faremos juntas por compartilharmos a arte? — perguntou Alice.

— Boa pergunta. As coisas por aqui estão diferentes do que lembro da última vez — Disse Agatha.

As bruxas se entreolharam, entraram na casa e Xena entrou por último. Quando ela fechou a porta estava vestida como uma estrela do rock dos anos 70. Alice também que lembrava Janis Joplin. Mas Xena, Xena parecia saída de ACDC.

— Xena, você está incrível! — eu ri, surpresa.

— O que foi Gabrielle.

— Olhe no espelho.

— Aham, pareço saída do Hades.

As outras mulheres riram. Alice estava bastante apreensiva, dava pra notar. As pessoas começaram a andar pela casa e procurar o julgamento que ocorreria. Dentro de um estúdio de som estavam todos, inclusive eu e Xena. Mas Agatha e Rio estavam do lado de fora, na mesa de áudio.

Nesse momento ouvimos uma ameaça de Rio para o Coven, dizendo que gostaria de ficar com os corpos. Xena ficou irritada, mas ao mesmo tempo ela olhou para Agatha e não disse nada. Xena estava analisando Agatha como quem analisava sua presa.

— Gabrielle, sinto muito por não ter conseguido fazer nada para salvar Sharon.

— Está tudo bem Xena, ela deve estar bem com seu marido no pós vida.

— Para onde será que pessoas como nós vão? Será que temos um além como as pessoas normais? — Xena refletiu, referindo-se ao fato de sermos clones.

— Acho que sim Xena. Veja só, algumas coisas aconteceram tem séculos, nós estamos dando uma continuidade ao que pudermos. Vamos nos ocupar de vivermos nosso agora… nossa eternidade do agora…

— Você está certa. Sabe, alguma coisa aqui não está certa. Sobretudo o fato de ninguém conseguir ouvir direito o nome daquele ranhento ali.

Quando ela disse isso, o menino que tinha achado um disco, o colocou para tocar e o disco estava tocando de trás para frente. Mas nada de útil poderia ser compreendido a não ser o grito de dor que Lilia deu e o lançamento para fora do estúdio que o jovem levou.

Xena se aproximou rapidamente, seus olhos fixos no braço do jovem, que estava claramente deslocado. Com uma calma impressionante, ela colocou as mãos sobre o braço do jovem e, com um movimento firme, ajustou-o de volta ao lugar. Ele soltou um suspiro de alívio, agradecido.

— Obrigada, Xena — disse ele, ainda um pouco trêmulo.

Xena assentiu, mas seu olhar estava distante, como se estivesse analisando cada detalhe ao seu redor. Algo não estava certo, e ela podia sentir isso em seus ossos.

— Precisamos descobrir o que está acontecendo aqui — murmurou Gabrielle, olhando para Xena.

Xena concordou, seus olhos brilhando com determinação.

— Vamos desvendar esse mistério, juntas.

Nesse momento Alice corria para proteger Lilia e Jen que ainda estavam no estúdio de música. Ela fez um circulo com um giz e as outras mencionaram que se sentiram protegidas.

Alice então falou: — Eu … eu não lembro o que houve com a minha mãe e nem a minha adolescência. Lembro que ela morreu num hotel parecido com esse aqui, quando estava em turnê.

— Alguém te contou o que houve? — Perguntei

— Sim. Ela morreu num incêndio.

— Como tocamos o disco na rotação certa? Essa música está infernal — Disse Xena.

Nisso ouvimos um grito aterrador, de uma criatura.

Xena pulou na frente de Alice e sentiu seus ombros queimando.

Alice circulou o chão ao redor de Xena e disse: — Isso não vai te proteger Xena, não é fisico.

— MAS ISSO É UMA MALDIÇÃO FAMILIAR ALICE?? — Gritou Jen

— É… — Ela disse cabisbaixa e correndo pra circular a mim e a Agatha.

Agatha disse: — Mas tem que ter um jeito de enfrentar isso.

E Lilia disse: — CANTE. Não deve ser a toa que todos esses instrumentos estão aqui. Cantem!!

Xena pegou uma  guitarra, eu fui pra um contrabaixo. Rio sentou na bateria. Lilia estava com um triângulo. O jovem arrumou um teclado, Agatha foi pros vocais. Jen estava no backing vocal e Alice sentou num piano. Foi uma banda improvisada muito boa. Lembrei na hora da competição de bandas que fizemos contra Draco… faz tanto tempo…

Quando as primeiras notas ecoaram pelo estúdio improvisado, a criatura tremeu, como se o som se infiltrasse nas profundezas de sua essência. Nossos acordes desordenados, mas ferozes, atingiam o ar com a intensidade de mil guerreiros em batalha.

