Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira

Chegando na mata que fica a quatro marcas de vela, em um galope franco de cavalos potentes, no lado leste de Corinto a capitã da guarda real amazona dá inicio a esta experiência ímpar de comandar a Senhora do Mundo  ao mesmo tempo em que organiza o teste final de suas irmãs.

Estabelecendo acampamento junto a clareira dos grandes carvalhos Ephiny estabelece as funções de cada grupo.

– Tenham em mente que estou representando Gabrielle para todas vocês, então cuidem para que isto seja entendido e esteja em seus pensamentos a cada momento. Não é uma encenação. Represento a princesa para qualquer situação enquanto durar a expedição e ainda que tudo que eu fale seja inquestionável na guarda real, nesta expedição em especial  deverá ser previsto, antecipado e sagrado. Vocês entenderam?
– Sim capitã.
– A trial de Karin pegará o primeiro turno de guarda e Xena ficará com a guarda intinerante do campo, que consistirá em ir de um posto a outro cobrindo o espaço entre eles initerruptamente. Assim será  até o carro de Apolo surgir no céu, quando serão substituidas, e deverão apresentar-se a mim. Vão.

As amazonas rapidamente se dispersam e tomam suas posições mais afastadas, cumprindo cada uma, com exatidão seu papel.

O sol começava a despontar, quando a Trial de Karin e Xena apresentaram-se à comandante das amazonas depois de terem feito a guarda por todo resto de madrugada.

– Bom dia Capitã.
– Bom dia meninas. Bom dia Xena. Karin, sua trial fica responsável por encontrar um bom jogo de caça e Xena deverá abater, providenciando o transporte até aqui. Nesta ordem de acontecimentos. Vocês  entenderam?
– Sim comandante.
– Voce entendeu Xena?
– Certo Ephiny.
– Xena! Você não pode usar meu nome, você não pode usar o nome de nenhuma amazona. Diga simplesmente: certo! A única ocasião em que poderá usar algum nome indicado é em situação de aviso de perigo ou relatório, caso contrário usará o posto ou simplesmente nenhum a menos que seja autorizada expressamente. Você entendeu?
– Sim comandante.
– Taíra, certifique-se que tudo seja como deve ser e faça relatório posterior.
– Certo Ephiny.
– Vão e estejam de volta até o carro de Apolo estar totalmente cerrado e a lua começar a subir amanhã.
– Sim comandante.
– Kleith! Você, Salina e seu grupo fazem a guarda. Vamos dormir mais um pouco que o dia será longo.

Enquanto Karin, Lara, Dieynisa e Deian se afastam na direção leste, procurando alguma pista que indique onde estaria sua presa. Xena ia um pouco atrás armada apenas por um arco e uma alijava carregada, levando na cintura uma espada curta e o chakram.

As quatro jovens amazonas se dispersaram por sobre as árvores buscando cobrir mais território, distantes do solo o suficiente para não perturbar a fauna, e Xena manteve uma distância considerável para não atrapalhar o ritmo do grupo nem ser confundida com uma rastreadora. Após duas marcas de vela do segundo dia, Lara avistou um pequeno grupo de cervos que estava se aproximando do rio para beber permaneceram tempo suficiente para serem alcançados e tendo saciado sua sede foram mais a leste por um quarto de marca de vela.

Lara avisou suas irmãs de sua posição emitindo o chamado da coruja. Deian foi a primeira a chegar e Dieynisa veio junto com Xena. Karin estava mais afastada e não conseguiria ouvir o chamado de Lara, então Xena repetiu o chamado e solicitou às duas amazonas maiores que tomassem posição além do grupo de cervos.O pequeno cervo seria muito pouco para atender as necessidades do grupo e Xena era contra matar femeas que estivessem com filhotes. Sua escolha caiu nos jovens com força e garbo que acompanhavam o grupo, um pouco mais distantes. Aparentemente já haviam saciado suas necessidades, pastando tranquilamente e um tanto quanto alertas para qualquer movimento ou som.

Observando com cuidado percebeu que havia femeas entre eles e não desejava ferir nenhuma delas. Posicionando-se com cuidado para não cair da árvore, Xena faz uso de seu incrivel senso de equilíbrio, mirando no alvo com precisão, porém sendo interrompida pela mão de Karin que se aproximava por trás.

– Qual deles você está mirando?
– O terceiro depois da pedra negra.
– Não. Ele é muito grande Xena e não há necessidade de desperdiçarmos vida. Voce consegue pegar o que está no meio?
– Acredito que sim, mas terei que buscar uma posição melhor.
– Então faça isso. Cuidarei de seguir os movimentos dos animais pelo norte. Me dê duzentas contagens.

Xena apenas assente com a cabeça e novamente busca uma melhor posição, mas agora havia um impedimento maior pois seu alvo era menor e se escondia entre outros animais.

Tomando ciencia do vento, escolhe outra flecha da alijava, calcula a trajetória necessária, alisando as penas e coloca a flecha na corda. Puxou a corda até seu rosto, quase tocando os lábios e elevando levemente o arco, sem tirar os olhos de seu alvo faz algumas correções parando de respirar para soltar a seta entre as batidas do coração. Quase no último instante o pequeno cervo e sua mãe se aproximam do seu alvo e a Conquistadora segura sua mão, deixando passar o melhor momento. Seu alvo move-se mais para o norte, tornando o tiro quase impossível.

