Capitulo II O poder dos fracos

Elas caminham pra a cidade mais próxima e procuram um lugar para comerem, chegando a uma taberna elas se sentam em uma mesa afastada como sempre faziam. Os olhos antes azuis de Xena agora sustentavam um preto sem vida. A guerreira brincava com a comida e Gabrielle mesmo com fome não comia nada. Xena vira para Gabrielle.

– Eu acho que você deve ficar um tempo longe de mim. Eu tenho medo de te machucar.

– Você não me machucaria…

– Eu nunca te machucaria, mas posso perder e controle e você…

– Eu não vou sair de perto de você. Acabou esse assunto Xena.

A guerreira colocou as mãos na cabeça e fechou os olhos contraindo sua mandíbula num gemido de dor.

– O que foi Xena? Pelos deuses, fala comigo. O que esta acontecendo? O que eu posso fazer para te ajudar?

Xena continuava com os olhos fechados e quase gritando de dor, quando aquela misteriosa mulher aparece de novo fazendo todos na taberna congelarem no lugar. Apenas Gabrielle continuava segurando Xena em seus braços.

– Por favor, faça essa dor parar. Não estou agüentando mais._ De seus olhos saiam lagrimas prateadas. A mulher de verde se aproximou tocando seu rosto e fazendo toda a dor desaparecer. Xena se levanta ainda apoiada em Gabrielle.

– Pelos deuses nunca senti algo tão forte, foi como se milhares de facas entrassem em meu corpo.

Gabrielle enxugava as lagrimas que saiam dos olhos de Xena, lagrimas prateadas que brilhavam na sua pele que estava mais pálida que nunca._ A barda se virou para a mulher.

– O que esta acontecendo com ela?

– Eu achei que isso nunca fosse acontecer. Mas o poder da fúria esta destruindo a alma dela. Esta transformando Xena em uma deusa totalmente sem humanidade. Mas isso só aconteceria… Ahh não…

Gabrielle olhava pra ela assustada, enquanto a mulher parecia não acreditar no que via olhando para Xena e nem nas palavras que estavam saindo da própria boca:- Uma tragédia! Como eu não vi isso antes, existia uma parte em Xena que eu não conseguia ver que estava escondida, mas nunca pensei que fosse esse sentimento.

– Que tipo de sentimento?

– Amor!

Xena estava com os olhos arregalados, como se a mulher conseguisse decifrar os mais profundos dos seus segredos:- Você pode fazer algo a respeito?

– O único jeito é dividindo o poder em duas partes diferentes, mais isso nunca aconteceu antes, não sei as conseqüências se eu fizer isso.

A dor volta aos olhos de Xena dessa vez com mais intensidade que antes, ela se debatia como se tentasse lutar contra a dor. Gabrielle estava com os olhos marejados.

– Por favor, faça isso que ela esta sentindo parar!

– Eu posso colocar metade do poder em outra pessoa, só precisamos achar alguém parecido com ela.

– Coloque em mim._ Gabrielle levanta e fica de frente para a mulher: – Coloque metade do poder em mim.

– Minha criança, você não tem escuridão o suficiente para conseguir manter o equilíbrio.

– Não temos muito tempo, se Xena se transformar um uma deusa sem humanidade você iria implorar para que o deus que tivesse invocado a fúria tivesse conseguido.

– Você tem razão. _ A mulher segurou a testa de Gabrielle e o braço de Xena:- Isso pode doer um pouco.

Tudo dentro da taberna girava, as pessoas sumiram assim como aconteceu no barco. Os olhos de Xena voltaram ao azul normal e Gabrielle permanecia com os dela fechados. A guerreira foi ate Gabrielle e levanta a Barda, toda a sua dor tinha sumido.

– Você esta bem Gabrielle? _ Gabrielle mantinha os olhos fechados e antes que ela pudesse responder a mulher para em sua frente.

Gabrielle se desvencilha de Xena e abre os olhos olhando diretamente para a mulher.

