Não está correto
por PamjaxongOs lábios das duas mulheres se separaram lentamente, quase implorando para permanecerem juntos mais um pouco. Elas se distanciaram bem pouco e abriram os olhos para se verem. Tinha algo novo naquele olhar e a expectativa que revelavam era notável.
Xena encarou Gabrielle e esperou encontrar reciprocidade depois do beijo, o que de fato aconteceu, pois Gabrielle não desviava o olhar do seu. Ambas não disseram nada por um momento e sem entender o que se passavam, controlaram o desejo de se tocarem de novo.
As mulheres perceberam que não havia a possibilidade de se beijarem de novo, isso porque estavam admiradas demais com o que sentiram anteriormente. Xena então, se ajeitou em sua cadeira e limpou a garganta timidamente. Gabrielle encostou as costas no apoio da cadeira e desviou o olhar para suas mãos novamente.
-Me desculpe, Gabrielle.- Xena finalmente falou e a loira franziu o cenho sutilmente.
-Desculpar pelo o que? – A escritora não tinha entendido. Pensou que a imperatriz fosse o tipo de mulher que agisse sem arrependimentos.
-Me desculpe por não me sentir culpada pelo beijo. – A morena deu um olhar profundo e cheio de desejo e Gabrielle sentiu o folego escapar do seu peito. Ela se sentiu ansiosa de novo e confirmou que algo entre elas era completamente diferente.
Gabrielle não conseguiu esconder o sorriso de satisfação e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Xena adorou ver o rosto dela corado e sorriu também com satisfação do efeito que causou.
-Como é sua vida na Grécia, Gabrielle? – Xena finalmente mudou de assunto e a loira voltou a olhá-la.
-Moro numa vila perto do mar. É tranquilo e crio a maior parte de minhas histórias lá. – A escritora respondeu.
-E em qual parte dos seus 17 verões passou a se sentir vazia? – Xena se debruçou mais na mesa e esperou a resposta com real interesse. Melhor do que beijar Gabrielle, era conhecer seu coração.
-Bem…- Gabi se ajeitou confortavelmente na cadeira e também se apoiou nos braços na mesa. –Meus pais queriam que eu me casasse com um homem da vila. Ele era um amigo de infância, mas não era aquilo que eu queria. – A loira adentrou suas lembranças e recordou da insatisfação que sentiu. –Eu não queria me casar e perder a chance de ver o mundo a minha volta. Eu tinha certeza que havia nascido para fazer muito mais…-
-Tenho certeza que sim. – Xena murmurou.
-Eu esperei e esperei que algo acontecesse. Esperei que ele mudasse de ideia ou que meus pais apoiassem minha vontade, mas nada. Eu era só mais um ventre. – Gabrielle parecia muito magoada com aquilo. –Então eu decidi que teria que lutar pelas minhas ambições. Eu acordei muito cedo um dia, coloquei duas trocas de roupas numa sacola, olhei para minha irmã adormecida ao lado e disse adeus. Eu segui sozinha para Atenas e me matriculei na academia de literatura.
-Isso foi muito corajoso, Gabrielle. – Xena estava impressionada. –Mas se seguir seu sonho era seu objetivo, porque o vazio persistiu?
-Eu não sei…. Não parecia o jeito certo…- De novo aquela ideia de algo fora do lugar surgiu e as duas ficaram em silencio refletindo. Não tinha uma resposta que justificasse aquela “coisa”, mas elas se entendiam.
-E seus pais? Como reagiram depois que partiu? – Xena mudou o foco e tornou a falar.
-Bom…- A feição da escritora mudou e uma melancolia brotou em seus olhos. –No mesmo dia em que sai de lá, caminhei sem olhar para trás e depois de cinco dias de viagem, mandei uma carta a eles. –
-E o que aconteceu? – Xena notou que algo bom não era e se preocupou com a escritora.
