Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira

    Escrevendo Fanfics de Xena no Estilo Light Novel: Um Guia Completo

    Ilustração de Light Novel - Ascendance of a Bookworm
    Light Novel: Ascendance of a Bookworm. Arte de You Shiina. Livro de Miya Kazuki. (No mangá atribuem as artes à Suzuka). Imagem ilustrativa.

    Introdução: Por Que Light Novels?

    Acredito que alguns de nós já nos deparamos com o universo dos mangás, animes, séries como Spy X Family, Demon Slayer, Ascendance of a Bookworm, então, provavelmente em algum ponto você já consumiu algo que nasceu como uma light novel. Mas, o que são Light Novels?

    Light novels são um estilo de narrativa japonês que fica no meio termo entre livros tradicionais e mangás. São textos mais leves, com diálogos dinâmicos, descrições focadas e ritmo ágil. E por causa disso, tornam-se um estilo de escrita muito propício para construção de fanfics. Mas calma, vou explicar o motivo!

    • Acessibilidade: São fáceis de ler e escrever, ideais tanto para quem está começando quanto para veteranos que querem experimentar algo novo
    • Foco em ação e emoção: Perfeito para Xena, que mistura batalhas, aventuras, tramas de mistério, diálogos emocionais mais densos e comédia.
    • Diálogos dinâmicos: As light novels tem enfoque em diálogos e facilitam a visualização da ideia através de pontos de vista e conversas.
    • Flexibilidade: Funciona para aventuras curtas ou sagas longas. (Desafios de One Shot? Pode. Desafios de Epopéias? Pode! Quer passar o resto da vida escrevendo e postando? Pode também).

    Neste guia, vou te mostrar como usar técnicas de light novel para dar vida às suas histórias de Xena. E relaxa: vou tentar usar exemplos práticos que possibilitem escrever para o público brasileiro, respeitando as nossas regras.

    Parte 1: Escolhendo Seu Ponto de Vista (POV)

    Primeira Pessoa ou Terceira Pessoa?

    Essa é uma das primeiras decisões que você precisa tomar ao começar sua fanfic. Vamos entender as diferenças:

    Primeira Pessoa

    Quando a personagem está contando a história, como se estivesse escrevendo um diário. Usa palavras como “eu”, “meu”, “minha”.

    Use primeira pessoa quando:

    • Quer contar a história da perspectiva de uma personagem específica
    • Quer escrever como se fosse o pergaminho de Gabrielle ou os pensamentos de Xena
    • Busca uma aproximação filosófica ou introspectiva (muito comum em momentos de reflexão)
    • A história é centralizada em uma protagonista e ela é quem está contando

    Exemplo com Gabrielle:

    Eu nunca imaginei que seguir Xena mudaria tanto minha vida. Quando a vi pela primeira vez em Poteidaia, defendendo minha aldeia, pensei apenas em aventura. Não sabia que encontraria minha outra metade. Não sabia que aprenderia que o amor pode ser a maior arma de todas.
    Olho para ela agora, afiando sua espada à luz da fogueira, e meu coração se aquieta. Ela não precisa dizer nada. Eu sei que está pensando na batalha de amanhã. Sempre está.

    Exemplo com Xena:

    Eu já matei muitas pessoas. Essa verdade me persegue em cada cidade que visitamos, em cada rosto que reconhece meu nome com medo. Gabrielle diz que mudei, que sou diferente agora. Ela acredita em mim de uma forma que eu mesma não consigo.
    Talvez seja por isso que não posso perdê-la.

    Terceira Pessoa

    Quando as situações estão sendo descritas por um narrador externo, permitindo colocar luz em vários personagens ao longo da história.

    Use terceira pessoa quando:

    • Tem muitos personagens e precisa criar uma história que foca em todos eles
    • A história se passa em um universo detalhado que precisa de maior descrição
    • Quer alternar entre diferentes perspectivas (Xena, Gabrielle, Ares, etc.)
    • Há cenas de batalha complexas com múltiplos combatentes

    Exemplo – Cena de Batalha:

    Xena girou o chakram acima da cabeça. O disco metálico cortou o ar com um assobio agudo, ricochetou em três escudos e voltou perfeitamente para sua mão. Cinco soldados caíram antes mesmo de compreenderem o que havia acontecido.
    Atrás dela, Gabrielle bloqueou um golpe com seu bastão. O impacto reverberou em seus braços, mas ela manteve a posição. Já não era mais a garota ingênua de Potideia. Seus movimentos eram precisos, calculados. Xena tinha sido uma boa professora.
    “São muitos!” Gabrielle gritou, derrubando outro atacante.
    Xena sorriu — aquele sorriso perigoso que aparecia apenas em batalha. “Eu sei. Divertido, não é?”

    Para fanfics, experimente primeira pessoa para histórias intimistas e introspectivas, e terceira pessoa para aventuras de ação. Você também pode misturar: escrever capítulos alternados com POVs diferentes!


    Parte 2: Estrutura de Sentenças – O Ritmo da Sua História

    Em light novels, o tamanho das frases varia conforme a intensidade da cena. Isso cria ritmo e emoção. Vamos ver como fazer isso:

    Frases Curtas em Cenas de Alta Tensão

    Em momentos de ação intensa, autores preferem usar frases curtas em várias linhas, criando a tensão e velocidade da cena.