– Acho que deu certo…_ Gabrielle cai no chão gritando assim como há poucos minutos Xena estava.

Xena vai ate ela e segura o seu rosto:- Calma. Nós vamos dar um jeito. Você tem que ser forte.

Gabrielle olhava Xena com os olhos marejados e em poucos segundos a sua expressão de agonia se transforma em uma mascara fria e sem sentimento, se transformando em uma pessoa diferente. Xena sabia disso apenas olhando em seus olhos. E ela não era a Gabrielle que Xena conhecia, Gabrielle levanta olhando para o próprio corpo e uma roupa vermelha de couro, cheia de fivelas se materializa e logo depois ela simplesmente some. Xena olha pra a mulher sem saber o que dizer, ela estava paralisada como nunca tinha ficado na sua vida.

– Xena você precisa deter Gabrielle. Ela não é mais quem você conheceu, o poder foi separado e o que estava tentando dominar você já conseguiu dominar ela. O coração de Gabrielle era puro demais pra controlar tanto poder. E nunca vi tanto… Amor…

– Mas o que aconteceu?

– Quando separei os poderes parte ficou com você e parte ficou com ela, só que as partes erradas. Toda a escuridão e a raiva foram para ela e o controle da submissão com você. É como se ela tivesse sentido toda a fúria do mundo e isso a dominasse.

– Não posso deixar Gabrielle com todo esse peso. Como eu posso ajudá-la?

– Primeiro você precisa se concentrar em seu poder. Procurei dentro de você algo que esta diferente.

Xena se concentra, e em pouco tempo um vestido branco se materializa no lugar de sua armadura.

– Estou sentindo tanta paz, só senti essa sensação poucas vezes na vida.

– E quando foi?

– Quando eu era criança e brincava com o meu irmão, e quando beijei Gabrielle._ Uma lagrima teimosa escorre dos seus olhos.

– Sinto muito ter acontecido isso com Gabrielle, mais você não tem tempo, precisa achá-la e impedir que ela faça algo terrível.

– Eu não sei onde ela foi. Ela simplesmente sumiu.

– Os poderes mesmo separados se atraem. Um de certa forma precisa do outro. Pense nela e você vai conseguir saber onde ela foi.

Xena fecha os olhos e quando abre estava em uma aldeia devastada, corpos queimados estavam por toda parte e as pessoas que estavam vivas tinham marcas de uma mão queimada em seus pescoços. A guerreira já tinha visto imagens de guerra assim, mas saber que a responsável por tudo aquilo era Gabrielle tornava tudo terrível demais. Um homem reparou sua presença e gritou.

– Minha deusa. Temos outra pessoa que não se curvou diante a senhora. O que eu devo fazer?

Gabrielle sai de trás de uma pilha de corpos olhando fixamente nos olhos de Xena depois se dirige ao homem que também tinha uma cicatriz de mão queimada no pescoço.

– Não quero que você faça nada com ela. Apenas fique aqui com os outros e ajude a arrumar essa bagunça.

– Vou fazer isso minha deusa.

Gabrielle se aproxima de Xena, seus cabelos estavam presos em uma trança que descia nas suas costas.

– Ola Xena. Sabia que você me encontraria. É engraçado como meu corpo reage perto de você, minhas pernas chegam a tremer.

– Eu sei que você pode resistir a tudo isso. A Gabrielle que eu conheço nunca machucaria essas pessoas.

– Mas eu não machuquei ninguém. Apenas dei sentido as suas vidas, alguém pra quem eles possam servir.

– Eu não posso deixar você continuar fazendo isso.

– Hum… E o que você vai fazer?

– Gabrielle, por favor. Não me obrigue a te machucar.

– Você tanto quanto eu ou mais ama a destruição, o poder intoxicante que ela traz. Ver pessoas se curvarem sobre suas ordens. Agora nós podemos ter tudo isso. E juntas.

– Você tem razão. Eu amo a destruição, amo o poder. Mas eu amo muito mais a vida e a paz que você me mostrou. A luz em seus olhos, a pureza de seu coração o seu sorriso. A sua justiça e a sua luta pela preservação da vida fez mudar tudo que eu pensava e era.

