Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira
Chapter Index

Aviso: sexo consensual e não consensual (entre pessoas! — Você pode ocultar o conteúdo sensível marcado ou com a opção no menu de formatação . Se conteúdo alternativo for fornecido, será exibido em seu lugar.

Notas de advertência

Esta é a estória de Xena, a Conquistadora e Imperatriz do Mundo! Seu império superou o de Roma ou até mesmo o Mongol. Essa mulher, quando jovem, defendeu sua terra natal contra invasores. Perdeu o seu irmão nesse processo e foi julgada culpada por sua mãe, que a expulsou de casa. Movida pelo instinto de batalha, Xena torna-se a Destruidora de Nações, a Conquistadora da Grécia e a Imperatriz do Mundo Conhecido. Xena é uma personagem que surgiu na série de Tv Hércules, por alguns episódios, mas que cativou uma série de fãs e ganhou uma série própria de televisão. Suas estórias estimularam a criação de uma imensidão de fics na internet. Esta é minha versão alternativa da sua estória, imaginando como seria a vida de Xena sem a existência de Hércules. Com alguns personagens e lugares de minha autoria, espero que com esta fic eu possa divertir vários fãs, que assim como eu, sempre imaginaram diferentes alternativas para a estória principal. Xena, Gabrielle e outras personagens da série: Xena a Princesa Guerreira pertencem a seus criadores, que são detentores de direitos autorais. Esta é uma obra de ficção, sem fins lucrativos, apenas para divertimento e contém: sexo consensual e não consensual (entre pessoas do mesmo sexo e de sexos diferentes), violência, tortura e escravidão. A leitura desta estória por pessoas com sensibilidade aos temas mencionados e menores de 18 anos, não é aconselhada.

Na ala oeste do palácio ficava o grande salão de audiências públicas, local onde era distribuída a justiça e as questões do reino podiam ser discutidas livremente por qualquer cidadão, sem distinção de classe social. As demandas eram ouvidas e consideradas pela soberana. Este salão tinha acesso principal externo através de imensa escadaria, sendo sustentado por doze colunas de cada lado, sendo magnifico na sua ornamentação referente aos doze Deuses olímpicos e simples na concepção arquitetônica.

A Conquistadora tinha visão livre de toda a sala e era igualmente observada de qualquer ponto. Seu trono ficava num plano mais elevado, o teto, quase em cúpula sobre sua cabeça, combinado com o formato oitavado das paredes atrás de si, faziam com que tudo o que era dito na nave fosse escutado por todo salão.

Por trás do trono havia corredores largos que davam acesso ao corpo central do palácio e eram amplamente iluminados por janelas altas. A direita do trono as portas através das quais a Conquistadora entrava na sala vinda do interior eram ricas em detalhes esculpidos.

A esquerda do trono ficavam as enormes portas duplas que uniam a sala da justiça com salão de jantar, onde ocorriam as recepções com grandes banquetes, renomados em todo o reino.

O salão de jantar possuía vários acessos. Dava entrada do pátio exterior através de linda escadaria e seus portões altos e largos de madeira de carvalho e ferro forjado com leves detalhes em prata e ouro no X envolvido por um chakram, ladeado por dois leões e cortado por uma espada, eram esculpidos em todo entorno do marco, dando medida de seu esplendor. Em seu interior as mesas ficavam alguns degraus acima da entrada e estavam dispostas de maneira a estipularem um semicírculo, com um triângulo central cujo vértice era a mesa principal ocupada pela Conquistadora e seus convidados de honra.

O espaço vazio ao centro deste triângulo, um pé mais baixo, era dedicado a apresentações e divertimentos dos mais variados. Ocasionalmente a soberana utilizava tal espaço para gratificar um merecedor ou punir exemplarmente uma erro. Era onde a mão da justiça alcançava os nobres com velocidade e força e a corte enfrentava as consequências de um mau julgamento e atitudes adequadas para o bem da Grécia.

Atravessando o pátio interno, ao sul ficavam os alojamentos dos servos e escravos que atendiam a casa da Conquistadora e abaixo do grande salão, atingindo também um subsolo encravado que utilizava o declive do pátio, foi construída a grande cozinha, com suas salas adjacentes , depósitos e adega.