–Quando mandei o mensageiro para a fazenda dos meus pais em Potedia, ele me disse que não iria pois tinha acabado de sair de uma cidade vizinha e os boatos eram que Potedia tinha sido invadida por um senhor da guerra. – A loira cerrou os punhos na mesa e se controlou para não chorar na frente de Xena.
-Gabrielle, sinto muito. – Xena respondeu tristemente.
-Eu queria voltar para lá o mais rápido possível, mas o mensageiro me disse que o senhor da guerra continuava por perto. Ele me disse para perguntar a um soldado que estava naquela cidade, pois ele havia ido até Potedia investigar. Então eu fui…- Gabi continuou.
-O que ele disse? – Xena estava apreensiva.
-Disse que estava tudo destruído pelo fogo. Os homens estavam mortos e as mulheres desaparecidas. – Gabi pegou folego e Xena tocou a mão dela de novo.
-Não precisa continuar, Gabrielle. – Xena não iria suportar se Gabrielle começasse a chorar ali.
-Não. Eu já chorei verões demais por isso. – A escritora suspirou, se recompôs e com um olhar firme continuou sua história. – O soldado disse que seguiu os rastros do senhor da guerra, mas quando chegou até o acampamento dele, as escravas que pegou em Potedia já tinham sido vendidas. Não havia mais como rastreá-las. Ele me aconselhou a seguir meu caminho e não voltar mais. Disse que eu não podia fazer mais nada. –
-E de fato não podia, Gabrielle. – Xena reforçou.
-Eu sei. Eu segui para Atenas devastada e me sentindo culpada. Eu não me despedi deles, Xena. Simplesmente fui egoísta e segui minha vida. – A loira fechou os olhos com a lembrança daquela dor e Xena não soube como reagir. -Eu não consegui me inspirar no primeiro verão que estive em Atenas. Quase me colocaram para fora, pois eu não esboçava talento nenhum. – Gabrielle continuava firme e Xena ouvia com atenção. –Foi então que me enfureci e odiei o destino. Não estava certo, alguma coisa era para ter saído diferente. Então eu me perguntei… e se eu estivesse lá com eles?
-Provavelmente teria virado escrava junto com sua mãe e irmã, Gabrielle. – Xena seguiu a lógica, uma vez que Gabrielle não era guerreira.
-Mas eu poderia ter enfrentado aqueles homens. Poderia ter dito a elas que eu as amava mais uma vez. Ou se os deuses tivessem sido misericordiosos, poderiam ter enviado alguém para nos salvar. Mas não foi o que aconteceu, Xena. É por isso que eu sou fissurada com o destino. Porque não me conformo que esse seja o meu…. Não está certo! – Gabrielle continuava com os punhos cerrados e um silêncio pairou entre elas.
Xena refletia sobre tudo o que Gabrielle dizia e concluía que ela tinha razão. Alguém como Gabrielle merecia o Olimpo todo, uma vida feliz e rodeada das pessoas que amava. Mas o destino estava brincando com ela e trazia dor a um coração tão puro.
-Então, quando tentaram me expulsar da academia de Atenas, eu escrevi a obra mais dramática e chocante que os acadêmicos já viram. Dois colegas meus encenaram na frente de toda a academia e meu reitor aplaudiu de pé. Não me expulsaram, mas eu fiquei fadada a uma imaginação sedenta por um destino que realmente se pareça com o correto. – Gabi terminou sua história e olhou no fundo dos olhos de Xena. Ela tinha acabado de pôr seu coração na mesa e só aguardava pela reação da imperatriz de Roma.
-Agora você vai reescrever a história da sua família, não é? A história que acha certa…- Xena se lembrou do que Gabi disse mais cedo sobre a guerreira da história e Gabrielle assentiu com a cabeça. –Fico honrada, Gabrielle. – Xena falou delicadamente e a loira sorriu para ela.
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Longe do palácio de Roma, Alti se encontrava em uma montanha, perto de um carvalho apodrecido. A feiticeira não estava satisfeita com os eventos dos últimos dias e como não conseguiu tirar resposta nenhuma de Xena e nem de César, foi consultar suas entidades guias perto do carvalho.
