-Venha, Solan. Aqui está bem frio.- Xena pegou na mão de seu filho e desceu do terraço. Foram até o quarto andar, onde havia a sala privada de visitas.

Estava gelado e escuro na sala. Xena soltou a mão de Solan, foi em direção a lareira e acendeu. Depois acendeu as tochas espalhadas pelo ambiente e por fim tudo se iluminou. Era começo da noite e a imperatriz queria dar a chance de seu filho falar mais.

Solan se sentou no sofá de frente a lareira e passou a observar o fogo em silêncio. As chamas tremeluzentes cintilavam em seus olhos vidrados e acompanhavam os sons dos sapatos de sua mãe. A imperatriz encheu dois cálices de vinho e entregou um para o garoto. Depois se sentou no chão, com a costa escorada no sofá e mirou o fogo igualmente.

Solan observou o quão simples a imperatriz parecia sentada no chão. Pela primeira vez na vida, sentiu que ela era uma mulher tocável e bem mais normal do que parecia. Talvez nem tudo o que diziam sobre ela era verdade, talvez no fundo, ela ainda fosse uma camponesa.

-Quando tinha minha idade você gostava de fazer o que?- Perguntou o garoto.

Xena tomou um gole do seu vinho e refletiu sobre a pergunta.

Aos 17 verões, Xena já havia sido expulsa de Anfípolis, ficou um bom tempo vagando pela estrada até conhecer um grupo de bandidos. Ela se juntou a eles e aterrorizaram boa parte da Macedônia. Depois dessa fase, tudo piorou, o caos que a princesa guerreira causou na Grécia até finalmente subir ao trono foi descomunal. Porém, olhando dentro de si agora, Xena tinha saudades de coisas que essa liberdade selvagem a deu. 

-Eu gostava de dormir ao lado da fogueira. Olhava o céu e prestava atenção no som de cada animal noturno à minha volta. Quando eu conseguia beber cidra era melhor ainda.

-O que tinha de especial na cidra?- Solan quis saber.

-Ele me esquentava na proporção certa. Não me deixava bêbada, mas também não muito sóbria. Eu dormia bem a noite toda e no dia seguinte acordava sem dor de cabeça.

Solan se sentou no chão ao lado de Xena e olhou para ela. A imperatriz o olhou de volta e não conseguia decifrar o rosto dele.

-O que foi?- Ela perguntou calmamente. 

-Você é tão real.

-Isso é bom?

-Eu acho que sim.

Os dois se olharam por um tempo e Xena simplesmente não sabia como reagir ou falar. Um abraço seria bom? Provavelmente, mas ela travou e não conseguiu achar a melhor forma de tratar seu filho.

-Kaleipus disse que ninguém conhece a Grécia como você… Acha que pode me mostrar todos os lugares um dia? 

Xena Sorriu. Seu filho era um aventureiro e pelo que estava percebendo, existia uma pontada de admiração da parte dele para com ela. Aquilo foi um bom começo.

-Eu vou fazer o possível. Não é como se eu pudesse sair de Corinto a qualquer momento, mas entre uma viagem ou outra eu vou dar meu melhor para te mostrar a Grécia da forma que eu vi.

-Você vai me ensinar tudo o que sabe?- Solan continuava encarando Xena com olhos curiosos.

-Pretendo.- Solan sorriu e encarou o fogo. Eles ficaram mais uns minutos em silêncio até que Xena prosseguiu.

-Que tipo de pessoa é você, Solan?- Ele pensou por um tempo e em seguida continuou.

-Eu acho que sou uma pessoa ambiciosa. 

-E qual sua maior ambição?-

-Ser melhor que você. 

Xena sorriu e puxou a cabeça de Solan para o ombro dela. O menino não resistiu e recebeu o afago no rosto. Foi mais um carinho desajeitado do que materno, mas por hora estava valendo. O que a imperatriz mais queria, era que seu filho fosse melhor que ela em todos os sentidos. Por esse motivo, iria fazer de tudo para ajudá-lo.

O que estava acontecendo afinal? O que era essa avalanche de sentimentos e mudanças vindo para sua vida? Primeiro Gabrielle e depois Solan. As coisas estavam no começo, mas o sabor novo dava uma sensação diferente. 