Siana cuidava do salão e da limpeza geral do palácio. Os escravos esfregavam as mesas, o assoalho, trocavam cortinas, batiam tapetes e limpavam as paredes durante toda a semana. Estavam dando o último polimento nos espelhos e no mármore do grande salão.

O pátio frontal estava impecável, com os arbustos podados e as árvores frondosas constratando com o gramado intercalado por passeios calçados que levavam à escadaria principal. Fontes espalhavam-se por todo espaço central, intercaladas com tochas . A fonte central era uma obra de arte com uma escultura centralizada no largo a oeste das escadarias, onde caramanchão dava um ar de sossego bucólico quebrado pelas marteladas dos carpinteiros que estavam freneticamente tentando terminar os bancos encomendados.

DA COZINHA

A cozinha, com suas despensas, assadores e enormes fogões era dirigida com mão de ferro, força e vontade inquebrantáveis por Cassandra que comandava tudo, estando sua atenção em todos os detalhes.

Cassandra era sobrinha de um grande amigo, que pereceu em Eiraskan, defendendo o passo de uma cunha espartana. Meia cabeça mais baixa do que a Conquistadora e dez verões mais velha foi tomada sob sua proteção e passou a conduzir a cozinha como se fosse um campo de batalha. Todas as estratégias, ordens e organização eram realizadas para que os alimentos ficassem prontos dentro do horário e com qualidade insuperáveis. Isso e outras atitudes fizeram dela uma serva de extrema confiança. Sabedora de seu lugar, nunca tomou liberalidades com o poder que possuía, mas exercia sua autoridade com firmeza e determinação . A qualidade dos serviços oferecidos para a Conquistadora era uma questão de honra para esta mulher de formas arredondadas e profundo senso de dever.

Tudo estava sendo organizado para o banquete da noite em comemoração a vitória da batalha de Eiraskan. Barris de vinho tinto , cerveja e hidromel eram empilhados enquanto carnes e vegetais frescos estavam sendo descarregados de dezenas de carroças . As salas adjacentes de preparação eram um torvelinho com serventes andando de um lado pra outro, enquanto nos assadores as lenhas iam sendo empilhadas para uso noite a dentro. Carnes eram preparadas nos espetos conforme requisitado considerando os costumes de cada signatário.

As delegações já haviam chegado e a Conquistadora era bem específica em suas recomendações, não havia margens para erros. Eram pratos vegetarianos, a base de peixe, caça, bois, aves. Leite era providenciado de várias espécies e os chás mais variados eram organizados. Apenas frutas, verduras e bebidas de ótima qualidade seriam utilizados e disponibilizadas. Escravos descascavam e cortavam os vegetais, enquanto outros acendiam o fogo nas panelas e assadeiras As carnes haviam sido temperadas no dia anterior e iriam começar a assar no romper da aurora, após o desjejum dos escravos. Pela noite estariam prontos , sem pontas soltas.

Em meio a este torvelinho, Cassandra determinava onde deveriam colocar a caixa com a fruta laranja de Chin quando surgiu na frente de seu rosto uma caneca de chá frio.

Alenia timidamente lhe oferecia uma pausa. Fazia muito tempo que ninguém cuidava se estava cansada ou se preocupava com sua saúde e Cassandra sorriu lembrando-se da tempestade que colocou esta menina em sua vida.

Tendo recebido um quarto no segundo andar do palácio, solicitou à Conquistadora que lhe fosse permitido um aposento mais perto da cozinha, facilitando seu trabalho de vigilância aos pratos delicados e ao andamento dos serviços. A Conquistadora queria mandar construir um aposento com todos os confortos do andar superior , mas Cassandra argumentou que apenas atrapalharia seu modo de vida , não saberia o que fazer com tanto espaço e Xena concedeu seu pedido e a deixou controlar seu mundo a sua maneira.

Isso iria mudar.

Em uma tempestade, tarde da noite, Cassandra estava entre tosses, tomando um chá na cozinha e se preparava para dormir quando Xena sentando em um banco ficou escorada na pedra.

– Boa noite Conquistadora . Como posso lhe ser útil?

– Eu vim por um pouco de vinho, carne, queijo e saber por que mentiste pra mim Cassandra.

– Mentir majestade? Eu nunca lhe menti!!! Não compreendo?

– Disseste que tinhas pessoal suficiente nas cozinhas.

– Mas, estamos bem equipados senhora. Não houve mentira ou exagero quanto a isso. Realmente tenho todo pessoal de que preciso.

