Capítulo 13
por Fator X - LegadoCapítulo 13
“Dois por cento de crescimento não é o que esperava quando lhe contratei para este posto”, Ronnie disse, seus olhos se precipitaram do relatório diante de seu nervoso gerente. O agudo som do telefone tirou um fulgor dela. É melhor que isto seja malditamente importante para arruinar uma perfeita e boa mordiscada. “Com licença”. Alcançou o telefone antes que o aborrecido som pudesse ser ouvido outra vez. “Verônica Cartwright… quem?… Bem, onde está Rose? Por que você está atendendo meu telefone? Bem… coloque ela na linha”. Olhou o homem sentando a sua frente. “Isto é tudo por agora. É melhor que eu veja números mais altos no próximo quadrimestre”. Girou sua atenção de novo ao telefone. “Maria? O que aconteceu?”.
Susan caminhava pelo corredor até a sala de Ronnie em busca de sua secretária quando viu sua irmã sair a toda velocidade pelo corredor e se dirigir às escadas. “Ronnie, o que está acontecendo?”.
“Não posso falar agora. Tenho que ir”. A porta se abriu e ela desapareceu, os passos golpeavam o metal das escadas. A ruiva entrou no escritório de sua irmã. “Margaret, o que aconteceu aqui?”.
“Não sei, Sra. Cartwright. Rose me ligou para que viesse cobri-la por alguns minutos enquanto ela ia entregar algo a contabilidade, mas quando cheguei aqui já havia saído. Acreditei que talvez não pôde esperar, mas não a vi desde então. A coisa mais estranha é que Wendy ligou há alguns minutos procurando-a”.
“Quer dizer que Rose não a encontrou?”.
“Não. Eu ia procurá-la, mas a governanta da Srta. Cartwright ligou e parecia verdadeiramente transtornada. Liguei para a sala de conferencias. Depois a Srta. Cartwright veio correndo aqui e pegou sua maleta e saiu. Não me disse uma palavra. A senhora quer que eu continue aqui?”.
“Não, tudo bem. Pode voltar a sua mesa agora. Fecharei tudo aqui. Não acho que elas voltem hoje”.
Uma vez que sua secretária saiu da sala, Susan olhou através dos papéis na mesa de Rose. Vendo uma pasta do Porshe, a abriu. O recibo na parte superior ainda tinha marcas onde pelo visto haviam caído as lágrimas. Estranho, não me lembro dela me dizendo nada sobre estar num… “Oh, meu Deus”, sussurrou. “Não”. Sentando-se em uma poltrona, virou o computador e entrou digitando sua identificação. Abriu o arquivo do pessoal e comprovou as datas do recibo. “Oh Ronnie”. As peças se encaixavam nos lugares e estava certa que Rose o havia calculado facilmente também. Pensou em ligar para a casa de Ronnie, mas decidiu ao invés disso ir até lá. Se o que estava pensando era o que havia acontecido, sua irmã poderia precisar dela.
*********
Quando Susan chegou, Ronnie estava ao telefone. “Que quer dizer com não saber, aonde a deixou? Quantas mulheres com gatos vocês levam diariamente?… Bem, pode pelo menos me dizer se era um hotel ou um terminal de ônibus? Você pensa que era um hotel? Alguma idéia de qual? Você foi de muita ajuda, obrigada”, disse sarcasticamente quando desligou bruscamente o telefone. “Não sabem ou não estão dizendo. Malditas inúteis companhias de táxis”. Levantou o olhar para ver sua irmã parada ali. “O que está fazendo aqui?”.
“Pensei que poderia precisar de ajuda”. Puxou a cadeira adjacente e com um movimento de cabeça apontou para Maria a cafeteira. “Vi os papéis do Porshe na mesa de Rose. Ronnie tenho que lhe perguntar. O acidente…”.
“Fui eu”, Ronnie respondeu tristemente.
“E nunca lhe contou”.
“Não”.
“De modo que agora ela descobriu sozinha e decidiu lhe deixar”.
“É o que parece”, Ronnie suspirou, olhando fixamente o telefone. “Veio aqui, empacotou algumas roupas, pegou Tabitha e foi embora”.
“Talvez ela só precise de um pouco de tempo para pensar sobre isso”.
“Eu diria que ela já está pensando sobre isso”. Passou seus dedos através de seu cabelo. “Se foi, Susan. Ela… ela me deixou”.
“Ronnie, ela voltará. Vocês duas se amam”.
“Pensa que menti para ela”.
“Você mentiu”, a Cartwright mais jovem disse. “Ronnie, tem que ver que ela está transtornada sobre isto. Você a atropelou e mentiu sobre isso. Não posso acreditar que guardou esse segredo. Como pensou que ela reagiria quando descobrisse? Especialmente depois que vocês duas… você sabe… tornaram-se amantes”.
“Não posso ficar sem ela, Susan”. Seus olhos caíram na cadeira vazia que só umas horas atrás estava ocupada por Rose comendo seu desjejum. “Preciso dela”. Olhou o telefone outra vez. “Quantos hotéis pode haver em Albany? Maria traga-me a lista telefônica”.
“Ajudarei. Onde está a outra linha telefônica?”.
“No escritório. Pergunte primeiro se recebem mascotes. Isso deve eliminar a maioria deles”.
Quarenta e cinco minutos após ligar para hotéis nenhum sinal apareceu de sua querida Rose. Ronnie estava muito transtornada e frustrada quando Susan saiu com um pedaço de papel em sua mão e um sorriso triunfante em seu rosto. “Tentei pensar em como ela faria. Sabe que se preocupa sobre o dinheiro. Comecei ligando para os motéis mais baratos e vu Allá, a encontrei”.
Ronnie pegou o pedaço de papel e olhou. “O Barcade? Esse motel cheio de baratas no centro?”.
“Deve ser o motel mais barato de Albany que permite animais”, Susan disse.
“Tenho que ir vê-la”.
“Ronnie espera”. Susan colocou sua mão no ombro de sua irmã. “Talvez devesse ligar e falar com ela por telefone primeiro. Você está transtornada, ela está transtornada. Talvez uma confrontação cara a cara não seja tão boa idéia. E se chegar ali e não desejar falar com você?”.
“Falará comigo”, Ronnie disse. “Por que não o faria? Rose é uma mulher razoável. Tenho certeza que uma vez que lhe explique o que aconteceu, me perdoará e voltará para casa a onde ela pertence”.
“É o que eu espero também”, Susan respondeu, não completamente convencida que sua irmã tivesse razão.
**********
Ronnie lançou seu carro no estacionamento cheio de buracos. Desde o assento do motorista viu a envelhecida e decrépita construção. A suja pintura cor creme estava levantada em vários lugares e a metade do nível superior faltava o corrimão. As mofadas portas e janelas quebradas se acrescentavam ao sabor do motel barato. Ronnie estava certa que poderia conseguir que Rose fosse para casa com ela. Estava a ponto de entrar na repartição quando viu um familiar gato alaranjado saltar dentro de uma das janelas do nível superior.
Rose saltou com a barata que viu sair fugindo de detrás do banheiro. Ligaria amanhã e encontraria outro lugar para ficar. Toc toc. “Rose?”. A voz de Ronnie a assustou. Não esperava enfrentar sua amante tão rápido. Pegando sua bengala caminhou através do manchado tapete e parou atrás da porta, pressionando sua testa contra o frio metal.
“Vá embora, Ronnie”, disse suavemente.
“Rose, por favor, me deixe entrar. Precisamos conversar”.
“Por favor, vá para casa. Estou bem”.
“Você não está bem. Se estivesse bem estaria comigo em casa”. A maçaneta da porta se moveu de um lado a outro, mostrando a frustração da executiva por falar através da porta de aço. “Amor, por favor, só me deixe entrar para que possamos conversar”.
“Não há nada o que dizer, Ronnie. Vá para casa. Não tem que se preocupar. Não vou lhe processar ou fazer qualquer outra coisa”.
“Processar?” A maçaneta da porta se moveu outra vez. “Rose, me deixe entrar. Não estou preocupada sobre se você vai me processar. Vamos, meu amor. Precisamos conversar”.
“Então fale. Posso lhe ouvir”. Rose sabia que não podia abrir a porta. Estava a ponto de chorar com tudo isso e ver Ronnie seria mais que suficiente para lhe empurrar sobre a beira. “O que quer me dizer?”.
Um longo silêncio. “Quero lhe dizer que te amo. Que quero que venha para casa comigo e que conversemos sobre isto. Por favor, Rose, me desculpe por ter lhe mentido”.