    Exemplo – Xena em Perigo:

    A lâmina desceu em direção ao seu pescoço.
    Xena não tinha como se esquivar. O golpe anterior havia rachado suas costelas. Cada respiração era uma agonia. Cada movimento, uma batalha contra o próprio corpo.
    Ela viu o aço brilhar sob o sol.
    Este era o fim.
    Depois de tudo que havia sobrevivido, morreria aqui. Longe de Gabrielle.
    A espada caiu —
    — e parou no ar.
    O braço do soldado tremeu. Seus olhos se arregalaram. Ele olhou para baixo, vendo o bastão que havia atravessado suas costelas por trás.
    “Nunca…” Gabrielle puxou sua arma, e o homem desabou. Sua voz era baixa, perigosa. “…toque nela.”

    Percebe como as frases curtas aceleram o ritmo? Seu coração dispara junto com a cena!

    Frases Longas em Cenas Contemplativas

    Quando o momento pede reflexão, descrição detalhada ou um ritmo mais lento, as frases podem (e devem) se estender.

    Exemplo – Momento Introspectivo:

    Gabrielle observava o horizonte enquanto o sol se punha sobre as montanhas da Trácia, pintando o céu com tons de laranja e púrpura que se misturavam como tintas sobre uma tela infinita. Havia algo de melancólico naquele fim de tarde, talvez porque lembrasse de quando ainda era apenas uma menina em Potideia, sonhando com poetas e heróis, sem imaginar que um dia se tornaria ambos — uma poeta que aprendeu a lutar, uma heroína que nunca deixou de sonhar. Xena estava alguns metros atrás, cuidando de Argo, e Gabrielle podia sentir aquela presença mesmo sem olhar, como se seus corpos tivessem desenvolvido uma linguagem própria depois de tanto tempo juntas, uma consciência compartilhada que dispensava palavras.

    Exemplo – Introdução de Local:

    Atenas se estendia diante delas como um labirinto de mármore e sonhos. As ruas estreitas serpenteavam entre templos grandiosos e casas modestas, onde comerciantes gritavam suas ofertas e filósofos debatiam nas esquinas sobre a natureza da virtude e da justiça. O cheiro de pão fresco misturava-se ao incenso queimado nos altares, e o som de liras ecoava de alguma taverna próxima. Xena mantinha a mão perto da espada — cidades civilizadas, ela sabia, eram frequentemente as mais perigosas. Gabrielle, ao contrário, tinha os olhos brilhando de entusiasmo, absorvendo cada detalhe como se quisesse guardar aquela visão para um futuro pergaminho.

    Dica Prática:

    Leia suas cenas em voz alta. Batalhas devem te deixar sem fôlego. Momentos calmos devem fluir suavemente. Se algo parece estranho, ajuste o tamanho das frases!


    Parte 3: Estrutura de Diálogos – Dando Voz às Personagens

    Diálogos são a alma de uma light novel, e Xena é REPLETA de diálogos memoráveis. Vamos aprender a estruturá-los de forma eficaz.

    Regra de Ouro: Uma Linha Por Fala

    Light novels separam os diálogos em linhas diferentes para deixar claro quem está falando. Isso cria ritmo e facilita a leitura.

    Exemplo Básico:

    “Você tem certeza disso?” Gabrielle perguntou.
    Xena não desviou os olhos da estrada. “Tenho.”
    “Porque da última vez que você teve certeza de algo, quase morremos.”
    “Dessa vez é diferente.”
    “Foi o que você disse da última vez.”
    Xena finalmente olhou para a companheira, uma sobrancelha erguida. “Você vai ficar reclamando ou vai me ajudar?”
    Gabrielle sorriu. “Posso fazer as duas coisas ao mesmo tempo.”

    Misturando Diálogos com Descrições

    Você pode intercalar falas com ações e descrições para construir a cena de forma mais rica.

    Exemplo – Cena Dramática:

    Gabrielle deixou o pergaminho cair de suas mãos. As palavras ainda ecoavam em sua mente, cada letra uma adaga afiada.
    “Então é verdade,” ela sussurrou. “Você sabia desde o começo.”
    Xena permaneceu imóvel perto da entrada da caverna, sua silhueta recortada contra a luz da lua. Por um longo momento, não disse nada. Quando finalmente falou, sua voz estava carregada de uma tristeza que Gabrielle raramente ouvia.
    “Eu ia te contar.”
    “Quando?” A voz de Gabrielle subiu, raiva misturada à dor. “Quando Xena? Quando já fosse tarde demais?”
    “Eu estava tentando te proteger.” Xena se virou, e havia lágrimas em seus olhos — algo tão raro que Gabrielle sentiu seu coração apertar mesmo através da raiva.
    “Não me proteja com mentiras.” Gabrielle deu um passo à frente. “Nunca mais faça isso.”
    O silêncio entre elas era denso, pesado. Então Xena assentiu, uma vez, lentamente.
    “Nunca mais,” ela prometeu.

    Diálogos Cômicos – O Timing é Tudo

    Xena tem ótimos momentos de comédia. Em light novels, o humor vem muito da dinâmica rápida entre personagens.