– Por que não há nenhum daqueles inúteis aqui contigo agora?

– É muito tarde minha senhora, foi um dia duro e eles já foram deitar a algum tempo. Eu levantei-me a pouco para tomar um chá.

– Devias estar na cama e não rondando entre as panelas numa hora destas. Vou pessoalmente esfolar cada um dos teus auxiliares se encontrar novamente você sozinha a fazer qualquer trabalho. Sempre deve ter alguém nesta cozinha em todas as marcas de vela do dia e serei condenada antes de aceitar que seja você. Estou sendo clara?

– Minha senhora, eles são bons auxiliares, obedientes e esforçados e não seria justo terem ainda de velar por uma cozinha vazia.

– O descanso destes miseráveis não é preocupação Cassandra. Se precisar, aumenta o número deles, mas não acontecerá novamente uma cena como esta.

– É minha responsabilidade, meu prazer e uma honra cuidar para que seu alimento esteja disponível e saudável sempre que desejar. Não daria esta responsabilidade a ninguém. Realmente minha senhora, todo o serviço está pronto e apenas levantei para fazer um chá pra mim. Não era nada relativo ao serviço da cozinha.

– Isto não é um debate e tem minha palavra final sobre o assunto Cassandra. Irei açoitar pessoalmente cada um deles se algo assim voltar a acontecer.

Xena saiu da cozinha e Cassandra ficou sentada olhando o fogo, pensando como faria para atender esta exigência. Sabia que Xena cumpriria o que disse.

Duas noites depois, Cassandra foi chamada ao estúdio privativo da Conquistadora, em seus aposentos no andar superior do palácio, que ocupava toda área acima do salão de audiências e grande salão de jantar.

Todo andar superior possuía apenas quatro aposentos e uma sala da guarda. O da Conquistadora na ala oeste e os outros três distribuídos para uso de hóspedes especiais.

Preocupada ia trilhando os corredores com uma bandeja das uvas preferidas de Xena , pensando sobre as possíveis razões desta convocação. O jantar tinha sido servido no estúdio da Imperatriz não tendo sido relatado nenhum incidente. Havia feito tudo que fora ordenado, mantendo a cozinha sempre com fogo aceso e dois escravos cuidando para atender qualquer exigência, com ordens de acorda-la se necessário. Esperava não ter caído em desgraça com a Imperatriz que estava com humor negro estes últimos tempos.

Os guardas do estúdio sorriram para a cozinheira e isso lhe trouxe um ânimo alentador. Abrindo a porta, o soldado espera Cassandra passar para fechar a porta sem fazer ruído.

–Obrigada, Télio.

–É um prazer Cassandra.

Cassandra entra, indo diretamente colocar a bandeja com as uvas na mesa auxiliar junto a janela lateral do estúdio e virando-se para Xena , cumprimenta sua senhora.

–Boa noite, majestade. Desejava me ver?

Xena estava na grande janela que dava para as ruas de Corinto , observando o movimento das luzes na cidade abaixo, aproxima-se da bandeja, servindo-se das uvas.

–Boa noite Cassandra. Elas estão mais doces este ano. Não te parecem maiores que as últimas?

– Certamente, majestade. São de uma variedade nova que estão desenvolvendo bem nas propriedades mais ao sul, tomei a liberdade de agregar outro fornecedor ao palácio.

–Sabe que você tem minha permissão para agir como achar melhor quanto a isso. Comunica Akiba de tuas necessidades e ele providenciará que sejam supridas de acordo com tuas especificações. Sempre que desejar modificar algo, ele tem ordens de atender suas exigências. Até agora você agiu certamente em meu melhor interesse Cassandra e confio que continuará a fazê-lo.

Olhando para a Conquistadora, Cassandra ainda aguardava saber o motivo de sua vinda, mas aprendeu cedo que a Imperatriz tinha seu próprio tempo para fazer conhecer seus desejos.

–Soube que agregaste mais alguns escravos ao trabalho da cozinha, que agora opera dia e noite.

–Foi sua recomendação, senhora. Entendi errado seu desejo?

–Parte deles foi bem atendido sim, mas por que precisavas dobrar o efetivo? Acreditava que bastaria estender o horário de alguns e tudo ficaria bem.

