Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira

    – Agora é sua vez – disse Xena.

    – De que?

    – De me falar sobre quem amou.

    A barda puxou a mão da guerreira, segurando-a com as duas mãos acima de seu peito. Começou a mexer nos dedos da morena. Era calosa e áspera, marcada de cicatrizes, retrato vivo de uma vida de violência. Era linda aos seus olhos. Gabrielle sentiu que aquelas mãos mereciam uma poesia.

    – Gabrielle?

    – Sim?

    – Fiz uma pergunta.

    – Desculpe, me distraí. Eu nunca amei ninguém.

    – Está viajando sozinha por aí e nunca encontrou ninguém?

    – Encontrar por encontrar, sim – a barda continuava a mexer nos dedos entre os seus – conheci pessoas, me envolvi com elas. Mas não sei o que é amor. Me sinto até uma impostora, às vezes. Fiz todo aquele discurso para você, escrevo sobre o amor, narro sobre ele, mas ainda não o senti.

    – Existem muitas formas de amor. Você emana amor, mesmo dizendo que não o sente.

    A barda riu.

    – Eu emano amor?

    – Ei, a barda aqui é você, não eu.

    Gabrielle levou a mão da morena até a boca e beijou suavemente os dedos. Xena mais uma vez tirou os olhos de sua contemplação do universo e os voltou para a mulher mais jovem.

    – O que é isso entre você e minha mão? – a morena perguntou, com rosto risonho, deitando-se de lado e olhando para a loira.

    – Gosto dela – Gabrielle disse, um pouco acanhada – é linda.

    – Linda? Parece uma pedra de vulcão.

    – Acho magnífica. Vou escrever algo para ela.

    – Para minha mão?

    – Sim. Por que fala com desprezo de si mesma? Já fez isso um monte de vezes conversando comigo.

    O sorriso da guerreira desbotou.

    – E o que mais eu falaria?

    A barda também deitou-se de lado, ficando de frente para a morena. Segurou a mão dela contra o peito.

    – Não salvou aquele bebê de que contei a história hoje?

    – Sim.

    – E também salvou minha vida.

    – Sim, mas…

    – E entregou Telamon para a justiça ateniense.

    – Isso não é nada, Gabrielle. Estou apenas tentando viver minha vida de forma menos sangrenta.

    – Por que?

    – Como assim?

    – Poderia ainda ser uma senhora da guerra. Seria a mais poderosa de todas. Teria o mundo inteiro. Por que está tentando ser justa hoje?

    A guerreira engoliu em seco, fitando os olhos verdes que a encaravam com calma indagação. Começou a se perguntar como tinha acabado naquele momento, tendo conversas íntimas com uma quase desconhecida, quando tudo que tinha planejado era entregar um assassino e voltar a viajar o mais rápido possível.

    Apertou os dedos da mulher que segurava sua mão. A barda respondeu com uma carícia em sua palma.

    – Sangue demais, Gabrielle – a morena sussurrou – você não imagina o quanto.

    A loira exalou, compadecida da expressão triste da guerreira. Não, não era triste. Era outra coisa. Gabrielle observou com atenção. Era como se alma dela tivesse se partido, como se sangrasse e gritasse de dor em silêncio. Como se ela caminhasse em cima de um longo fio de cabelo que ia se romper a qualquer instante. Gabrielle estava brincando com o fio, e a guerreira estava assustada.

    A barda, mais uma vez, beijou a mão da mulher, dessa vez demoradamente.

    – Eu entendo – disse, de olhos fechados, os lábios encostados nos dedos da outra. Era mentira, não tinha ideia de como era experimentar aquele tipo de dor, mas não tinha nada melhor pra dizer.

    – Espero que nunca entenda – disse a guerreira.

    A barda mais uma vez colocou a mão da guerreira em seu peito, e Xena sentiu o coração que batia acelerado ali. Podia sentir o seu em estado semelhante. Puxou a mão da barda e a beijou da forma como a sua tinha sido beijada. Seus lábios, no entanto, não eram tão delicados. Ouviu a barda suspirar. Espiou e viu que a loira tinha os olhos fechados.

    – Gabrielle?

    – Sim?

    – Chega mais perto.

    A barda moveu-se no lençol, aproximando-se. A guerreira sorriu. Ainda havia muita distância.

    – Mais – pediu novamente.

    Suas respirações agora se entrecruzavam.

    – Eu também gosto das suas mãos – disse a guerreira.

    – Gosta mesmo?

    – Sim.

    A barda levou sua outra mão ao rosto da morena, acariciando lentamente a bochecha. Escorregou o polegar pelo lábio inferior, seus olhos fixos naquela boca. Não precisou mais para a morena se aproximar e encostá-la na sua.

    Por um momento, apenas sentiram a carícia dos lábios se tocando. Beijaram-se sem pressa, suas mãos ainda entrelaçadas.

    Gabrielle sentiu como se algum tipo de nó tivesse desatado dentro dela, alguma constrição que ela sequer sabia que carregava. Um sentimento familiar invadiu seu interior, algo que só sentia em ocasiões muito específicas e raras.

    Só sentia quando estava na presença de Afrodite, aquele fluxo misterioso e paradoxal, desmedido e delirante, mas, também, pacífico como o silêncio noturno. No entanto, havia algo diferente do que sentia quando estava perto da deusa. Esse algo tinha a ver com as marcas na mão de Xena, o gosto particular de seus lábios, o cheiro da roupa de couro, o jeito que seus longos cabelos, tão pretos, se espalhavam um tanto desalinhados pelo cobertor.