“Lamenta por ter me mentido ou lamenta por eu ter descoberto?”. Fechou os olhos. “Por favor,… só vá para casa, Ronnie”.
“Não posso ir sem você”.
Rose bateu sua mão contra a porta. “Você… você era meu cavalheiro brilhante de armadura, sabia. Realmente pensei que você havia descido e me resgatado como uma Cinderela na vida real”. Não se incomodou em limpar as lágrimas que corriam por seu rosto. “E todo esse tempo estava só tentando se proteger. Uma boba é o que eu fui”.
“Não… Rose, você não entende”.
“O que eu não entendo? Você me atropelar, mentir sobre isso, me fazer pensar que tudo o que estava fazendo saia da bondade de seu coração, então deixou que eu me apaixonasse por você”. Rose de maneira desenfreada, fechou seu punho contra a porta. “Droga Ronnie. Droga. Por que deixou que eu me apaixonasse por você?”. Os soluços se negaram a ser retido, e se deslizou até o chão. “Por favor, vá embora Ronnie. Não há nada o que dizer”. Abraçou seus joelhos contra seu peito e chorou.
“Rose, por favor”. A jovem mulher se negou a responder, inclusive quando a petição foi repetida várias vezes. Finalmente Ronnie se foi, seus passos cruzaram contra a madeira trazendo ainda mais dor ao coração da jovem mulher. Rose se deitou nos desgastados lençóis da cama e chorou metendo-se num inquieto sono.
*********
Susan entrou no escritório para encontrar sua secretária sentada na mesa de Rose. “Como ela está?” Perguntou.
“Não saiu de sua sala em todo o dia”, Margaret respondeu.
“Você está ainda retendo todas suas ligações?”.
“Exceto…”.
“Eu sei”, Susan agitou sua mão descartando. “Maria ou Rose, correto?” Balançou sua cabeça e se dirigiu a sala de Ronnie. Margaret saltou imediatamente.
“Sra. Cartwright, não acho que ela queira ver ninguém”.
“Oh não, Margaret. Ela quer ver alguém. Só que não sou eu”. Com isso, alcançou a maçaneta da porta.
“Eu não…”. Ronnie começou, parando quando viu quem era. “Susan, eu estou muito ocupada”.
“Ocupada fazendo o que? Escondida em sua sala e trabalhando até o esgotamento?”, fechou a porta e parou diante da mesa de sua irmã. “Ronnie, não pode continuar assim”.
“Não comece a brincar de mamãe galinha comigo. Não estou de humor”.
“E o que planeja fazer? Ficar nessa depressão? Já se olhou no espelho?”.
A tensão havia tomado seu pedágio em Ronnie. Os círculos escuros debaixo de seus olhos eram uma testemunha da falta de sono. Seu rosto estava sem cor, seu cabelo dado somente no mais distraído cuidado. A mal-humorada mulher havia começado a passar a noite em seu escritório, encontrando seu lar vazio demais para suportar. Susan reconheceu a roupa de sua irmã como uma que mantinha no closet do escritório para as emergências.
“Venha a minha casa hoje e jante conosco, Ronnie”, lhe rogou. “Sabe que Jack e os meninos desejam lhe ver”.
“Não. Tenho coisas que cuidar aqui”.
“Ainda nenhuma palavra de Rose?”.
“Deixou o Barcade há uma semana e se registrou no Maverick. Trocando um quartinho por outro”. Ronnie esfregou seu rosto com as mãos. “Deve ter deixado instruções com o encarregado da recepção de não passar nenhuma ligação. Eles sempre anotam os recados, mas não ela não retorna minhas ligações”. Susan assentiu, tendo já conhecimento desse fato graças as freqüentes ligações telefônicas a Maria.
“Tentou falar com ela outra vez?”.
“Qual é o ponto?” Ronnie suspirou. “Fiz isso duas vezes e inclusive não me abriu a porta”. Enterrou sua cabeça em suas mãos. “Só se mantém me dizendo que vá embora”.
“Irmã, odeio dizer isto, mas talvez devesse considerar comover-se”.
Ronnie levantou a cabeça e deu a sua irmã uma olhada de total desespero. “Não posso Susan. Não entende que ela é tudo para mim?”. Uma lágrima rolou por seu rosto. “Preciso dela como preciso do ar ou da água. Sinto-me tão vazia sem ela”. Desviou sua cabeça, de maneira irada limpando as lágrimas que pareciam se formar tão facilmente durante a última semana. “De que serve tudo isto?”.
“Humm?” Susan não entendia a pergunta.
“De que serve tudo isto?” Gesticulou nos relatórios e papéis sobre sua mesa. “Quais são os lucros e proporções e os benefícios se não há nada que vala a pena para dividir isto? De que serve a apreciada reputação Cartwright e o status se a única mulher que necessito na minha vida nem sequer fala comigo?”.
“Ronnie, você está falando como uma louca agora. Sabe tão bem como eu que este negócio tem que sobreviver e fazer dinheiro”.
“Para que? Para que possamos ter muito mais zeros em nossas contas bancárias?” Levantou-se e olhou pela janela. “Isto não significa nada sem ela”.
“Verônica?”. Ronnie limpou seu rosto com sua mão antes de se virar para ver Beatrice parada na porta. “Estava no centro fazendo algumas compras e espero que vocês meninas me acompanhem para almoçar”. Entrou e fechou a porta. “O que aconteceu com sua amiga? Pensei que ela havia substituído Laura”.
“Foi embora”, Ronnie disse sem dar detalhes. “Estou muito ocupada para almoçar hoje, mamãe, talvez Susan posse ir com você”.
“Bem, não é nada importante eu suponho”. Sentou-se no sofá. “Então a mulher que você tentou ajudar foi embora? Eu teria lhe dito que ela não trabalharia”. Olhou sua filha mais jovem. “Essa gente não quer trabalhar duro é tudo. Só querem se sentar e recolher o cheque. Suponho que a registraram para o desemprego para que tire mais do bolso de sua irmã”.
“Rose não é assim, mamãe”, Susan a defendeu. “Não renunciou porque não goste de trabalhar. Há outras razões”.
“Não há desculpas para deixar um trabalho bem pago exceto pura vagabundagem. Está em seu sangue”.
“No sangue de quem, mamãe?” Ronnie saltou. “O pobre lixo branco do qual você se encanta em falar?”. Suas mãos agarraram o respaldo de sua cadeira, os nós dos dedos ficaram brancos pela pressão. “Estou certa de que há gente assim, mas Rose não é uma delas. É boa e honesta e daria sua última moeda de dez centavos para ajudar outra pessoa”.
“Verônica…” O tom de Beatrice era baixo, a advertindo.
“Não. Já tive o suficiente. Você olha mal para todo mundo que não é um sangue azul como nós. Rose nunca, jamais fez algo para ganhar sua antipatia, no entanto a trata como uma bastarda nas reuniões familiares”. A ponto de explodir de cólera, Ronnie deixou soltas as palavras que se negavam a ser escondidas mais tempo. “Não me importa o que você pensa, mamãe, eu amo Rose e não permitirei que fale mal dela, me entendeu?”.
Susan deu um passo atrás, certa de que sua mãe e irmã estavam a ponto de ter uma batalha real de palavras. Nunca nenhuma delas havia resultado enfrentar sua mãe e agora Ronnie acabava de anunciar seu desafio a um dos assuntos de maior tabu. Beatrice ficou tensa e franziu os lábios.
“Pensei que este assunto havia sido resolvido há vários anos atrás ou você se esqueceu da promessa que fez a seu pobre pai?” A matriarca estava agora parada diante da mesa de Ronnie, suas mãos apoiadas sobre a superfície de mogno. “Você jurou a ele que havia terminado com essas idéias pervertidas”.
A tensão de perder Rose esgotou com qualquer tato ou moderação que Ronnie pudesse haver tido. “Pensa que me dizendo que não ame a mulheres farão desaparecer esses sentimentos? Não é assim. Vocês dois me forçaram a prometer isso não se importando como eu me sentia. O que está tão mal em amar outra mulher?”.
“Verônica pense sobre sua posição por um minuto”.
“A merda com minha posição!”. Ronnie se afastou de sua cadeira e deu um passo adiante observando que Susan rapidamente se colocou entre elas. “Enfrente, mamãe. Sua filha mais velha é uma lésbica. Não posso mudar isso, assim é melhor aceitar. Rose é minha amante e deixarei tudo o que tenho para ficar com ela”. Baixou sua voz, o sério tom mortal. “Incluindo minha família”.
“Talvez este não seja o melhor momento para se falar sobre isto”, Susan disse, tentando dirigir sua irmã mais velha para longe de sua mãe.