No fundo Xena estava com medo, essas mudanças eram boas, mas não queria dizer que eram permanentes. Iria ter que dar tempo ao tempo e só então se acostumar com essa nova fase.

-E você… que tipo de pessoa é?- perguntou Solan levantando a cabeça.

-Também sou ambiciosa.

-Existe algo que você ainda queira?- O rapaz parecia surpreso, aparentemente Xena já tinha tudo o que queria.

-Eu nunca estou satisfeita. Eu gostaria de viver para sempre para ter tempo de explorar o mundo. Ter tempo de melhorar como pessoa e me redimir. 

-Existe algo que você queira muito e nunca conseguiu?- O rapaz estava realmente engajado na conversa. 

-Existe.- Xena olhou para o fogo e deu uma risada no canto da boca.

-O que é?

-Não posso contar… Você vai tentar roubar de mim.- Xena riu.

-Eu não vou…me fala.- Solan ficou de joelhos e quase implorou.

-Existe uma adaga… É a adaga mais poderosa do mundo. Eu tentei encontrá-la quando era jovem, mas a única coisa que tive foi problemas.- Xena deu mais um gole em seu vinho.

-E onde ela está?

-Não vou te contar.- Xena riu de novo, mas a verdade é que ela não sabia onde estava.

-Está com medo de eu ser melhor que você e encontrar antes?- O rapaz deu risada também.

-Sim..- Solan ficou sério. -Eu irei encontrá-la um dia e quem sabe dar a você…

-Por que você quer essa adaga?-

-Por que eu tenho contas a acertar com um certo deus…- Os olhos de Xena chamuscaram e Solan percebeu a mudança.

-Por que você iria querer acertar contas com um deus? 

-Por que ele prometeu que um dia voltaria para resolvermos assuntos inacabados e eu só vou ter chances de enfrentá-lo se tiver essa espada.

Solan parecia assustado e ao mesmo tempo surpreso. Sua mãe era realmente a pessoa mais singular que essa terra já viu. Havia tanto poder nela que incomodava até os deuses

-Que deus é esse?

-Ares.

-O que você fez para ele?- Os olhos do menino se arregalaram.

-Isso é uma longa história, Solan. Muito, muito longa. Um dia eu conto a você, até lá, eu quero que você fique tão forte e inteligente quanto eu. Se Ares realmente voltar para acertar contas, você será meu herdeiro e cuidará de tudo o que eu deixar.

-Você não está contando como um fim, não é?

-Talvez… é de Ares que estamos falando. 

Xena terminou seu vinho e fugiu dos olhos do seu filho.

-Eu vou te ajudar a procurar essa arma. 

-Tomara que sim… Mas antes disso, tem que aprender muito. Que tal irmos até um bosque fora da cidade amanhã e passarmos um tempo caçando? 

-SIM.- O rapaz respondeu com ânimo e tirou mais sorrisos de sua mãe.

Os dois ficaram mais um tempo conversando e se conhecendo.

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Gabrielle estava no aposento real. Estava mais especificamente de frente para a lareira se esquentando. Estava preocupada com Xena e Solan. 

A imperatriz estava tão nervosa quando bateu no garoto e o máximo que ela pode fazer foi entrar na frente e tentar impedir. Xena ficava assustadora e descompensada naquela forma, Gabrielle podia jurar que a qualquer dia iria receber um soco por tentar intervir. Mas além de preocupada, estava incomodada com aquela situação. 

Solan queria atenção e a imperatriz não estava conseguindo lidar. Às vezes tratava o garoto como filho e logo em seguida estragava tudo. No fim das contas era ela quem pagava pela raiva de Solan. Gabi esfregou a cabeça no local que levou o puxão e fez biquinho. Esses dois são mais fortes do que percebiam.

Um barulho na porta chamou a atenção da jovem. Xena estava entrando no aposento e com um sorriso bobo no rosto. Ao ver aquela cena, Gabi relaxou.

Sem dizer nada a garota correu na direção da imperatriz e a abraçou.

-Não preciso perguntar se deu tudo certo, não é?

-Foi mais que ótimo.- A imperatriz abraçou Gabi forte.