Alti era uma feiticeira muito poderosa e conseguia sentir as vibrações cósmicas do universo. Seu terceiro olho capitava coisas que os humanos normais não tinham a capacidade se quer de entender e pode-se dizer que ultimamente, ela estava sendo levada a loucura por algum desequilíbrio do universo.
A mulher cavalgou de longe para chegar até uma fonte de energia primitiva e agora que estava ali, se sentia ansiosa para descobrir o que vinha de errado. O carvalho que possuía fios de magia, um dia foi belo e cheio de vida, mas desde que Alti se aproximou dele e começou a sugar sua energia, ele ficou velho e apodrecido.
A feiticeira realizou seus preparos para entrar em contato com suas entidades e depois de longas marcas de velas, invocou forças sobrenaturais antigas para saciar seu desejo de poder. As almas caminharam de seu plano cósmico e atravessaram para o mundo dos vivos através do carvalho. Vultos pretos e borrados se aproximaram da feiticeira e começaram a sussurrar em seu ouvido.
-Por que nos perturba, mortal.
-Quero saber o que está acontecendo. – A mulher deu uma ordem para os espíritos inumanos.
-Mais respeito… mais respeito… –Eles sussurraram várias vezes e a paciência de Alti foi se esgotando.
-Algo era para ter acontecido, mas não ocorreu e por causa disso as vibrações da terra estão me atormentando. – Ela tentou falar mais humildemente.
-Alguém brinca com o destino como se fosse seu dono…- Um sussurro começou.
-Forças de outras vidas lutam para ocupar seu lugar de direito…- Outro sussurro.
-A terra gira no sentido oposto…- Um terceiro sussurro deixou tudo mais confuso.
-Quero saber o que está acontecendo. – Alti ordenou de novo.
-Encontre o causador do caos…- O sussurro começou outra vez.
-Sugue seu conhecimento de outras vidas e saberá…- O segundo sussurro tocou as mãos de Alti e depositou ali uma fonte de poder. As mãos da feiticeira ficaram impregnadas de magia negra e suas veias dilataram na medida que seu corpo recebia mais poder.
As almas voltaram para dentro do carvalho e em seguida a grande árvore se rachou e começou a despencar. Alti sugou tanto os veios mágicos daquela magnifica árvore, que agora não restou mais nada.
A mulher se levantou atordoada e quando a magia terminou de se instalar em seu corpo, ela deu uma risada cheia de maldade. Ela sabia muito bem quem iria tocar assim que retornasse para Roma.
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Depois de passar a manhã toda com Gabrielle, a escritora teve de se retirar para auxiliar os atores da companhia de Atenas. Xena com muita relutância, saiu do aposento da escritora e foi até a sala de jantar do palácio. O almoço estava sendo servido e assim que se sentou à mesa, César apareceu.
O imperador olhou para sua mulher com desprezo e sentou-se do outro lado da mesa. Os servos começaram a servir vinho e circulavam pelo local enquanto enchiam os pratos dos imperadores.
Xena estava em uma ponta da mesa e César em outra. Ambos se encaravam, mas não diziam nada. A rivalidade natural deles estava desabrochando e Xena sentia cada vez menos vontade de aturá-lo. Assim que o servo colocou o prato em sua frente, Xena começou a comer o peixe assado e as batatas. Ela preferiu não olhar para César, pois sua digestão seria comprometida.
A tática de ignorar a cara de César funcionou e à medida que ela começou a recordar de sua manhã com Gabrielle, seu coração se encheu de alegria de novo. Ela não queria sair do lado da escritora de jeito nenhum e melhor que isso, queria beijá-la de novo. Qual seria o sabor da língua de Gabrielle? Como será que suas peles reagiriam ao toque uma da outra? Xena queria muito se envolver cada vez mais com a escritora, mas o problema estava justamente em sua frente.