“Não Susan”, Beatrice se levantou. “É obvio que sua irmã decidiu jogar fora tudo o que seu pai e eu trabalhamos por todos estes anos”.
“Por que é tão difícil para você aceitar?” Ronnie gritou. “É minha vida”.
“Mamãe, não há razão para que ela não possa continuar fazendo um bom trabalho dirigindo a companhia e ser assim”.
“De que lado você está?”. A matriarca se virou para sua filha mais jovem. “Não me diga que aceita isto, que Jack aceite isso”.
“Não podemos decidir a quem Ronnie ama, mamãe”. Susan respirou profundamente e olhou para sua irmã mais velha. “E sim, Jack e eu aceitamos Rose”, acrescentou.
“Não posso acreditar nisto”. Aproximou-se do sofá e pegou sua bolsa. “Pensei que depois da morte do pobre Tommy você tivesse percebido o que pode acontecer quando escolhe o elemento incorreto. E o que pensa que os acionistas sentiram sobre isto?”.
“Não é assunto dos malditos acionistas com quem estou dormindo”, Ronnie falou de maneira firme. “Eles não podem me expulsar do escritório”.
“Você não controla sozinha os interesses, Verônica. Não se esqueça disso”.
“Na realidade, mamãe”, Susan interveio. “Com as ações de Tommy entre nós temos cinqüenta por cento das ações. Tudo o que precisamos é que Frank, Michael, ou John vote conosco e teremos o controle dos interesses”.
“Então é assim?” Os lábios de Beatrice estavam franzidos, sua frustração era obvia. “Bem. Se Verônica deseja estragar sua vida e você está disposta a lhe ajudar, que seja assim. Chamarei um táxi do andar de baixo”. Saiu furiosamente do escritório, deixando as irmãs sozinhas outra vez.
“Isso foi produtivo”, Ronnie suspirou quando se afundou em sua poltrona. “Finalmente a enfrentei e isso nada importa, porque Rose foi embora de qualquer maneira”.
“Sabe que isso não é o final de tudo, não sabe?”, disse Susan. “Garanto que vou encontrar uma mensagem em minha máquina quando chegar em casa”.
“Eu sei, irmã. Sinto que tivesse que ficar no meio disto”. Pegou sua caneta, o presente que fazia com que seu coração doesse ainda mais por sua querida Rose.
“Ronnie… quer que eu tente falar com Rose?”.
“Acha que poderia fazer alguma diferença? Não quer falar comigo”.
“Não acho que possa fazer nenhum mal”. Susan disse.
“Faria um trato com o diabo se pensasse que poderia fazê-la falar comigo outra vez”. Levantou o olhar a sua irmã. “Por favor. Se pensa que há algo que possa fazer ou dizer para fazê-la entender como me sinto, faça-o”.
“Em que motel ela está?”.
“O Maverick em Central. Mais ou menos a oito milhas a oeste do Arcádia”.
“Aquele que está quase na linha da cidade de Schenectady, não? O que coloca todos esses chamativos enfeites de Natal cada ano?”.
“Esse é o lugar”.
“Irei falar com ela, mas precisa me contar o que realmente aconteceu aquela noite. Merece saber a verdade completa, não só o que esses papéis que encontrou lhe disseram”.
Ronnie duvidou, mas depois assentiu em acordo. “Eu estava em Sam’s…”.
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“Aqui está, doçura”, Rose disse quando colocou o prato de comida enlatada embaixo para Tabitha. Depositou a lata vazia no lixo justo quando ouviu umas batidas na porta. “Quem é?”.
“Susan Cartwright”.
“Humm…” Rose olhou pelo olho mágico, verificando se a ruiva estava sozinha. “Não estou realmente de humor para companhia neste momento”, disse suavemente.
“Rose, é falta de educação deixar alguém parado do lado de fora da porta”.
“Mas…” Contra a vontade tirou a corrente e a tranca. Abriu a porta. “Susan, se isto é sobre Ronnie…”.
“Claro que é sobre Ronnie”, a ruiva disse quando entrou no quarto. “Minha irmã está desmoronada e você nem sequer lhe dá a oportunidade de se explicar. Olá, Tabitha”.
“Mrrow”.
“Não há nada realmente que dizer, não é?”.
“Diga-me você”. Susan sentou-se numa cama e indicou para que a jovem se sentasse na outra.
“Mentiu para mim”.
“Sim fez isso… sobre o acidente. Não sobre o que sente por você. Há uma diferença”.
“Como pode algo que se constrói sobre uma mentira ser verdadeiro?”. Rose levantou-se e mancando se aproximou do minúsculo refrigerador para pegar uma garrafa de água.
“Mentiu sobre o acidente. Todo o resto é verdade, Rose. Seus sentimentos por você são verdadeiros e você tem que saber disso”.
“Sei que sente algo”, a jovem mulher respondeu depois que voltou a seu assento.
“Se você pudesse vê-la, saberia que sente mais que algo”. Estendeu sua mão e pegou a mão de Rose. “Escute-me, estamos falando sobre minha irmã agora. A conheço. Não é do tipo de pessoa que brinca com os sentimentos das pessoas e especialmente com os seus próprios”. Susan a soltou e baixou o olhar. “Rose, isto a está matando. Não come, não dorme, nada lhe importa agora”.
“Isto também não está sendo um piquenique para mim”, confessou.
“Então por que não vai e fala com ela? Vamos, Rose. Pense nisto por um minuto. Se tudo o que queria fazer era cobrir suas pegadas, então por que ficou no hospital? Por que não só lhe abandonou e deixou que eles se preocupassem em cuidar de você?”.
“Não sei… talvez se sentisse culpada”.
“Diga-me Rose, quando vocês duas, você sabe… ela faz com que você sinta que tem culpa?”.
“Não, claro que não”.
“Então por que acha que tudo o que ela faz vem da culpa?” Susan sorriu por dentro com o confuso olhar na cara de Rose. “Se tivesse só culpa, não teria aberto sua casa para você. Não teria feito tudo o que fez para cuidar de você. Olha, sei que está muito magoada, mas tem que olhar o quadro inteiro. Ronnie te ama”.
“Como acha que posso perdoá-la?” A jovem mulher perguntou, sua voz quebrada pela emoção. “Foram seis meses e ainda não posso caminhar sem dor. Tenho cicatrizes”.
“Vê isto?” Susan enrolou sua manga até revelar uma pequena cicatriz branca próxima de seu cotovelo. “Ronnie e eu estávamos correndo em nossas bicicletas e ela tocou a minha me fazendo cair. Fraturei meu cotovelo e tive que passar o verão com um gesso. Ainda não posso esticar este braço completamente e cada vez que vai chover dói. Acha que eu não deveria tê-la perdoado por isso?”.
“Claro que não. Foi um acidente”, Rose disse.
“Exatamente. Foi um acidente quando provocou que eu caísse de minha bicicleta e foi um acidente quando lhe atropelou com seu carro”.
“Não é a mesma coisa, Susan”.
“Não é? Diga-me, Rose. Acha que ela tentou lhe atropelar com seu carro?”.
“Não”.
“Então foi um acidente, correto? Inclusive se este tivesse sua culpa continuaria sendo um acidente”. Moveu-se na cama, tentando encontrar um lugar onde as molas não tentassem se empurrar através da delgada manta. “O que lembra sobre aquela noite?”.
“Não muito”, Rose admitiu. “Tentava chegar em casa e alguns homens começaram a me perseguir. Lembro de correr através do parque e depois sobre Madison. A seguinte coisa que me lembro é de acordar no hospital”.
Susan assentiu, os acontecimentos se encaixavam com a descrição de sua irmã. “Você saiu correndo pela esquina ou no meio da rua?”.
“Acho que foi pelo meio, nevava, não sei”.
“Ronnie disse que ia sobre Madison quando você precipitadamente saiu por dentre alguns veículos estacionados. Disse que não houve maneira de parar a tempo”.
“Então por que inventar a história de chegar depois do acidente?”.
“Tomou um pouco de vinho no jantar e se preocupou que a prendessem por dirigir alcoolizada. Sim, mentiu para se ocultar, mas assegurou-se de que cuidariam de você. Tentou fazer as coisas responsavelmente, Rose. Tem que lhe dar crédito por isso”.
“Foi um acidente”, a jovem mulher sussurrou. “Se não tivesse bebido…”.
“De qualquer maneira não poderia ter evitado. Se estiver procurando um culpado, culpe os homens que lhe estavam perseguindo”.
“Mas por que não me disse a verdade depois?”.