– Xena… Xena… Esse seu discurso foi muito tocante. Serio mesmo. Mais não acredito que você realmente acredite nele.

– Eu acredito em você. Na sua verdade, no meu amor.

Gabrielle estava sorrindo perversamente, um grupo de pessoas tentava fugir quando ela vira apontando a sua mão contra elas. Xena salta na sua frente segurando a sua mão. Os olhos de Gabrielle faiscavam um vermelho de raiva enquanto aos de Xena estavam num tom azul marinho gélido.

– Não posso deixar você fazer isso Gabrielle.

– Se você não esta comigo esta contra mim. E acho que você não vai querer brigar comigo.

– Acho que não tenho escolha. Eu tenho?

As duas começaram a lutar bravamente, embora Xena desviasse com uma velocidade incrível dos golpes de Gabrielle, os que acertavam deixavam marcas roxas e quando Xena acertou vários golpes nela foi como se nada tivesse acontecido. Os lábios de Xena estavam sangrando, a guerreira parou de lutar e simplesmente deixou Gabrielle bater nela.

– Porque você não esta se defendendo?

– Eu não vou mais tentar te machucar. E se você pretende destruir quem não se curve diante de você, acho que deveria começar por mim. Porque o seu poder de submissão não funciona comigo._ Xena abre os braços e chega mais perto de Gabrielle pegando as mãos da loira as colocando em volta do próprio pescoço: – Se você vai destruir o mundo, comece por mim.

Gabrielle segura o pescoço de Xena com os olhos ainda cintilando um vermelho vivo.

– Se você acha que eu não vou tirar você do meu caminho você esta totalmente errada Xena.

– O que você esta esperando? Eu não quero viver num mundo onde o amor da minha vida não exista. E você não é a Gabrielle que eu conheci e me apaixonei. E mesmo que eu conquistasse o mundo inteiro a única coisa que me fazia sentir viva era você.

– Quais são suas ultimas palavras.

Xena não desvia nem por um segundo dos olhos fumegantes de Gabrielle ela segura o braço que esta em seu pescoço e depois a nuca da loira, a puxa para frente, Gabrielle tenta se esquivar, mas quando os lábios de Xena encostam-se aos seus as línguas se tocam se acariciando lentamente e depois ferozmente ela se rende ao beijo._ Xena solta Gabrielle que ainda estava com os olhos fechados, ela acaricia o seu rosto: – Minhas ultimas palavras são apenas três. Eu te AMO. Só queria que você nunca se esquecesse disso. Eu te amo mais que a minha própria vida.

Gabrielle abriu os olhos que estavam se alternando num tom verde com riscos dourados e um vermelho sangue, segurou o rosto de Xena que se mantinha imóvel: – Por mais que eu tente não consigo te machucar._ Ela limpa o sangue que ainda sai dos lábios de Xena: – O que você fez comigo? É algum tipo de feitiço? Porque se for eu vou descobrir e você vai se arrepender…

– Eu não fiz nada. Olhe em meus olhos e fale que você não me ama. Fale que não sentiu nada quando eu te beijei. Fale que eu não significo nada pra você que…

Gabrielle a puxa para outro beijo, elas reagem como se fogo liquido corresse por suas veias, os corpos juntos como se quisessem se fundir. As mãos exploravam lugares que nunca tinham tocado. Gabrielle desgruda uma das mãos das costas de Xena e estrala os dedos, fazendo as duas se materializarem em um quarto grande e luxuoso. A guerreira separa seus lábios do de Gabrielle olhando onde elas estavam.

– Que lugar é esse Gabrielle. Porque me trouxe aqui?

Gabrielle se aproximava sedutoramente, sua roupa de couro desenhada no seu corpo fazia os olhos de Xena brilharem de desejo e seu coração acelerar de uma forma que chegava a doer.

