6 – Não precisa ter medo
por DietrichNão demorou para estarem nuas na cama.
A parte de Xena que pensava no navio que tinha para pegar, que lhe dizia que era melhor se afastar da barda o mais rápido que pudesse, antes que…
Antes que o que?
Sugou a pele logo abaixo da orelha, sua mão subia e descia pelo torso da loira, a pele macia parecia eletrificar sob seus dedos. Ela percebeu que precisava tocar aquela mulher, era uma necessidade tão vital quanto respirar.
Chupou o pescoço e o colo, seus dedos se entrelaçaram com os da barda, prendendo as mãos na cama enquanto perdia-se no peito da loira. Sua língua dançou afoita nos mamilos eretos, seus dentes arranharam os pequenos montes, logo antes de chupar não tão delicadamente os bicos enrijecidos. As mãos escorregaram pelos braços, encontrando os seios, enquanto a boca descia até o estômago.
Espalhou beijos e sucções pela região, enquanto seus dedos desfrutavam dos mamilos. Sentiu as mãos da loira apertando os músculos de suas costas e as unhas entrando em sua pele quando prendeu delicadamente os bicos rosados entre seus dedos, com o máximo de leveza que conseguiu. Direcionou uma das mãos para o meio das pernas da loira, colocando o dedo médio dentro dela, curvando-o e massageando devagar seu interior, enquanto mordiscava e lambia as coxas da mulher, a outra mão ainda nos seios.
Continuou sua pressão, esfregando o clitóris com a palma, sentindo a umidade dela crescer e começar a ensopá-la. Ergueu os olhos para a loira e os orbes verdes a contemplaram semicerrados, perdidos de anseio. Os dedos da barda enfiaram-se em seus cabelos e empurraram delicadamente sua cabeça para baixo. A guerreira gemeu quando o suspiro extasiado entrou em seus ouvidos:
– Xena…
Começou a sorvê-la detidamente, circulando o clitóris crescido com as brincadeiras de sua língua. Insinuou a entrada do anelar e sentiu os lençóis repuxarem-se quando a barda os agarrou e gemeu alto, abrindo mais as pernas para recebê-la. Entrou os poucos, acomodando-se devagar, sem deixar de friccionar a sensível parede interna da mulher menor e chupar seu centro latejante. As ancas da mais jovem tremiam sofregamente, e Xena perdeu a noção de si mesma quando espiou e viu Gabrielle tocando os próprios seios, entregue a seu convulsivo prazer. Sua língua agora movia-se só, seus dedos ganharam vida própria, conduzidos pelos ditos do corpo da mulher sob ela. Não saiu de onde estava quando o brado penetrante reverberou e o sumo da mulher fluiu em seu rosto, queria banhar-se e não descansaria até a barda lhe dar o que queria, e foi o que conseguiu, a transformou em sua fonte e embebeu-se.
Subiu e beijou com delicadeza os lábios da mulher extasiada. Beijou o rosto, as sobrancelhas, o nariz, a testa, os cabelos dourados. Deitou-se ao lado dela e beijou os ombros, acariciando o braço com as pontas dos dedos.
– Xena?
– Sim?
– E seu navio?
– Já partiu.
– Hum – a barda virou-se devagar, ficando de lado, seu corpo ainda não respondia muito bem aos seus comandos – desculpe, acabou voltando por minha causa.
– Não tem problema, não era nada urgente.
– Quando é o próximo navio?
– Acho que tem outro amanhã, pela manhã.
– E o que vai fazer até lá?
A guerreira sorriu diante dos olhos ansiosos da loira.
– Estava pensando em convencê-la a passar o dia inteiro escondida no quarto, segura.
– Xena, eu já disse que…
– Ei – a guerreira circulou um seio com a ponta do dedo indicador, e encarou significativamente a loira – ainda não ouviu meus argumentos.
A barda mordeu os lábios.
– Já estou convencida.
– Fácil assim? – a guerreira riu.
– Muito fácil. Mas, pode esperar só um pouco? Ainda estou me recuperando.
Xena sorriu e enlaçou Gabrielle em seus braços.