-Me desculpe pela bronca mais cedo. Eu fiquei irritada com vocês dois.- Gabi olhou para Xena e em resposta recebeu uma bitoca no nariz.

-Você fica tão linda toda irritada.- A imperatriz mordeu o pescoço de Gabi e a menina riu.

-Eu quero saber de tudo, nos mínimos detalhes. 

O jantar já estava no aposento. As duas se sentaram e a imperatriz contou tudo para Gabrielle. Por um momento a jovem se emocionou, mas quando viu o sorriso no rosto de Xena, começou a rir junto.

-Vocês se resolveram então? Ele vai ficar?

-Eu acredito que sim. Eu prometi a ele que amanhã iremos para fora da cidade dar um passeio.

-E o que tem fora da cidade?-

-Tem um bosque ao leste. Eu gosto daquele lugar por ser calmo. Acho que Solan vai se divertir em caçar e fazer todas as perguntas que tiver vontade.

-E vocês vão sozinhos?

-Sim… Eu pensei em levar um guarda ou dois, mas acho que se eu e ele sairmos escondidos não terá problema.

Gabrielle levantou da cadeira e se sentou no colo de Xena com as pernas abertas. A imperatriz ergueu uma sobrancelha e deu um sorriso safado.

-E o que eu vou ficar fazendo enquanto você estiver fora?- Gabrielle fez beicinho.

-Eu vou te distrair bastante essa noite pra que você tenha o que lembrar e pensar.- Xena beijou o pescoço de Gabi.

A garota sorriu e jogou a cabeça para trás. Xena ajeitou as pernas de Gabi, levantou da cadeira com Gabrielle e caminhou até a cama.

-Vou te mostrar o que vai fazer amanhã enquanto se lembrar de mim.- Xena sentou Gabrielle na cama e ficou em pé na frente dela. Em seguida, tirou sua própria roupa e pegou as mãos da loira. Fez com que a mão de Gabrielle tocassem seu corpo por partes. 

Primeiro foi no abdômen torneado. Xena guiou as mãos delicadas de Gabi pela sua barriga e a garota sentia cada centímetro da imperatriz. Depois Xena desceu as mãos brancas até seu quadril, vez a garota tocar cada canto da sua bunda, logo em seguida as coxas. A imperatriz fez Gabrielle apertar suas coxas grossas e subir quase perto da virilha. 

Os olhos de Gabi tinham uma chama e a morena estava gostando. Subiu as mãos até seus seios e também vez Gabrielle apertar eles. A garota apertava ambos com vontade e por um momento se desvencilhou das mãos de Xena e brincou com os mamilos quase duros. 

Xena começou a ficar molhada, então pegou uma mão de Gabrielle, colocou a perna esquerda em cima da cama e deixou seu sexo visível. Fez a mão de Gabi percorrer pela umidade e explorar entre sua perna. Gabi esfregava o sexo de Xena sem tirar os olhos dele. Percorreu com os dedos para cima e para baixo e quando foi enfiar eles, a imperatriz impediu.

-Tira sua roupa.- Xena ordenou e muito rápido Gabi obedeceu. Tirou seu vestido e se sentou na cama de novo. Xena empurrou a garota e flexionou as pernas dela para ficar na cama. -Chupa dois dedos seu, um de cada mão. – E Gabi obedeceu. -Agora esfregue os bicos dos seus peitos.

Gabrielle fez e encarava a imperatriz o tempo todo. 

-Brinque com eles, amor.

Lá vem ela de novo. Gabrielle pensou e apertou seus seios com as mãos. Juntou eles e colocou seus mamilos entre os dedos. Aquela brincadeira estava deixando Xena doida e ela não resistiria em tocar Gabi por muito tempo. 

-O que eu faço agora, majestade?- Gabrielle sabia que a imperatriz adorava ser chamada assim no sexo. Era o super ego dela que dominava.

-Continue brincando com um peito e chupe um dedo. 

Gabrielle obedeceu. Enquanto acariciava seu próprio seio, colocou um dedo na boca e começou a fazer movimentos eróticos com ele. Sugava, lambia, mordiscava e sem Xena pedir ela deslizou a mão bem devagar até sua umidade.