“O que aconteceu quando você descobriu a verdade, Rose?”.
A mulher jovem olhou para seu colo. “Eu a deixei”.
“Não lhe deu a oportunidade de se explicar, deu?”. Aproximou-se da mulher que considerava sua cunhada. “Rose, o acidente não foi culpa dela. Ela pode ser culpada do mau julgamento, mas não de algo mais. Você ama Ronnie?”.
Levantando sua cabeça para mostrar seus brilhantes olhos com lágrimas expostas, Rose respondeu. “Sim”.
“Acha que ela lhe magoaria de propósito?”.
“Não”.
“Então por que a está castigando por algo que ela não tinha controle? Deixe-me lhe levar para casa, Rose”.
********
Ronnie estava no sofá, o pingente que havia dado a Rose no Natal estava em sua mão. Não havia recebido notícias de Susan e a executiva temeu que a intervenção de sua irmã não tivesse tido efeito em Rose. As lágrimas saiam livremente, molhando suas mãos com as salgadas gotas. O som da porta de correr abrindo-se atraiu sua atenção até a cozinha. Quando viu Susan entrar na sala sozinha, o coração de Ronnie se oprimiu. Abriu sua boca para falar, mas não havia nada a dizer. Foi procurar Rose e ela não voltará.
“Ronnie?”.
“Tudo bem, Susan. Sei que fez o possível”. Olhou fixamente o pingente. “Ela… disse algo?”.
“Disse muitas coisas, mas talvez seja melhor se você mesmo perguntar a ela”. Foi então que a porta de correr se fechou, alertando Ronnie que Susan não estava sozinha.
“Está aqui?” Levantou-se e rapidamente limpou as marcas das lágrimas em seu rosto. “Ela está aqui?” A toda velocidade passou por sua irmã e entrou na cozinha sem esperar uma resposta.
Rose só teve tempo de deixar Tabitha no chão antes que se encontrasse pega pelos fortes braços de Ronnie. A bengala chocou barulhentamente no chão, quando a alta mulher a fez girar dando voltas, a abraçando de maneira apertada. “Você está… me esmagando”.
“Oh, desculpe”. Ronnie rapidamente deixou sua amante no chão e recuperou sua bengala. “È só… bem…”.
“Tudo bem”, Rose disse, esticando seu braço para pegar a mão maior. Estava surpresa de ver uma expressão tão extenuada no rosto de Ronnie. Percebeu que a separação havia sido tão dura para sua amante quanto havia sido para ela. “Também senti saudades”.
“Por favor, não vá embora outra vez”, Ronnie rogou. Não havia tentando soar tão desesperada, mas o pensamento de não ter a mulher loira em sua vida era muito para suportar. “Farei qualquer coisa… só não vá embora”.
“Não posso prometer isso”, Rose disse tristemente, afastando-se e apoiando a mão contra o balcão. “Tenho perguntas, Ronnie. Precisamos conversar”.
“Acho que isso é o sinal para eu me ir”, Susan dirigiu-se dentro de sua posição no arco entre a cozinha e a sala de estar. “Irmã, tire a mala de Rose do meu carro”.
Os olhos de Ronnie não deixaram de olhar sua amante. “Com certeza… volto em seguida, OK?”.
“Estarei aqui”, a jovem mulher respondeu suavemente, dando um tênue sorriso. A executiva contra vontade abriu a porta de correr e saiu. Susan se aproximou e colocou sua mão no ombro de Rose. “Vai ficar bem?”.
“Sim”, assentiu, dando uma volta para ficar de frente a ruiva. “Obrigada”.
“Rose, sei que ela lhe magoou, mas não se esqueça como você facilmente pode a magoar também. Seja bondosa com minha irmã. Ela te ama muito”. Quando Ronnie voltou, Susan se despediu e saiu.
Quando ficaram sozinhas, um incômodo silêncio caiu sobre as amantes. Estavam na cozinha perdidas em seus próprios pensamentos e medos. Tabitha se meteu na cozinha e distinguiu facilmente a negra calça de Ronnie. “Mrrow?” Esfregou-se contra sua alta dona e começou a ronronar.
“Hei”. Agachou-se e pegou o feliz gato. “Como você está? Esteve cuidando bem da mamãe?”.
“Sabe que ela sentiu saudades?”, Rose disse, movendo-se um par de passos mais para perto. “Chorava por você e ficava olhando a porta”. Baixou o olhar ao chão. “Também chorei”, acrescentou somente. Ronnie desceu Tabitha e fechou o resto da distância entre elas justo quando os lábios de Rose começaram a tremer. “Isto parecia como um horrível pesadelo do qual não conseguia acordar”. Os braços de Ronnie a rodearam justo quando a mulher jovem se derramou em lágrimas.
“Tudo bem, amor, estou com você”. Sustentou Rose fortemente, temendo que se a soltasse esta desapareceria. “Quer sentar no sofá e conversar?”.
“Claro”, a jovem mulher soluçava. “Se você quiser”.
“O que você quiser fazer, Rose. Se preferir se sentar na mesa…”.
“Não no sofá seria agradável”. O quarto de motel não tinha um sofá… Bem, não um, no que tivesse se sentido segura de sentar-se sobre ele. As mãos apoiadas nas costas uma da outra, o casal entrou na sala de estar. Rose pegou sua costumeira almofada no extremo enquanto Ronnie duvidou, então se sentou no extremo oposto ao invés do meio. Para sua surpresa, a jovem mulher fez o caminho para ocupar a almofada vazia. Ronnie tomou isto como um bom sinal e colocou a mão no joelho de Rose.
“Te amo, Rose”.
“Eu sei”. Respirou profundamente e olhou dentro dos olhos azuis que freqüentavam seus sonhos. “E eu também te amo. Não teria voltado se não amasse”.
“Desculpe por ter mentido para você. Gostaria que tivesse alguma maneira que eu pudesse lhe ressarcir isto”.
“Faria algo agora?”.
“Qualquer coisa”.
“Diga-me o que realmente aconteceu”.
“Rose, isto está no passado. Porque não pode…”. Foi silenciada pelo dedo de Rose sobre seus lábios.
“Porque preciso saber o que aconteceu”, interrompeu. “Por favor, Ronnie. Você me deve a verdade”.
A executiva assentiu e engoliu. “Aconteceu muito rápido”. Sacudiu sua cabeça, às escuras mechas se agitaram com o movimento. “Foi tão rápido”. Olhando dentro dos suaves olhos verdes, continuou. “Não havia lhe visto, Rose, estava dirigindo, pensando em que acabava de desperdiçar a noite com um idiota e de repente ali estava você. Pisei nos freios, mas com a neve no chão…”. Seus olhos se fecharam brevemente na lembrança do total silêncio que precedeu o horroroso golpe. “Não tinha nada mais que se pudesse fazer”. Apertou os olhos outra vez, enfocando-se no relógio do avô. “Havia tanto sangue, Rose. Pensei que havia lhe matado. Quando me deu conta que não, lhe coloquei em meu carro e lhe levei ao hospital tão rápido quanto pude”.
“Por que ficou lá?” Ronnie sentiu uma pequena, mas insistente mão em seu queixo, forçando-a a encontrar o olhar de Rose. “Fez seu trabalho, me levou ao hospital. Poderia ter ido embora e ninguém jamais teria sabido de nada. Por que não foi embora?”.
“Precisava ter certeza de que estava bem. Quando eles viram que você não tinha seguro, queriam lhe enviar ao Memorial. Queria ter certeza que você teria o melhor atendimento e isso estava no Albany Méd assim menti sobre o seguro”.
“E você estava se protegendo depois disso?”.
“Não. Talvez até que fiz com que você assinasse os papéis”, Ronnie admitiu. “Mas não depois disso”.
“Então por que se mantinha voltando?”.
Ronnie deu a única resposta que poderia, a honesta. “Queria lhe ver. Para lhe conhecer melhor”.
“Sabe o que me lembro sobre esses primeiros dias?”. Rose olhou para o teto. “Isto é somente algumas apagadas visões aqui e ali, só pedacinhos realmente. Devem ter estado me dando alguma droga forte”.
“Estavam”, Ronnie concordou.
“Lembro de levantar o olhar e lhe ver”. Sorriu calorosamente e olhou sua amante. “Ali estava você, essa maravilhosa mulher me dizendo que tudo ficaria bem”.
“Você me perguntou se eu era um anjo”, a mulher de cabelo escuro acrescentou, sorrindo para si mesma ao lembrar.