Cassandra estava surpresa. Não era da Conquistadora se interessar pelos problemas domésticos do palácio e menos ainda com gastos menores. Alguns escravos e servos a mais nas cozinhas não era questão de estado, que merecesse sua consideração. Não sabendo o que esperar ou como agir, optou por justificar sua conduta.

–Se ficassem extremamente cansados não produziriam a contendo minha senhora, poderiam cometer erros e a qualidade dos serviços oferecidos poderia cair. É melhor contar com uma equipe devidamente alerta e não quis arriscar.

–Erros de escravos se consertam com o açoite Cassandra.

–Sim, majestade, mas aí já teriam ocorrido e eu apenas pretendi evitar que acontecessem. Humildemente peço o perdão de vossa majestade se de alguma maneira minha atitude não foi de vosso agrado.

–É muito importante saber quando devemos buscar outras fontes, até para preservar a qualidade do que já temos não te parece? Aquele que é responsável por algo deve procurar de todas as maneiras prevenir erros e impedir que missões fracassem.

Deixando que por algumas batidas de coração o silêncio fizesse penetrar suas palavras na mente da cozinheira, Xena volta novamente sua atenção para a cidade e Cassandra não sabia o que pensar ou fazer. Era a primeira vez que a Conquistadora a chamava ao seu estúdio que não fosse para solicitar uma refeição especial ou dizer que haveria um banquete de estado. O silencio começava a pesar e passado algum tempo, Xena vira novamente para Cassandra e apontando para sua mesa faz com que o olhar da cozinheira se volte para lá.

Parada em frente à mesa de Xena , vestindo uma túnica curta de algodão cinza e os pés descalços, está uma menina magra, com aproximadamente cinco pés e meio de altura, uns quatorze verões de idade, cabelos pretos, curtos e olhos grandes. Seus braços pendiam ao lado do corpo e fitava os desenhos do tapete no chão tremendo de quando em quando.

–Concordo contigo e não quero te ver em uma jornada de trabalho excessivamente longa. O que disseste sobre poupar o povo das cozinhas faz sentido e se aplica a ti também, então providenciei que tenhas sempre alguém para atender suas necessidades. Não há razão de fazer força e passar desconforto quando temos recursos disponíveis. Esta é Alenia, ela estará ao teu dispor para organizar teus aposentos, teu banho, consertar tuas roupas, fazer compras, providenciar chás para ti ou qualquer coisa que penses. É uma escrava para teu uso pessoal e não para os serviços do palácio. Estamos entendidas?

Apontando novamente a menina, Xena deixa clara sua posição.

–Agradeço profundamente o interesse de vossa majestade em meu bem estar, mas realmente isso não é necessário. Vivi minha vida até agora sem ter alguém a me servir e pela grande Deusa Atena, minha senhora, com todo o respeito, é um absurdo mudar isso!

–Recusas meu presente Cassandra? Ela não te agrada?

–Por favor majestade, não tome nenhuma ofensa. Vossa bondade comigo é imensa e só tenho a agradecer vossa generosidade. Não é isso! É que eu jamais teria outro ser humano como minha propriedade, não é de minha natureza. Por favor, entenda que isso vai contra tudo que meu tio sempre ensinou e mesmo em nossa propriedade não tínhamos escravos, apenas servos contratados.

–Ela não será tua propriedade, é minha. Tanto quanto a cama em que dormes. Não compreendo teus pudores, uma vez que estou apenas fazendo o mesmo que tu, cuidando do pessoal que trabalha pra mim e procurando zelar pelo andamento adequado dos serviços não te sobrecarregando. É para teu conforto, mas meus motivos são totalmente egoístas.

–Minha senhora, por favor !

–Vamos Cassandra, dá uma chance pra menina. Sua família foi condenada por traição, num complô onde planejavam atentar contra minha vida. O pai e os irmãos mais velhos dela serão crucificados amanhã, os dois mais jovens aguardarão nos calabouços e provavelmente serão enviados a Abdera, para serem vendidos em leilão. Estou tentando ser piedosa com a garota. A mãe e as três irmãs dela ainda estão aguardando definição de sentença. Tudo dependerá do desempenho delas esta noite, mas pensei que ficar contigo seria mais adequado para ela, visto ser quase uma criança.

–Eu não saberia o que fazer com uma escrava, minha senhora.

Xena olha na direção de Alenia, virando uma ampulheta sobre a mesa e fala para ela em seu tom de comando que não permite escolhas.

