-Esse cavalo é pra você.- Xena estava no estábulo com Gabrielle no começo da tarde.

Sem saber ao certo como reagir, Gabi deu uma risada sem graça e ficou parada no lugar.

-O que foi?

-Eu não gosto de cavalos, Xena.- Gabrielle falou com receio, enfim.

-Como não?- Para a Imperatriz era difícil pensar em alguém que não gostasse de cavalos. -Você não gosta ou tem medo?- Quis saber Xena enquanto esfregava o pescoço da égua.

-Eu tenho medo.- A garota se aproximou um pouco do animal e quando o bicho se virou lentamente para olhá-la com curiosidade, a jovem recuou.

-Bom… outro momento eu te ensino a montar então. Vem comigo.- Xena colocou o cavalo na baia e pegou o seu alazão preto. -Suba. 

Gabrielle estava com roupa de montaria, seus cabelos soltos e uma blusa de lã. Xena estava igualmente parecida, sendo a única diferença uma capa peluda em suas costas.

Com receio a jovem apoiou uma mão no ombro da imperatriz e subiu no alazão, logo em seguida. Xena montou atrás dela e a envolveu com os braços. Gabi relaxou suas costas no peito da imperatriz e sentiu o quanto a morena estava quente.

-Desculpa…eu dormi demais.- Solan apareceu no estábulo e olhou as duas. -Por que vocês tem que usar o mesmo cavalo?- Movido pela sua aborrescencia falou. 

-Porque eu quero.- Xena saiu galopando do estábulo e deixou o menino para trás que se apressou para montar em seu próprio cavalo e seguir a mãe.

-Então é fácil assim?- Ele disse acompanhando Xena.

-O que?- Disse a imperatriz.

-É só você querer e pronto?

-Sim…- Xena acelerou o passo do cavalo e sorriu para o garoto. 

Solan estava descobrindo a personalidade dela. Ela era uma mulher de critérios altos. Muitas pessoas se incomodavam com o jeito dela dar preferência para determinadas pessoas e coisas, mas a realidade era que a imperatriz passou a preservar a qualidade de seu meio e não a quantidade. Ela era decidida e na maior parte do tempo fria, o que tornava sua pessoa tão calorosa quanto o sol para os que tinham o privilégio de tocar em sua majestade.

O rapaz estava disposto a se tornar como ela, em sua concepção, Xena era tão poderosa ao ponto das pessoas não conseguirem olhar em seus olhos. A mulher andava sempre de cabeça erguida e com passos fortes, sem falar no seu aperto de mão que era seguro e decidido. 

Conforme a imperatriz passava pelas ruas, as pessoas davam passagem a ela não pelo fato de ser a conquistadora, mas pela vibração que trazia consigo. Sua energia era espantosa e dava a impressão de intocável. Em tese ela era, até mesmo os deuses se batalhavam para possuir a devoção de Xena e aquilo era algo além do imaginável para Solan.

Naquela tarde, Xena e os demais estavam indo ver Phobos. O engenheiro marcou de encontrar a imperatriz com seu grupo na faixa de terra que ligava o lado leste e oeste da península. A trupe da imperatriz estava composta por Solan, Gabi, os duques de Loyola, Delfos e cinco guardas reais. Eles estavam tentando andar o mais rápido que podiam, mas o vento forte que vinha do leste os encontrava.

Quando chegaram lá, viram que Phobos estava na companhia de outros dois rapazes e acenava para a imperatriz. A faixa de terra possuía uma estrada que era usada pelos marinheiros para transportarem as cargas. Em volta, ela era larga e dava vista para o mar dos dois lados. O local tinha muitos quilômetros de largura, mas ainda sim era somente uma faixa de terra. O movimento por lá estava baixo devido ao frio, eram poucos navios que atracavam nos portos e movimentavam as mercadorias.

-Majestade.- Phobos a reverenciou. – Estes são meus filhos, vão me ajudar nesse projeto.

-Espero que tenha uma equipe maior, Phobos, esse muro tem que ficar pronto antes da primavera.- A imperatriz falou enquanto descia do cavalo e ajudava Gabi.

O homem engoliu a seco e prosseguiu.