“Você era um anjo para mim, sabia? Era meu próprio anjo da guarda particular, cuidando de mim a cada passo do caminho. Era meu cavalheiro em armadura brilhante, meu herói”. Levantou o braço de Ronnie e encostou sua cabeça contra o peito da mulher mais velha. “Não sabia por que tinha tanto interesse em mim, mas estava agradecida”. Sua voz ficou triste. “Agora sei”.
“Não”. Ronnie apoiou sua palma contra a bochecha de Rose. “Aquela noite eu agi por instinto de sobrevivência e medo, mas não pense jamais que fingi preocupação depois disso”. Os olhos azuis procuraram os verdes, lhe rogando que lhe entendessem. “Não posso explicar, mas havia algo sobre você, Rose Grayson. Não podia deixar de pensar em você, e as únicas vezes que era feliz era quando estava com você. Acho que me apaixonei por você desde esse primeiro dia que você acordou no hospital”.
“O que aconteceu com o Porshe?”.
“O consertei e depois o vendi. Não poderia dirigi-lo outra vez”. Desceu a mão e começou a acariciar o cabelo dourado caindo em cascata sobre os ombros de Rose.
“Ronnie?”.
“Humm?”.
“Quando percebeu que eu estava apaixonada por você, por que não me contou então?”.
Ronnie puxou a jovem mulher para mais próximo, a mantendo segura em seus braços. “No momento em que percebi que você estava apaixonada por mim, eu já estava apaixonada por você… fortemente”. Correndo o risco, inclinou-se e deu um carinhoso beijo sobre a cabeça dourada, contente quando ao perceber que Rose a apertava mais. Girou sua cabeça para que sua bochecha descansasse onde acabavam de estar seus lábios, Ronnie continuou. “Tentei fingir que não estava acontecendo, mas cada dia me apaixonava mais e mais. Estava assustada que se lhe dissesse a verdade você me deixasse. Não podia lhe perder, Rose, eu só não podia”. Sua voz se quebrantou e teve que parar e respirar profundamente. Um suave aperto a animou. “Quando você foi embora… quando Maria me ligou…”. As palavras falhavam para a executiva e então a segurou com mais força.
“Não sabia o que fazer, que pensar” Rose disse. “Doía tanto”. Seus dedos acariciavam lentamente o longo escuro cabelo de sua amante. “Mas tanto como isto doía, era pior estar sem você”.
“Te amo, Rose”. Pegou o queixo da jovem mulher e seus olhos se encontraram. “Não posso mudar o que aconteceu no passado, mas posso lhe dar minha palavra que nunca mais mentirei para você”. Seu polegar tocava contra o lábio inferior de Rose. “Sei que provavelmente nunca possa me perdoar por mentir, mas te amo e sei que você me ama”.
“Te amo”, a jovem mulher disse seriamente. “Nunca amei a ninguém da maneira como te amo”.
“Não sabe o quanto desejei que nunca tivesse acontecido o acidente, que nunca tivesse sofrido que tivesse passado por toda essa dor”.
“Mas Ronnie…”. Beijou o polegar apoiado contra seu lábio. “Se nunca tivesse acontecido… então nós não teríamos nos conhecido. Às vezes as coisas acontecem por uma razão”.
“Então podemos passar a falar a partir daqui?”.
“Eu gostaria disso”. Apoiou sua cabeça contra o peito de Ronnie. “Amor?”.
A mulher de cabelo escuro sorriu com as palavras carinhosas e recompensou Rose com um rápido beijo na testa. “Sim?”.
“Poderíamos só ficar assim para sempre?”.
Ronnie sorriu amplamente e apertou sua amante contra ela. “Com certeza”.
*********
“Quando vai terminar aí dentro, aniversariante?”. Ronnie chamou do outro lado da porta.
“Quase”. Abotoou o top e olhou seu reflexo no espelho. “Amor, não acha que este biquíni é um pouco… revelador?”.
“A intenção é que seja dessa maneira”.
“Você é uma pervertida, Verônica Cartwright, sabia disso?”.
“Somente com você, minha querida”. Cansada de esperar, Ronnie abriu a porta do banheiro e foi um prazer para sua vista, Rose que estava parada ali só com a parte mais descoberta do biquíni colocada. “Muito lindo”, disse arrastando a voz.
“Lindo para você, talvez”, a jovem mulher respondeu, puxando a parte inferior amarela. As douradas mechas de pêlos se assomavam pelos lados. “Maravilhoso”. O tirou e outra vez se dirigiu aos artigos da penteadeira. “Por que não vai na frente, meu amor? Tenho que cuidar de algo primeiro”.
“Tem certeza que não quer nenhuma ajuda? Ficaria feliz em lhe ajudar”.
Pegando a máquina de depilar, Rose sorriu a sua amante. “Se me ‘ajudar’, não vamos a nenhum lugar próximo a piscina hoje”. Afastou-se só para sentir os braços de Ronnie se envolvendo ao redor dela.
“E isso seria algo ruim?”.
“Você é incorrigível”. Virou-se para ver as escuras sobrancelhas mexendo-se de maneira luxuriosa. “Tenho certeza que este biquíni é mais um presente para você do que para mim”.
“Você me conhece tão bem”.
“Uh, uh, uh”. Rose baixou a mão e interceptou as vagueadoras mãos. “Nada disso agora”.
“Mas hoje é seu aniversario. Tem certeza que não há algo que gostaria de fazer além de passar o tempo ao redor da piscina?” Ronnie tentou retomar as brincalhonas carícias, mas foi parada uma vez mais.
“Neste momento, não”, Rose disse. “E você já fez isto esta manhã”. Olhava para seu pêlo que estava exposto, para a máquina de depilar e novamente para este. “Não tenho certeza se preciso de uma máquina de depilar ou de uma podadora”.
“Sim, tente ter pêlos escuros”, Ronnie respondeu. “Os iniciantes pêlos se mostrando”. Sua mão começou a fazer círculos no abdômen de Rose, se dirigindo constantemente ao sul. “Tem certeza que não deseja ajuda?”. Perguntou enquanto esfregava seu nariz no ouvido da mulher menor.
“Não foi por isso que não fomos nadar ontem?”. Saiu do abraço de Ronnie. “Vá e leve o chá gelado para fora e em alguns minutos eu estarei lá embaixo”.
Quando ficou sozinha Rose se sentou no vaso sanitário e separou as pernas para cortar os selvagens pêlos loiros. Sua mente vagou sobre os acontecimentos do ano passado. Há um ano estava trabalhando em Money Slasher e não tinha dez centavos por meu nome muito menos algo assim. Agora olhe para mim… Vivendo em uma mansão, me preparando para usar um traje de banho e me distrair na piscina. Moveu sua cabeça incrédula. Baixando o olhar as suas pernas nuas, achou quase difícil de acreditar que fazia só seis meses que usava gesso. Não tinha certeza se poderia caminhar outra vez. E agora estava aqui, fazia cerca de um mês que havia deixado a bengala para trás e era só quando exagerava muito que sentia alguma dor em suas pernas ou no tornozelo. A fina cicatriz sobre seu rosto onde os pontos uma vez haviam estado se transformou em uma tênue linha um pouco visível. De qualquer maneira Rose sabia que era o lugar mais beijado em seu rosto, com exceção de seus lábios, é claro. Pergunto-me se ela percebe isso, sussurrou. Era um dos pequenos hábitos que Ronnie tinha que achava tão carinhoso. Minha Ronnie… Te amo tanto. Repentinamente se sentiu sozinha sem sua querida, Rose rapidamente terminou de depilar o pêlo que estava exposto e puxou a parte inferior do biquíni. Uma rápida escovada através de seu cabelo e saiu à procura de Ronnie.
O sol da tarde de agosto batia no branco concreto, fazendo com que a executiva que estava descalça se colocasse nas áreas que continham sombras enquanto levava a jarra de chá gelado para fora e a colocava sobre a mesa. A piscina era de um azul brilhante, limpa, cristalina e pronta para nadar. Colocando a bandeja abaixo, Ronnie caminhou até o trampolim.
Rose chegou justo a tempo de ver sua amante caminhando até o trampolim. O biquíni de alças pretas de duas peças que Ronnie usava não escondia nada, muito para a alegria da jovem mulher. Seu próprio traje amarelo claro era um pouco mais reservado… Mas não muito. Ao invés de ser de alças como o de Ronnie, Rose tinha um pequeno tecido que cobria a fenda de seu traseiro e a metade de cada maçã. A parte superior, no entanto, só cobria os mamilos e estava certa de havia sido comprado um número a menos para que o decote se mostrasse mais. Um presente para mim, humm? Acho que é um presente mais para ela.
