Nota da autora: A canção está no final do capítulo.
Capitulo 2 – Perspectiva de Gabrielle
por Panda_BardXena colocou uma calça de moletom, folgada, pra que pudesse se sentir livre. Era uma calça bonita, preta, aberta e com um desenho bordado de um par de adagas sai entrelaçados e uma espada. Vestia uma camiseta simples, escrito “I have many skills” e por cima o moletom com capuz do próprio conjunto. Nas costas também tinha bordado nosso símbolo de proteção. E como calçado, um par de tênis pretos, da Nike, de corrida.
Eu coloquei um uma calça simples de kung fu, larga também e que me dava mobilidade, era preta, na perna direita havia um dragão desenhado. A camisa do uniforme era preta com detalhes em verde e nas costas um imenso dragão enrolado formando o único e o fim das coisas.
Xena me observando vestir minhas roupas falou — Você fica linda assim, esse cabelo curto ficou o máximo…
— Obrigada amor…
Nisso notei pelo espelho do quarto que ela vinha em minha direção e senti suas mãos em minha cintura, nisso eu automaticamente passei um dos meus pés por trás dos pés dela e a derrubei na cama
— Droga! Você deixou não deixou???
— Deixei.
E me deu um beijo. — Vamos nos atrasar…
— Droga. Na volta nós terminamos isso…
Descemos as escadas e atravessamos a rua. Atravessamos a rua acompanhados por um rato.Quando entramos na sala de Agatha, tinha o adolescente que havia falado conosco, uma mulher linda, que me lembrava Cleópatra e uma senhora de mais ou menos cinquenta e cinco, cinquenta e seis anos… logo atrás de nós chegou uma jovem asiática de mecha vermelha no cabelo e o adolescente disse:
— Lilia, a lista está completa não é?
— Falta a bruxa verde…
— A gente não precisa de bruxa verde — interrompeu Agatha.
Todas olharam para Agatha… — COMO NÃO?! — menos eu e Xena que estávamos ali pelas pipocas e pelo confeti (apesar de curiosas).
E Agatha falou: — Temos uma bruxa de poções, uma vidente, uma bruxa protetora, eu e o jovem ali.
— Você não chamou uma bruxa verde?
— Vou resolver isso…
E Agatha foi até a nossa vizinha Sharon e a trouxe. Eu jurava, de todas as pessoas, que Sharon era apenas uma senhorinha inocente… e pelo que notei, Sharon jurava que estava indo para algum tipo de festa. Nisso, Agatha falou que estavam ficando sem tempo e que tinham que abrir o Caminho.
— Xena, vamos ver como é esse ritual que não exige que alguém cuide do nossos corpos aqui…
— Gabrielle, se algo te acontecer eu mato aquela bruxa.
— Tenha cuidado você também.
E descemos as escadas, menos o jovem, que ficou cuidando de um coelho chamado Scratch. Achei que ele também era bruxo. E as Bruxas começaram a cantar uma música antiga, que me lembraram as baladas célticas, um canto sagrado que falava sobre um Caminho, pelas memórias que eu tenho, o tipo de idioma era tão antigo quanto eu lembrava… se nós pudéssemos atravessar os tempos passeando por aí seria absurdamente divertido… atualmente nós tínhamos mais ou menos quarenta anos, Xena quase cinquenta. Nossos corpos estavam bem conservados por causa dos nossos exercícios e dieta cuidadosa, mas ainda assim, não éramos mais tão jovens… a música nos embalava e eu, Xena e a senhora Sharon cantávamos o refrão: Down, Down, Down the Road, Down the witches road… (a versão em português ficaria algo como Para baixo, para baixo, para baixo pela estrada das bruxas…). A senhora de cabelos cacheados já prateados tinha uma voz belíssima. Todas tinham. E eu sentia a canção preenchendo cada lacuna das minhas vértebras e me ampliando cada vez mais para algo desconhecido, nobre, incalculável.