-Bom, majestade. Eu estava analisando e eu acredito que com 5 mil homens podemos construir o muro em pontos estratégicos até a primavera, mas não terminá-lo a tempo.

-E se usarmos 10 mil?- Xena perguntou.

-Teríamos um avanço melhor, mas ainda sim não terminaríamos.

-E quais são os pontos estratégicos?

Phobos começou a explicar para a imperatriz como o muro deveria ser feito. Ele teria que cercar os dois lados de Corinto e ainda dar acesso aos marinheiros pela faixa de terra. A ideia foi então erguer o muro de 5 metros em volta de Corinto, deixando livre uma pequena parte da faixa de terra para que o Mar mediterrâneo pudesse ser vigiado no caso de um ataque por detrás do muro. Seria construída a parte de concreto primeiramente na faixa de terra, reforçar os muros do palácio e isolar toda parte Leste da cidade que ficava mais perto de Atenas. O restante seria protegido por barricadas de madeiras e protegido por guardas. 

Dessa forma, Corinto ficaria protegida e o muro impediria a passagem por terra. Se os inimigos quisessem atacar a península, teriam que passar pelo mar, o que seria a sentença de morte deles. 

Phonos estava explicando para Xena a dinâmica que usaria para erguer o muro, enquanto todos estavam em volta ouvindo atentamente. Gabrielle se aproximou da imperatriz e tocou em seu braço sem pretensão alguma. Xena a puxou para sua frente e enrolou seu braço em volta do pescoço dela. Elas ficaram naquela posição enquanto o engenheiro falava.

Por um momento Xena notou o desconforto de Phobos e de seus filhos, no entanto, não se atreveram a se manifestar.

-Eu acredito que seja isso, majestade. Quando posso começar?

-Me faça uma lista de todos os materiais que terá que usar, eu mandarei eles para você e poderá dar início.- Xena respondeu.

-Muito bem então, majestade.- Phobos enrolou seu pergaminho e começou a conversar com o duque de Delfos.

Enquanto isso, Xena se distraiu com Gabrielle. Elas caminharam um pouco para frente sem quebrar o abraço e fitaram o mar ao longe.

-Está se sentindo melhor?- Xena perguntou com relação a leve ressaca de Gabi naquela manhã.

-Estou sim…um pouco lerda, mas estou melhor.- A loira falou e recebeu um beijo na têmpora direita.

Gabrielle olhou para os lados e viu que as poucas pessoas que estavam lá olhavam para elas com estranheza. Talvez fosse o fato da imperatriz estar demonstrando afeto em público.

Xena apoiou seu queixo na cabeça de Gabi e ficou pensativa, permitindo que sua companheira sentisse toda sua tensão.

-Você está realmente preocupada com o que?- Gabi quis saber.

-Se eu perder essa guerra vão me caçar. Vou perder tudo o que construí até hoje e possivelmente terei de fugir da Grécia.- Disse Xena vidrada no mar.

-Você está com medo de morrer?- A pergunta foi inocente, mas fez Xena rir com um certo desdém e continuou.

-Não, ninguém consegue me matar, mas estou com medo de perder muita gente e muitas coisas.

-Qual a chance de você ganhar a guerra?

-Só vou saber isso depois que Mioll me der notícias.

As duas ficaram em silêncio por um tempo, apreciaram a vista no calor de seus corpos então Solan se aproximou.

-Qual vai ser nosso movimento depois que a General mandar notícias?

-Acredito que vamos começar a atacar os portos e depois faremos os ataques por terra.

-Já tem ideia de quais portos são?- Solan perguntou.

-Tenho.- Xena falou com um tom de desapontamento.

 *****************

Depois que voltaram para o palácio, todos se reuniram no gabinete e discutiram possíveis estratégias e tentaram prever possíveis acontecimentos. No fim de tudo Gabrielle saiu do gabinete e foi encontrar com Delia. A senhora havia mandado um mensageiro chamá-la.

-Duquesa.- Gabrielle entrou em uma das salas do palácio e encontrou Délia tomando chá na varanda.

-Querida, sente-se aqui.

-Recebi seu recado.