Metendo-se na parte rasa, Rose observou quando Ronnie saltou do trampolim outra vez e mergulhou na água com apenas um salpicar. Logo Ronnie a acompanhou e elas mergulharam e brincaram durante um tempo antes de saírem da água e se recostarem nas acolchoadas espreguiçadeiras.
Ronnie usou um guardanapo para limpar o suor do extremo do copo antes de lhe dar o chá gelado.
“Obrigada, meu amor”, Rose disse, tomando a metade da bebida fria antes de deixar o copo na mesa lateral. “Não posso acreditar no calor que faz aqui fora hoje”.
“A umidade está subindo”, Ronnie respondeu, tirando o excesso de água de seu cabelo. “Cinco minutos e lhe garanto que nós desejaremos ir novamente para a água”. Limpou sua testa. “Acho que já estou suando”. Pegou seu copo e se deitou na espreguiçadeira, agradecida que a sombrinha lhes proporcionasse sombra contra o ardente sol. Não viu Rose tirar um cubo de gelo da jarra e gritou surpresa quando este aterrissou em seu peito. “Whooo, isso está frio!”. Queixou-se.
“Pensei que estivesse com calor?” A jovem mulher sorriu. A predadora olhada nos olhos de sua amante rapidamente lhe indicou que havia cometido um erro. “Uh oh. Amor, hum… Ronnie? Você sabe que te amo, correto? Não está pensando em se vingar, correto?”.
“Eu?” A alta mulher fingiu inocência, seus dedos tiraram os cubos de seu copo. Rose se encontrou presa na espreguiçadeira antes que pudesse se mover e vários cubos foram empurrados na parte superior do biquíni amarelo e sua pele.
“Oh, tire-os daí. Oh está frio”. Subiu o top, livrando-se do gelo, que deslizou de maneira inofensiva no chão.
“Isso valeu o esforço”, Ronnie fez um gesto, sua boca apertada a centímetros dos mamilos descobertos, rígidos por causa do gelo. “Vai querer minha ajuda para se esquentar, aniversariante?”.
“Mas estamos do lado de fora”. Rose olhou ao redor embora soubesse que ninguém estava próximo.
“Então é melhor eu garantir que esteja coberta”, Ronnie disse.
Rose gemeu quando uma mão cobriu seu seio esquerdo e suaves lábios reclamaram o outro. “Oh Ronnie… Hum, o que pensa que está fazendo?”.
“Humm, lhe amando”, veio a amortecida resposta. Rose se encontrou pressionada para trás contra a almofada da espreguiçadeira e as sensações começaram a se acumular dentro dela.
Por que estou lutando assim? A jovem mulher pensou para si mesma. Tocando entre seus corpos seus dedos encontraram o que eles estavam buscando. Logo Ronnie estava respirando tão dificilmente como ela e Rose estava certa que iam fazer amor justamente ali na espreguiçadeira quando o som de um carro subindo pelo caminho de entrada chegou a seu ouvido.
“Droga”, Ronnie murmurou quando se retirou. “Tem alguém aí”. Agarrou uma toalha e a envolveu ao redor de sua cintura enquanto que Rose arrumava seu top.
Os filhos de Susan, Timmy e John chegaram correndo por um lado da casa. “Tia Ronnie, tia Rose!” O garoto mais jovem gritou. “Mamãe disse que poderíamos vir aqui hoje e nadar, isso não é maravilhoso?” Ricky tinha seus braços ocupados com o Playstation e obviamente estava planejando assumir o controle da televisão por algumas horas com o indeterminado número de jogos que havia trazido. John saltou sobre o colo de Rose e envolveu seus braços ao redor de seu pescoço. “Tia Rose, você poderia nadar comigo?”.
“Claro querido, mas só na parte rasa”.
“OK”. Seu pequeno rosto sorriu de orelha a orelha. “Tabitha pode nadar com a gente também?”.
Rose riu da idéia. “Não John. Tabitha é um gato. Os gatos não gostam de água”.
“Falando no diabo”, Ronnie disse, movendo sua cabeça na direção da casa. A porta de correr havia sido deixada aberta e o curioso felino vagava do lado de fora em busca de novos mundos para conquistar. Olhou os garotos. “Por que vocês dois não vai se trocar. Há toalhas na casa da piscina”. Virou para Rose. “Acha que pode dirigir as coisas aqui fora?”.
“Claro”. Desceu o garoto de seu colo. “John, acho que há uma bola na casa da piscina com a qual podemos jogar. Vá ver se a encontra, OK?”.
“OK, Tia Rose”. Seguiu seu irmão se afastando da piscina.
Ronnie os viu irem. “Parece que nós vamos ter companhia por um tempo”.
“É o que parece”, a jovem concordou quando se levantou. “Por que eles não estão usando sua própria piscina?”.
“Susan disse algo sobre uma bomba quebrada. Desculpe amor”, disse se desculpando. “Sei que é seu aniversario e tudo mais, mas…”.
“Não, está tudo bem eles estarem aqui”, Rose disse. “Só gostaria de estar mais vestida. Sinto-me realmente nua nisto”. Puxou a escassa tira do top do biquíni.
“Vou lhe trazer uma camisa”.
“Sobreviverei com uma das suas e traga um short com você também”. Cobrindo-se com a toalha, Rose cumprimentou Susan e Jack quando eles se aproximaram.
Ronnie voltou poucos minutos depois levando uma de suas camisas. Havia trocado seu biquíni de duas peças por um de uma só peça mais apropriado que cobria a maior parte de seu traseiro e com um decote proporcional.
“Essa é sua roupa para reuniões familiares?” Rose perguntou quando sua amante chegou a seu lado.
“Acha que desejo ser o assunto das fantasias de meus sobrinhos?” Perguntou quando lhe entregava a camisa. “Oi Susan”. Virou e cumprimentou seu cunhado. “Como está, Jack?”.
“Bem, Ronnie, e você?”.
“Perfeita”, disse, cintilando um sorriso em Rose. “Já que estão aqui, por que não fazemos carne assada? Não vai tomar tempo esquentar a grelha e estou certa que temos algo que não esteja congelado”.
“Me parece bem”, Susan disse, dando uma piscada para sua irmã quando Rose não estava olhando. “É justo um dia preguiçoso e vocês duas não estavam planejando fazer algo, ou estavam?”.
“Não” Ronnie respondeu. “Vou procurar e ver o que temos para assar na grelha”.
Uma hora depois Jack estava ocupado cuidando da grelha enquanto as mulheres e os garotos brincavam na água. Timmy e Ronnie apostaram corrida através da piscina enquanto que Rose e John mergulhavam na parte rasa, brincando ocasionalmente com a colorida bola de praia. Quando a jovem mulher perguntou a Ronnie onde estava Susan, recebeu uma vaga resposta sobre a ruiva não ser uma nadadora. A clara pele de John mostrou sinais rapidamente de se tornar rosa e quando Rose ofereceu para levá-lo para dentro, Ronnie subiu e disse que tinha que procurar por algo então ela se ocuparia disso. Logo depois Jack se aproximou da piscina e sussurrou algo no ouvido de Timmy, fazendo com que o garoto saísse da piscina e fosse para dentro, deixando somente Rose na água.
Sentindo-se incômoda, saiu da água e se envolveu em uma toalha, pensando que Ronnie estava demorando muito. Estava se dirigindo para casa quando Jack a deteve. “Rose, pode dar uma olhada nestes files e me diga o que você acha”.
“Claro”. Aproximou-se da grelha e olhou os vários pedaços de carne crepitando sobre o fogo. “Espero que todo o mundo esteja faminto. Você fez bastante, no entanto estão muito bons. Talvez alguns minutos mais”.
“Pode vigiá-los para mim? Tenho que ir até o banheiro”. Deu-lhe o garfo para virá-los e se afastou.
Dez minutos mais tarde os filés estavam feitos e não havia sinal de Ronnie ou de alguém mais. Rose cuidadosamente empilhou a comida num prato e desligou a grelha. “Onde estão todos? Pensei que teríamos uma comida ao ar livre”, falou sozinha.
Dentro na sala de estar, Susan estava supervisionando o pendurar dos últimos enfeites.
“Um pouco para cima”, disse a ruiva. “Não, é muito alto. Desça um pouco”. Ronnie estava parada em um dos degraus superiores da escada, pensando que sua irmã era um pé no traseiro quando se tratava de enfeitar. A faixa estava perfeita onde estava antes, mas Susan insistiu que seria melhor se estivesse a uns centímetros acima. John, Ricky e Timmy estavam ocupados colocando rolos multicoloridos de serpentinas ao redor da sala de estar.