***
Xena sabia que nunca se perdoaria. Correu o mais rápido que pôde quando ouviu o grito, mas não a tempo de impedir que o homem jogasse Gabrielle contra a parede, tentando sufocá-la. A loira já estava quase inconsciente quando a guerreira entrou no quarto. Cega em sua fúria, agarrou o homem pela blusa e o arrancou de cima da barda. O homem voou contra a outra parede e caiu em cima da mesa, quebrando-a.
– Gabrielle! – Xena correu até a outra mulher – Gabrielle, está bem?
– Si.. – a mulher ainda arquejava, quando Xena viu os olhos arregalaram-se novamente de pavor.
Distraída em sua preocupação, a guerreira não notou o homem aproximar-se por trás e sentiu apenas o impacto poderoso da cadeira em suas costas. Caiu, desnorteada, mas logo se recuperou e avançou contra o homem, derrubando-o no chão. Esmurrou-o continuamente, até ele parar de se mexer, quando sentiu mãos puxarem-na de cima dele.
– Xena, pare!
Recuou, ainda trêmula de fúria. Levantou-se e respirou para se acalmar.
– Ele está…? – perguntou a barda.
– Não. Vamos chamar Darius. Agora ele ficará preso de uma vez – voltou-se para Gabrielle e sentiu a fúria renascer quando viu as marcas roxas no pescoço da mulher – Gabrielle, pelos deuses, me perdoe. Eu só saí para… não percebi que…
– Não é culpa sua. Ele foi ardiloso.
– Eu deveria estar aqui.
– Você me salvou de novo.
– Não precisaria ser salva se eu…
A barda beijou seus lábios.
– Obrigada.
– Como ele conseguiu te pegar?
Gabrielle baixou os olhos.
– Eu estava dormindo muito profundamente. Acordei com ele socando minha cabeça, fiquei muito tonta e ele…
– Sua cabeça? – a guerreira começou a examinar, pressurosa, entre os fios loiros. Encontrou uma pequena elevação logo acima da têmpora esquerda e praguejou.
– Estou bem, doeu na hora, mas agora dói bem pouco – disse Gabrielle.
– Abre bem os olhos, deixa eu te examinar – conferiu os olhos e percebeu que as pupilas respondiam normalmente. Respirou aliviada.
– Você está bem – abraçou e beijou a cabeça da barda – está bem, não foi nada grave. Vamos levá-lo para Darius.
***
– Deuses, Xena, eu… – Darius lamentou quando viu a jovem machucada – eu realmente sinto muito.
– Poupe-me, Darius. Agora me diga, tem alguma chance desse idiota sair daqui de alguma forma?
– Não. É a segunda ofensa dele em Atenas. Vai passar muitos anos atrás das grades. Aliás – o homem se aproximou, e falou só para a guerreira – posso arranjar para que seja levado para uma mina de diamantes, onde as condições são, bem… ele não vai durar muito lá.
– Faça isso. Como um favor pessoal para mim, Darius, faça isso. Fico lhe devendo, e pode cobrar.
– Pode deixar – o diretor foi até Gabrielle – como está, moça?
– Bem – a jovem estava exausta – o susto foi grande, mas estou viva. Nenhum dano permanente. Xena, vamos embora, por favor? – os olhos eram suplicantes.
– Claro. Vamos sair daqui.
***
Quando voltaram à taberna, Xena fez Gabrielle deitar-se imediatamente.
– Deixa eu te examinar com atenção agora.
Gabrielle apenas balançou a cabeça pra cima e pra baixo. Xena percebeu como ela estava abatida e sentiu vontade de voltar na prisão e matar o rapaz lá mesmo.
– Desculpe não ter aparecido antes – uma voz doce e triste soou logo atrás da guerreira.
Xena se voltou e arregalou os olhos ao ver uma belíssima mulher vestida em diáfanas vestes rosas caminhando até elas.
– Afrodite! – a barda sorriu – está vendo Xena? Eu disse que ela falava comigo.
A deusa sentou-se na cama, ao lado de Gabrielle, e acariciou seus cabelos.
– Falei com Atena antes de vir, e ela me concedeu uma cura para vocês.