    Exemplo:

    “Não acredito que estamos fazendo isso,” Gabrielle murmurou, olhando para o vestido ridículo que Xena segurava.
    “Era isso ou lutar contra trinta guardas.” Xena examinou o tecido rosa com desconfiança. “Sinceramente? Prefiro os guardas.”
    “Você vai ficar linda.” Joxer apareceu segurando uma tiara de flores. “Olha! Achei acessórios!”
    Xena pegou a tiara. Olhou para ela. Olhou para Joxer.
    “Não.”
    “Ah, qual é, Xena! É um disfarce!”
    “Joxer tem razão,” Gabrielle tentou não rir. “Você precisa parecer convincente.”
    “Convincente.” Xena repetiu a palavra como se fosse um insulto. Então suspirou, pegou o vestido e desapareceu atrás de uma árvore. “Se alguém me vir assim, eu mato todos os envolvidos.”
    “Anotado!” Gabrielle gritou alegremente.
    Três minutos depois, Xena emergiu. O vestido rosa chocava violentamente com sua expressão assassina.
    Joxer abriu a boca.
    “Nem pense em comentar,” Xena rosnou.
    Joxer fechou a boca.
    Gabrielle mordeu o lábio, tentando desesperadamente não gargalhar. “Você está… radiante.”
    “Gabrielle.”
    “Sim?”
    “Cale a boca.”

    Parte 4: Descrições – Pintar Sem Sobrecarregar

    Light novels não descrevem TUDO. Elas focam no que importa e deixam a imaginação fazer o resto.

    O Que Descrever?

    • Detalhes importantes para a cena ou trama
    • Características únicas que definem um personagem
    • Elementos que afetam as emoções da cena

    O Que NÃO Descrever?

    • Cada objeto na sala
    • Roupas em detalhes excessivos (a menos que seja relevante)
    • Coisas que o leitor já conhece

    Exemplo – Descrevendo um Novo Personagem:

    A mulher que entrou na taverna chamava atenção sem tentar. Não por sua beleza — embora fosse bonita, com cabelos negros trançados com contas de prata — mas pela forma como se movia. Cada passo era medido, preciso. Calculado. Seus olhos varreram o ambiente uma vez, catalogando saídas e ameaças com a eficiência de um estrategista militar.
    Quando seu olhar pousou em Xena, ela sorriu. Não era um sorriso amigável.
    “Conhece ela?” Gabrielle sussurrou.
    Xena não desviou os olhos da recém-chegada. “Infelizmente.”

    Espalhando Descrições

    Você não precisa descrever tudo de uma vez. Espalhe as informações por várias cenas.

    Primeira menção:

    O templo de Ares se erguia à frente, uma estrutura negra contra o céu carmesim.

    Segunda menção (mais detalhes):

    À medida que se aproximavam, Gabrielle notou os detalhes macabros. Crânios estavam embutidos nas paredes de pedra negra, e tochas com chamas azuis ardiam sem consumir combustível aparente. Era o tipo de lugar que sussurrava ameaças mesmo em silêncio.

    Terceira menção (dentro do templo):

    O interior era pior. Armas cobriam cada parede — espadas, lanças, machados — todas marcadas com sangue seco que ninguém havia se incomodado em limpar. Ares gostava de seus troféus.

    Descrição Através da Perspectiva do Personagem

    As melhores descrições refletem quem está observando.

    Do ponto de vista de Gabrielle (mais poética):

    A floresta ao amanhecer era mágica. Raios de sol atravessavam a copa das árvores como dedos dourados, tocando o orvalho sobre as folhas e transformando-o em diamantes efêmeros. Pássaros cantavam uma melodia matinal que parecia composta especialmente para aquele momento, e o ar tinha aquele cheiro fresco de terra e vida renovada que Gabrielle adorava. Era nesses momentos que ela entendia por que havia deixado Potideia. O mundo era grande demais, belo demais, para ficar em um só lugar.

    Do ponto de vista de Xena (mais tática):

    A floresta oferecia cobertura, mas também riscos. Árvores densas significavam visibilidade limitada — emboscadas eram fáceis aqui. Xena identificou três possíveis pontos de ataque nos primeiros cem metros. O chão estava úmido, bom para rastrear pegadas, ruim para movimentos silenciosos. Ela ouviu água corrente à esquerda — um riacho, talvez, útil se precisassem despistar perseguidores. Os pássaros cantavam, o que significava que estavam sozinhas. Por enquanto.

    Dica Prática:

    Pense em seus cinco sentidos! Não descreva apenas o que se vê. O que cheira? Que sons há? Que texturas? Isso torna a cena viva!


    Parte 5: A Voz do Personagem – O Elemento Mais Importante

    Este é o coração de uma light novel: cada personagem deve ter uma voz única. Não é só o que dizem, mas como pensam, como descrevem o mundo, como reagem.

    Xena: Direta, Observadora, Com Humor Seco

    Mais vinte soldados. Ótimo.
    Xena girou a espada, testando o peso. A lâmina estava bem equilibrada — uma arma de qualidade, provavelmente roubada de algum general morto. Os soldados se aproximavam em formação. Disciplinados. Treinados.
    Chato.
    “Gabrielle, fica atrás de mim.”
    “Eu posso lutar, Xena.”
    “Eu sei.” Xena olhou por cima do ombro, dando à companheira um sorriso rápido. “Mas eu prometi terminar isso antes do jantar. Sopa de peixe, lembra?”
    “Você e suas prioridades.”
    “Tenho fome.”
    Os soldados atacaram. Xena suspirou e foi trabalhar.