“Temos que andar logo antes que ela venha”, a executiva resmungou. Deu uma olhada em seu relógio. “Onde está Maria? Pensei que estaria aqui com o bolo há meia hora atrás”.
“Ela chegará e se você só nivelasse isto, já teríamos terminado”, Susan disse. Eles viraram com o som da porta de correr se abrindo. Ronnie empurrou a ponta da faixa e a colou na parede, saltando da escada justo quando Rose passava através do arco.
“Feliz Aniversario, Rose!”. Gritaram, repetindo as palavras impressas na faixa. A jovem mulher parou sem fala, seus olhos de par em par com a surpresa. Enquanto pensava que era estranho que todos exceto Ronnie tivesse lhe desejado um feliz aniversário, atribuiu isso ao fato de eles não sabiam. Nunca imaginou que Ronnie lhe daria uma festa.
John puxou sua camisa úmida. “Tia Rose, isto quer dizer que posso lhe dar seu presente agora?”.
“Daqui a pouco, John”, Susan disse, afastando seu filho. “Temos que comer primeiro”.
“Hum… humm… oh me…” Rose se virou com uma impressionante expressão em sua amante. “Você planejou tudo isto?”.
“Maria está a caminho com seu bolo e acho que Frank e Agnes viram mais tarde”, Ronnie respondeu, cruzando a sala de estar e parando diante da constrangida mulher. “Feliz aniversário, meu amor”.
“Já passou muito tempo desde que alguém me deu uma festa de aniversário”, Rose sussurrou. “Não posso acreditar nisso”.
“Acredite. Pode apostar que isto será um acontecimento anual de agora em diante”. Olhou os garotos. “Vocês indivíduos vão ajudar seu pai a trazer os pratos”. Logo que eles saíram da sala, voltou sua atenção a Rose. “Te amo. Não pensava que eu ia deixar que se aniversário passasse sem que eu lhe fizesse uma festa de aniversário, pensava?”.
“Você não disse nada exceto sobre o biquíni assim pensei…”. Moveu sua cabeça e sorriu. “Deveria ter sabido. Os Cartwrights amam as festas”.
“Bem, isso pode ser verdade, mas esta Cartwright em particular tinha mais uma razão para lhe fazer uma festa que não só de aniversário”. Com o olhar de espanto, Ronnie simplesmente lhe deu um malicioso sorriso. “Você vai ver mais tarde. Vamos, venha colocar algo seco para que possamos comer antes que esfrie”.
Maria chegou um tempo mais tarde, o assento traseiro de seu carro vinha com um bolo de grande glacê. Rick e Timmy conseguiram encher seus dedos de glacê antes que Ronnie pudesse colocá-lo em cima fora de seu alcance. John insistiu em se sentar no colo de Rose durante a comida e a visão fez com que Ronnie sorrisse. As pessoas que significavam muito para ela estavam ali para ajudá-la a celebrar o aniversário da pessoa que, significava tudo para ela. Nem uma palavra foi dita quando Maria os acompanhou na comida e a atmosfera foi tranqüila e confortável. As pequenas conversas laterais tinham lugar ao redor dela, mas a executiva não lhes prestou nenhuma atenção. Sua atenção estava na beleza de olhos verdes e o pensamento do presente escondido no escritório.
Frank e Agnes chegaram quando a comida havia terminado. Rose havia achado graça da visão do homem grande e corpulento levando uma vara de pescar embrulhada em um delicado papel de seda.
“Caramba Frank, não tenho nem idéia do que seja”, Ronnie disse com um sorriso.
“Sabe que as varas de pescar não são coisas muito fáceis de se embrulhar”, respondeu. “Agnes levou muito tempo para conseguir fazê-lo”. Aproximou-se de Rose e lhe deu um beijo na bochecha quando lhe deu o presente. “Feliz aniversário, loirinha”.
“Creio que agora é a hora de abrir os presentes”, Ronnie anunciou.
“Este aqui, abre o meu primeiro”, disse Frank.
“É linda”, Rose disse quando tirou finalmente o papel de embrulho.
“Essa não é só uma vara de pescar iguais as que têm por aí, loirinha”, disse. “É o último modelo da linha Power Pole com ultra-sensível ponta e carretel canhoto. Talvez da próxima vez que formos pescar você não lance os lunkers de volta”.
“Oh, provavelmente farei isso”, admitiu. “Mas com certeza será divertido pescá-los”.
“Não queria admitir. Peguei mais pneus que lobina nesta temporada”, resmungou de maneira brincalhona.
“Tia Rose, agora vai abrir o meu presente?” John perguntou, segurando o presente em suas mãos.
“Claro, querido”, disse, pegando o presente dele. O papel de embrulho foi tirado para revelar um frasco de seu perfume preferido. “Obrigada, John. É muito bonito”. Deu-lhe um pequeno beijo na bochecha. Olhando para Susan, agradeceu silenciosamente com seu olhar. Timmy e Ricky lhe deram presentes também, seguido por um presente de Susan e Jack enquanto que Maria lhe deu um broche era sem lugar para dúvidas impressionante.
Depois de ver os presentes que os outros Cartwrights haviam dado, Rose sabia que o biquíni não era o único presente que sua amante tinha guardado para ela. Suas suspeitas foram confirmadas um minuto mais tarde quando Ronnie e Frank desapareceram dentro do escritório.
Juntos tiraram uma grande e volumosa caixa coberta com um papel verde. Jack e Ricky tiraram tudo da mesa de café para dar espaço. Rose se levantou e sorriu. “Obrigada”, disse. “Pergunto-me de que terra pode ser? Parece um pouco grande”. A caixa era facilmente tão grande quanto seus braços estendidos e a metade de alto.
“As aparências podem enganar”, Ronnie respondeu, compartindo um sorriso cúmplice com sua irmã quando Rose começou a desembrulhar a caixa. A caixa se parecia com uma caixa de uma televisão colorida de vinte e sete polegadas, mas seu peso dizia o contrário. Além disso, já havia meia dúzia de televisões flutuando ao redor da casa para que esta fosse mais uma. Com certeza Ronnie não havia se incomodado em comprar outra. Sua curiosidade a estava matando quando abriu a caixa para revelar outra caixa dentro e esta estava envolvida em um papel vermelho brilhante. “Não tinha mais papel de aniversário aqui, então resolvi usar o papel de Natal. Espero que você não se importe”.
“Ronnie poderia ter enrolado isto em um jornal que não teria me importado”, Rose assegurou, tirando a caixa menor. Ricky tirou a primeira caixa. A caixa vermelha foi desenrolada e aberta para se descobrir outra caixa dentro. “Oh, papel azul desta vez”.
“Não queria que ficasse aborrecida com o mesmo papel velho”. Ronnie brincou. Duas caixas mais com diferentes cores de papel fizeram com que os garotos tivessem um ataque de riso e os adultos rissem suavemente.
“Não posso olhar para isto”, disse Frank com um sorriso enorme em seu rosto. Tabitha estava tendo um magnífico momento brincando com o papel quando este caiu no chão.
“Quantas caixas você enrolou?” Rose perguntou depois da sexta caixa que foi aberta para encontrar somente outra lhe esperando dentro.
“Oh, algumas a mais”. O diabólico sorriso e o mexer das sobrancelhas provocaram com que os filhos de Susan voltassem a rir. Finalmente uma caixa envolvida em um papel prateado com fitas douradas foi revelada.
“Tem que ser essa”, disse Frank. Jack e Susan assentiram de acordo.
Com toda a atenção de uma criança, Rose abriu a caixa para revelar uma jaqueta de esqui verde com preto. “Oh, é linda”, disse, tirando-a da caixa e levantando-a para que todos vissem.
“É bonita, inclusive é um pouco cedo para a neve”, Susan disse. Rose já estava levantada provando-a. “Ficou perfeita”.
“Exata”, Ricky disse. John acrescentou uma petição para uma nas mesmas cores.
Ronnie simplesmente ficou atrás e sorriu com a imagem diante dela. “Pode ser cedo para neve aqui, mas não em outras partes”. No canto de seu lábio se levantou um sorriso. “Rose o que há neste bolso interior?”.
“No interior…”. Abriu o fecho da jaqueta e tirou um monte de papéis. Os brilhantes riscos no exterior do papel não deixaram dúvida quanto a seu conteúdo.
“Ouvi dizer que os Alpes são maravilhosos nesta época do ano”, Ronnie disse com voz lenta. “Acho que ambas temos algumas férias vencidas”.