-Abra bem suas pernas.- Xena falou e a garota escancarou as pernas para a imperatriz.

Antes de chegar entre as pernas, Gabi esperou o comando de Xena.

-Se toque pra eu ver. 

Gabi deslizou o dedo molhado pelo seu sexo. Abriu os lábios para que Xena olhasse bem para ela. A imperatriz se ajoelhou entre as pernas da garota e ficou olhando bem de perto.

-Brinca com ela.- Xena falou com a voz profunda. 

Gabrielle riu pervertidamente e começou a circular seu clitóris enquanto mantinha seu sexo bem a mostra com a outra mão. Subia e descia o dedo, espalhava sua umidade e se penetrou bem devagar. A imperatriz começou a se tocar enquanto assistia a cena. A jovem tirou seu dedo de si e mostrou o quanto estava molhada para Xena. Sem perder tempo, a morena chupou o dedo.

Gabrielle pegou seu dedo de volta e voltou a se tocar. Xena não aguentava mais, lambeu seus dedos e lentamente tocou Gabi.

-Huuuun- A garota gemeu. -Com suas próprias mãos, a imperatriz separou os lábios e começou a tocar Gabi. 

-Você é linda.- A imperatriz falou e beijou Gabi no meio das pernas. -Gostosa.- Beijou mais uma vez. -E minha.- A língua de Xena deslizou pela fenda de Gabi e a jovem gemeu. Penetrou com sua língua e seguiu até o clitóris. Chupou ele, lambeu em círculos lentos, círculos rápidos, para cima e para baixo, passeou com a língua por todo lugar e voltou a chupar.

-Eu adoro quando você fica vermelhinha assim, meu amor.- Xena beijou o sexo de Gabi com vontade e carinho. A menina estava vidrada em cada movimento e sua pélvis se mexia com cada toque. 

A imperatriz subiu na cama, levou Gabi mais para o meio e se deitou por cima dela. Seu tronco foi envolvido pelas pernas da loira e o beijo entre elas foi quente. Beijos e mordidinhas eram dadas na boca, queixo, bochecha, pescoço, orelha e qualquer lugar que ambas quisessem. Xena chupou a língua de Gabrielle mais de uma vez. A garota batia na bunda da imperatriz e arranhava as costas. Ambas queriam se tocar em toda totalidade, então Xena se sentou e Gabi se encaixou no meio das pernas dela. Os sexos se encostaram e o abraço foi fechado. 

-Eu quero ser só sua, Xena.- A menina falou no ouvido da imperatriz enquanto movimentava seu quadril.

-Você já é.- Xena com as mãos o quadril de Gabi ajudava ela a se movimentar e criar atrito entre.

Elas se beijaram e a vontade constante de se envolver e não querer deixar um espaço sequer entre elas aumentava. Todo movimento trocado era feito sem que os corpos se distanciassem e os olhares estavam fixos.

-Eu estou chegando.- Falou Gabrielle que estava por cima de Xena e continuava movimentando o quadril.

-Goza e geme no meu ouvido.- A imperatriz pediu. 

-Pede de novo e me chama de amor?- Falou Gabi no ouvido da imperatriz.

-Goza gostoso pra mim e geme no meu ouvido, amor.- A voz de Xena era profunda. Gabi começou a se mover mais rápido e com mais intensidade.

-Fala de novo…- Disse ela quase sem fôlego.

-Goza, meu amor.- Xena falou quase em um sussurro. 

-Aanhww- Gabi gemeu com pouco ar e o quadril de Xena começou a se movimentar rápido junto com o dela. A testa das duas estavam coladas e os olhos não perdiam contato visual. Estavam em um abraço e enfim as duas chegaram no climax juntas. 

Xena envolveu a mão com os cabelos loiros e segurou Gabi até o beijo perder força. Elas ficaram na mesma posição por alguns minutos e tudo o que faziam era se olhar. 

-Eu gosto muito de você, Xena- Disse Gabi com a voz doce.

-Eu também gosto muito de você, Gabi.

-Eu vou gostar mais se fizermos isso tudo de novo.- Xena gargalhou, empurrou Gabi e começaram a se beijar. O ritual se prolongou por um bom tempo, até dormirem nos braços da outra.