    Era a humanidade da mulher à sua frente, distante da perfeição divina que experimentava com Afrodite. De alguma forma, aquilo fazia o seu coração ir ainda além do que pensara ser o sentimento ideal. Com a deusa, encantara-se com a beleza grandiosa do mar, com Xena, jogara-se no caos das ondas.

    Enlaçou a cintura da guerreira e acabou com o resto de distância entre elas. Sentiu a língua dela em seus lábios e lhe deu entrada. Tentou ir mais devagar, mas o sabor dela era delicioso demais para que conseguisse se conter, e deixou suas línguas perderem-se inquietas e sedentas uma na outra. Os braços de Xena estavam fechados ao redor dela, e Gabrielle podia sentir a força deles.

    As bocas se separaram, ofegantes, as testas ainda encostadas e os corpos grudados. Sentiu a guerreira beijar seu queixo, sua mandíbula, seu pescoço. A mão subiu e desceu por suas costas, depois passou em sua cintura, subindo até o seio e acariciando por cima do tecido. A loira respondeu beijando novamente a guerreira. A mão apertou devagar o seio que abarcava, percorrendo-o em lento atrito.

    Gabrielle começou a beijar o pescoço da morena, que jogou a cabeça para trás, dando-lhe acesso à região. Deslizou a alça do traje da guerreira, e começou a beijar o ombro. A mão da barda desceu pelas costas até encontrar o laço do traje de couro. Começou a desatá-lo, enquanto seus beijos percorriam os ombros, colo e pescoço da mulher. Quando os cordões estavam frouxos, sentiu as mãos da morena soltando seu himation.¹

    Viu-se nua, e Xena estava em seus seios. Inebriou-se com a sensação contrastante entre o ar frio da noite e o calor das mãos e boca que corriam por ela. Gabrielle fez menção retirar o traje solto que ainda cobria a morena, e esta soltou a barda por alguns segundos, livrando-se do corpete, mas sem desligar os seios acetinados do contato com seus lábios. Quando também estava nua, voltou a juntar-se na loira, suas mãos transitando pelas pernas e costas da barda, enquanto sua boca chupava os mamilos.

    Gabrielle sentia como se a mulher espalhasse brasas por sua pele, cada parte que ela contatava parecia ganhar uma palpitação própria que se difundia por todos os seus músculos. Sentiu falta de seu beijo e a puxou, saboreando novamente sua boca com todo fervor. Suas mãos cobriram os seios da guerreira, e logo quis prová-los, o que fez imediatamente. Eram quentes e tinham o gosto próprio que a loira estava reconhecendo em todas as partes do corpo de Xena, e que agitava seus instintos como nada que tivesse saboreado antes. A morena enredou-se nela com força e enfiou os dedos em seus cabelos, e Gabrielle pôde ouvir os gemidos da mulher. Os barulhos a fizeram sentir uma ânsia inesperada e ela continuou a descer com sua boca até alcançar o pequeno ninho de pelos escuros, brilhantes de umidade, entre as longas pernas.

    Começou seu íntimo beijo com a vagareza que tinha beijado a boca da guerreira, e deixou a paixão ir aumentando conforme a morena respondia. Mesmo naquele lugar repleto de sabores, ela distinguia aquele único que tinha aprisionados seus sentidos. Logo sua língua lambia toda a região, entrava e saía, sugava os lábios do sexo molhado. Quando tinha deleitado seu paladar, concentrou-se no pulsante ponto inchado até a guerreira bradar e tremer sob ela em arrebatamento.

    Foi tirada de seu lugar pelo puxão forte da guerreira, que a beijou com ardor apaixonado. Logo estava embaixo da alta mulher, e a boca apressada desta queria logo encontrar seu destino. Gabrielle agarrou o cobertor quando a guerreira começou a chupá-la, e não demorou muito para desfazer-se inteira em uma trepidação descontrolada.

    A morena deitou-se no cobertor, de lado, e a abraçou, beijando-a de novo. Seus sabores misturaram-se, seus corpos se enredaram em laços de pernas e braços, e esfregaram-se uma na outra com abandono. Logo a paixão pulsava de novo, demandando resolução. A guerreira escorregou a mão entre as pernas da barda, deslizando dois dedos dentro dela, e a loira fez o mesmo movimento em sua direção.

    Aferrou-se à guerreira o mais forte que podia, seus quadris moviam-se sozinhos, embriagada, ao mesmo tempo, na sensação dos longos dedos dentro dela e de seus próprios dedos dentro de Xena. Beijaram-se urgentemente enquanto se moviam dentro uma da outra, o balançar dos corpos cada vez mais vertiginoso.

    Gabrielle sentiu seu gozo chegar primeiro, quando seu abdome contraiu-se com força e o grito escapou de seu interior. Em seu êxtase, sentiu como os músculos internos da outra mulher comprimiam seus dedos e o líquido escorria em suas mãos enquanto a voz dela se unia à sua.

    Quando os corpos se aquietaram, os dedos saíram de onde estavam, as mulheres ancoraram-se uma na outra como quem se agarra a uma tábua flutuante em um naufrágio. Em seus músculos ainda ecoavam as pulsações do enlevo, e precisavam uma da outra para se reconectarem ao mundo. Quando sentiram que finalmente voltavam a pensar é que puderam se afastar e olhar uma para a outra.

    A barda pegou novamente a mão da guerreira e a beijou, sentindo o cheiro que agora marcava os dedos ainda molhados da mulher.

    – Quer saber? Gosto ainda mais das suas mãos agora.

    A morena respondeu com um sorriso que se estendeu por todo seu rosto.

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