–Tens minha permissão para tentar convencer esta cabeça dura a te aceitar Alenia. Podes falar qualquer coisa que te venha à ideia, não serás punida por nada que digas até que as areias desta ampulheta se esgotem, quando então decidirei teu destino.

Fazendo uma respiração profunda, Alenia toma uma decisão que poderia condena-la ainda mais, mas confiando na palavra de sua senhora, fala o mais enfaticamente que consegue, olhando para a ampulheta e para a Conquistadora dispara em um só fôlego tudo que conseguia pensar nas últimas horas .

–Lamento por minha família, mas também por vossa majestade, acato vossa decisão embora saiba que são inocentes. Meus pais ensinaram que sua palavra é a lei e atender seu comando é o que se espera de um súdito leal. Talvez os verdadeiros conspiradores desejem que vossa majestade pense que está tudo terminado e esperem nas sombras para atacar novamente majestade. Meus pais foram incriminados, senhora. Jamais meu pai poderia durante os festivais em Olímpia, ter pessoalmente contratado em uma taverna o homem que atentou contra seus homens, ofendendo a senhora, como disseram. Ele esteve comigo nos últimos quinze dias em Atenas quando fui acometida de uma febre majestade. Meu pai não saiu de nossa casa. Estava fazendo sacrifícios a Zeus tonante, pedindo para a saúde voltar à mim, não tinha tempo para conspirar.

Voltando-se para Cassandra e segurando as mãos a frente do corpo, Alenia implora à Cassandra.

–Por favor, senhora, me aceite a seu serviço. Eu comerei pouco e prometo trabalhar muito. Sou versada no tear e na costura, falo, escrevo e leio em grego e persa, faço contas. Farei todas as tarefas que me forem designadas, serei obediente, posso picar ou descascar legumes. Por favor! Por Palas Atena, eu suplico. Juro que honrarei sua bondade e bendirei sua misericórdia a cada nascer do dia. Se minha presença a ofende, ordena e ficarei longe de suas vistas, buscando honrar todos os seus comandos, aprenderei rápido. Por favor, em nome da donzela, eu imploro que não me envie a Ares!

Não suportando mais a pressão que sofria nestes últimos dias e ainda fraca de sua doença, Alenia chorava enquanto falava. Sabia bem o que a esperava se Cassandra não a aceitasse. Observara toda a vida seus irmãos e seu pai jogarem com as escravas novas que chegavam a sua casa, mesmo aquelas que eram suas cuidadoras pessoais. Várias vezes elas ficavam marcadas por noites como resultado do prazer de seus senhores e ira de sua mãe.

–Eu não sei do que falas, criança.

Cassandra rapidamente olha para a Conquistadora que tomando seu vinho, calmamente, espera a decisão da cozinheira.

–Ela sairá desta sala com a sentença sobre a cabeça, Cassandra. Irá ficar a teu serviço ou será enviada aos quartéis como um presente a Elthor que fez por merecer um premio especial. Eu tinha pensado em um fogoso cavalo, mas acredito que uma escrava virgem também será adequado.

Rapidamente Cassandra faz sua decisão.

– Eu agradeço e aceito seu presente, minha senhora. Acredito que será um benefício na qualidade de meu trabalho e ela poderá dormir no cômodo pegado ao meu. Creio que será interessante ter alguém para ensinar, se for do agrado de vossa majestade.

–Faz como quiser Cassandra, mas a principal função dela será teu conforto, não as cozinhas. Não esquece isso. Tens sorte menina, espero que me sejas mais fiel do que teus pais foram.

Caindo em seus joelhos, Alenia faz o juramento inquebrantável, que a ligaria para sempre à Imperatriz.

–Juro por Palas Atena servir lealmente a casa da Senhora Conquistadora, conforme seus desejos, sem nenhum pensamento que não o de cumprir os comandos recebidos.

– Era isso Cassandra. Envia uma tábua com carne de veado e queijo aos meus aposentos.

– Sim, senhora.

Cassandra dirigiu-se às cozinhas com uma assustada mas agradecida Alenia seguindo-a de perto. Toda esta cena não passou despercebida para o General Terquien que estava discretamente na sala lateral observando. Terquien é o mais antigo e próximo oficial do exército de Xena . Estando com ela desde antes de Cortese, era uma dezena de verões mais velho que a Conquistadora, sua fidelidade e confiança faziam dele o General da Guarda de Elite.

