Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira

CAPÍTULO 1

Xena se encontra deitada de lado, na enorme cama cheia de almofadas em um dos aposentos do palácio de Cleópatra. Ela usa uma veste egípcia, por ser mais confortável, ao invés da sua tradicional roupa. O quarto é imenso, com vários móveis e esculturas de deuses egípcios, além de ser bem arejado e muito confortável. Nesse aposento, a guerreira olha fixamente para a parede que contém diversos desenhos contando a história daquele império. Contudo, Xena não possui nenhum interesse nos traçados e nos seus significados, porque seus pensamentos estão em sua doce e amada poetiza.

 

A princesa precisa entender seus próprios anseios, pior, tentar explicar para Gabrielle o que ela não consegue explicar para si mesma. Por causa disso, decidiu permanecer mais um dia no Egito; para refletir; mesmo morrendo de saudades de sua filhinha, que deixou em Alexandria com sua mãe.

 

A guerreira tenta imaginar onde a Gabrielle está, porque desde que se despediu de Otávio pela manhã não encontrou mais com sua barda. Gabrielle é uma pessoa muito sensível e está sofrendo com essa situação, e Xena sabe disso, por isso a princesa também sofre, uma vez que magoou a pessoa que mais ama nesse mundo. Mas, conhecendo-a do jeito que conhecia, Xena prevê que mais cedo ou mais tarde Gabrielle aparecerá para conversarem, querendo respostas, e esse era seu medo, já que como explicará para sua amada aquilo que não tem explicação?

 

Como essa expectativa aflige Xena! Mas não é só isso, os últimos acontecimentos transtornaram por demais a princesa guerreira. A perseguição dos deuses, a morte de sua amiga Cleópatra, a batalha naval provocada por ela na voz do Nilo. Porém, apesar de tudo, o que realmente a perturba são os seus sentimentos confusos. O problema é que Xena teme que a Gabrielle não entenda os conflitos pelo qual está passando: ama sua poetiza, mas sentiu desejos por outros… Pelo deus da guerra… Pelo romano…

 

Enfim, a rainha amazonas deixou passar em branco o joguinho com Ares em Amphipolis. Tentou até esconder seu despeito, mas Xena conhece Gabrielle, sabe que esse sentimento está corroendo-a por dentro. A princesa também possui o conhecimento que desta vez Gabrielle não irá ignorar seus ciúmes e, que mais cedo ou mais tarde, ela aparecerá para perguntar sobre o que realmente aconteceu entre Xena e Marco Antônio, e disso, a guerreira não tinha como escapar ou negar. Logo, esse é o motivo das duas estarem separadas, visto que, precisam cada uma pensar como enfrentarão esses dilemas: como Gabrielle controlará seus ciúmes? E como Xena controlará seus desejos? E se fosse o inverso?

 

Tantas são as questões que afligem a alma da princesa guerreira e tamanha é sua angustia, que por fim, a impaciência a fez levantar da cama. Dirige-se para a janela, para tentar suportar sua dor e clarear suas idéias. Respira fundo ao olhar o pôr do sol. Lembra das palavras de Marco Antônio: “Você conquistou minha confiança… Meu amor… E depois me traiu… Eu te amava”. Depois surgem as palavras de Gabrielle: “Cuidado! Ele é seu tipo!” Por conseguinte, Xena se interroga. “Como pude sentir algo pelo romano?… A Gabrielle me avisou, mesmo assim desejei esse homem… Por que esse sentimento me abalou?… A idéia de ver um homem tão poderoso apaixonado pela minha pessoa me comoveu tanto assim? Por quê?… A quem estou enganando… Ele não me amava; amava Cleópatra… Minha amiga, morta por causa da ganância de terceiros… COMO PUDE ME ENVOLVER TANTO… COMO PUDE MAGOAR A GABBY…”. Xena dirige novamente seu olhar para o pôr do sol, talvez lá encontrasse suas respostas. Entretanto, ela ainda não havia parado para reparar como é magnífico aquele alaranjado, quase vermelho que está escondendo-se atrás das pirâmides, como se fosse o próprio olho de Ísis, olhando seus domínios antes do cair da noite… Xena sussurra: Gabrielle, onde você está?… Por favor, me perdoe… Como eu queria que você estivesse aqui comigo!