-Que bom… Tome um pouco de chá.- Delia serviu Gabi.

Gabrielle tomou a xícara, bebericou o líquido amarelo escuro que esquentou seu peito e olhou para a duquesa um tanto nervosa pois a mulher parecia mais séria que o normal.

-Como você está se sentindo? Melhor da ressaca de ontem?- A senhora perguntou humildemente.

-Estou melhor sim, obrigada.- Gabi respondeu sem graça.

-Você entendeu o que aconteceu ontem no baile, Gabrielle?- Delia perguntou ainda séria.

-Eu…acho que não entendi a pergunta.

-Você está na mira de todos desse palácio agora. Você deixou de ser uma escrava e se tornou mais que uma marquesa, se tornou a consorte da imperatriz. As pessoas estão falando só disso hoje.- Delia tomou um gole do seu chá e continuou. -Eu te aconselho a não sair sozinha por ai e muito menos se expor demais para os outros. Cada indivíduo desse lugar irá usá-la para se aproximar de Xena e é sua responsabilidade ser discreta.

Gabi estava nervosa agora, Delia tinha razão e sua responsabilidade havia aumentado. Se antes as pessoas a evitavam por ser uma escrava corporal, hoje elas iriam tentar ao máximo se aproximar. 

-Eu entendo que você não teve amigos até hoje, mas não se deixe enganar pela aproximação dessa gente.

-Quem a senhora sugere que eu me aproxime?- Gabi falou enquanto deixava o chá de lado.

-Rita é uma boa moça, sugiro que faça amizade com ela. Com a duquesa de Delfos também. Você tem um bom senso para as pessoas, querida, confie nos seus instintos.

-Farei isso, duquesa…- Gabi tomou mais um pouco de chá e ficou pensativa.

-O que foi, minha filha?- Quis saber Delia carinhosamente.

-O que uma marquesa faz?

-Esperam os duques morrerem. Só.- Delia não conseguia evitar sua sinceridade e Gabrielle deu risada.

-Impossível ser só isso.- Gabi falou humorada.

-Bom, em tese os marqueses são filhos dos duques e herdeiros. Sendo assim, eles observam e aprendem a administrar o patrimônio. Não se preocupe, Gabrielle. Você vai aprender muita coisa comigo e com Xena. Quando eu morrer acredito que minha fazenda vai estar em boas mãos.

-Duquesa, espero que viva bastante. Eu não tenho pressa nenhuma em herdar sua fazenda.- Gabi falou docemente e tocou a mão de Delia que estava a sua frente.

-Eu sei, querida. Por isso escolhi você.- A senhora deu um tapinha no rosto arredondado de Gabi e puxou as bochechas.

Depois do chá, Gabrielle saiu da sala e estava indo em direção a biblioteca, foi quando ouviu um passo atrás de si e parou para conferir.

-Oi, Najara.- A loira sorriu para a sentinela após descobrir que se tratava dela.

-Olá, Marquesa.- A mulher se aproximou com humor. 

Gabi deu risada e empurrou levemente o ombro da sentinela.

-Não me chame assim.

-O que foi? Não gostou de ser parte da nobreza?

-Não é isso…eu só não estava esperando algo assim.

-Parece que a imperatriz não falha mesmo com você. Pelo menos uma vez na vida ela acertou.

-Najara, eu adoro você, mas não gosto quando fala assim da imperatriz.- Gabi acabou assumindo uma postura séria.

-Eu sei, Gabi. Mas você sabe que não é mentira.

-Xena está se esforçando para ser melhor, ela reconhece os erros e até onde conseguir ela vai tentar consertar.

-Espero que esteja certa, Gabi.

-Eu estou…pode ficar tranquila.- O clima ficou chato entre elas por um momento e então Najara continuou.

-Me desculpe.

-Está tudo bem. Não é como se Xena fosse inocente.- Gabi falou meia entristecida.

 -As vezes eu tenho medo dela te machucar, Gabi.- Najara falou com um olhar preocupado.

-Ela nunca fez nada demais comigo, Najara. Pelo contrário…- Gabi  ia terminar, mas Najara a cortou.