Olhei para Xena e senti que estávamos adquirindo profundidade dessa nova história. Dessa nova parte de conhecimento que não nos tinha sido apresentada. Mesmo no passado, digo, antes da crueldade do Hex, o mundo havia passado por algo que certamente Celesta teve parte, se não foi ela, foi algum deus que não conhecemos, afinal nem só de gregos vivem os panteões — aprendemos por aqui… e foi quando os novos guerreiros autodenominados Vingadores encontraram sua morte. Ou desaparecimento. Acompanhamos, porque nós permanecemos, que metade da população da Terra havia sido levada. Acho que se eu ou Xena tivéssemos desaparecido, teríamos sido uma de nós a destruir a mão de Thanos. E pelo que vivemos de Wanda, esse foi o motivo que a fez colapsar. Mas não justifica ter levado nossa liberdade, corpos e mente.
Toda essa minha reflexão aconteceu durante a balada que as bruxas cantavam e eu estava praticamente entregue a sensação de unidade quando a canção acabou. Uma bruxa olhou para a outra perguntando onde estava o tal Caminho e a Xena brincou: — Eu sabia que nada aconteceria, ninguém matou cavalos…
— Não seja antiquada Xena. — Disse a senhora de cabelos cacheados. E elas começaram a discutir sobre isso e Agatha chamou todas para a briga. Quando essa senhora disse: — Não ataquem a Agatha, é isso o que ela quer para roubar nossos poderes!!
E todas pararam e se entreolharam. E Xena mais uma vez falou: — E aquela coisa brilhante ali no chão?
A música toda falava de ir para baixo e ninguém teve a brilhante ideia de olhar para o chão. Se não fosse Xena estavam todas se estapeando até agora. Nisso, nós abrimos a porta, o jovem veio descendo as escadas gritando que as Sete de Salém estavam chegando e todas nós nos atropelamos para dentro da porta, porque o que quer que fossem as Sete de Salém, certamente seria aterrador o suficiente para fazer ele deixar o Sr Scratch e fugir… e ao passar pela escada nós vimos uma serpente se esgueirando pelo chão. Tudo foi muito rápido e desesperador. Quando fechamos a porta atrás de nós estávamos: Eu, Xena, o Menino, Sharon, a moça de mecha vermelha, a senhora de cabelos cacheados, a moça quase careca de pele escura e Agatha. Quando chegamos o menino disse: — Nossa, é como eu imaginei que seria… e Agatha olhou — parece diferente de quando eu estive aqui pela primeira vez…
— Quando eu segui Xena pelo Caminho do Norte, foi diferente, talvez cada um viva isso diferente… — eu falei.
E ela respondeu: — Talvez…
Mas Agatha parecia mais introspectiva, mais quieta. Como se estivesse analisando tudo. E nisso ela disse: — Precisamos tirar nossos sapatos aqui. Precisamos seguir sem impedimentos.
E ela foi a primeira a tirar os sapatos. Sharon a imitou: — Festa engraçada… espero que tenha bolinhos.
Nós tiramos nossos sapatos e eu me senti pela primeira vez como Gabrielle. Quer dizer, era a primeira vez que eu realmente vivia uma aventura sem a influência de Alti ou qualquer outra coisa depois de termos acordado no laboratório.
— Sente isso Xena?
— Aham, isso pode significar encrenca Gabrielle, fique atenta.
— Pode deixar.
Nisso começamos a caminhar, e descobri o nome das pessoas que estavam comigo ali. A senhora de cabelos cacheados era Lilia, ela era de um lugar chamado Sicília, perto de nós ali na Europa. Mas no território romano. Se bem que quando ela nasceu provavelmente aquilo já era a Itália, ninguém falou a idade de ninguém e nós não vamos perguntar. A moça de pele escura era Jennifer, mas a chamavam Jen. O menino ninguém conseguia ouvir seu nome. Nem eu e nem Xena. Lilia disse que isso era porque alguém colocou um sigilo nele para que outras bruxas não soubessem quem ele era. O que significava que eu e Xena — aos olhos do sigilo — éramos bruxas também. Eu nunca tinha pensado desse modo. Mas até que faz sentido… fomos perseguidas, crucificadas, surradas, acho que é isso que fazem com bruxas… também tinha a Alice Wu-Gulliver, falaram que ela era filha de uma cantora famosa, mas isso não veio nas nossas memórias muito bem, o pessoal do laboratório nos mostrou algo de cultura mas não a cultura mais atual. Se bem que ela me lembrava uma cantora sim. O caminho nos levou até uma casa de praia. E nós estremecemos porque Agatha disse que aquela era a primeira provação e nós enfrentaremos provações ali.