 

Várias recordações e reflexões inundam a mente de Xena…

 

“Como o tempo passa rápido. Parece que foi ontem… Aquela loirinha parada na minha frente, implorando para me acompanhar…”. Um sorriso aparece nos lábios da princesa… “Querendo aventuras, conhecer lugares, ajudar as pessoas… Ser minha amiga…”.

 

Gabrielle: “Tem que me levar com você e me ensinar tudo que sabe!… Não pode me deixar aqui…“.Relembra Xena”

 

“No início, senti uma grande admiração por aquela criança. Sua meiguice, sua companhia, sua inocência… Sua pureza… Sua cumplicidade… Seu amor… Uma vez ou outra, era um pouco infantil… Mas ninguém é perfeito Entretanto, Gabrielle me mostrou que o verdadeiro poder provém do amor… Já com relação à infantilidade… Gabby passou dessa fase. Tornou-se uma mulher madura, mas sem perder sua meiguice e senso de humor, apesar de todo sofrimento que passamos juntas… Pelos deuses eu morreria por ela…”.

 

A amizade da princesa guerreira foi se transformando em amor através da convivência. No início, ela lutou contra esse sentimento, pois não sabia como Gabrielle reagiria se soubesse, por causa da sua inocência e inexperiência, portanto, Xena preferiu sofrer por um amor platônico, ao invés de se declarar para a poetiza, assim não correria o risco de perde-la.

 

“Como sofri… Quantas vezes eu lutei contra o impulso de poder acariciar aquele rosto… Beijar aqueles lábios… Tocar aquele corpo…”.

 

Quando a guerreira bateu na barda em um ataque de raiva, provocado por Ares, Gabrielle a perdoou. Aqui foi o início se um sentimento puro que a princesa nutriria pela poetiza por toda sua vida. Contudo, Xena era emotiva, não conseguindo esconder seus ciúmes se alguém se aproximasse de sua amada. Aconteceu isso quando Xena se deparou com uma cena que a marcou por muito tempo. Ela encontrou sua barda deitada com um jovem chamado Philius, em uma aventura na qual lutou contra os titãs libertados por Gabrielle. A idéia de vê-la nos braços de outro fervia seu sangue. Tentou fugir de seus anseios nos braços de Hércules, achando que voltando para um amor antigo pudesse esquecer esse amor que estava florando em sua alma, mas foi impossível, visto que sua amada ficou nos braços de Iolaus.

 

“Que tolice… Tentar esquecer minha alma gêmea nos braços de outro… Não é somente a Gabrielle que sente ciúmes por aqui. Quantas vezes já não senti vontade de acabar com algumas pessoas que chegavam perto dela. Até com o meu ex-noivo Petracles. É verdade que ele era um mentiroso, mas no fundo era uma boa pessoa. O que teria acontecido se eu tivesse me casado com ele?… Bom é melhor nem pensar nisso”.

 

O tempo passava e Xena se apaixonava cada vez mais. Sofreu ao ver a forte atração que Gabrielle sentiu pelo jovem Talus. No entanto, quando salvou Celesta do rei Sisyphus, Gabrielle descobriu que Talus estava muito doente, ficando desesperada. A guerreira se entristeceu ao ver a amiga perder alguém querido. Mesmo a amando, preferiria ver sua barda nos braços de outro e feliz, ao invés de presenciar seu sofrimento. Porém, no momento que o jovem foi levado pela morte, a poetiza procurou consolo abraçando Xena que ficou um pouco sem jeito e surpresa. Mas por fim, considerou aquela atitude de Gabrielle como um presente dos deuses, por poder toca-la e protege-la, mesmo naquela situação.

 

“Que sensação maravilhosa… Fiquei totalmente desconcertada… Eu sei que Gabby estava sofrendo… Preferiria morrer a presenciar isso… Mas foi impossível evitar minhas emoções e meus pensamentos… Tentei controla-los, pelo menos para que Gabrielle não percebesse… Foi quase impossível…”.

 

Como Gabrielle estava profundamente amargurada pela morte de Talus, Xena aceitou o convite da rainha Merope de passar aquela noite no castelo do falecido rei Sisyphus, pois a rainha, mesmo com a morte de seu bom rei, entendeu que a hora de Sisyphus havia chegado e que ele agiu mal ao prender Celesta. Por isso, queria mostrar seu arrependimento, por ter ajudado seu marido nessa insana atitude de ter aprisionado a morte, e já que a guerreira não aceitava recompensa, o mínimo que Merope podia fazer era oferecer uma confortável cama, para que a jovem poetiza pudesse descansar e aceitar a morte de Talus.