-Eu sei. Mas não pode me culpar por sentir receio.- A mulher fez uma pausa e depois continuou.- Era horrível os gritos das meninas que eram levadas para o aposento dela.

Gabi encarou Najara por um tempo e tentou não imaginar a mulher pela qual ela estava apaixonada machucando alguma jovem.

-Isso foi a verões atrás. Xena não nutre mais esses fetiches obscuros.- Gabi cerrou os olhos e olhou para o chão enquanto tentava achar em seu coração, uma defesa para sua amada.

-Você tem certeza disso, Gabrielle? 

-Absoluta.

-Eu vou confiar em você então.- Gabi sorriu com um certo desconforto.

 **************

 

-Eu não acredito que passei o maior tempo te procurando pra te encontrar aqui dormindo.- Solan entrou na sala privada do quarto andar e encontrou Xena deitada no tapete ao lado da lareira e coberta até metade do rosto.

-Eu não estou dormindo, estou refletindo.- Xena respondeu com os olhos fechados.

A imperatriz adorava ficar naquela sala. Ela deitava no tapete de pelo e deixava o fogo a esquentar. Apreciava os momentos de solidão, ainda mais se estava sob pressão. A ansiedade era o maior mal da imperatriz ao ponto dela sentir seu estômago doer às vezes, mas sua frieza a impedia de demonstrar. 

-Uhuum. To vendo a reflexão.- Solan respondeu enquanto tirava as botas e se sentava na frente de Xena.

-Precisa de algo?- Falou Xena ainda com os olhos fechados.

Solan ficou em silêncio um tempo e percebeu o quanto sua mãe parecia vulnerável daquela forma, então resolveu brincar com ela um pouco. Ele tirou a adaga de seu cinto sem fazer barulho e aproximou do olho da imperatriz, ele estava quase convencido que seria fácil matá-la ali, até que….

-Se você cutucar meu olho com essa adaga eu vou chutar seu traseiro daqui até a Macedônia.- Respondeu como se pudesse ver pelas pálpebras e os ombros do rapaz caíram em desânimo.

-Você é muito sem graça…- Solan abaixou a adaga frustrado. -Como faz essas coisas?- Xena não respondeu. -Hein?- Ela não respondeu de novo. -Você dormiu?- Solan cutucou o rosto dela com a ponta do dedo e Xena nem se mexeu. Então ele se abaixou um pouco e ficou bem perto. -Mãe?- Ele chamou.

Xena ergueu uma sobrancelha e então abriu os olhos levemente. Ver seu filho a chamá-la daquela forma foi diferente. Pela primeira vez, ela se sentiu mãe. 

         -Sim?- Abrindo um olho, a mulher perguntou num tom aveludado.

        -Nada. Vou… me deitar aqui também. -Solan extremamente desconcertado se deitou no tapete, ao lado de sua mãe, colocou os braços embaixo da cabeça e ficou encarando o teto alto. Xena o encarou por alguns minutos e logo tornou a fechar os olhos. O crepitar do fogo, o cheiro de madeira queimando e o silêncio preguiçoso trouxe sentimentos novos em Solan e Xena. Queriam poder dizer algo. Expressar que por verões desejaram um momento como aquele, mas preferiram aproveitar a nova experiência. Lado a lado, sem se tocarem e relaxados, eles se permitiram afastar um pouco mais o passado tão doloroso.

Eles nem se deram conta do tempo em que ficaram ali. Adormeceram até o por do sol, quando Gabrielle entrou na sala, notou que estava escuro lá dentro e tudo o que restava da lareira eram brasas avermelhadas. A garota estava desconfortável com a conversa que teve mais cedo com Najara, então teve a ideia de procurar Xena e perguntar se a história dos gritos eram verdade. Se aproximou mais da lareira e descobriu duas figuras adormecidas. Se aproximou mais e notou que Xena e Solan estavam cochilando. Aquela cena derreteu o coração dela. 

Gabi se sentou com cuidado atrás de Xena. Ficou olhando ambos com orgulho. Ela então não resistiu e fez carinho no cabelo de Xena, que não precisou de muito para os abrir os olhos azuis. 

-Desculpa.- Gabi cerrou os lábios e tirou a mão de Xena. -Eu esqueço que seu sono é leve. 