-Saiam. – A voz de César ordenou os servos a saírem e Xena suspirou ao ter seu devaneio quebrado. –Sinto muito pela discussão de mais cedo. – César falou com tom calma e Xena ergueu a sobrancelha assim que olhou para ele. Era obvio que ele não queria se desculpas, mas queria tê-la em suas mãos de novo.
-Não vou aceitar desculpas enquanto você não resolver as coisas com Lao Ma. Não era nosso plano e não temos culhões para atacar Chin ainda. Precisamos da Grécia aos nossos pés antes. – Xena falou firme e César comprimiu seus lábios sutilmente numa tentativa de controlar sua fúria.
-Por que você dificulta tanto as coisas? – César indagou irritado e Xena riu com deboche.
-Eu? Até onde sei eu estava seguindo o plano fielmente. Foi você quem resolveu matar os emissários SEM ME CONSULTAR. – Ela enfatizou o fim.
-Eu estou tentando ganhar tempo. – César insistiu em seu erro pois era orgulhoso demais para admitir.
Xena novamente percebeu como era inútil falar com César e atirou a faca em cima do prato.
-Estou satisfeita. – Ela limpou a boca no guardanapo, jogou ele na mesa e saiu da sala de jantar.
-ISSO. VOLTA PARA SUA ESCRITORA. – César gritou assim que Xena saiu de lá e com uma fúria fora do normal, esfaqueou o peixe que estava na travessa várias vezes. –Eu vou me certificar que você se divirta com ela e depois vou matá-la na sua frente, Xena.- César jurou para si mesmo e saiu da sala de jantar.
Ele não era tolo e sabia que Xena não estava se comportando da maneira que devia. Gabrielle estava causando um efeito esperado nela e aquilo não era bom. Tudo o que César precisava, era de um motivo para incriminar a escritora e crucifica-la no circo da cidade. Depois disso, ele daria somente mais uma chance para sua querida esposa, mas caso não desse certo, ele se livraria dela também.
Era preciso agir bem rápido antes que Xena tomasse consciência do ocorrido e colocasse seu cérebro brilhante para funcionar. César tinha juízo e sabia que em qualquer vida, cruzar espadas com Xena, era uma sentença de morte.
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Depois do almoço conturbado, Xena participou de algumas reuniões que estavam agendadas e tentou se concentrar o máximo que conseguiu nelas, mas foi em vão. Gabrielle não saia de sua cabeça e o toque do lábio delicado dela era tudo o que importava.
Do outro lado da cidade, Gabrielle estava ensaiando mais uma vez a peça com os atores, mas assim como Xena, ela não podia esquecer o beijo doce que recebeu. Ao longo de sua vida, Gabrielle acabou se envolvendo com algumas pessoas e dentre elas estava a ilustre Safo. Mas nada teve o sabor que o simples beijo de Xena proporcionou.
A peça que Gabrielle tentava organizar era de guerra, mas sua concentração estava prejudicada, pois sua pele arrepiava toda vez que se lembrava do toque de Xena em suas mãos e os lábios se pressionando delicadamente contra os seus.
-Gabrielle? – Uma voz a despertou e ela se viu diante das feições dos atores perdidos.
-Desculpe. Ato dois. Vamos…. Coloque mais emoção, Tófole.- Gabrielle voltou para a peça com a bochecha levemente avermelhada.
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Conforme a tarde foi dando lugar a noite, Xena se viu diante de seu cavalo parado na rua. Ela tinha duas opções, ou voltava para o palácio, ou seguia até o teatro para ver se Gabrielle estaria lá. A desvantagem de ir para o palácio, seria ter de trombar com César, então a morena subiu em seu alazão e rumou para o tetro da cidade.
Os trotes de seu cavalo foram rápidos e ágeis e conforme se aproximava do local, Xena sentia seu coração bater forte e as mãos suarem. Deuses, não era possível que ela estivesse tão nervosa para ver a escritora de novo. Ela nunca ficava daquela forma com ninguém…não era possível.
