Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira

    Gabrielle servia o desjejum de Cortese quando Xena entrou apressada no quarto do rei e jogou-se aos seus pés, tremendo.

    – Perdão, meu senhor, eu…

    – Shhhh, calma – disse Cortese – Aletheia acordou cedo e me convenceu a deixar você dormir mais um pouco hoje. Pelo que ela me contou, você trabalhou bastante ontem.

    A morena olhou rapidamente para a loira, que parecia concentrada na atividade de alimentar o rei. Mas, Xena percebeu em algo indefinível na expressão da mulher mais jovem que ela estava prestando muita atenção à situação.

    – Meu senhor… não lembra?

    – Infelizmente não. Mas ela tem jeito com as palavras, e narrou de forma bastante eloquente. Acho até que valeu a pena esquecer. Você gostou, Ariadne?

    – Foi maravilhoso, meu senhor.

    – Como recompensa, agora dividirá suas tarefas com Aletheia. Poderá descansar mais.

    – Estou grata, senhor.

    O homem terminou de comer e saiu. Quando finalmente se viu sozinha com Xena, Gabrielle foi até a morena e ficou espantada ao ver o olhar de fúria que ela lhe lançava.

    – Vai roubá-lo de mim – disse a morena.

    – Xena…

    – Meu nome é Ariadne! Você veio aqui para isso, para me substituir. É mais jovem, menos gasta. Ele vai me largar com os escravos comuns.

    – Deuses! Não estou aqui para isso. Sou só uma escrava, Xena, apenas faço o que me ordenam.

    – Pare de usar esse nome!

    – Oh, deuses… quando ele conseguiu fazer você esquecer?

    Xena virou-se e caminhou batendo os pés até a mesa onde estava o narguilé. Acendeu-o e sentou-se na cama do rei, recostando-se na cabeceira da cama. Gabrielle a seguiu e sentou ao lado dela. A morena praguejou quando viu que a substância no aparelho tinha acabado.

    – Foi assim que ele ganhou você? Te drogando? – perguntou Gabrielle.

    – Eu não posso… eu não posso pensar nisso, Aletheia.

    – Sou Gabrielle.

    – Não posso usar seu nome. Se eu te chamar assim, posso acabar fazendo isso na frente dele, e aí ele vai machucar você, até você esquecer também.

    Gabrielle suspirou e baixou os olhos.

    – Ele é um homem muito violento.

    – Só se não fizermos o que ele disser. Se obedecermos, nos trata bem.

    – Eu já tive três amos. Estou surpresa que ele a tenha por perto durante tanto tempo. Tem algum motivo para isso?

    – Ele me ama.

    – Não acredita mesmo nisso, acredita?

    Xena voltou os olhos azuis para Gabrielle. A loira viu que eles estavam tomados de lágrimas, e os lábios da mulher tremiam.

    – Por que você está fazendo isso? – perguntou a morena.

    – O que?

    – Eu demorei… muito tempo. Não posso aguentar tudo de novo. Simplesmente não posso.

    Gabrielle encarou os olhos derrotados da mulher e sentiu seu coração romper-se novamente.

    – Eu não sei como ele conseguiu deixar você assim, mas eu sinto tanto. A chamarei como quiser que eu te chame, não quero te causar ainda mais dor.

    A morena a fitava como se ela estivesse falando uma língua estrangeira.

    – Por que se importa?

    – Como assim?

    – Sou só uma escrava, e claramente sou sua rival.

    – É o que ele quer que você acredite. Se acreditar que somos rivais, é mais fácil para ele nos controlar.

    – Você está fazendo um jogo. Mas não sou burra. Não vou cair.

    – Já tive muitos amos. Sei como eles funcionam. Os que conheci não eram violentos assim, mas eles sempre tentam nos colocar umas contra as outras. Meu último amo, Gurkham, tinha dezenas de mulheres. Quando paramos de cair nas armadilhas que ele nos colocava e nos unimos, tudo ficou muito mais suportável.

    – Está falando bobagens.

    Gabrielle balançou a cabeça e seus olhos baixaram novamente.

    – Com o tempo, você vai acreditar em mim.

     

    ***

     

    Cortese apareceu rapidamente na metade do dia, apenas para deixar uma garrafa de substância para o narguilé. O rei recomendou que Gabrielle também fumasse. Ela agradeceu e disse que o faria. Beijou Gabrielle na testa e ignorou Xena, que já estava enrodilhada na cama com o narguilé.

    – Com que frequência usa isso? – perguntou Gabrielle.