A deidade inclinou-se e beijou os lábios da barda. Um brilho irradiou onde o contato acontecia. Quando a deusa se afastou, as marcas do pescoço de Gabrielle tinham desaparecido, assim como seu ferimento na cabeça. Afrodite voltou-se para a guerreira e também a beijou. Ainda meio em choque com o que acontecia, Xena sentiu o latejar das suas costas e dos nós dos seus dedos desaparecerem. Também sentiu a angústia dos acontecimentos recentes suavizar em seu coração.
– Prontinho! Estão como novas.
– Muito obrigada, Afrodite – a barda segurou as mãos da deusa, emocionada.
– Por nada, pequena. Escreva mais um poema para mim, certo?
– Pode deixar.
A deusa beijou a testa da loira e se levantou. Olhou para Xena e acariciou o rosto da guerreira.
– Não precisa ter medo – disse.
E desapareceu.
Gabrielle sentou-se na cama ao lado de Xena. Já irradiava energia novamente. A cura da deusa tinha sido do corpo e da alma.
– Do que ela estava falando, Xena? Você estava com medo dela?
– Não – a guerreira olhou para o chão – não dela.
A barda a olhava, confusa. Xena levantou os olhos para encarar a loira. Percebeu que suas próprias mãos tremiam. Apesar de a ansiedade maior ter dissipado e das manchas do sufocamento terem sumido, lembrava da imagem da barda indefesa nas mãos do homem, e do pavor que sentira quando, por um segundo, achara que ela tinha morrido.
Gabrielle abraçou seus ombros e acariciou os longos cabelos negros.
– Tudo bem, Xena, já passou.
– Ei, foi você a vítima. Deveria ser eu te consolando.
– É, mas eu sei como isso também foi difícil para você.
– Gabrielle…
– Sim?
– Ainda quer viajar comigo?
A barda piscou várias vezes, confusa.
– Não quero ser um peso pra você – disse Gabrielle – como vê, às vezes me meto em problemas.
– Quero poder ficar de olho em você.
– Quer ser minha babá?
– Não – a guerreira fitou os olhos verdes – quero ser sua amiga.
A barda sorriu e apoiou o queixo em seu omnbro.
– Está falando sério? Tem certeza disso?
– Sim – a guerreira se inclinou e deu um beijo rápido nos lábios da jovem.
Gabrielle a puxou para um beijo ávido.
– Como amiga, vou poder fazer isso? – perguntou a loira.
– Sempre que quiser.
– Então vou com você. Xena…
– Huummm? – a guerreira roçava os lábios dela com os seus.
– Não me dou bem com navios. Fui apenas uma vez e… bem, eu e o mar não somos melhores amigos.
A guerreira riu e se afastou.
– Não se preocupe. Sei lidar com isso. Te disse que já fui pirata?
– Não! Me contará sobre?
– Se quiser.
– Vou escrever tudo que me contar. Terei histórias fantásticas.
– Você quer mesmo me usar, hein?
A barda a beijou novamente, e dessa vez, seus dedos alcançaram as presilhas da armadura e começaram a soltá-las.
– Quero. De muitas, muitas formas.
As peças de metal foram indo ao chão, enquanto a pequena mulher beijava seu ombro, seu pescoço, seus lábios, seu colo.
– Vai ser minha musa – ia dizendo entre os beijos – minha protetora, minha professora – a última peça de metal caiu, a vestimenta de couro foi em seguida – minha protegida, minha aluna – sugou o escuro mamilo endurecido – minha amiga – mordiscou o lóbulo da orelha – minha amante – sussurrou.
Gabrielle fê-la deitar-se na cama. Montou sobre ela e tirou as próprias vestes, logo estendendo-se, também nua, sobre o corpo maior da guerreira. Abriu as pernas da morena com as suas e colou seu sexo no dela, começando a esfregar-se devagar.
Xena já sentia todos os seus músculos fracos, e não refreava seus murmúrios, suas mãos ansiosas tentando acariciar o que conseguiam alcançar do corpo de Gabrielle. A sensação de suas umidades mesclando-se, os dedos que brincavam com seus mamilos, aliados à visão da mulher se movendo sensualmente nela, penetravam no mais fundo de sua sensibilidade, irradiando do seu ventre até as pontas dos seus dedos, que a barda levou à boca, chupando devagar.