Xena estava quase desmaiando de ansiedade, quando chegou perto do teatro e descobriu que estava vazio. A decepção de não encontrar Gabrielle ali foi tão grande, que Xena se sentiu magoada. Agora ela teria de voltar para o palácio de novo.
A imperatriz retornou para seu lar, mas bem mais lento do que antes. Ela não tinha um pingo de vontade de retornar. Quando entrou pelos portões, viu que o cavalo de César não estava lá e ficou curiosa.
-Onde está o imperador? -Xena questionou ao cuidador dos cavalos.
-Saiu com o senhor Brutus, imperatriz. – O homem respondeu e Xena entrou desconfiada em seu palácio.
A morena entrou em seu aposento e resolveu se banhar. Ela estava com uma mistura de sentimentos dentro de si e só queria relaxar e recuperar o sono que perdeu na noite anterior. Sendo assim, a morena relaxou em sua banheira romana e depois de alguns minutos, se enrolou em uma túnica confortável.
Xena ainda não conseguia afastar Gabrielle de sua cabeça, então se perguntou se o aposento de hospedes estaria iluminado. A imperatriz saiu para sua sacada e viu a luz das velas por trás da cortina do aposento de Gabrielle. Agora a questão era outra, Xena se perguntou se seria muito inconveniente se fosse até lá. Ela não queria ser chata e nem pegajosa, mas não podia controlar sua vontade de ver a escritora.
Enquanto brigava com a ideia de ir ou não ir até lá, a cortina do aposento se abriu e Gabrielle apareceu distraída. Xena se assustou e se escondeu de novo na parte escura de sua sacada.
Gabrielle estava linda. Tinha os cabelos bagunçados e uma toalha roxa envolta do corpo. Ela estava levemente úmida, pois tinha acabado de sair do banho e quando Xena se deu conta, ela estava de volta na parte clara da sacada com um olhar de admiração para a escritora.
Assim como Xena, Gabrielle se assustou e seu coração começou a palpitar quando viu a imperatriz na sacada. Era obvio que ela estava esperando ver Xena naquela noite ainda, mas não imaginou que seria avassalador. A loira não soube reagir, mas não queria perder a oportunidade de conversar com a morena, então, olhou de maneira instintiva para dentro do quarto e depois para Xena. A imperatriz não precisou de outra chance para sair correndo e ir até lá.
Xena saiu do seu aposento muito rápido. Ela nunca atravessou os corredores com tanta determinação como naquela noite. Gabrielle por sua vez entrou em choque. Ela estava de toalha e Xena saiu tão rápido da sacada que não daria tempo de se trocar.
A escritora tentou pensar rápido, mas quando se deu conta, Xena estava atravessando o pátio e indo em direção a seu aposento.
-Afrodite, me dê uma luz.- Gabrielle foi para dentro do seu aposento e olhou para todos os lados na tentativa de achar um vestido, mas era tarde demais. Xena bateu na porta dela com força e a respiração ficou ofegante.
Gabi caminhou lentamente até a porta e tentou parecer normal, mas a visão de Xena do outro lado a deixou mais ofegante ainda.
A imperatriz também estava ofegante e não soube o que dizer quando Gabrielle abriu a porta. Ela olhou para o rosto angelical da escritora e depois para a toalha. Ambas estavam ansiosas e em silêncio.
Foi no momento seguinte que Xena não pode se controlar. Ela avançou na direção de Gabrielle e a pegou no colo enquanto dava um beijo apaixonado nela. A loira agarrou o pescoço da imperatriz e prendeu as pernas na cintura dela enquanto correspondia o beijo. Xena fechou a porta do aposento com força e foi em direção a cama mal arrumada.
Os corpos de ambas tremiam de desejo e a respiração falhava entre as línguas. Xena deitou Gabrielle na cama e capturou a língua dela em seguida. As línguas se tocavam e desliavam com desejo e o sabor que sentiam uma na outra era delicioso.