    Gabrielle: Empática, Descritiva, Reflexiva

    Tem dias em que me pergunto como chegamos até aqui. Não geograficamente — embora estejamos longe de qualquer lugar que eu chamaria de civilizado — mas emocionalmente. Xena está do outro lado da fogueira, em silêncio, como sempre fica quando algo a incomoda. Eu poderia perguntar. Talvez devesse. Mas aprendi que às vezes ela precisa do silêncio, precisa processar seja lá o que está carregando naquele momento.
    Então espero. E observo. E escrevo.
    É isso que faço. Espero que minhas palavras possam capturar quem ela realmente é — não a lenda, não a Destruidora de Nações, mas a mulher que compartilha meu fogo, minha estrada, minha vida.
    A mulher que eu amo.

    Ares: Dramático, Sedutor, Arrogante

    “Xena!” Ares materializou-se em uma explosão de fumaça e faísca — porque entradas discretas eram para deuses menores. “Que prazer te ver novamente. E você trouxe sua mascotinha.”
    Ele ignorou o olhar assassino de Gabrielle. A loirinha sempre foi sensível.
    “O que você quer, Ares?” Xena não se virou, continuou afiando sua espada. Como se ele fosse apenas uma inconveniência menor.
    Isso o irritava. E excitava. Xena sempre soube como provocá-lo.
    “Direto ao ponto. Adoro isso em você.” Ares circulou ao redor dela como um predador. “Tenho uma proposta. Algo que vai interessar até mesmo sua… consciência recém-descoberta.”
    “Não.”
    “Nem ouviu ainda.”
    “Não preciso.” Agora ela olhou para ele, e aqueles olhos azuis eram gélidos. “A resposta sempre é não, Ares.”
    Ele sorriu. Desafio. Isso ele entendia. Isso ele desejava.
    “Ainda não desisti de você, Xena. Nunca vou desistir.”

    Dica Prática:

    Faça um exercício: escreva a mesma cena do ponto de vista de três personagens diferentes. Veja como a VOZ muda tudo!


    Parte 6: Colocando Tudo em Prática – Exemplos Completos

    Agora vamos juntar todas as técnicas. Aqui estão cenas completas aplicando tudo que aprendemos:

    Cena de Batalha Completa

    Terceira pessoa. Frases curtas para tensão. Descrição focada. Vozes únicas.

    A ponte era estreita — largura suficiente para três homens lado a lado, não mais. Xena posicionou-se no centro, bloqueando a passagem completamente. Atrás dela, Gabrielle protegia os aldeões que fugiam.
    “São cinquenta soldados, Xena!” Gabrielle gritou.
    “Cinquenta e três,” Xena corrigiu, identificando os arqueiros na margem oposta. “Vi pior.”
    “Quando?”
    “Semana passada.”
    Os soldados avançaram. Seus gritos de guerra ecoaram sobre o rio.
    Xena esperou.
    Esperou.
    Esperou.
    Agora.
    Ela lançou o chakram. O disco cantou pelo ar, uma nota aguda e mortal. Ricocheteou em um elmo, depois em outro, depois em um terceiro. Três homens caíram na água antes que os outros compreendessem o que havia acontecido.
    O chakram voltou. Xena o pegou sem olhar.
    “Próximos?”
    Eles hesitaram. Bom. Medo era uma arma melhor que qualquer espada.
    Então o comandante gritou algo sobre honra e recompensas, e os homens atacaram em massa.
    A ponte se transformou em caos.
    Xena se moveu como dançava — se dança envolvesse quebrar ossos e desmontar formações militares. Um soldado a atacou pela direita. Ela bloqueou com o antebraço, girou, usou o próprio impulso dele para jogá-lo no rio. Dois vieram pela esquerda. Seu cotovelo encontrou a garganta do primeiro. Seu joelho, o estômago do segundo.
    Um machado desceu em sua direção.
    Xena o pegou no ar. Arrancou da mão do soldado. Jogou de volta.
    O homem se juntou aos outros na água.
    “Gabrielle!” Xena bloqueou duas espadas simultaneamente. “Tá todo mundo fora?”
    “Quase!” Gabrielle derrubou um soldado que havia tentado passar por ela. “Mais trinta segundos!”
    Trinta segundos. Xena contou mentalmente enquanto lutava.
    Vinte e cinco.
    Vinte.
    Um arqueiro mirou. Ela viu pelo canto do olho. Xena pegou um escudo do chão, jogou-o como um frisbee. O arqueiro caiu.
    Quinze.
    Dez.
    Os soldados começaram a recuar. Finalmente haviam entendido: não valia a pena. Não contra ela.
    Cinco.
    “Xena! Vamos!”
    Zero.
    Xena virou e correu. Gabrielle já estava cortando as cordas que sustentavam a ponte.
    “Agora!” Gabrielle gritou.
    Xena saltou. A ponte desmoronou atrás dela, caindo no rio com um estrondo satisfatório. Ela rolou, ficou de pé, e olhou para trás.
    Os soldados do outro lado pareciam muito irritados.
    “Bem,” Xena limpou o sangue do rosto. “Isso foi estimulante.”
    Gabrielle estava dobrada, tentando recuperar o fôlego. “Sua definição… de estimulante… é muito… preocupante.”
    “Vamos. Temos um jantar para preparar.”
    “Você… pensa em comida… nos momentos… mais estranhos.”
    “Batalhas me deixam com fome.” Xena ofereceu a mão, puxando Gabrielle para cima. “Vamos. Prometi sopa de peixe, lembra?”
    Gabrielle balançou a cabeça, mas estava sorrindo. “Impossível. Você é completamente impossível.”
    “É por isso que você me ama.”
    “Entre outras razões.”