Agatha, de repente possuída por um talento vocal surpreendente, assumiu a liderança dos vocais, sua voz cortante soando como um feitiço. Alice no piano acrescentava uma camada mística, suas mãos fluindo sobre as teclas como se estivesse em uma trance. Xena, com sua guitarra, estava no auge, os dedos tocando as cordas com precisão e paixão – como se, por um breve momento, ela realmente tivesse nascido para aquele palco.

A melodia oscilava entre o lamento e a fúria, ressoando pelo espaço e fazendo as paredes vibrarem. A criatura, que antes se movia com a ferocidade de um predador, agora parecia acossada, encurralada pelo ritmo da música. Ela tentava resistir, mas cada acorde a pressionava mais fundo no chão.

E foi nesse crescendo que Lilia, com seu triângulo, adicionou um toque de pura majestade cômica, arrancando risadas nossas no meio de todo o caos. Jen e o menino, unidos em harmonia, levantavam a voz em um coro quase angelical, que contrastava lindamente com a gravidade da situação.

A criatura recuou, urrando em frustração. E no instante em que parecia que venceríamos, o chão sob nós se abriu novamente, uma queda interminável nos puxando para o abismo. Quando dei por mim, estava flutuando entre luzes e sombras, Xena ao meu lado, suas mãos firmes segurando as minhas. O som ainda ressoava em nossos ouvidos, mas agora era um eco distante, como uma lembrança de que essa batalha era apenas o começo.

Assim que caímos na nova escuridão, uma voz baixa, gélida e familiar sussurrou ao longe, reverberando em nossa mente:

— Vocês acham que terminaram o caminho… mas o caminho termina com vocês.

Um arrepio percorreu minha espinha. Olhei para Xena, cujo rosto agora exibia um sorriso tranquilo – aquele que só ela conseguia exibir em meio ao perigo. Sabíamos que essa luta estava longe de acabar.

A escuridão ao nosso redor era espessa como a fumaça de uma pira funerária, mas aos poucos foi cedendo lugar a um cenário que nos era, ao mesmo tempo, familiar e estranho. Estávamos em um campo vasto e enevoado, repleto de estátuas quebradas e pedaços de templos antigos. Um vento gélido soprava, carregando consigo o som de vozes há muito silenciadas. Era como se estivéssemos caminhando pelos restos do próprio tempo.

Xena apertou minha mão e indicou com o olhar algo à frente. No horizonte, figuras sem rosto, vestidas com mantos esvoaçantes, pareciam formar um círculo em torno de algo. Elas murmuravam em um idioma que eu não compreendia completamente, mas que fazia minha pele arrepiar. Sabíamos que aquele era um conselho de deuses esquecidos, talvez até deuses que Xena desafiara em outra vida.

Enquanto nos aproximávamos, uma voz profunda, quase um trovão suave, se ergueu dentre as figuras:

— Você, Xena de Anfípolis, e você, Gabrielle de Potédia, estão mais uma vez diante de algo além da mortalidade. Acham que sobreviverão a esta estrada? Que seguirão juntas?

Xena, com seu sorriso ligeiro e desafiador, respondeu com a voz firme:

— Nós sobrevivemos a deuses e demônios, desafios e tormentos. Se esta estrada deseja nos destruir, terá muito trabalho.

As figuras riram, um som que se assemelhava ao estalar de fogueiras no escuro. Era um riso seco, que reverberava de um modo inumano. E então, uma figura mais baixa e encapuzada se adiantou, erguendo uma mão esquelética. Em sua voz havia um eco metálico, quase como um sino:

— E quanto a você, Gabrielle? A bardinha ingênua que já conhecemos. Será que você entende o preço de estar aqui?

Senti minha garganta apertar, mas olhei para Xena, cuja expressão se suavizara, um conforto silencioso. Enchi-me de coragem:

— Já paguei preços antes e ainda estou aqui, com minha companheira ao meu lado. Se houver um preço a pagar, pagarei novamente.

Xena me deu um leve sorriso e sussurrou:

— Pronta, Gabrielle?

Dei um suspiro, me segurando firme a ela.

— Sempre estive.

— Você, Agatha Harkness, assassina de covens. Acha que pode sair ilesa de tudo isso?

— Cala a boca Rio. Eu sei que é você. Me dá meu prêmio, terminamos a estrada por causa da própria maldição. FODA-SE EU QUERO MEU PRÊMIO.