 

“Passar a noite nos castelo de Sisyphus foi a melhor coisa naquela situação. Foi a primeira vez que vi minha amada tão abatida. Gabrielle que era e sempre será minha luz, precisava de consolo”.

 

Naquela noite Gabrielle se encontrava no quarto, desolada em cima da cama. Vestia sua tradicional roupa: saia e blusa marrom com detalhes azuis. Xena não se achava no local, saiu momentaneamente, indo buscar algo para a amiga comer. Ao voltar, percebeu que a barda não havia se mexido, continuando no mesmo alinhamento, ou seja, deitada na posição fetal. O coração da princesa se comprimiu dentro do peito ao ver a enorme tristeza de sua amada, nunca a viu dessa maneira. A guerreira se aproximou, em seguida sentou na beirada da cama e comentou:

 

Xena: Trousse algumas frutas, pão, queixo, vinho e alguns docinhos. Ao falar, apontou para a bandeja que deixou em cima da mesa.

 

Gabrielle nem sequer olhou para Xena ou para a bandeja. Continuou deitada de lado na beirada da cama, olhando para o nada.

 

Xena passou sua mão pelos cabelos de Gabrielle e comentou de uma maneira suave.

 

Xena: Vamos Gabrielle, come alguma coisa… Vai, por favor… Você não come nada há horas.

 

Gabrielle entristecida: Não tenho apetite. A barda enxugou algumas lágrimas que caíram de seus olhos.

 

Xena afetuosa: Certo, se é assim que você quer, deixarei a comida, caso tenha fome mais tarde. Tudo bem?

 

Gabrielle apenas balançou a cabeça.

 

Xena suspirou, não podia fazer mais nada, porém tinha esperança que pela manhã a poetiza estivesse melhor, talvez comesse alguma coisa.

 

Xena: Agora vou para o meu quarto, para você poder descansar. Mas quando a princesa começou a se levantar Gabrielle a impediu segurando seu antebraço.

 

Gabrielle: Não… Por favor, fique aqui comigo… Não quero ficar sozinha. Disse angustiada.

 

Xena se deparou com aqueles olhos verdes e tristes. Acariciou o rosto da barda e em seguida beijou sua testa.

 

Xena: Você quer que eu fique até você adormecer?

 

Gabrielle: Não… Por que não quero acordar à noite e perceber que você não está aqui… Eu gostaria que você… Dormisse comigo… Por favor.

 

Xena sorriu docemente e respondeu: Claro! Nunca deixarei você!

 

Mas antes de se deitar, para dormir mais confortável, Xena tirou sua roupa, ficando somente com a de couro usada por baixo do traje de guerreira. Gabrielle apenas a observou. Ao terminar, a princesa deitou no espaço concedido pela poetiza. Esta por sua vez, apoiou sua cabeça em cima do ombro da amiga, colocando seu braço por cima do abdômen da mesma.

 

Naquela noite ocorreu uma coisa que nunca ocorrera antes, era a primeira vez que Xena tinha Gabrielle em seus braços. Pensando nisso, começou a acariciar os cabelos sedosos da poetiza. Xena nunca se mostrou tão carinhosa, mas também Gabrielle nunca se mostrou tão vulnerável. Xena sentiu o perfume dos cabelos da jovem. Gabrielle dormiu rapidamente, mas a princesa não. Ela quis sentir a barda em seus braços o máximo de tempo possível, desejando que Cronos, o deus do tempo, estivesse ali para que esse momento durasse para sempre, mas o cansaço pesou e, algum tempo depois, Xena adormeceu.

 

Amanheceu e Xena despertou. Notou que mudou de posição. Estavam as duas deitadas de lado, Gabrielle na frente e Xena atrás. A princesa estava com o braço por cima do corpo de sua amada. Ao perceber isso, se aproximou mais, para sentir toda a suavidade de Gabrielle, contudo, notou que tal atitude foi um erro. A poetiza acabou se mexendo, mudando de lado, ficando com o rosto a poucos centímetros da face de Xena. Por pouco a princesa não roubou um beijo da barda e, se isso acontecesse, talvez perdesse Gabby para sempre. Xena se levantou de tal maneira, tão bruscamente, que acabou acordando Gabrielle.

 

Gabrielle sonolenta: Já amanheceu… Ah, mas eu me recuso a levantar.