– Eu quero você._ Ela encosta seu corpo contra o de Xena segurando com uma das mãos a sua nuca e a outra a sua cintura. Seus lábios se tocam as fazendo experimentarem suas bocas novamente, cambaleiam ate a cama com uma dificuldade latente de respirar.

Seus corpos tremiam e um calor faz as duas sentirem o meio de suas pernas latejarem de prazer, Xena se afasta para olhar o rosto de Gabrielle e seus olhos transbordavam desejo, um desejo enlouquecedor. Nenhuma das duas conseguia raciocinar direito, Gabrielle puxa Xena pelo cabelo e a beija ferozmente derretendo toda e qualquer resistência de ambas as partes fazendo as duas caírem sobre a cama, Gabrielle ergue uma das mãos que é acompanhada pela de Xena, ambas fazem um movimento e as roupas somem fazendo os corpos se tocarem completamente nus.

Uma onda de sentimentos invade as duas, Xena se ajeitava entre as pernas de Gabrielle sentindo os seus sexos quentes e molhados um contra o outro, elas respiravam pesadamente com seus olhos fechados tentando aproveitar cada sensação que os movimentos de seus quadris proporcionavam. Xena passa as mãos no corpo inteiro de Gabrielle chegando ao local no meio de suas pernas que estava quente e pulsante, onde os seus dedos passavam era como se pequenos focos de incêndio queimassem a sua pele, Gabrielle corresponde imediatamente ao toque jogando a sua cabeça para traz deixando gemidos escaparem por entre os dentes. Seus dedos rápidos e precisos tiravam gemidos que Gabrielle pensou nunca ser capaz de produzir, percorrendo toda a extensão de seu sexo evitando sua entrada, seus dedos estavam molhados de tão excitada que Gabrielle estava.

– Pare de me torturar desse jeito… _ Os olhos de Gabrielle mesmo estando num tom vermelho faiscante, estavam suplicantes:- Por favor, Xena me faça sua.

Xena a olhava intensamente como se conseguisse devorar a sua alma, pressiona sua entrada deslizando seus dedos para dentro de Gabrielle a fazendo segurar as suas costas fortes.

– Eu preciso escutar você falando Gabrielle.

Em meios de gemidos que teimosamente escapavam de seus lábios Gabrielle pergunta sem entender: – Falar o que Xena?

– Que você esta aqui porque me ama.

– Estou aqui porque quero você. Porque quero sentir você dentro de mim como agora._ Gabrielle puxa Xena antes que ela pudesse falar qualquer coisa fazendo seus lábios se unirem de novo em meio de gemidos e pequenos gritos de prazer que logo terminou quando Gabrielle chegou ao seu clímax gozando demoradamente nos dedos de Xena.

Gabrielle estava deitada com o corpo de Xena junto ao seu respirando ainda pesadamente, em poucos segundos a loira já estava com todo aquele desejo no olhar. Segurou os braços de Xena girando seu corpo ficando em cima da guerreira. Sua trança caia nas suas costas, um cabelo muito maior do que ela realmente tinha, Gabrielle vê nos olhos de Xena que estava faltando algo e com um movimento rápido de dedos seus cabelos se soltam como cachoeiras em seus ombros. No mesmo momento o corpo de Xena reage ficando tenso a fazendo morder os próprios lábios.

– Você é linda Gabrielle.

– Vou fazer você sentir algo que nunca sentiu em toda sua existência. Ela beija Xena com força fazendo seu lábio machucado voltar a sangrar, mas nenhuma delas consegue sentir qualquer tipo de dor em meio de tanto prazer. Gabrielle desce pelo pescoço de Xena fazendo um caminho molhado com a as língua ate chegar aos seus seios, eles estavam subindo e descendo com uma respiração ofegante. Gabrielle não demorou e sugou os mamilos rígidos se revezando entre um e outro fazendo Xena inflamar de desejo e sua boca ficar seca implorando por um beijo que prontamente Gabrielle deu explorando cada pedaço da boca macia e exigente. Logo em seguida Gabrielle volta a descer pelo pescoço de Xena, mas não para nos seus seios, continua seu caminho pelo umbigo fazendo um circulo molhado com a ponta da língua em volta dele e continua descendo pela pele que agora estava completamente arrepiada. Xena estava com os olhos fechados esperando pelo contato que logo viria da língua de Gabrielle em seu sexo, a loira abraçou as suas pernas para ter uma visão melhor do seu sexo e se aproximou da área que estava inchada de tanto desejo e tão umedecida que seus liquido escorria em sua virilha. Gabrielle lambeu todo o liquido que estava ao lado evitando a sua área de prazer, depois suavemente como se fosse uma deliciosa tortura lambeu delicadamente o seu sexo fazendo a guerreira o empurrar contra a sua boca implorando pelo seu toque.

