Cap V

Confronto

Xena pega Gabrielle no colo e corre até a casa, chegando lá ela chuta a porta e leva Gabrielle até seu quarto e ao deitar na cama ela acorda.

– Eu estou muito encrencada?

– Bastante Gabrielle você não deveria ter feito isso.

O pai de Gabrielle entra desesperado no quarto com a espada de Xena nas mãos apontando para a guerreira.

– O que você fez com a minha filha.

E antes de Xena responder Gabrielle senta na cama e olha furiosa para o pai.

– Eu evitei o que o senhor planejou e ainda bem que cheguei a tempo.

– Não acredito que você fez isso. Por quê?

– Porque o senhor não entendeu o que ela significa para mim.

Xena levanta da cama pegando a sua espada das mãos do pai de Gabrielle depois olha para todos muito séria.

– A Gabrielle não tem tempo para discussões, onde está minha armadura?

A mãe da barda se aproxima segurando os braços de Xena.

– Por favor, salve a minha filha, sua armadura está na mesa da cozinha junto com aquela argola brilhante.

– Obrigada._ Xena volta e senta na cama ao lado de Gabrielle:- Eu preciso achar aquele idiota e saber que tipo de veneno ele usou para saber o tipo de antídoto que você precisa.

– Eu vou junto com você Xena.

– Eu não sei o efeito que esse veneno vai causar a você e sozinha eu acharia o antídoto mais rápido.

O pai de Gabrielle começa a chorar e senta na cama ao lado delas.

– Eu nunca vou me perdoar por isso. Eu pedi que o veneno fosse rápido e eficaz e que não tivesse nenhum antídoto conhecido. Eu sou responsável por isso.

Enquanto os pais e a irmã de Gabrielle não paravam de chorar Xena estava parada imóvel e ainda sentada ao lado de Gabrielle segurando a sua mão e depois de algum tempo ela se aproxima segurando o rosto de Gabrielle.

– Eu vou dar um jeito nisso. Nem o próprio Zeus me impediria de te salvar. Eu não demoro a voltar e você está proibida de morrer entendeu?

– Vou fazer o possível para não fazer isso.

Xena beija a testa de Gabrielle e sai do quarto com pesadas lágrimas escorrendo por seus olhos, vai até a cozinha, pega sua armadura e a coloca ali mesmo. Lila vai até ela também com os olhos cheios de lágrimas.

– Xena eu quero te ajudar a salvar minha irmã. O que eu posso fazer?

– Fique aqui e cuide dela acho que em pouco tempo a febre vai aparecer e ela vai precisar da sua ajuda.

– Ela vai sobreviver, não vai?

A guerreira se aproxima de Lila e a abraça:- Não sei. Mas vou fazer de tudo para achar uma cura.

Xena sai da casa correndo e em pouco tempo chega ao lago e para olhando o próprio reflexo na água tentando pensar em uma maneira de salvar Gabrielle. Depois de alguns minutos ela cai sobre os próprios joelhos chorando sem parar.

– Não consigo me lembrar da última vez que vi você chorando Xena.

– O que você quer Ares?

– Saber qual o motivo das suas lágrimas.

– Não saber qual o antídoto de um veneno.

– Você foi envenenada?

– Não… Gabrielle foi.

– É… Dessa vez nem você vai conseguir salvar a sua loirinha.

Xena levanta e o olha nos olhos.

– Você consegue me levar até Zeus?

– O que você quer com o meu pai?

– Você pode ou não?

– Não. Ele só aparece quando ele quer alguma coisa, mesmo eu sendo um Deus, e ele meu pai, não consigo saber onde ele está.

– E Hércules?

– Você acha mesmo que eu vou te ajudar salvar a sua namoradinha?

– Não sei mesmo onde eu estava com a cabeça em perder meu tempo com você.

A guerreira sai correndo para a casa de Gabrielle agora com um brilho de esperança nos olhos. Ela entra na casa e corre para o quarto, Gabrielle estava extremamente pálida e tremendo bastante.

– Xena… Você voltou…

– Gabrielle me escute não temos muito tempo. Eu preciso que você chame Afrodite, ela sempre gostou de você e acho mais fácil ela aparecer com você chamando do que eu.

– Mas o que ela pode fazer Xena?

– Apenas faça o que eu digo.

Gabrielle se concentra e sua voz sai quase sussurrada.

– Afrodite… Afrodite.

A Deusa aparece com as suas roupas rosa de seda como sempre e um sorriso nos lábios.

– O que minha barda favorita quer da Deusa do amor?_ O seu sorriso se desfaz na hora que ela vê as profundas olheiras de Gabrielle e a palidez da sua pele:- O que houve com você querida?