 

Xena que estava de costas para a cama, pegando suas roupas, transtornada por quase não ter conseguido controlar seus impulsos, sorriu quando ouviu a voz da poetiza, alegrando-se com o tom de brincadeira de Gabrielle.

 

Xena virou seu corpo em direção a cama. Seus olhos azuis se encontraram com os olhos verdes de Gabrielle. Por um momento contemplou sua barda, que estava retribuindo o sorriso da guerreira.

 

Xena sentou na beirada da cama e disse afetuosamente: Me desculpe, não queria ter acordado você. Como está se sentindo?

 

Gabrielle elevou seu tronco e sentou na cama: Estou me sentindo bem melhor hoje. A poetiza mentiu, estava triste e angustiada, mas não quis preocupar Xena. As duas tinham que continuar a viagem e Xena não faria isso até que a jovem estivesse melhor.

 

Xena: Tem certeza? Podemos ficar mais um dia se você quiser.

 

Gabrielle: Vai demorar um pouco para aceitar o fato de um homem tão bom e jovem ter sua vida interrompida.

 

Xena: Não havia escolha, ele estava muito doente, sentindo muitas dores, sabia que o melhor era ir com Celesta. Ele está melhor agora.

 

Gabrielle: Talvez… Eu vou superar isso, só preciso de um pouco de tempo. Ficando aqui não vai adiantar em nada… Temos que continuar com nossas vidas Xena.

 

Xena acariciou o rosto da Gabrielle, aliviada com suas palavras, em seguida perguntou: Está com fome?

 

Gabrielle que estava com a barriga roncando respondeu: Estou faminta.

 

Xena levantou para buscar a bandeja com comida que deixou em cima da mesa, feliz ao ver que o apetite de sua amiga havia retornado: Não é para menos, você não comeu nada ontem.

 

Gabrielle em tom de brincadeira: Sabe Xena, apesar de tudo que aconteceu, até que está sendo bom ser paparicada por você.

 

Xena retornando com a comida respondeu de uma maneira bem amorosa: Só paparico quem merece.

 

“Não era somente o ciúme que me incomodava… A idéia de perder Gabrielle é aterrorizante… Lembro de quando ela decidiu partir, voltar para Potedaia, depois de ter ficado em choque em uma situação de perigo, aonde uma carroça veio em nossa direção e ela ficou sem reação… Ou quando decidi pegar o caminho mais curto para Atenas e, por causa disso, Gabrielle e eu ficamos no meio da guerra entre Thessalians e Mitoans, onde Gabrielle quase morreu… Ou quando Gabby casou com Perdicus… Ou quando Gabrielle caiu com Esperança na lava… CHEGA…”. Xena não consegue mais pensar nas situações que quase perdeu a poetiza. Olha mais uma vez para o pôr do sol. “Em certas coisas é melhor nem pensar… Porque só de imaginar que eu poderia ter ficado sem aquela pequena… Sem sua alegria… Sem sua luz… Sinto um arrepio na espinha… Por isso, ao pensar em Gabrielle, é melhor pensar só nos bons momentos… É… SÓ OS BONS MOMENTOS…”.

 

“Lembro de uma vez, quando ela me pediu para ensinar-lhe a pescar… Que inocência!… Gabrielle implorando para parar, porque estava com fome… Que novidade!… Achamos um lago… Estava quente… A loirinha foi tirando a roupa e se jogando nas águas…”.

 

Gabrielle: Xena! Eu estou com fome! Foi a oitava vez que Gabrielle havia falado isso. A guerreira já estava ficando impaciente.

 

Xena um pouco nervosa: Já sei Gabrielle! Tem um lago por aqui. Você pode esperar, por favor.

 

Gabrielle resolveu provocar a guerreira: Xena, eu não estou apenas com fome. ESTOU FAMINTA!

 

Xena que estava em cima de Argo parou o cavalo e olhou para trás e encontrou Gabrielle com a mão na cintura encarando a guerreira.

 

Gabrielle provocativa: O quê? Será que ficar com fome agora é crime!

 

Xena que nesse dia se encontrava de bom humor respondeu: Não, mas logo será, pois estou quase cometendo um assassinado.

 

Gabrielle argumentou e se defendeu: Você não teria coragem… Quem que iria escrever sobre você, cozinhar, limpar, fazer companhia, contar estórias…

 

Xena: Certo, já entendi. A guerreira voltou a cavalgar.