    – Apenas o necessário – sussurrou Xena, os olhos semiabertos – você quer?

    – Não. Nós podemos sair desse quarto?

    – Sim, mas apenas ao redor e nos jardins privados.

    – Porque não vamos até lá?

    – Prefiro ficar aqui.

    – Você tem certeza? Podemos levar o seu narguilé.

    Xena parou de aspirar a fumaça e encarou a loira.

    – Não tem nada lá. Só um monte de plantas.

    – Eu gosto de plantas. Faz assim, me mostra onde é, depois você volta.

    Gabrielle percebeu as mãos da mulher começarem a tremer.

    – Eu… eu não…

    A loira subitamente entendeu.

    – Não sai do quarto sem Cortese, é isso?

    Xena não respondeu.

    – Eu entendo – disse Gabrielle – quero ir, mas não quero te deixar aqui sozinha.

    – Eu posso ficar sozinha.

    – É muito longe?

    – Não. É perto. Eu… eu vou te mostrar onde é.

    Desajeitadamente, Xena se ergueu da cama. Trôpega, caminhou até a porta e paralisou diante dela. Gabrielle adiantou-se, girou a maçaneta e envolveu delicadamente seus dedos nos da morena. Ela aferrou-se à sua mão com força dolorida, a palma úmida de suor. Caminharam pelos corredores. A morena sobressaltava-se a cada pessoa que passava. Gabrielle percebeu que as pessoas as cumprimentavam educadamente, mas mantinham uma certa distância. Claramente sabiam quem eram elas e provavelmente tinham ordens de não interagirem muito.

    Chegaram ao jardim, que era protegido por um muro alto. Gabrielle atravessou o portão estreito e seus olhos arregalaram-se. O espaço era enorme e não parecia ser muito visitado, o que lhe dava uma aparência selvagem e intocada. A loira tirou as sandálias e escorregou os dedos do pé pela relva macia. Seus olhos percorreram o espaço, localizando árvores frutíferas, arbustos, flores diversas e o barulho de passos de pequenos animais.

    – É lindo! – exclamou.

    – Se você diz.

    – Fica aqui um pouco.

    – Não.

    A morena saiu e deixou Gabrielle sozinha. A loira suspirou, resignada.

    Passou a tarde inteira no jardim. Tinha um pequeno córrego de água límpida e as árvores estavam carregadas. Fez amizade com um esquilo, que batizou de Skiros. Quando o sol se escondeu, voltou para o quarto.

    Encontrou Xena sentada na poltrona de Cortese, olhando pela janela. Quando a morena a viu entrar, levantou-se e correu até ela.

    – Temos que estar prontas para ele – falou.

    Puxou Gabrielle pela mão até a sala de banho. Lavaram-se. Em pouco tempo, Cortese chegou e foi também banhar-se. O homem sentou-se à mesa e passou uma parte da noite escrevendo e lendo pergaminhos. Quando a noite tinha fechado, ele sentou-se em sua poltrona ao lado da cama. Fez sinal para que Xena sentasse aos seus pés, e ela foi.

    – Dance para mim, Aletheia – ordenou o rei.

    Gabrielle obedeceu. Entregou-se mais uma vez ao prazer dos movimentos de seu corpo, permitindo-se esquecer de sua plateia. Parecia estar novamente em suas aulas em África, sendo ensinada sobre as artes da dança de tantas partes do mundo. Demonstrara talento e seu amo lhe dera uma professora, Imani, e logo Gabrielle se transformara na principal atração daquelas regiões. Mas ela pouco se importava com o impacto que causava. Era o efeito em sua mente que a motivava. Xena tinha o narguilé, ela tinha a dança.

    Entreabriu os olhos e viu que Cortese começava a pôr a cabeça de Xena entre as próprias pernas. Aproximou-se deles, sem parar de dançar e pegou a mão de Xena na sua, olhando para Cortese num pedido silencioso. O homem sorriu e assentiu.

    Gabrielle fez Xena levantar-se e a levou para o centro do quarto.

    – Dança comigo – disse a loira – não precisa se preocupar com nada, apenas me deixa te guiar.

    A morena assentiu, mole, entorpecida. Gabrielle começou a direcionar os movimentos da outra mulher, que logo se movia junto com ela, facilmente sincronizando seus ritmos. A loira notou o sorriso tonto e emaciado que brotou nos lábios de Xena, os olhos azuis semicerrados. Gabrielle notou pelos barulhos que vinham da poltrona que Cortese já tinha finalizado seu prazer, mas não parou sua performance, até o rei interrompê-la e apontar para a cama.