O Caminho deixou de ser de terra e passou a ser areia. Agatha estava cada vez mais quieta e as outras bruxas também. Lilia comentou que entrar no Caminho era uma sentença de morte e temia por todas nós. Lilia era uma figura bem peculiar… às vezes ela falava coisas sem sentido ou com sentido só pra ela. Era como se ficasse desconectada da realidade por alguns minutos e depois voltasse.
Quando entramos na casa todas nós trocamos de roupas. Como se estivessemos em Desperate Housewives, a série de televisão que mostra donas de casa de classe média alta com problemas tais quais “comprar um pote de creme”… Havia um vinho ali no centro da mesa e Sharon ficou muito empolgada e bebeu. De repente um cronometro disparou e nós nos sentamos nos sofás sem saber o que teríamos que fazer naquele julgamento.
Foi quando Sharon disse:
— Sabe, “Bruxa” é só um jeito de chamar as garotas más.
— Mas isso é absolutamente ínfimo, Sharon. — Disse Lilia se sentindo ligeiramente ofendida. E prosseguiu — Eu culpo o Halloween por isso.
— É como dizer que as mulheres gregas eram todas fieis aos seus maridos e heteroafetivas, eu culpo o século XIX. — Disse eu.
E Lilia concordou comigo: — Odeio isso..
— Eu também Lilia. Eu também.
E a Sharon então soltou: — Mas eu daria tudo para ter a magia de permanecer eternamente jovem, talvez uma plástica ou algo simples assim… — Disse ficando de costas pra nós pois havia levantado e estava indo em direção à mesa onde estava o vinho. Quando ela voltou o olhar para nós, parecia a caricatura bizarra de uma pessoa que fez muitas plásticas ao ponto de parecer um boneco.
Agatha então olhou para tudo aquilo e disse: — É o Julgamento, Jen você não é a bruxa das poções?O que faremos?
— Não sei Agatha. Eu não sei que veneno é esse.
Xena então respondeu: — Acho que precisamos de equinácea.
e Jen concordou: — Sim, equinácea. Petróleo e fogo!
As bruxas se entreolharam e Lilia disse: — Não faço ideia de onde vamos achar essas coisas. Mas vamos procurar.
No momento em que ela disse isso, Sharon teve uma visão horrível de seu marido sendo asfixiado por Wanda. Ela chorava para que Wanda parasse o que estava fazendo. Desesperada. E desmaiou. Foi então que as bruxas ali perceberam que estavam todas envenenadas. Sharon manifestou tudo primeiro porque foi a primeira a beber e a que tomou mais do vinho. Mas todas nesse momento estavam inchadas como se vestissem máscaras com plásticas mal feitas e procedimentos estéticos em excesso. Era aterrador. As bruxas se espalharam pela residência atrás de equinácia. Qualquer lugar que tivesse a planta. Mas, estava difícil.
Agatha no entanto disse “É claro que deve ter equinácea nos produtos Yvone que a Jen fabricava naquela pocilga e eu vi uns produtos aqui no banheiro” e correu até lá pegar.
Xena encontrou sacolas de plástico e saiu reclamando “se aqui não tem petróleo, onde mais teria, droga de humanidade que só estraga o meio ambiente”.
No meio do caminho Lilia viu a morte chegando. E gritou que estava todas mortas.
Agatha estava com Lilia e ficou muito séria e desconcertada. Agatha e Xena foram as últimas a tomar o vinho. Eu confesso que só bebi depois de Alice. E Agatha não queria que o jovem tomasse, ele tentou insistir e Xena pegou o copo dele e moeu na parede.
— Não vai tomar nada, rapazinho.
— Não seja ruim, eu também sou parte do Coven. — Ele falou.
Ao que Agatha respondeu: — Cantou a música? Não cantou. Pare de ser doido.
Isso deixou o menino muito contrariado.
Todas tiveram visões terríveis sobre si mesmas, sobre seus maiores medos ou lutos.