    Cena Dramática Completa

    Primeira pessoa (Gabrielle). Frases longas para introspecção. Emoção profunda.

    Eu sabia que este dia chegaria.
    Sempre soube, desde aquele momento em Tessália quando a morte quase a levou, quando segurei sua mão e senti aquele frio se espalhando por seus dedos. Xena vive no limite entre a vida e a morte há tanto tempo que às vezes acho que ela esqueceu que existe diferença entre elas. Ela joga com destinos e deuses como se fossem peças em um tabuleiro, sempre confiante de que pode vencer, sempre certa de que desta vez será diferente.
    Mas não foi.
    Olho para ela agora, deitada nesta cama de taverna que cheira a mofo e vinho barato, e vejo o sangue que encharca as ataduras sobre seu abdômen. Muito sangue. Sangue demais. Minhas mãos tremem enquanto tento estancar o fluxo, mas é como tentar segurar água — escorre entre meus dedos, quente e vermelho e impossível de parar.
    “Gabrielle.” Sua voz é um sussurro, tão fraca que preciso me inclinar para ouvir. “Para.”
    “Não.” Minhas lágrimas caem sobre as ataduras. “Não vou parar. Você vai ficar bem. Sempre fica bem.”
    “Não desta vez.”
    “Não diga isso!” Minha voz se quebra. “Não você. Não agora. Não assim.”
    Ela ergue a mão — custando um esforço visível — e limpa uma lágrima do meu rosto. Seu toque é frio.
    “Escuta,” ela diz, e há algo em seus olhos que nunca vi antes. Medo? Não. Xena não tem medo da morte. É outra coisa. Arrependimento, talvez. Ou apenas tristeza. “Você foi… a melhor coisa que já aconteceu comigo.”
    “Não.” Balanço a cabeça violentamente. “Você não vai fazer isso. Não vai se despedir. Não vou deixar.”
    “Não é sua escolha.”
    “Então faço ser minha escolha!” Agarro sua mão com força, como se pudesse mantê-la aqui pela pura força de vontade. “Você disse que lutar é uma escolha. Que todo dia escolhemos quem somos. Então escolha! Escolha ficar!”
    Xena me olha por um longo momento. Então sorri — aquele sorriso pequeno, íntimo, que ela reserva só para mim.
    “Eu sempre escolhi você,” ela sussurra. “Desde o primeiro dia. Cada dia. Sempre você.”
    E eu entendo. Finalmente entendo. Não é sobre ela desistir. Nunca foi. É sobre ela ter dado tudo que tinha, lutado todas as lutas que podia lutar, e agora o corpo dela simplesmente não aguenta mais. Não é rendição. É só… o fim.
    Mas eu não estou pronta. Como alguém pode estar pronta para perder metade da própria alma?
    “Não sei como fazer isso sem você,” admito.
    “Sim, sabe.” Ela aperta minha mão, fraca mas determinada. “Você é forte, Gabrielle. Mais forte que eu. Sempre foi.”
    “Isso é mentira.”
    “É verdade.” Seus olhos começam a se fechar. “Continue… contando histórias. Minha história. Nossa história. Não deixe… que esqueçam…”
    “Xena?”
    Silêncio.
    “Xena!”
    O peito dela ergue uma última vez. Depois para.
    E o mundo para com ele.
    Eu não grito. Não consigo. Minha garganta está fechada, meu peito está vazio, tudo está vazio. Apenas seguro sua mão e permaneço ali, naquele momento impossível onde ela ainda está comigo mas já se foi, onde o presente e o passado colidem em uma realidade que recuso a aceitar.
    “Volte,” sussurro para o silêncio. “Por favor. Volte para mim.”
    Mas ela não volta.
    Heróis nunca voltam.

    Cena Cômica Completa

    Terceira pessoa. Diálogo rápido. Timing perfeito. Caos controlado.