    Gabrielle soltou a túnica que vestia Xena, logo despindo-se também. Devagar, deitou a morena na cama e colou-se nela. Novamente, quis apenas fazer a performance que esperavam dela, mas quando os dedos da outra mulher entraram em seus cabelos e a morena a apertou com força, sentiu seu corpo reagir como nunca antes. Entregou-se ao beijo molhado e exagerado, a pressão dos seios da mulher contra os seus fez seu corpo estremecer.

    Interrompeu o beijo e desceu a boca até o meio das pernas de Xena, mais uma vez surpreendida ao encontrar ali uma intensa lubrificação esperando por ela. Enfiou a língua entre as dobras ansiosamente, temendo que aquilo fosse uma mentira que logo desapareceria. Não era, e sentiu o corpo da outra mulher responder intensamente ao toque de sua boca. Não temeu Cortese, pois sabia que os homens eram incapazes de diferenciar o prazer verdadeiro de uma mulher de uma atuação.

    Deleitou-se naquele momento, como praticamente nunca se permitia, uma vez que sua sexualidade não passava de um teatro que executava para distrair seus amos. Lambeu e sugou os lábios externos e internos da mulher, depois enterrou a língua em seu interior, arrepiando-se com o calor e o sabor próprio daquela parte. Abraçou o clitóris com os lábios e passou a sugá-lo em ritmo lento, enquanto as pernas de Xena contraíam-se em volta de sua cabeça. Sentiu seu próprio corpo pulsar de excitação dolorosamente, desejou sentir Xena tocá-la também. O grito de prazer da morena penetrou em seus ouvidos e ela sentiu o gozo da mulher em sua língua. Regojizou-se por ser capaz de dar à outra mulher algo bom no meio de tanta dor.

    Xena puxou-a para cima e beijou-a fervorosamente. O enlevo de Gabrielle foi duramente interrompido pela sensação de Cortese entre suas pernas, mas logo a loira recobrou-se e preparou-se para simular aquilo que era sua especialidade. O rei era bruto em suas investidas, e a loira ficou grata ao perceber que o homem não era muita coisa.

    – Oh, Aletheia – grunhiu o rei – que gostoso sentir uma coisinha tão jovem… Essa outra aí já está acabada…

    Gabrielle viu o rosto de Xena, que estava diretamente debaixo do seu, contrair-se, e os olhos azuis marejarem. Fingindo estar tomada de prazer, enterrou o rosto no pescoço da morena, depois colou os lábios em seus ouvidos, e, acariciando seu rosto com o polegar, sussurrou, muito, muito baixo, no meio dos outros sons que produzia:

    – Ele é um mentiroso. Eu estive dentro de você. É quente e delicioso.

    Gabrielle ouviu a respiração da mulher acelerar em seu ouvido.

    – Vou imaginar que é você dentro de mim – Gabrielle continuou – queria que fosse você. Você é tão linda.

    As mãos de Xena encontraram seus seios e Gabrielle apoiou-se novamente nas mãos, dessa vez não afastando os olhos dos da morena. Uma das mãos de Xena foi até seu rosto e o acariciou, e Gabrielle sugou o polegar da mulher. Antes que pudesse realmente pensar, sua boca mais uma vez formatou silenciosamente aquele nome proibido.

    Xena.

    A morena ergueu a cabeça para beijá-la com fervor. Gabrielle perdeu a noção do que acontecia, esqueceu Cortese, sentia apenas as mãos da outra mulher deslizando incessantemente em suas costas, seus seios, sua barriga, sua cintura, seus braços, a boca que sugava forte sua língua. O polegar de Xena deslizou uma única vez em seu botão inchado, e isso a levou ao êxtase. Por sorte, voltou a si logo antes de Cortese ordenar que saíssem dali. Ela não soube muito bem como levantou-se e andou até o quartinho com as pernas fracas como estavam.

    Quando viu-se sozinha com Xena no pequeno aposento adjacente foi que percebeu o olhar confuso e atordoado que a morena lhe direcionava. Gabrielle sentiu seu coração bater mais rápido. Xena não era a primeira escrava traumatizada que tinha estado junto com ela na cama, nem a primeira que consolara através do sexo que eram forçadas a performar, mas era a primeira que provocara em seu corpo uma reação tão genuína e a primeira que respondera dessa forma aos seus toques e às suas palavras. Era um terreno diferente que a loira não sabia como navegar.

    – Você acha mesmo isso? – foi Xena que quebrou o silêncio.