Avançando um galho mais acima e indo perigosamente onde já não havia no que segurar-se, bem próximo ao ponto em que o galho começa a vergar com seu peso, Xena retira algumas plumas de um lado da flecha e passa as restantes pelos lábios, afinando um pouco estas penas.

A Conquistadora coloca a flecha em posição, mas deixando as penas trabalhadas e com menos plumas para o lado interno, ocultando-as na mão. Novamente tensiona a corda de  seu arco e entre batidas de seu coração dispara a seta que sai em linha reta passando rente ao queixo da femea, por sobre a cabeça do filhote e muito próximo do cervo que ela tinha escolhido primeiro, fazendo uma curva e acertando o coração do cervo que Karin tinha apontado. A caçada tinha sido um sucesso.

Em um salto a Senhora do Mundo estava com os dois pés no solo, estudando agora a melhor maneira de conduzir seu troféu até o acampamento. As quatro jovens amazonas não poderiam ajudar e ainda estavam abismadas com a precisão de um tiro quase impossível.

– Foi incrível!
– Parabéns Xena. A Caçadora com certeza guiou sua mão.
– Obrigada. Agora tenho de transportar até o campo e não será muito fácil, pois não trouxemos montarias.
– Nós poderíamos ajudar a carregar se não fossem as ordens da capitã Xena. Sinto muito.
– Eu sei e agradeço, mas é algo que devo fazer sozinha. A mecânica é simples, se colocar dois troncos de cada lado e amarrar bem ele poderá ser puxado até o campo. Me dêem algum tempo.
– Claro Xena. Iremos com você pra lhe fazer companhia.
– Certo.

Imediatamente Xena se coloca a cortar dois galhos de bom tamanho, relativamente retos e os desbasta com sua espada. Fazendo uma padiola, semelhante aquela usada para transportar feridos e coloca o cervo sobre os troncos, amarrando-o cuidadosamente.

Propositalmente havia deixado um trançado de cipós bem forte, unindo os dois troncos em uma das extremidades, com folga suficiente para passar por trás de seu pescoço. Teve o cuidado de colocar outro bastão na horizontal, evitando assim que eles se unissem e criando uma base firme para utilizar seus braços. Assemelhava-se  muito com alguns equipamentos agrícolas que viu serem usados em Amphipolis para arar a terra. Chegava a ser irônico: a Senhora do Mundo usada como boi de arado.

– Acredito que está pronto. Teremos que usar um passo firme se desejamos chegar no tempo marcado.Vamos?
– Claro. Se desejar parar para descansar é só avisar Xena.
– Sem problemas.

E aquele grupo impensável começou a deslocar-se em direção ao campo das amazonas.

Taíra abriu um sorriso quando a Conquistadora do mundo, ladeada por suas irmãs, começou a se mover na direção do campo como se fosse um animal de trabalho. Reconheceu a disciplina do grupo e acompanhou-o um bom tempo através das copas das árvores, imprimindo um ritmo maior à sua jornada para prestar relatório antes que as caçadoras chegassem.

Chegando ao campo, Taíra  encontra uma Ephiny treinando com parte do grupo na luta corpo a corpo e encosta-se em uma árvore para observar o treino.

– Então?
– Elas já estão se deslocando. Foi o tiro mais incrível que já vi Ephiny. Aquela mulher não é deste mundo.
– Já sabemos das habilidades dela com as armas e isso não deveria ser surpresa. Como se portou a trial?
– Encontraram o jogo e cercaram suas rotas de fuga, deixando a atiradora livre para agir. Pelo que percebi o alvo foi escolhido por Karin. O transporte está sendo feito apenas pela Conquistadora e elas não participaram em nenhum momento da confecção dele. Voce vai se surpreender.
– Dificilmente esta mulher irá me surpreender em algo Taíra .
– O quanto você vai exigir da imperatriz Ephiny?
– Quanto for necessário para que ela aprenda o que deseja e leve o que veio buscar. Foi um pedido de Gabrielle então deverá ser atendido no melhor de nossa capacidade, como sempre.
– O que faremos se ela não vencer? Como lidaremos com uma Conquistadora furiosa?
– Acredito que ela conseguirá. Esta mulher conquistou a maior parte do mundo conhecido e comandou exércitos imensos, então sua capacidade, foco e força são inquestionáveis. Em seu coração é que eu tenho dúvidas.
– E as meninas? Qual o avanço que já temos na avaliação delas?
– Elas cumpriram as duas primeiras missões de forma muito adequada. Quero ver como elas se comportarão agora que estão com Xena.
– Verão ela como uma aspirante ou como Imperatriz?
– Acredito que como amazona. Foi decreto de Gabrielle.
– O que faremos com elas agora?
– Vamos seguir o planejado para a Trial e quanto a Xena farei que ela aprenda a reconhecer e assumir seus erros.Quero ver a Conquistadora aprender e demonstrar humildade, agir com ênfase no grupo e ser menos egoísta. Deixo com voce o ensino de tiro de arco amanhã de manhã após o cuidado com os cavalos e prepararei a formalidade adequada ao retorno das caçadoras, depois coloque a trial de Karin em treino de luta de mão e espada curta.
– Certo.

Nota