    “Explica de novo,” Xena disse, sua voz perigosamente calma, “como exatamente acabamos presos em uma jaula.”
    Joxer olhou para os próprios pés. “Bem, veja bem, eu pensei—”
    “Esse foi seu primeiro erro.”
    “Xena,” Gabrielle interveio, tentando manter a paz mesmo enquanto testava as barras da jaula. “Gritar com ele não vai nos tirar daqui.”
    “Não, mas vai me fazer sentir melhor.”
    A jaula em questão estava suspensa três metros acima do chão de uma taverna particularmente suspeita em uma cidade particularmente suspeita na fronteira de um reino particularmente suspeito. Dentro da jaula: uma guerreira irritada, uma barda preocupada, e um guerreiro wannabe que parecia estar reavaliando suas escolhas de vida.
    “Como eu ia saber que era uma armadilha?” Joxer tentou se defender. “A placa dizia ‘Cerveja Grátis’!”
    “A placa,” Xena respirou fundo, claramente tentando não cometer homicídio, “também tinha uma caveira. E ossos cruzados. E as palavras ‘DEFINITIVAMENTE UMA ARMADILHA’ escritas abaixo.”
    “Eu pensei que fosse decoração temática!”
    Gabrielle cobriu o rosto com as mãos. “Estamos cercados por idiomas.”
    “Tecnicamente,” uma voz veio de baixo, “vocês estão cercados por barras de ferro.”
    Os três olharam para baixo. Um homem baixo com um sorriso muito grande os observava. Usava roupas extravagantes e tinha aquele tipo de bigode que gritava “vilão de terceira categoria”.
    “Quem é você?” Xena perguntou.
    “Barão Von Trapenstein, ao seu serviço!” Ele fez uma reverência exagerada. “Bem-vindos à minha humilde armadilha!”
    “Von Trapenstein,” Gabrielle repetiu. “Seu nome é literalmente ‘Pedra de Armadilha’?”
    “Sim! Meu pai era muito direto.”
    “Escuta, Barão,” Xena segurou as barras, sua paciência claramente se esgotando. “Você tem três segundos para nos soltar antes que eu—”
    “Antes que você o quê?” O Barão gargalhou. “Está presa! Em uma jaula! Três metros acima do chão! Sou um gênio!”
    Xena olhou para Gabrielle. Gabrielle olhou para Xena. Ambas suspiraram.
    “Joxer,” Xena disse calmamente.
    “Sim?”
    “Se incline para a esquerda.”
    “Por quê?”
    “Só faz.”
    Joxer se inclinou. Xena pegou impulso, pulou, usou o ombro de Joxer como apoio, chutou a trava da jaula, que se abriu com um clique satisfatório.
    “Espera,” o Barão arregalou os olhos. “Isso não era para ser possível!”
    “Nada é impossível,” Xena saltou da jaula, fazendo um giro no ar e aterrissando perfeitamente de pé, “quando você tem um Joxer.”
    “Eu ajudei!” Joxer gritou da jaula, orgulhoso.
    Gabrielle desceu usando seu bastão como apoio, muito mais graciosamente que Joxer que simplesmente caiu.
    “Corram!” O Barão gritou para seus capangas. “Corram!”
    “Espera,” Gabrielle disse. “Você só tem dois capangas?”
    Dois homens assustados saíram das sombras, segurando vassouras.
    “Vassouras?” Xena ergueu uma sobrancelha. “Sério?”
    “O orçamento está apertado!” O Barão admitiu. “Crise econômica! Vocês sabem como é!”
    Xena olhou para os capangas. Os capangas olharam para Xena. Ambos largaram as vassouras e fugiram pela porta.
    “Covardes!” O Barão gritou. Então olhou para Xena. Então também correu.
    “Nem acredito,” Gabrielle disse. “Fomos capturados pelo vilão mais incompetente da Grécia.”
    “Pelo lado positivo,” Joxer se levantou, limpando a poeira, “a cerveja era realmente grátis.”
    Xena e Gabrielle o olharam.
    “Tomei três canecas enquanto vocês discutiam,” ele admitiu.
    Xena massageou as têmporas. “Preciso de vinho. Muito vinho.”
    “Concordo plenamente,” Gabrielle disse.
    “Eu pago!” Joxer ofereceu animadamente. “Como compensação!”
    “Você vai,” Xena concordou. “E muito.”
    Os três saíram da taverna, deixando para trás uma jaula balançando vazia e um Barão muito confuso escondido atrás de um barril.

    Parte 7: Técnicas Avançadas

    Agora que você dominou o básico, vamos para técnicas mais sofisticadas.

    Mudança de Tom Dentro da Mesma Cena

    Uma cena pode começar leve e terminar pesada, ou vice-versa. Isso cria profundidade emocional.

    Exemplo:

    “Está animada?” Xena perguntou, observando Gabrielle examinar o pergaminho com os olhos brilhando.
    “Animada? Xena, isso é o Festival de Atenas! Vão ter poetas do mundo inteiro! Sófocles vai estar lá! Eurípides talvez apresente uma peça nova!” Gabrielle girava em círculos. “É o sonho da minha vida!”
    Xena sorriu. Era difícil não se contagiar com o entusiasmo da companheira. “Então vamos. Você merece.”
    “Você vai gostar também! Tem teatro, música, arte—”
    “E uma recompensa de dez mil dinares pela minha cabeça,” Xena interrompeu suavemente.
    Gabrielle parou de girar. “O quê?”
    “Recebi informações. Éracles está em Atenas. Ele ainda… guarda rancor.” Xena olhou para o horizonte. “Atenas não é segura para mim.”
    O silêncio se estendeu entre elas. Gabrielle olhou para o pergaminho em suas mãos — a entrada para o festival, conseguida depois de meses de economia. Seu sonho. Então olhou para Xena.
    “Então não vamos,” ela disse simplesmente.
    “Gabrielle—”
    “Não discute.” Gabrielle guardou o pergaminho. “Festivais acontecem todo ano. Você não. Fim da discussão.”
    Xena sentiu algo apertar em seu peito — aquela sensação que ainda não tinha nome, mesmo depois de todo esse tempo. Talvez fosse só amor. Talvez fosse gratidão. Talvez fosse a consciência de que não merecia alguém como Gabrielle, mas tinha mesmo assim.
    “Obrigada,” foi tudo que conseguiu dizer.
    Gabrielle segurou sua mão. “Sempre.”

    Flashbacks Integrados

    Light novels usam flashbacks curtos para revelar informações importantes sem interromper o fluxo.