– Gabrielle pelos deuses eu preciso…

Com um sorriso sensual no rosto atende ao pedido de Xena antes que a ela acabasse de falar mergulhando seu língua na superfície pulsante deixando a guerreira completamente entregue e indefesa ao sentimento de prazer intoxicante que a sua língua proporcionava, lambia seu sexo inteiro sugava e penetrava delicadamente sua entrada a fazendo gemer de prazer e gozar na boca de Gabrielle que não deixou nenhuma gota do liquido escapar dos seus lábios.

Cada vez que Xena gozava Gabrielle recomeçava suas caricias provocantes fazendo a guerreira ir às alturas de novo, Xena estava exausta de tanto prazer, mas conseguiu falar com uma voz rouca.

– Gabrielle, por favor, eu não agüento mais. Você esta querendo me matar?

– Eu quero te matar de tanto prazer_ ela sobe pelo corpo de Xena a beijando fazendo sentir seu próprio gosto com o beijo:- Quero devorar seu corpo e alma, quero tudo que é seu. Eu quero você.

– Você ainda não entendeu que tudo o que você quer de mim já é seu?_ Seus olhos não estavam com as cores normais, eles sustentavam uma cor roxa esverdeada e os de Gabrielle vermelhos como sangue: – A única coisa que eu queria era a minha antiga Gabrielle de volta.

Gabrielle beija o canto da boca de Xena sensualmente arrepiando todos os pelos da guerreira:- Algum problema com a Gabrielle que eu sou hoje.

– Nenhum se você não machucar mais ninguém. Ou tentar conquistar o mundo.

– Vejo que esses planos em outros tempos foram tentadores para você._ Gabrielle levanta de cima de Xena e com um aceno sua roupa de couro vermelha cobre todo o seu corpo e seu cabelo volta a ficar preso com uma enorme trança:- Espero que você não tente me atrapalhar, porque dessa vez você vai se arrepender.

Antes que Gabrielle pudesse desaparecer de novo Xena segura seu pulso fazendo seus olhos se encontrar, ondas de desejo voltam a dominar as duas e tão rápida quando Gabrielle com um leve movimento de mãos um vestido preto com um decote e uma abertura lateral deixando suas coxas e pernas livres aparecem em seu corpo. Gabrielle fica hipnotizada pelo contraste do azul que seus olhos possuíam com a pele que agora estava mais pálida que nunca, mais logo desviou o olhar quando o azul se transformou em um roxo inexpressivo.

– O que você quer fazer Gabrielle?

– Como assim?

– Quem você quer conquistar primeiro?

– Porque essa curiosidade repentina? Resolveu mudar de idéia e me ajudar?

– Se você quiser o mundo inteiro pode ser seu, pelo fogo ou pela submissão. Apenas uma coisa não.

– E o que seria essa coisa perto do mundo inteiro?

– Eu! Se você matar mais uma pessoa que seja, nunca mais vai me tocar, nunca mais vai sentir meu corpo perto do seu, e nunca mais vai escutar da minha boca uma palavra que não seja ofensiva.