E as vozes começaram a rir descontroladamente até se tornar uma única voz.

— Difícil ganhar de você.

— Quem é você, desgraçada? Pensar que eu queria seu telefone… — Disse Jen.

— É A MORTE — Disse Lilia.

A tensão no ar se tornou palpável. Agatha, que sempre se mostrava dura e fria, parecia finalmente desnudar uma fraqueza, uma vulnerabilidade que ela guardava como uma ferida não cicatrizada. A presença da Morte – ou melhor, de Rio – trazia à tona uma fúria profunda, um ressentimento que ia além do próprio caminho.

Rio, a figura encapuzada, deixou escapar um sorriso sutil, provocador.

— Ainda guarda rancor, Agatha? Depois de todo esse tempo? Ainda dói como no primeiro dia?

Agatha estreitou os olhos, a mágoa misturada à fúria. Aquele rosto espectral que tanto tentara esquecer, agora estava ali, zombando de sua dor.

— Cala essa boca, Rio! Só você teria a audácia de vir até aqui e tentar arrancar mais do que já tirou de mim.

As outras bruxas observavam, confusas, mas cientes de que algo mais profundo acontecia ali. E antes que Rio pudesse responder, Agatha continuou, sua voz tremendo:

— Você levou o meu filho, Rio. Meu único filho. Fez o que era seu trabalho, é claro, cumpriu sua maldita missão. Mas agora aparece aqui, como se nada tivesse acontecido? Como se eu não lembrasse daquele dia… do último olhar que ele me deu, quando você o levou…?

Rio pareceu vacilar por um instante, um indício de que, apesar de sua aparência implacável, havia algo humano por trás daquela postura sombria.

— Agatha… — Rio murmurou, a voz soando menos como a de uma entidade onipotente e mais como alguém carregando um fardo.— Você sabia desde o início. Desde o momento em que decidimos seguir caminhos separados. Aquela criança jamais pertenceria a este mundo. Era o destino dele, assim como era o seu permanecer entre os vivos, mesmo com o rancor… e a perda.

Agatha tremeu, os punhos cerrados. Ela parecia querer atirar-se contra Rio, mas sabia que seria inútil. Em vez disso, ela cuspiu as palavras, cada uma carregada de ódio:

— Você não tem direito. Você, de todas as pessoas, não tem o direito de me dizer sobre destino.

Rio riu, aquele mesmo riso seco e insensível que fazia o ar vibrar. Mas seus olhos mostravam algo mais, algo que Agatha reconhecia. Uma dor contida, uma mágoa que talvez ela nunca tivesse permitido que viesse à tona.

— Acha que não carrego também o peso disso, Agatha? Foi por isso que deixei você viva. Eu podia ter levado você junto, mas… eu sabia que sua dor a faria mais forte. Eu te amo…

Agatha deu um passo para trás, seu rosto uma mistura de raiva e algo que quase parecia vulnerabilidade.

Xena, que observava em silêncio, se adiantou um pouco, quebrando o momento carregado de ressentimento:

— Se você pensa que vamos seguir esse caminho sem respostas, Rio, está muito enganada. Queremos entender o que realmente está acontecendo aqui. E por que, depois de tudo, decidiu aparecer agora?

Rio olhou de Xena para Agatha, seus olhos vazios, mas ainda assim repletos de um passado que compartilhava apenas com uma.

— Eu apareci porque vocês, como Agatha, precisam fazer uma escolha. E, como ela, terão que viver com o preço dessa escolha pelo resto de suas vidas – ou suas mortes. Ao fim deste caminho, não há garantias. E não há volta. Agatha sabe disso mais do que ninguém.

Agatha ergueu o queixo, as lágrimas presas em seu olhar frio.

— Eu escolhi você uma vez, Rio, e essa escolha me custou tudo. Se agora é para escolher novamente, tenha certeza que você será o primeiro sacrifício.

Rio soltou um suspiro, quase resignado, enquanto olhava para a estrada que se estendia adiante.

— Então me odeie, Agatha. Mas lembre-se de que, ao fim, mesmo o ódio… pode não ser suficiente para o que ainda está por vir.

E com essas palavras, Rio se desvaneceu na escuridão, deixando apenas o eco de seu riso. Agatha ficou para trás, olhando fixamente para onde Rio estivera, com uma expressão de dor que nenhuma de nós ousou quebrar. Sabíamos que algo dentro dela havia sido remexido. Algo que ela nunca queria enfrentar, mas que agora, inevitavelmente, a esperava ao fim do caminho.

Nota