    Exemplo:

    Xena observava a aldeia queimar. As chamas lambiam o céu noturno, pintando tudo de laranja e vermelho.
    Gabrielle tocou seu braço. “Você está bem?”
    Não estava. Porque isso — o cheiro de fumaça, o som de madeira estalando, os gritos distantes — tudo isso a levava de volta.
    “Queime tudo,” ela ordenara anos atrás, sua voz fria como aço. “Não deixe nada em pé.”
    Seus soldados haviam obedecido. Sempre obedeciam. Xena, a Destruidora de Nações, não tolerava questionamentos.
    Ela observara de cima de seu cavalo enquanto famílias fugiam. Não sentira nada. Nada além de uma satisfação vazia por mais uma vitória.
    Quem era aquela mulher? Xena às vezes se perguntava. Como ela havia se tornado aquele monstro?
    “Xena?” A voz de Gabrielle a trouxe de volta ao presente. “Fala comigo.”
    Xena piscou, afastando as memórias. “Desculpa. Eu estava… lembrando.”
    Gabrielle não precisou perguntar do quê. Ela sabia. Sempre sabia.
    “Você não é mais aquela pessoa,” ela disse suavemente.
    “Não sou,” Xena concordou. “Mas às vezes sinto que ela ainda está aqui dentro, esperando.”
    “Então é bom que você não esteja sozinha.” Gabrielle entrelaçou seus dedos com os de Xena. “Estou aqui. Sempre vou estar.”
    Xena apertou a mão da companheira. “Eu sei.”
    Elas ficaram ali, observando as chamas se apagarem lentamente, enquanto a aldeia — salva desta vez, não destruída — começava a se reconstruir.
    Pequenas vitórias, Xena pensou. Ela colecionava pequenas vitórias agora. Não era o mesmo que conquistar reinos, mas era melhor.
    Era muito melhor.

    Simbolismo Sutil

    Use objetos, clima ou cenários para refletir o estado emocional dos personagens.

    Exemplo:

    A tempestade havia começado ao amanhecer.
    Xena observava a chuva cair, cada gota pesada e implacável, transformando a estrada em lama. O céu estava cinza — não aquele cinza suave que prometia apenas garoa, mas um cinza escuro, opressivo, que parecia sugar toda luz do mundo.
    “Péssimo dia para viajar,” Gabrielle comentou, mas não fez menção de se mover.
    Elas estavam paradas há uma hora. Apenas paradas, olhando para a estrada que levava a Anfípolis. A estrada que levava para casa. A casa de Xena.
    “Ela não vai te rejeitar,” Gabrielle disse suavemente.
    “Você não conhece minha mãe.”
    “Conheço você. E sei que ela vai te perdoar.”
    Xena queria acreditar. Deus, como queria. Mas o peso no peito — aquele peso que carregava há anos, feito de culpa e arrependimento e vergonha — parecia mais pesado a cada passo em direção a Anfípolis.
    Um trovão ecoou. Xena estremeceu.
    “Podemos esperar a tempestade passar,” Gabrielle ofereceu.
    Xena balançou a cabeça. “Não. Já fugi por tempo demais.”
    Ela deu o primeiro passo. Depois outro. A chuva encharcou seus cabelos, escorreu por seu rosto, misturou-se com lágrimas que ela não sabia estar chorando.
    Gabrielle caminhou ao seu lado, silenciosa, solidária.
    A tempestade continuou. Mas elas também.
    Às vezes era isso que coragem significava — não a ausência de medo, mas a escolha de continuar apesar dele.

    Técnicas avançadas vêm com prática. Não tente usar todas de uma vez. Escolha uma ou duas por capítulo e vá expandindo seu repertório aos poucos!


    Parte 8: Erros Comuns a Evitar

    Vamos falar sobre o que NÃO fazer:

    1. Excesso de Adjetivos

    Ruim:

    Xena, a bela, forte, corajosa, incrível, magnífica guerreira de cabelos negros e olhos azuis penetrantes, caminhou graciosamente pela estrada poeirenta e longa.

    Bom:

    Xena caminhou pela estrada. Seu chakram brilhava ao sol da tarde.

    2. Diálogos Artificiais

    Ruim:

    “Olá, Gabrielle, minha companheira de viagem que conheci há dois anos em Potideia e que agora viaja comigo.”
    “Olá, Xena, a guerreira que salvou minha aldeia e que está redimindo seu passado sombrio.”

    Bom:

    “Você está bem?”
    “Estou. Só… pensando.”
    “Quer falar sobre isso?”
    “Ainda não.”
    Gabrielle assentiu. Ela esperaria.

    3. Explicar em Vez de Mostrar

    Ruim:

    Xena estava muito brava porque Ares havia mentido novamente e ela se sentia traída e enganada.

    Bom:

    Xena cerrou os punhos. O chakram tremeu em sua mão.
    “Sai. Agora.”
    Ares sorriu. “Xena, amor, você sabe que—”
    O chakram voou. Passou a milímetros do ouvido de Ares.
    “Eu disse: sai.”
    O sorriso desapareceu. Finalmente, ele compreendeu. Desta vez, havia cruzado a linha.

    4. Ritmo Inconsistente

    Não faça:

    • Batalhas de dez parágrafos seguidas de conversas de uma linha
    • Descrições longas no meio de cenas de ação
    • Saltos temporais sem transição

    5. Personagens Fora do Caráter (OOC)

    Cuidado com:

    • Xena sendo excessivamente emotiva ou frágil sem razão
    • Gabrielle sendo violenta ou cruel sem desenvolvimento
    • Qualquer personagem agindo diferente do usual sem justificativa narrativa

    Mas lembre-se: Personagens PODEM mudar se houver desenvolvimento adequado!