    – O que?

    – Que sou bonita.

    Gabrielle sorriu.

    – Você é linda. Não se olha no espelho?

    – Não.

    – Xena, ele deixa tomar banho depois do sexo?

    A morena percebeu a forma como a loira a olhava meio suplicante.

    – Sim. Vem, eu te ajudo.

    Atravessaram o quarto em direção à sala de banho. Gabrielle percebeu que Cortese já roncava alto na cama. Entraram juntas na grande banheira. Xena sentou-se atrás dela e começou a lavá-la devagar. Gabrielle percebeu que ela tentava manter distância de seu corpo. O toque da outra mulher estava acendendo novamente em seu corpo aquele estranho e inesperado desejo. A loira tentou aproximar-se, mas Xena a empurrou devagar.

    – Não – sussurrou a morena – não podemos fazer nada sem ele.

    A loira mordeu os lábios.

    – Mas você queria?

    A morena não respondeu. Entregou o sabão à Gabrielle e foi a vez de Xena ser lavada. A loira tentou não tocá-la de forma insinuante, mas flagrou mais de uma vez a morena de olhos fechados e boca entreaberta, claramente aproveitando as carícias. Não resistiu a passar os dedos por um mamilo duro, mas a morena afastou sua mão. Gabrielle viu o medo nos olhos da outra e desistiu.

    Enxugaram-se, vestiram-se e voltaram para o quartinho. Deitaram-se juntas novamente na apertada cama, mas Gabrielle estava completamente acordada. Dessa vez, era Xena que a abraçava, e a parte de suas costas onde os seios da morena encostavam pareciam estar pegando fogo. Foi quando a voz soou tão baixo que Gabrielle se perguntou por um segundo se realmente estava ouvindo algo:

    – Você realmente imaginou que era eu?

    – Sim – disse Gabrielle, tão baixo quanto.

    A loira sentiu a trêmula mão de Xena subir lentamente do seu estômago para o seu seio. Podia sentir o calor daquela mão atravessar a veste e chegar até seu peito, e seu corpo reagiu imediatamente. Mordeu os lábios e fechou os olhos, o ar passava veloz por suas narinas.

    – Se ele ver, vai nos maltratar – Xena continuou, quase inaudível.

    – Eu sei. Eu entendo. Não precisa fazer nada que te deixa com medo. Eu estou bem.

    Seu corpo inteiro ardia pelo toque da outra. A mão em seu seio desceu e foi até suas coxas. Sentiu lábios roçarem sua nuca.

    – Não pode fazer o mínimo barulho – o sussurro de Xena estava rouco.

    Gabrielle apenas sacudiu a cabeça pra cima e pra baixo.

    – Você realmente não precisa, Xena.

    – Eu sei.

    A mão escorregou entre suas pernas e Gabrielle sentiu as pontas dos dedos da mulher roçarem devagar seu clitóris. Seu corpo inteiro contraiu-se, mas não saiu um único som de sua garganta. A língua correu devagar por sua nuca. A loira perguntou-se se desidrataria pela quantidade de líquido que se acumulava entre suas coxas.

    Abriu bem as pernas e sentiu um dedo entrar devagar nela. Sua mão subiu e enredou os cabelos da morena.

    – É como imaginou? – os dentes de Xena morderam seu lóbulo.

    – É muito melhor.

    Gabrielle controlava seus sons, mas não era capaz de controlar os movimentos de seu corpo. Xena entrava e saia dela num ritmo lento e torturante, seu dedo encharcado sempre roçando o ponto aumentando que pulsava.

    A morena passou a massagear seu interior com o dedo médio e anelar, deixando a palma da mão pressionar o clitóris. A loira agarrou e mordeu o travesseiro, tentando suavizar o intenso movimento que ameaçava dominar seus quadris e suplantar o que tinha certeza que eram gritos que se acumulavam em sua boca. Quando o orgasmo a arrebatou, foi quase incapaz de manter o acordo do seu silêncio absoluto, e a força que tinha usado para segurar suas reações transferiu-se para o puxão que deu no cabelo de Xena. A mão da morena voltou a descansar em sua barriga.

    – Quero tocar você – disse Gabrielle, seu corpo ainda tomado por espasmos.

    – Não, Gabrielle. Por favor, não.

    – Tem certeza?

    – Tenho.

    – Tudo bem. Mas saiba que quero – pegou a mão da morena e beijou – muito.

    – Eu sei. Boa noite, Gabrielle.

    – Boa noite, Xena.

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