-Eu não estava dormindo.- Xena sussurrou.

-Estava até babando.- Gabi se segurou para não rir e limpou o canto da boca de Xena.

A imperatriz sorriu e olhou o garoto. Com muito cuidado ela se desvencilhou de suas cobertas e levantou. Ela e Gabi saíram da sala e deixaram Solan quieto.

-Dia calmo esse, não?- Gabi falou enquanto entrava de mãos dadas com Xena no aposento real.

-Até que sim….Onde você estava?

-Estava na biblioteca.- Gabi respondeu se sentando no sofá e colocando os pés nele.

Xena olhou para ela enquanto enchia um cálice de água, em seguida bebeu e se sentou ao lado dela.

-Você está linda hoje, sabia?- Xena falou enquanto colocava os pés de Gabi em seu colo.

-Você acha? 

-Sim…. você fica incrível com essa roupa.- Xena falou mencionando a roupa de montaria que Gabi ficou o dia todo. 

-Gostei dela. Acho que vou usar calças como você.- A garota respondeu e usou seu pé para acariciar a coxa de Xena.

A imperatriz se aproximou mais dela e beijou sua boca.

-Vai ficar incrível… mas eu prefiro você sem absolutamente nada.- Ela voltou a beijar Gabi. 

Elas começaram a se beijar nervosamente.

-O que ia fazer comigo ontem a noite?- Gabi perguntou entre os amassos.

-Eu ia fazer você gritar meu nome várias vezes.- Disse Xena no meio dos beijos.

-E como pretendia fazer isso?- Gabi estava provocando.

Xena colocou Gabrielle em seu colo e apertou a bunda dela e de um instante para o outro seus olhos passaram a pegar fogo.

-Huuuum… Você tinha ideias mais agressivas?

-Sim…- Xena falou.- Você tem algum problema com isso?-  A Imperatriz olhou agora séria para Gabi e a garota balançou a cabeça dizendo que não.

-Promete me avisar se eu extrapolar?- Disse Xena beijando o pescoço de Gabi.

-Prometo. 

Xena se levantou com Gabrielle no colo. Pegou uma cadeira da mesa e colocou no meio do quarto, depois sentou Gabrielle. 

-Tire sua roupa. Eu já volto.- Xena sumiu de vista e Gabrielle tirou sua roupa.

Ela não sabia ao certo se deveria fazer aquilo, lembrou-se do que Najara falou e sua imaginação tentou reproduzir os gritos das jovens, sentia medo de estar mexendo com algo perigoso, porém seu coração queria confiar ao máximo em seu amor.

Xena apareceu minutos depois. Gabrielle estava de costas para ela, nua e sentada na cadeira. A imperatriz surpreendeu ao se inclinar por de trás da cadeira e puxando o cabelo sem que Gabi para a cabeça se inclinar para trás. Elas se beijam naquela posição até que Xena revela cordas em sua mão. Ainda com os lábios colados Xena fala com um sussurro aflito de excitação.

-Eu vou ter que te prender. Ta bem?- Gabi somente responde com a cabeça. -Diga.-  Seu tom era severo.

-Sim, majestade.- Gabrielle viu um tom acinzentado no olhar excitado de Xena. Aquilo definitivamente fez a imperatriz arder de desejo.

-Levante o joelhos.- Xena ordenou. -E fique sentada de forma ereta.

Gabrielle colocou os pés na cadeira que era relativamente larga e ficou com os joelhos dobrados. Xena pegou a perna direita de Gabi, amarrou a corda no joelho e depois amarrou no pé da cadeira. Em seguida repetiu o movimento com o outro joelho e deixou Gabrielle escancarada.

-Está tudo bem?- Xena pergunta e a garota fez um gesto afirmativo. -Você não faz ideia de como está deliciosa nessa posição.-  A imperatriz lambe os lábios e sorri. Em seguida ela caminhou lentamente até sua mesa e colocou vinho no cálice calmamente.

Gabrielle não estava acreditando no que Xena estava fazendo. Lá estava ela, amarrada e cheia de tesão e a imperatriz estava degustando seu vinho com a maior calma do mundo.