A loira desceu mais entre suas pernas e encostou o seio em seu sexo. Xena gritou quando sentiu o bico atritar-se em seu clitóris, em movimentos cadenciados e contínuos, enquanto a boca da barda se refestelava nos músculos de suas coxas, marcando-as como dela com dentes e sucções intensas. A guerreira podia ouvir os barulhos de enlevo que a loira fazia, e a percepção do quanto a jovem se deleitava em dar-lhe prazer adicionou uma camada extra de tesão em seu corpo.
Foi quando sentiu a língua da loira em suas dobras, os lábios chupando os seus com calma e devoção. Gabrielle lambeu-a toda, esfregando o rosto inteiro nela quando sua umidade começou a escorrer. As mãos da mulher menor subiram por suas pernas e as afastaram mais, deixando-a completamente aberta, e a boca começou a chupar seu ponto entumescido.
Xena acariciou os cabelos dourados quando seus quadris começaram a tremer, seu corpo indo a um limite maior toda vez que a pequena e macia língua resvalava nela, lendo em suas ondulações a velocidade certa, a pressão que ela queria. Logo suas costas arquearam e ela exclamou o nome da barda, arrebatada por um dos mais doces e intensos orgasmos que já tinha sentido. Seu interior ainda contraía-se quando Gabrielle começou a subir de volta, marcando seu caminho com beijos ligeiros até reencontrar sua boca.
Xena a beijou, deliciada com a sensação do rosto da pequena mulher todo embebido em sua essência, a língua repleta de seu gosto. Ofegou quando Gabrielle pegou sua mão e colocou entre as próprias pernas. Xena enfiou seus dedos imediatamente, e a jovem colou-se em sua coxa e começou a mover os quadris.
A guerreira queria dar o que a loira pedia, mas outra ânsia a dominou. Tirou os dedos e ouviu o gemido de protesto, logo substituído pelo de deleite quando puxou o corpo menor pra cima e fez a mulher sentar-se em sua cara.
– Deuses! – gritou Gabrielle – oh, Xena….
A loira começou a espalhar a lubrificação abundante por todo seu rosto. Xena não conseguia segurar os próprios gemidos, seu corpo recém-satisfeito começou a pulsar novamente pela sensação inebriante da barda cavalgando sua cabeça. Quando sentiu a loira começar a contrair-se e tremer em cima dela, os barulhos soluçantes e descontrolados da respiração da barda no início de seu gozo, a morena começou a masturbar-se, sua própria explosão chegando rápido quando Gabrielle ensopou seu rosto, gritando seu nome com uma paixão e fúria que Xena jamais tinha ouvido sair da boca de ninguém.
Ajudou o corpo ainda convulso e arquejante da mulher menor a voltar a deitar-se sobre o seu. A loira escondeu o rosto em seu pescoço, as respirações desaceleravam devagar. Gabrielle apoiou-se nos cotovelos e ergueu-se, olhou-a nos olhos, e Xena soube que, no que dependesse dela, aquela mulher nunca mais sairia de seus braços. Ela tinha se protegido por anos, tinha construído a mais poderosa fortificação em torno de seu coração, e nem tinha percebido como a pequena figura, com nada mais que um delicado sopro, tinha posto abaixo toda a arquitetura elaborada. A guerreira riu, só podia rir ao perceber a pequenez de suas pretensões diante do destino.
– Do que está rindo? – perguntou Gabrielle.
– De mim.
– Por que?
A guerreira acariciou os traços delicados da outra mulher.
– Ninguém nunca me tocou como você faz, Gabrielle.
A barda deu uma risada incrédula.
– Por favor, Xena…
– Estou falando sério.
– Eu nem tanto tanta experiência assim, já você…
– Não estou falando disso – a guerreira a interrompeu – nem sei do que estou falando. Só sei que, deuses… quero que continue me tocando.
Beijaram-se novamente, com vagar e carinho.
– Estamos as duas com sorte, então – disse a loira – porque não quero parar de tocar você. E quero que me toque também.
– Estamos realmente com sorte.
– Xena, agora que te encontrei, não vou te soltar.
A guerreira estreitou a pequena loira em seus braços.
– Estava pensando a mesma coisa, Gabrielle.
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