“Oh meu… bilhetes para a Suíça?”. Os dedos de Rose tremeram quando tirou não dois, senão dez bilhetes. “Ronnie…”. Sua voz se calou quando os nomes de vários países distantes apareceram diante de seus olhos.
“Acho que Alemanha, Áustria e França estarão também bem, não é?” A executiva brincou antes que uma contentíssima Rose voasse para dentro de seus braços.
“Ronnie, você é outra pessoa”, disse sua irmã.
“Não posso acreditar”. Rose sussurrou na cálida pele do pescoço de sua amante. “Isto é muito”.
“Nada é muito para você, meu amor”, sussurrou. “Levaremos o laptop e o incluiremos como gastos de negócios”. Isso fez com que a mulher em seus braços risse levemente. “Sério, amaria percorrer a Europa e esta é a época perfeita do ano para ir”.
“Te amo”.
“Também te amo. Não vai chorar sobre mim outra vez, não é?” Ronnie a afastou para olhar efetivamente a sua amante que estava chorando de alegria. Susan veio para junto delas e silenciosamente estendeu um lenço.
“Obrigada”. Rose levou alguns segundos para serenar-se antes de virar-se para os outros convidados.
Maria veio lhe dar um abraço. “É um lindo presente”, a governanta disse.
“É maravilhoso”, Agnes disse, lançando um olhar a seu marido. “Parece que algumas pessoas preferem passar o tempo com os que amam ao invés de fugir para algum lago no meio de nenhum lugar por duas semanas”.
“Humm…”. Frank olhou para sua prima por apoio e não encontrou nenhum, pois ela estava muito ocupada sorrindo de orelha a orelha com a felicidade no rosto de Rose. “Oh demônios, Agnes. Acho que duas semanas no Havaí não seriam tão más”.
“Sabia que você era um grande mandilón¹”, Ronnie brincou.
“Sim, igual a você, Cuz”, respondeu calmamente. Olhando em sua amante, a executiva poderia somente assentir em acordo.
********
Depois que o último de seus convidados se foi, o feliz casal foi até a sala de estar.
“Não posso acreditar que fez isto”, Rose disse suavemente, olhando os bilhetes que estavam sobre a mesa de café.
“Por que não?”. Ronnie encolheu os ombros. “Agora que não precisa de uma bengala e a terapia física terminou, é um tempo perfeito para que nós tomemos umas longas e agradáveis férias”. Embora já estivesse estado em muitos países, sabia que as lembranças ficariam pálidas diante das novas que seriam criadas com Rose a seu lado. Olhando a jaqueta, Ronnie sorriu maliciosamente para si mesma. Nem todos os presentes haviam sido abertos ainda.
Rose deu um ponta-pé em seus sapatos tirando-os e meteu seus pés por debaixo de suas pernas. “Como fez para conseguir planejar as férias sem que eu soubesse?”.
“Fácil. Meu agente de viagens fez o trabalho. Tudo o que fiz foi lhe dizer que países queria visitar. Uma chamada telefônica, um par de e-mails e estava feito”.
“Você é assombrosa”. Rose reclinou sua cabeça contra o peito de sua amante. “Sonhei somente com ir a lugares assim”, disse com nostalgia.
“Bem, agora seus sonhos logo serão uma realidade”, Ronnie respondeu. Inclinou-se para um rápido beijo. “Estou alegre que você tenha gostado dos presentes”.
“Amei a todos e amo você”, respondeu. “Não tinha que fazer isto”.
“Sinto-me feliz quando faço você feliz. Sabia disso?”. O telefone tocou, fazendo com que Ronnie reclamasse e alcançasse o receptor. “Residência Cartwright”.
“Ronnie?”.
“Mamãe?” Virando o rosto para Rose, levantou suas sobrancelhas para indicar sua surpresa. Havia sido quase dois meses desde que haviam se falado. “Hum… como você está? Realmente?… Como foi?… o que sobre isso?… Sim, ela esteve aqui desde cedo… É o aniversário de Rose”. Os olhos de Ronnie se abriram “Hum, sim foi agradável… hum, hum… não, nenhum problema em absoluto, mamãe… O que?… hum… sim, O que sobre isso?… Humm… sim, estou certa que tudo está bem… de acordo… Okay, mamãe, adeus”. Desligou o telefone.
“Ela acaba de ligar para cumprimentar”.
“De verdade?” Rose esticou seu braço e colocou sua mão no ombro de Ronnie. “Está tudo bem?”.
“Sim”, assentiu. “Acaba de dizer que devemos ir jantar esta sexta”.
“Nós?”.
“Sim, nós”. Ronnie disse. “Não entendo isto”.
“Talvez essa seja a maneira de sua mãe oferecer um galho de oliveira”.
“Mas depois de tudo o que aconteceu?”.
“Depois de tudo o que aconteceu, continua sendo sua filha mais velha”, Rose disse. “Ela realmente disse nós duas?”.
“Sim”. Ronnie moveu a cabeça e puxou sua amante aproximando-a. “Não acredito nisto, mas não vou lutar contra isso. Talvez tudo se resolverá entre nós”.
“Você é maravilhosa”.
“Acha isso, humm?” O coração começou a bater mais rapidamente. “Pode ser que não tenhamos começado da melhor maneira, mas não posso imaginar minha vida sem você”.
“Sinto a mesma coisa”.
“Fico feliz de ouvir você dizer isso”. Seu rosto ficou sério. “Acho que deixei passar por alto algo em seu bolso da jaqueta”.
“O que? Depois de tudo isto?” Rose estendeu suas mãos para indicar o monte de presentes e os bilhetes da linha aérea. Pegou a jaqueta e a colocou sobre seu colo. Quando sua mão caiu sobre o bolso sentiu um duro objeto dentro dele. “Ronnie?” Seus dedos viajaram sobre este, seus olhos se dilataram. “É isso o que penso que é?”.
“Não sei”, a executiva respondeu de maneira nervosa. “Talvez devesse abrir e descobrir”. Enquanto a fechadura era aberta, acrescentou, “espero que você goste”.
A mão de Rose tremia quando tirou a pequena caixa de veludo. As lágrimas começaram já a fluir de seus olhos. “Oh meu…”. Suas mãos tremiam ainda mais e Ronnie teve que estabilizá-la com as suas.
“Abra, Rose”.
A caixa de jóia se abriu para revelar um anel de ouro enfeitado com uma tríplice linha de diamantes através da parte superior. “Oh…”. Os dedos igualmente trêmulos de Ronnie tiraram o anel da caixa, girando-o para que ela visse a inscrição.
A minha Rose, te amo para sempre, Ronnie.
“Rose Grayson, quer…” Sua voz se quebrou, forçando-a a engolir em seco e começar outra vez. “Quer ficar comigo… para sempre?” A jovem mulher não pode encontrar sua voz e teve que dar um trêmulo balançar de cabeça, lágrimas de felicidade deslizavam por seu rosto.
“Te amo”, disseram ao mesmo tempo. Segurando o anel entre seus dedos, Ronnie pegou a mão menor com a sua. As lágrimas caíram de seus próprios olhos quando o anel de ouro deslizou sobre o dedo anular de Rose. Quando este passou sobre o último nó de seus dedos entrelaçaram suas mãos e ambas tentaram trazer unidas estas até seus lábios. Ronnie usou sua força para pressionar suavemente as costas de sua amante embaixo nas almofadas enquanto seus dedos se separavam. As mãos de Rose foram até a ponta da camisa de Ronnie e deslizaram-se por debaixo.
“Te amo, Rose”.
“E eu te amo, Ronnie”, respondeu antes que seus lábios se encontrassem.
Deitada no chão, Tabitha levantou o olhar a suas duas donas. Com um vigoroso estiramento e um bocejo, o gato parou e se dirigiu até as escadas. Teria a cama só para ela esta noite.
F I M
Direitos de propriedade literária: Os personagens que aparecem nesta história são de minha própria criação e possuo os direitos de propriedade literária deles desde 1998 B.L.Miller. Não redistribua ou copie esta história para qualquer lugar. Os elos se permitem tão logo quando lhes esclareço que a história está em meu site. Qualquer pergunta ou comentário podem se dirigir a mim a [email protected] .
Situações adultas: Esta história contém cenas explícitas de duas mulheres que fazem amor. Se isto lhe ofende, não deveria estar lendo nenhuma de minhas histórias.
Espero que desfrutem. B.L.
Nota da tradutora: Embora a tradução tenha sido feita do espanhol e se vocês quiserem enviar comentários, críticas ou outras coisas a autora, não se esqueçam que devem escrever em inglês, pois nossa querida autora não fala português.
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