-Huuuum…eu adoro esse vinho.- Xena fala e se vira para encarar Gabrielle. Então ela caminha lentamente e cai de joelhos entre as pernas da loira. – O seu gosto é maravilhoso, sabia?- Xena falava enquanto olhava o  corpo de Gabi. A forma que a morena encarava principalmente o sexo molhado estava deixando a garota com mais tesão e ao mesmo tempo vulnerável. 

-Está se sentindo exposta?- Xena surpreendeu Gabi ao “ler” a mente dela. – Eu prometo que vou ser gentil…- falou beijando a parte interna da coxa da jovem. -…na medida do possível.- A imperatriz derramou vinho no barriga de Gabi e as gotas do líquido escorreram até o sexo. Sem delongas Xena passou sua língua no sexo encharcado e a garota gemeu alto. -Como eu imaginei…seu gosto fica melhor ainda.-

Xena pegou as mãos de Gabi e sem desviarem os olhares, então derramou um óleo nelas.

-Se toque para mim.-

Gabi riu com sarcasmo e esfregou suas mãos. Ela se tocou no pescoço e desceu bem lentamente até seus seios. Xena percebeu que os joelhos de Gabi já não estavam tão abertos, então ela abriu mais eles e com um toque feroz desceu as mãos pelas coxas e alisou a virilha. 

-Brinque com seus peitos como se fosse eu, Gabrielle.- Xena contornava a virilha da garota com os dedos indicadores. O sexo de Gabi começou a latejar e seus sucos escorriam.

Gabrielle beliscou seus mamilos uma, duas, três vezes até que eles endureceram. Os músculos de seu ventre se contraíram e um gemido escapou de sua boca. Xena se levantou ainda sob os joelhos, deixou sua boca na altura da de Gabi.

-Geme mais uma vez- A mulher falou e Gabrielle obedeceu.

-Aawwn. 

A imperatriz escorregou seus dedos que estavam na virilha de Gabi para baixo e em seguida subiu a mão arranhando a coxa.  

-Toca mais para baixo agora.- Xena ordenou mais uma vez. 

Obedientemente, Gabrielle usou seus dedos para circular seu clitóris.

-Faça você.- Gabrielle pediu ainda sussurrando perto dos lábios de Xena.

-Ah eu vou, mas daqui a pouco.- Com a língua entre os dentes e o olhar sensual, Xena faz Gabi enlouquecer e a garota tenta puxar a corda do joelho. -ah ah…parada.

-Por favor, Xena.

-Primeiro você.  

Gabi volta a se masturbar e sua boca se abriu. Os lábios de ambas quase se tocaram e Xena sorriu ao ouvir mais gemidos. Ela segura o rosto de Gabi e manteve um sorriso pervertido.

-Essa sua boquinha faz sons incríveis.- Sem falar mais nada, Xena introduz um dedo em Gabrielle. A garota gemeu e perdeu o fôlego. Em seguida, a imperatriz se abaixou e lambeu cada centímetro do sexo de Gabi. -Eu enlouqueço em te ver pulsar assim.

-Cala essa boca e me come.- Gabrielle usou suas mãos livres e empurrou a cabeça de Xena em seu sexo. Em sequência começou a balançar seu quadril para sentir a língua molhada de sua amante. A imperatriz enfiou a língua nela e Gabi empurrou seu quadril para frente. Seu sexo ardia e latejava, era possível sentir o sangue circulando naquela região cada vez mais. -AAaawn…Xena, não para agora…

Com sua língua em movimento rápidos e fortes a imperatriz tirou vários gemidos de Gabrielle e um orgasmo intenso veio. Antes mesmo do orgasmo de Gabi acabar, Xena pegou sua adaga, cortou as cordas que prendiam a garota, pegou ela no colo e a jogou na cama. Gabi caiu de barriga para baixo e sorriu de maneira pervertida. 

-Eu vou fazer você pedir por trégua essa noite.- A mulher falou e deu um belo tapa na bunda de Gabi. Seus dedos marcaram a pele.

-Então pode começar. 

Gabrielle sorriu e descobriu naquela noite um lado mais “perigoso de Xena”.