Quando chegou a minha vez, ajoelhada ao lado de Jen, tentava em vão misturar a poção, mas fui tragada ao chão. Um clarão me envolveu, uma visão vívida e cruel, como se Alti estivesse dentro de mim, rasgando a barreira entre meu corpo e o pior dos pesadelos. O suor escorria frio e desesperado; lágrimas ardentes me cegavam. Eu vi… eu senti Dahak tomando meu corpo como um veneno que me consumia de dentro para fora. Vi Hope sendo arrancada de mim, levada embora num cesto, pequena e indefesa. O som abafado das piras funerárias de Hope e Solan queimava em meus ouvidos, o cheiro de cinzas se infiltrando nos meus pulmões. E Xena… eu a ouvia cantar, uma melodia que dançava entre o lamento e a despedida, até que sua morte veio, de novo e de novo, um ciclo eterno de horror. E no fim, sua voz se despedia, uma alma sem paz, me implorando para não jogar suas cinzas, para eu seguir sozinha.
A dor esmagava meu peito, sufocante, queimando. Não havia alívio, só a sombra do que eu perdera. E então, incapaz de conter a agonia que me despedaçava, eu gritei, com tudo que restava de mim:
— NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO!!!
E Jen me olhar assombrada. Quando ela colocou suas mãos nos meus ombros eu voltei à realidade. Se eu tinha visto isso, o que Xena veria?? Todos os deuses… piedade…
— Pequena, está bem? — ela disse e eu notei que estávamos sozinhas na cozinha.
— Ah… acho que agora estou
— Me ajude aqui então.
E eu levantei com alguma dificuldade. Jen me alertou: — Devo ser a próxima a alucinar, se for, misture a poção na seguinte ordem, assim que as outras chegarem… — e me deu as instruções — não deixe que eu mexa na poção em alucinação, se for o caso, termine você e dê um gole para todas do Coven.
Eu observava as bruxas ao meu redor, cada uma com seu objeto, seus olhos sombrios e silenciosos. Agatha, com seu rosto marcado pela dor, segurava um pote com creme, equinácea. Alice, a jovem de mecha vermelha, trazia um cristal azul profundo, ela disse que achou que pudesse ser útil, e Sharon… Sharon estava ali curiosa, mas caiu em dor e notamos que nosso tempo estava se esgotando. Nós colocamos ela em cima da mesa e fizemos uma prece — mental e urgente — pra que ela se salvasse.
Agatha às vezes chamava Sharon de Senhora Hart, como se lembrasse do nome dela do tempo do Hex de Wanda. E isso deixava todo mundo irritado, mas Agatha não parecia se importar com isso.
— Precisamos de cada um desses elementos,— eu disse, estendendo as mãos.
Uma a uma, elas entregaram os itens, formando uma espécie de ritual particular e silencioso. Eu sentia a tensão crescer no ar. Eram mulheres que sabiam das sombras que pisavam, e, ainda assim, havia algo nos seus rostos — uma hesitação velada.
Foi então que vi Agatha se afastar. Ela parou de repente, os olhos arregalados e fixos no vazio. Suas mãos tremiam, a respiração presa, como se visse algo que ninguém mais podia ver. “Não… Não pode ser. Não aqui…”
Eu me aproximei, tocando seu braço, mas ela parecia imóvel, o olhar fixo. Seus lábios mal se moviam, mas eu a ouvi engolir seco, o jovem perguntou: — O que você viu Agatha?
E ela disse: — Não importa… não importa…
A expressão dela mudou, o medo profundo tomava conta do seu rosto, e as outras bruxas ao redor ficaram em silêncio, como se tivessem ouvido algo longe demais para ser entendido.
Lilia inclinou-se para ela, tentando chamá-la de volta, mas Agatha parecia perdida em algum lugar distante, e eu soube, então, que isso não era apenas o medo de uma velha história — era uma visão. Algo, ou alguém, estava nos observando.
Mas antes que pudesse reagir, senti uma outra tensão se formando. Jennifer tentava caminhar em direção ao centro da cozinha, onde tínhamos preparado o caldeirão, mas ela parou de súbito. Seus olhos estavam fixos no espaço à frente, o rosto contorcido de maneira estranha, como se visse algo que nós não conseguíamos enxergar. Ela deu um passo para trás, trêmula, e estendeu a mão como se quisesse tocar algo no ar.
— Jen… o que você vê? — perguntei, tentando trazê-la de volta.