Gabi prendeu os dedos por entre os cabelos negros e com a outra mão, soltou a fíbula que prendia a túnica no ombro. Xena deixou seu tronco ficar despido e levou seus lábios até o pescoço de Gabrielle.
A loira soltou um gemido quando sentiu o beijo sensual em seu pescoço e em seguida a ponta da língua de Xena lambeu o local. Ela começou a se sentir molhada e só desejava que Xena tirasse sua toalha de uma vez por todas.
Como se fosse capaz de ler os pensamentos da escritora. Xena se apoiou nos joelhos e encarou os olhos verdes de Gabi. Ambas estavam ofegantes e como não foi barrada, Xena pegou a ponta da toalha encaixada por entre os seios de Gabi e abriu a primeira parte.
O peito da escritora subia e descia rapidamente. Ela estava excitada e muito ansiosa com aquele momento. Gabrielle tinha consciência que era uma mulher bonito, mas estava torcendo para que Xena se agradasse com o que visse.
A imperatriz afastou o outro lado da toalha e revelou o corpo nu de Gabrielle. Aquela visão excitou cada musculo de seu corpo e suas mãos subiram delicadamente até os seios arredondados. Gabi soltou um gemido baixo de aprovação e tocou a túnica de Xena. A morena puxou sua roupa por cima da cabeça e revelou seu corpo igualmente nu para Gabrielle. Elas se encararam com desejo em seguida e aprovaram aquele momento.
Gabrielle ainda estava com as pernas fechadas quando Xena finalmente tirou a túnica, então ficou aguardando pelo movimento da imperatriz. Xena não iria aguentar tanto suspense, então afastou as pernas de Gabrielle mais uma vez e revelou o sexo molhado e avermelhado.
Xena se encaixou no meio das pernas de sua amante mais uma vez e as peles nuas se tocaram pela primeira vez. As duas gemeram e tornaram a se beijar. Elas começaram a se mover levemente para gerar atrito entre as peles e o beijo molhado as deixou mais excitadas.
Aquela era a primeira vez que as duas transavam de maneira tão inesperada e com alguém que haviam acabado de conhecer. Mesmo diante desse comportamento impulsivo, ambas concordaram que parecia ser o certo.
Gabrielle empurrou Xena para o lado e a morena se ajeitou na cama. A loira tirou a toalha e a túnica que estava em cima da cama e subiu em cima da imperatriz. Xena levou suas mãos até a cintura de Gabrielle e a escritora começou a esfregar seu sexo molhado na barriga dela.
Xena gemeu de prazer e agarrou um dos seios de Gabi. A escritora se abaixou e beijou os lábios de Xena mais uma vez e elas se envolveram em um abraço sensual. Elas não conseguiam se controlar mais e cada movimento era resultado de uma paixão forte.
Depois de algum tempo em meio aos beijos e abraços, Xena colocou Gabrielle deitada e separou os joelhos dela. O que a imperatriz mais queria era acariciar Gabi naquele local e ouvir os sons que era capaz de fazer.
Sem enrolação, Xena se debruçou entre as pernas de Gabi e beijou a parte de dentro da coxa dela. Gabrielle suspirou e não conseguiu esconder a expectativa. Xena tornou a se aproximar mais e beijou a virilha causando espasmos no sexo da loira. A imperatriz adorou aquela reação e separou os lábios com dois dedos. Aquele toque e o olhar pervertido da imperatriz, fez Gabrielle se excitar mais e ter outro espasmo.
Xena deu um sorriso que roubou a sanidade de Gabrielle e deslizou a língua no lábio direito. Em seguida, ela voltou a separar os lábios e deu uma lambida forte na fenda avermelhada. Gabi fechou os olhos e gemeu. Xena tornou a dar uma lambida cumprida e as pernas da loira se abriram mais.