Antes de Gabrielle responder Xena entra na frente dela.

– Afrodite não temos muito tempo eu preciso da sua ajuda para salvar Gabrielle.

– Eu não tenho o dom da cura, e não sei como eu posso ajudar.

– Me leve até Hércules. Você consegue nós levar até onde ele está?

– Eu consigo, só não sei como ele pode te ajudar.

– Eu te explico depois.

Afrodite estrala os dedos e faz ela e Xena aparecerem em uma estrada onde Hércules e Iolaus estavam a caminho de Atenas.

Xena explica o que aconteceu com Gabrielle para os três.

-O que eu posso fazer para ajudar Gabrielle?

– Eu preciso conversar com Zeus, eu sei que vocês não se dão muito bem, mais não vejo outra saída, Hércules.

Afrodite se aproxima com um rosto triste:- Mesmo que você consiga falar com ele não sei como você conseguiria convencê-lo a te ajudar.

– Quando eu estiver com ele eu dou um jeito nisso.

Hércules segura as mãos de Xena que estavam geladas e tremulas.

– Mesmo sabendo que meu pai é egoísta e só pensa nele eu vou te ajudar_ Hércules olha para o céu e respira fundo:- Zeus eu preciso falar com você._ depois de um tempo em silêncio Hércules respira fundo de novo:- Pai eu preciso falar com você.

– Na mesma hora Zeus aparece com um sorriso de satisfação no rosto.

– O que você quer meu filho?

– Eu tenho uma amiga que precisa da sua ajuda Zeus.

– Não acredito que você me chamou para ajudar uma simples mortal.

Xena se aproximou de Zeus.

– Uma simples humana que teve o poder da fúria e da submissão.

O rosto de Zeus fica extremamente sério.

– Você conseguiu chamar minha atenção. Vamos conversar em particular.

Xena vira para Hércules, Iolaus e Afrodite:- Obrigada por tudo.

Um vento muito forte rodeia Xena e Zeus fazendo a guerreira cobrir os olhos para se proteger e em poucos segundos Zeus estava sentando em um trono de pedra esculpida e Xena em sua frente.

– Você tem minha atenção não desperdice o meu tempo.

– Eu preciso da cura de um veneno.

– E porque você acha que eu te ajudaria?

– Porque você tem uma dívida muito grande comigo Zeus.

– Você deve estar falando do poder da fúria e da submissão. Você acha mesmo, que eu vou acreditar que uma simples mortal como você teve esse poder e não quis conquistar todo o mundo?

– Você sentiu o poder, não sentiu? Você sabe que um dos Deuses tinha invocado a fúria e a submissão, e sabe também, que nenhum deles conseguiu porque você ainda está sentado aí.

– E se isso fosse verdade, qual dos Deuses invocou o poder?

– Eu não sei. Mais se você salvar a minha amiga eu descubro.

– E você acha que se eu não descobri você conseguiria?

– Eu tenho muitas habilidades.

– Eu acredito em você e por isso, só por isso eu vou te dar a oportunidade de salvar a sua amiga._ Zeus levanta do seu trono e faz um pequeno corte na própria mão e depois coloca o sangue dentro de um vidrinho.

– Não sabia que Deuses sangravam.

– Eles não sangram, eu sou a único ser que pode fazer um Deus sangrar. Você precisa dar meu sangue para a sua amiga beber.

– Isso vai parar o efeito do veneno?

– O meu sangue pode curar qualquer coisa. Mais o efeito será permanente com uma condição.

– Qual condição?

– Você tem três noites começando hoje para conseguir descobrir quem invocou o poder da fúria e da submissão, e se você não conseguir sua amiga irá morrer.

– Tudo bem, eu aceito. Mais a Gabrielle não tem muito tempo você pode me levar até onde ela está?

Assim que Xena acabou a pergunta ela apareceu na porta da casa de Gabrielle, entrou na casa correndo e foi até o quarto onde ela estava.

Ao chegar ao quarto Gabrielle estava desacordada e varias toalhas sujas de sangue estavam ao seu lado, sangue que provavelmente tinha saído de sua boca.

Lila vai até Xena:- A Gaby não parou de chamar o seu nome. Não sei mais o que fazer.

– Calma Lila ela vai ficar bem_ Xena vai até Gabrielle que não conseguia nem abrir os olhos, pegou o vidrinho com o sangue de Zeus e despejou metade do conteúdo nos lábios de Gabrielle e guardou o que sobrou: – Vamos… Funciona… Funciona…

Nota