Ela não respondeu. Apenas ficou ali, congelada, seus olhos se movendo freneticamente, o rosto pálido e distante. Como se estivesse presa numa alucinação, tentando entender onde estava, sem conseguir.
As outras trocaram olhares, inquietas, mas eu sabia que não podíamos parar. Peguei os objetos delas e os coloquei ao redor do caldeirão, criando um círculo de proteção em volta do espaço onde prepararia a poção. Era preciso ser rápida, antes que as visões nos tomassem por completo.
Foi aí que vi Xena puxar uma espada invisível, porque ela não carregava armas, e falar:
— Matem todos. — eu não sei o que ela via, mas parecia aterrador, não era a Xena que estávamos acostumados a ver, ela estava imóvel. Seus olhos se mexendo, o pavor estampado em sua face normalmente impassível diante do desconhecido. O suor começando a escorrer e o desespero se misturando com sangue. Sim, sangue que escorria de suas têmporas.
Eu comecei frenéticamente a misturar os itens conforme a instrução que Jen tinha me dado. Menos o cristal, que deixei do lado do caldeirão, já que ele não estava na ordem de Jen.
— Preciso de fogo… — o Jovem que era o único capaz ali de fazer algo, falou: — Consigo me virar com um jeito que meu pai costumava cozinhar, peraí.
E correu e acendeu o fogo. E eu implorei: — A ordem de Jen, mesmo que ela não possa fazer nada aqui é que vocês pensem em proteção e me dar, cada uma um fio de cabelo, peguem de Xena e Jen por favor. — O tempo estava se esgotando e eu não via nada fazer efeito, até que a poção ficou de um lilás profundo e intenso. Brilhava como uma noite estrelada. E eu fui dando uma taça para cada pessoa. E pedindo que dessem a quem não podia tomar.
Todas nós tomamos, menos Sharon. A pobre Sharon. Ela foi a que mais bebeu, Alice até tentou dar um pouco da poção. Mas, não havia fio de cabelo de Sharon. Lembraram de lhe dar a poção, mas não de dar um fio de cabelo dela. A poção não faria efeito… de qualquer modo…
E a casa começou a inundar e ser engolida, uma porta se abriu dentro do forno. E Lilia falou: — EU NÃO VOU ENTRAR AÍ! MINHA AMIGA MORREU DESSE JEITO!!
— Mas Lília, olha, é o caminho. — Falou Alice.
— Estereótipos… — Lilia bufou.
— Entrem logo!! — Xena ordenou e prosseguiu: — Agatha, Gabrielle, me ajudem com Sharon.
— Quem é Sharon? — Disse Agatha
— AGORA NÃO É HORA — Disse Xena
— Droga. Vamos — Agatha respondeu.
Enfiaram Sharon na porta-forno e por último passou Xena, fechando a porta atrás de si.
Nós estávamos com nossas roupas de antes, molhados, ensopados por descermos aquele toboágua-forno da última provação.
— SHARON — Disse o menino
— Quem é Sharon? — Agatha disse mais uma vez…
CANÇÃO
Ache o Caminho nobre e vulgar
Junte irmãs do fogo, água, terra e ar
Algo oculto e impuro deve aflorar
Bruxas vão, em união, glória alcançar
O Caminho vai, vai se revelar
O Caminho vai, vai se revelar
O Caminho vai, vai se revelar
Laços vão fazer a porta aparecer
Sob o santuário eu irei marchar
E não vou me afastar se a morte me encontrar
Noite jaz e nos traz um ser familiar
O espírito vai nos guiar se o Sol não brilhar
O Caminho vai, vai se revelar (vai se revelar)
(Vai se revelar) o Caminho vai, vai se revelar
(Se revelar) o Caminho vai, vai se revelar
Ouça minha voz, bruxa mãe algoz
Perverso é o Caminho, vai te enganar
Pro mal é sempre bom, errar é acertar
Por provações irá passar, vagando sem parar
Vai seguir e a porta abrir se o medo dominar
O Caminho vai, vai se revelar (o Caminho vai)
O Caminho vai (vai se revelar), vai se revelar (o Caminho vai)
O Caminho vai, vai se revelar (vai se revelar)
O Caminho vai (vai, vai, vai), vai se revelar (vai, vai, vai)
Nesse ritual, a glória é o final