 

Gabrielle que naquele momento caminhava ao lado de Xena e de Argo comentou: Viu… Comigo não tem argumento. Então… Falta muito para esse tal lago… É porquê…

 

Xena: Ok… Já sei… Você está com fome.

 

Gabrielle brincou: Agora você deu para ler pensamentos?

 

Xena se segurou para não ri: Sabe de uma coisa Gabrielle… Estou com uma ligeira impressão que você está repedindo essa frase, só para me irritar… Porque, se eu a ouvir novamente só vou parar na próxima cidade.

 

Gabrielle malcriada: Então eu repetirei “Eu estou com fome” até chegar na próxima cidade.

 

Xena se rendeu: Está certo. Sobe no Argo que acharemos esse lago mais rápido.

 

Gabrielle sorriu vitoriosa.

 “É impressionante, contra Gabrielle não há como contestar”. Pensa Xena, que não se cansa de contemplar o pôr do sol e de lembrar da poetiza.

 

Elas finalmente acharam o lago. Gabrielle foi logo descendo do Argo. Começou a tirar sua roupa e a pendurar em uma árvore próxima. Xena ficou paralisada. Gabrielle se virou e a chamou:

 

Gabrielle: Vem Xena. A água parece estar ótima.

 

Xena: O que… Ah… Já estou indo.

 

Gabrielle completamente nua correu até as águas, um pouco fria, mais muito refrescante.

 

Xena entrou em um estado de puro êxtase. Não era a primeira vez que Gabrielle nadava completamente nua, mas toda vez que isso acontecia se tornava cada vez mais difícil para a guerreira suportar.

 

Gabrielle: Vamos Xena…

 

Xena descendo do Argo: Calma, vou tirar as minhas roupas.

 

Xena começou a tirar sua roupa de guerreira, Gabrielle dentro do lago a observava. A princesa notou isso e ficou corada. Gabby começou a rir.

 

Gabrielle irônica: Qual é seu problema? Está com vergonha de mim? Justamente você! Flagelo de nações!

 

Xena que ainda estava com sua roupa de couro, colocou sua mão na nuca, era um sinal de embaraço. Em seguida respondeu: Eu não estou com vergonha de você.

 

Gabrielle: Então por que você ficou toda vermelha?

 

Xena tirando a roupa de couro: Deixa se ser boba Gabrielle… Você vai querer o peixe ou não… Não era você que estava me atormentando por estar com fome?

Gabrielle: Por que você sempre faz isso?

 

Xena: Faz o quê?

 

Gabrielle: Foge de um assunto com outro.

 

Xena: Não estou fugindo de assunto nenhum.

 

Gabrielle: Então por que você ficou com vergonha de mim? Anda, responde!

 

Xena ficou com receio de responder: É… Porquê…Porquê…

Gabrielle: Porqueeeê… O quê?

Xena encabulada: Você estava me olhando.

Gabrielle riu: Só por causa disso! Eu sempre olhei para você… Te acho bonita!

Xena ficou mais vermelha: Tá bom… Quer comer ou não… Se não, coloco minhas roupas de volta.

Gabrielle preferiu não continuar com o assunto, apesar de achar estranho e, ao mesmo tempo, engraçado a reação da guerreira.

Gabrielle: Sabe Xena… Você poderia me ensinar a pescar com as mãos.

Xena entrando no lago: Isso vai demorar muito.

Gabrielle: Vai Xena, por favor. O dia está lindo, vamos aproveitar.

Xena se rendeu para aquele sorriso: Está bem.

“Essa Gabrielle!… Somente ela e capaz de me desnortear… Anos de treinamento para controlar minhas emoções e reações… Vai tudo por água abaixo com um simples sorrido dela… São esses pequenos momentos da vida, junto com a Gabby, que foram os mais felizes… Agora com mais um membro na família… Minha Eva… Não poderia ser melhor… Claro! Se os deuses parassem se perseguir-la, melhoraria muito… Mas não se pode ter tudo…”.

 

“E nossa primeira noite… Nossa!… Eu fiquei tão nervosa… Eu poderia lutar com gigantes, exércitos e até contra os deuses, que eu conseguiria manter a calma… Mas ao ver a luxuria… Desejo nos olhos de Gabrielle… Eu fiquei sem ar… Lembro que…” De repente, Xena ouve alguém chamando por seu nome…

Nota