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- - Quantas vezes eu tenho de lhe dizer? Não quero comer nada! – peguei a bandeja do chão e a lancei, com todo seu conteúdo, até a escada. Sabia que estavam ali, escondidos depois do patamar dos degraus, de modo que peguei o frasco de vinho que estava no chão fora de minha porta e o atirei também do outro lado do corredor. Entrei de novo em meu aposento e bati a porta, fechando o pestilo. Cruzei a sala às escuras até o balcão aberto. Apoiei as costas contra a parede, deixei meu corpo cair no…
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- Estou aqui deitada, acordada, enquanto a luz que antecede o amanhecer tenta entrar por trás das grossas tapeçarias que cobrem as janelas. Escuto a respiração regular e sinto as mínimas contrações dos músculos envolvidos no sono da mulher que está em meus braços. Aproveito este momento para agradecer aos deuses que ainda me favorecem, assombrada pela tolerância de Athena diante de minhas vinte estações de ausência de seu templo. Talvez me convenha aplacá-la um pouco, pois sei, com toda a…
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- - Aah! – gritei levantando a espada por cima da cabeça para bloquear o ataque pelas costas e afastando com um empurrão a lâmina metálica de meu corpo. - Ei, você deveria estar protegendo minhas costas! – gritei a Atrius. Pude ver que meu capitão tinha seus próprios problemas e tentei não começar a rir de nossa situação. Tínhamos idade suficiente para ter gerado qualquer um dos jovens homens e mulheres que nos cercavam, mas estávamos nos ajustando estupendamente para que não nos dessem…
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- Pela primeira vez em dez estações, Sylla não me despertou pela manhã e pela primeira vez em outras tantas estações, eu não despertei antes do amanhecer. Quando por fim me livrei do sono que me sujeitava em suas tênues garras, fiquei contemplando o elevado teto. Ainda que as tapeçarias tampassem as janelas, dei-me conta, pela luz que se filtrava pelas bordas dos pesados panos, que a manhã já estava muito avançada. Outra coisa que notei foi a batida do coração que palpitava contra meu peito.…
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- Nossa ceia transcorreu em silêncio, pois estávamos concentradas em nossas próprias reflexões. Minha jovem escrava parecia tão pensativa como eu esta noite. Disse-lhe que tinha um pouco de trabalho e que podia fazer o que quisesse durante as próximas duas marcas. Dei-lhe um beijo no topo da cabeça e a mandei com seus pergaminhos. Quando se virou para olhar-me vi a decepção escrita em seu rosto. Algum tempo depois estava sentada diante de minha mesa, dentro de meu silencioso escritório, rodeada…
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- Meti-me na fumegante água do banho, estremecendo com a sensação de ardor que a água quente provocou em minha delicada entreperna. Mexi-me um pouco, tentando encontrar uma posição mais confortável, pois os arranhões que cobriam meu traseiro também ardiam com a água quente. - Pelos deuses, essa menina acabará comigo. Era sem dúvida uma dor prazenteira como indicava meu sorriso indelével. Reclinei-me na água cálida, repassando mentalmente os acontecimentos da noite anterior e um leve…
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- - Que fez esta tarde, pequena? – perguntei a Gabrielle enquanto fazíamos a refeição da noite. Já se passaram quinze dias desde que minha jovem escrava deu um giro em sua vida. Era evidente na maneira de falar de Gabrielle, em seu jeito de andar e até em sua postura. Estou certa de que ela sequer notava as mudanças que estavam se produzindo, mas meus olhos absorviam tudo. Sorria muito mais e às vezes, acho, até se esquecia de que era comigo que estava falando. Falou-me de seu dia e fiquei ali…
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- Estávamos as duas sentadas em minha cama, Gabrielle atrás de mim, desembaraçando meu cabelo. Era estranho que gostasse de fazer isso, mas parecia que sim. O fazia devagar e eu aguentava seus ternos cuidados, tentando impedir que minha impaciência inata não aflorasse. - Gabrielle? - Sim, minha senhora? - Essas histórias que quer escrever nos pergaminhos, você também as conta em voz alta? Quero dizer... Você é barda, Gabrielle? – perguntei. Suas mãos se detiveram e senti que ou a havia…
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- - Onde está o capitão de minha frota? – perguntei ao jovem marinheiro de guarda. - Está no Hybris, Senhora Conquistadora. Mando chamá-lo? - Não, eu conheço o caminho. – respondi. Antes de ir até o final do cais onde estava atracado o maior navio da grande frota, o Hybris, chamei um dos guardas do palácio para que ficasse ao meu lado. Era Nicos e me alegrei por isso. Não apenas era um homem inteligente, senão que também me era leal. Com o que estava prestes a fazer, isso se tornou…
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- Soube que estava muito próxima da senilidade quando me dei conta de que a tagarelice de uma menina que não tinha nem cinco verões de idade me parecia divertido. Fiquei sentada em um banco enquanto as duas meninas subiam e baixavam de meu colo, até que começaram a brigar para ver qual delas se sentava em tão precioso lugar. Levantei as duas de uma só vez e coloquei cada uma em cima de uma coxa. Pareceram se conformar com a decisão e a vais velha se pôs a falar. Foi então que comecei a olhar a…
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