Os Falcões formavam a equipe mais treinada, habilidosa e confiável do Império, tanto em força quanto em estratégia, sabiam atuar como um grupo e individualmente. Eram consideráveis forças a se dispor. Lealdade, honra e força. Sabiam pensar, decidir e também seguir ordens.

–Então, o que pensas Terquien?

– De Cassandra ter aceitado ou da petulância da garota, minha senhora? – Ambos.

– Cassandra certamente se deixaria convencer no momento em que soubesse da alternativa da jovem e a menina tem coragem pra invocar um caso depois da decisão ter sido tomada no tribunal. Confiou na palavra de vossa majestade sobre estar anistiada. Não creio que esta menina estivesse mentindo descaradamente. Pareceu que ela realmente acredita na inocência de Clito para arriscar-se assim à vossa ira, ela deve ter um mínimo de certeza, pois sabe que sua mentira traria consequências desastrosas para os que permaneceriam vivos, considerando-se que o pai e os irmãos mais velhos cumpram sua sentença amanhã.

Meditando uns instantes, uma decisão se forma e chamando seu ordenança Xena diz para Yolker que faça vir Akiba imediatamente. Akiba era o homem de frente da Conquistadora, organizando as questões de governo e a agenda oficial, fazia parte do corpo administrativo do governo.

Não tardou muito, Akiba entra no estúdio da Conquistadora e curvando-se respeitosamente aguarda que ela manifeste seus desejos.

– Akiba, a Casa de Clito foi condenada no tribunal esta manha a ser erradicada, porém chegaram indícios de que possa ter havido manipulação dos dados. Expede ordens suspendendo a execução dos membros masculinos da família. Posteriormente irei decidir sobre eles. Destinei uma escrava para servir a Cassandra e ver seu conforto. Verifica que ela seja bem instalada e conheça seus deveres.

– Quais seriam estes deveres, majestade?

– Atender toda e qualquer ordem de Cassandra, evidentemente, sem nenhum tipo de restrição. Cassandra terá poder de vida ou morte sobre ela. Faz com que todos aqueles vermes da cozinha saibam disso e que a menina somente poderá ser tocada com ordem ou permissão de Cassandra.

– Ao seu comando, majestade.

– De igual forma, destinei três novas escravas para o palácio. Fala com Siana que lhes de ocupação para o dia e parte da noite. Não as quero ociosas.

Akiba curva-se para Xena e sai para cumprir suas ordens.

–Terquien, faça que os três julgados da Casa de Clito assistam os interrogatórios em silêncio e atenciosamente. Mande uma ordem aos interrogadores do calabouço norte para que escolham três condenados pelo massacre de Tesione, semelhantes em altura, peso e ombros a estes homens de Clito e usem protocolo de guerra para arrancar informações completas, fazendo que eles sejam devidamente incentivados a contarem tudo o que sabem sobre o mandante desta atrocidade e após suas revelações, sejam quais forem, raspem todo e qualquer pelo que tenham no corpo e arranquem suas línguas com facas quentes, para evitar perda de sangue que possa causar aceleração na morte e vazem seus olhos. Mantenham-nos vivos e conscientes para que se movam e gritem. Vistam-nos com as roupas de Clito e seus filhos, crucificando-os na hora marcada.

– Sim majestade.

Quero as esposa e as filhas assistindo esta crucificação, a meia distância, não podendo em hipótese alguma se aproximar. A menina Alenia assistirá ou não a crucificação se Cassandra ordenar ou permitir, deixo a ela essa decisão e faz com que os homens da Casa de Clito sejam colocados junto ao exército de forma a serem ocultados dos inimigos. Apenas o comandante geral da força que os acolher saberá quem são, devendo receber o mesmo tratamento que qualquer recruta. Coloque-os em função que não possam conversar com muita gente nem serem vistos e que eles saibam que este arranjo é temporário, dependendo de seu comportamento a boa saúde de toda sua família, não esquecendo o que viram no calabouço.

– Ao seu comando.

– Temos que desvendar estes eventos o mais rapidamente possível. Não vou permitir guerra civil e nossos inimigos estrangeiros devem ser mantidos fora de nossas terras. É só isso no momento. Obrigada Terquien, boa noite.

– Boa noite majestade.

Nota