A imperatriz levou sua língua até o clitóris de Gabrielle e atiçou o local com movimentos fortes. Gabi agarrou os cabelos de Xena e gemeu mais uma vez. Em seguida, Gabrielle começou a latejar na boca de Xena e seu clitóris inchado não resistiria por muito mais tempo. Então, a imperatriz se afastou devagar e deu uma boa olhada no resultado de suas caricias. Gabi suspirou de frustração e aguardou pelo próximo movimento.
Xene levou sua mão direita até o sexo de Gabi e começou a espalhar a umidade por todo local. Gabrielle suspirou de novo e fechou os olhos. Xena continuou acariciando com sua mão lentamente e com o dedo do meio deslizou algumas vezes pela fenda.
-Você consegue ser linda de todo jeito, Gabrielle.- Xena disse com uma voz sensual e depositou alguns beijos naquela área.
Gabrielle se levantou em seguida e sentou entre as pernas de Xena. Agora elas estavam de frente uma para outra e com os sexos encaixados. Gabrielle começou a se mover e Xena jogou a cabeça para trás. A imperatriz já havia tido muito mais experiências sexuais que Gabrielle, mas nenhuma delas foi tão sublime como aquele momento.
Elas se beijaram, abraçaram, apertaram, morderam e chuparam uma a outra. A cada movimento um gemido diferente ecoava pelo aposento e o suor delas deixou evidente o tempo que ficaram fazendo amor.
Gabrielle também quis provar o melhor de Xena e brincou com o sexo dela. A loira usou sua língua no clitóris da morena e movimentou várias vezes para cima e para baixo. Depois, ela introduziu seu dedo na mulher e com estocadas fortes tirou vários gemidos daquela guerreira.
As duas se divertiram por um bom tempo e se preencheram como a muito tempo desejavam. Elas alcançaram seu clímax juntas, algo que sempre foi difícil de acontecer e momentos depois, as duas se pegaram sorrindo.
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Xena estava deitada por cima de Gabi e tinha sua cabeça no ombro dela. A escritora estava com os olhos fechados, um sorriso nos lábios e acariciava os cabelos da imperatriz. Não havia descrição para toda aquela intensidade e ambas só queriam ficar ali, uma nos braços da outra até o fim dos tempos.
-Se eu te disser, que desde os meus 17 verões, essa foi a primeira vez que me senti no lugar certo… você acreditaria? – Gabrielle finalmente quebrou o silêncio.
-Qualquer coisa que você disser eu acredito, Gabrielle… esse é o perigo. – Xena respondeu e Gabi voltou a sorrir.
A escritora nunca almejou fama, fortuna ou poder. Pelo contrário, ela sempre desejou aventuras para poder criar as melhores histórias de todas, mas ter a imperatriz em seus braços e rendida aos seus pés, foi a melhor parte de ter ido para Roma.
-Não fique se achando. – Xena falou em seguida e Gabrielle riu alto.
-Não estou…- Gabi mentiu cinicamente e Xena apertou a cintura dela. Em seguida, a imperatriz apoiou a cabeça na mão e encarou a escritora.
-Fique mais um tempo em Roma, Gabrielle.- Xena pediu baixo e Gabi se ajeitou para olhar bem nos olhos de Xena.
-Seu marido não vai achar estranho? – Gabi perguntou.
-Ele não precisa saber que você está em Roma. Posso arrumar um lugar para você ficar e podemos passar mais tempo juntas. – Xena falou.
-Não sei se é uma boa ideia. Júlio César não parece o tipo de homem que divide as coisas. – A loira pensou em César pela primeira vez naquela noite.
-Ele não é meu dono. – Xena retrucou e Gabrielle continuou séria.
-Mas é seu marido. – Gabi acariciou o rosto da imperatriz. –E seu marido é perigoso. Só por estar aqui ao seu lado minha vida já é posta em risco. – Gabrielle respondeu.
-Eu nunca vou deixar ele tocar em um fio de cabelo seu. – Xena estava certa daquilo e Gabi sorriu.
-Você é o sonho mais doce que já tive. – Com essas palavras, Gabrielle beijou Xena mais uma vez e elas recomeçar a noite de amor mais uma vez.