    Parte 9: Checklist do Escritor de Light Novel

    Antes de publicar seu capítulo, verifique:

    POV e Voz:

    • O POV está consistente?
    • Cada personagem tem uma voz única?
    • As descrições refletem quem está narrando?

    Estrutura:

    • Usei frases curtas em cenas de ação?
    • Usei frases longas em momentos reflexivos?
    • Os diálogos estão em linhas separadas?
    • O ritmo está variado?

    Descrições:

    • Descrevi apenas o importante?
    • Usei os cinco sentidos?
    • Evitei listas enfadonhas de características?
    • Espalhei descrições ao longo da cena?

    Diálogos:

    • Cada personagem soa diferente?
    • Os diálogos avançam a trama ou revelam personagens?
    • Evitei exposition dumps?
    • O timing do humor está correto?

    Técnico:

    • Revisei gramática e ortografia?
    • Corrigi problemas de pontuação?
    • Mantive consistência temporal?
    • Os nomes estão escritos corretamente?

    Parte 10: Exercícios Práticos

    Quer praticar? Tente estes exercícios:

    Exercício 1: Mudança de POV

    Escreva a mesma cena três vezes:

    1. Do ponto de vista de Xena (primeira pessoa)
    2. Do ponto de vista de Gabrielle (primeira pessoa)
    3. De um narrador externo (terceira pessoa)

    Ou tente com personagens que você normalmente não usa, exemplo:

    1. Do ponto de vista da Ephiny (primeira pessoa)
    2. Do ponto de vista da Lao Ma (primeira pessoa)
    3. Narrador externo (terceira pessoa)

    Aliás, Ephiny e Lao Ma ia ser diferente :V

    Exercício 2: Variação de Ritmo

    Escreva uma cena que começa com ação frenética e termina em um momento calmo. Observe como o tamanho das frases muda.

    Exercício 3: Diálogo Caracterizado

    Escreva um diálogo entre Xena, Gabrielle e Joxer sobre algo mundano (como escolher onde acampar). Certifique-se de que cada um soa único sem usar tags de diálogo como “disse sarcasticamente” ou “falou alegremente”.

    Exercício 4: Descrição Através da Emoção

    Descreva o mesmo local duas vezes: uma quando a personagem está feliz, outra quando está triste. Note como a emoção muda a descrição.

    Exercício 5: Subtexto

    Escreva uma cena onde Xena e Gabrielle dizem uma coisa mas claramente querem dizer outra. Use gestos, pausas e ações para transmitir o significado real.


    Conclusão: Seu Caminho Como Escritor

    Algumas verdades finais:

    Para iniciantes: Não se intimidem. Todo escritor profissional começou com sua primeira frase ruim. O segredo não é escrever perfeitamente na primeira tentativa — é continuar escrevendo. Use este guia como referência, mas não como prisão. Se algo não funciona para você, ignore. Encontre seu próprio estilo.

    Para veteranos: Experimentem. Mesmo se você já escreveu 800 páginas de fanfic, há sempre novas técnicas para explorar. Talvez você sempre escreveu em terceira pessoa — tente primeira. Sempre usou frases longas? Experimente um estilo mais staccato. Crescimento vem de desconforto.

    Para todos: Escrever sobre Xena é escrever sobre redenção, amor, lealdade e o eterno conflito entre quem éramos e quem queremos ser. É sobre duas mulheres que mudaram o mundo simplesmente por estarem juntas. Não há pressão — apenas possibilidade.

    Sua fanfic não precisa ser perfeita. Precisa ser honesta. Precisa capturar algo da essência do que faz Xena especial para você. Faça isso, e seus leitores vão sentir.

    Agora pegue seu teclado (ou caderno, ou tablet, ou pedra e cinzel se você for old school assim) e escreva. Gabrielle contou histórias de Xena por anos. Agora é sua vez.

    O mundo precisa de mais histórias. Suas histórias.

    Então vai. Escreve.

    E lembra: você não está sozinha nessa jornada. Há toda uma comunidade de escritores de fanfic que entende a luta, celebra as vitórias e está torcendo por você.

    Assim como Xena sempre teve Gabrielle ao seu lado, você tem todos nós.

    Agora vai lá e cria algo incrível.


    Recursos Adicionais

    Quer continuar aprendendo?

    • Leia light novels traduzidas para entender o estilo na prática (Recomendo Ascendance of a Bookworm, Sword Art Online, That Time I Got Reincarnated as a Slime, Re:Zero Starting a Life in Another World, Mushoku Tensei, Monogatari Series e Konosuba)
    • Assista Xena novamente com olhos de escritor — observe diálogos, timing, desenvolvimento de personagens
    • Compartilhe seu trabalho
    • Leia outros escritores de fanfic de Xena para ver diferentes abordagens

    Lembre-se: Todo grande escritor é, primeiro, um grande leitor. Quanto mais você lê (fanfics, livros, light novels, o que for), mais você absorve técnicas inconscientemente.

    E acima de tudo: divirta-se. Se escrever está sendo tortura, você está fazendo errado. Deve haver alegria na criação. Deve haver amor pelas personagens. Deve haver aquele momento mágico onde você digita algo e pensa “sim, é exatamente isso.”

    Esses momentos são por que escrevemos.

    Boa escrita, e que suas fanfics sejam épicas!

     

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