As palavras de Xena tiveram mais efeito em Gabrielle do que ela esperava, embora lutasse com todas as forças para mostrar para Xena que o que ela sentia fosse apenas desejo, parte dela se dilacerava pela hipótese de nunca mais sentir o calor que o corpo de Xena proporcionava e o turbilhão de emoções que sentia quando aquelas insignificantes palavras saiam da boca de Xena, “Eu te amo” quando ela falava tinha um efeito quase dolorido em seu peito.

Xena soltou o pulso de Gabrielle e caminhou alguns passos para se afastar dela:- Acho que você consegue me achar em qualquer lugar do mundo já que nosso poder permite isso. Você sabe onde me encontrar depois, ou antes, de tudo se curvar a você… Quer dizer… QUASE tudo.

Gabrielle fica parada olhando fixamente para o lugar onde Xena estava antes da guerreira sumir deixando as ultimas palavras que foram ditas como um eco “quase tudo… Quase tudo…” e por um momento seus olhos voltaram a cor normal e uma lagrima escapou sem permissão. Suas mãos cobrirão seus olhos para ampararem as lagrimas que não paravam de escorrer pelo seu rosto. Os sentimentos se colidindo de forma devastadora dentro dela, a erupção que a raiva proporcionava e a calmaria avassaladora que Xena havia lhe proporcionado quando tocava sua pele ou falava palavras sussurradas sem nexos no seu olvido e quando seus lábios se tocavam era como o beijo da morte deveria ser… Inebriante e doce.

E uma certeza tomou conta de sua mente fazendo as lagrimas cessarem completamente e um vermelho mais vivo que nunca tomar conta de seus olhos e a certeza que ela tinha foi definida em uma frase que fazia questão de ficar repetindo em seu pensamento. “enquanto ela viver eu não terei paz”

Xena estava sentada na grama em frente a uma arvore grande quando sente a forte presença de Gabrielle atrás dela e sem se virar começa a falar:- Você demorou…

– Em todos os lugares que eu pude imaginar esse seria o ultimo que eu pensei que você estaria.

– Por quê? Onde mais eu poderia estar a não ser onde eu te vi pela primeira vez?

– Não pensei que você fosse tão sentimental assim Xena. O que te fez ficar assim tão patética?

– Você!_ Xena parecia uma estatua, não se mexia como se não estivesse nem respirando:- Você me desarmou há muito tempo, tudo que eu faço eu faço por você. Se eu luto é por você, se eu sangro é por você…_Xena levanta olhando diretamente para os olhos de Gabrielle:- … Eu morreria por você.

– Você é a única coisa que esta no meu caminho. Não posso deixar você viva sabendo que é a única pessoa que tem o poder de me deter.

Xena caminha ate Gabrielle ficando a poucos passos na sua frente: – Faça o que veio fazer.

Os olhos de Gabrielle viraram um mesclado de vermelho e preto ela ergue a mão e como se cem homens tivessem batido ao mesmo tempo Xena voa batendo fortemente em uma arvore. A guerreira segura sua barriga tentando respirar com tamanha dor, seus olhos ficam com um tom mesclado de roxo e verde faiscantes, mas ela simplesmente levanta com dificuldade olhando para Gabrielle de novo:- Eu te amo._E logo sente outro golpe dessa vez mais forte em seu rosto fazendo seus lábios e nariz sangrarem. Cada golpe era mais forte que o outro e sempre que Xena levantava falava as mesmas palavras que doíam em Gabrielle como se fossem adagas perfurando seu coração.

– Pare de falar isso Xena!_ Lagrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto.

– Só tem um jeito de eu parar de falar… Se meu coração parar de bater._ A guerreira caminha ate Gabrielle que a acerta de novo dessa vez com as próprias mãos fazendo Xena cair de joelhos:- Então essas serão suas ultimas palavras…

Gabrielle olha para Xena concentrando todo o seu poder num único golpe, a guerreira levanta os olhos, de seus lábios escorriam um fio de sangue, seu rosto estava com leves tons de roxo pelas pancadas e densas lagrimas escorriam dos seus olhos. Com muita dificuldade ainda consegue falar mais uma vez:- Eu amo… Para sempre._ E abaixa o rosto esperando o golpe final.