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Warning Notes

Aviso: Este capítulo contém descrições de confronto e tensão militar, que podem não ser adequadas para todos os públicos. A narrativa inclui momentos de desafio, estratégia, e captura, que podem ser intensos para alguns leitores. Notas de Aviso: Confronto Militar e Tensão: A história envolve cenas de estratégia militar e confrontos, incluindo a captura de personagens principais. Desafios Emocionais: Os personagens enfrentam situações desafiadoras, incluindo dilemas morais e decisões difíceis sob pressão. Temas de Liderança e Sacrifício: A liderança de Gabrielle e seu sacrifício para proteger suas irmãs são temas centrais, que podem evocar emoções fortes. Recomendação de Idade: Recomenda-se cautela para leitores mais jovens ou sensíveis a temas de confronto e tensão psicológica.

As escoteiras encarregadas de vigiar as matas nestes últimos dias não notaram nada de estranho em seus atacantes, mas nesta última noite de sobre as arvores percebem que algo está alterado na paisagem.

Pontos de luz começam a surgir em diversos pontos da mata, cercando também pelos morros que acompanham a curvatura da montanha. Era como se uma pequena cidade de vaga-lumes tivessem surgido do nada na noite.

Avisada, Solari rapidamente sobe na árvore mais próxima e desce rapidamente para falar com Ephiny e as demais. Numa contagem rápida, haviam vinte e cinco fogueiras lá fora. Quatro homens por fogueira significava que estavam cercadas por cem homens armados.

Eponin insistia que agora que achavam que as tinham era o melhor momento de Gabrielle escapar. A noite encobriria os rastros, podiam sair pelo lago, mergulhando até algumas marcas adiante. Gabrielle tinha de sair dali. Podia sair com Ephiny e Iodia. Eles nem iriam notar.

– Eu dei minha resposta Eponin. Não se pode enganar a Conquistadora, nem desconsiderar uma ordem selada. Vou ficar aqui.

– Ephiny , faça uso de tua autoridade. És a comandante da guarda real, sabes que poderias impedir isso.

– Sei, mas não vou. Concordo com Gabrielle. Não se deve levar a Conquistadora levianamente.

– Vamos aguardar e esperar que nossa demonstração de respeito seja entendida como reconhecimento do tratado assinado pela rainha e a Conquistadora lembre de sua parte no contrato.

– Se tivéssemos matado aqueles dois, ela não saberia de Gabrielle.

– Não se discute mais isso Eponin. Eu proíbo que fales deste jeito. Vamos enfrentar a morte da mesma maneira que enfrentamos a vida. Vamos fazer uma festa. E como não temos tambores ou outros instrumentos, quero todas ao redor da fogueira. Vamos fazer um festival canções, de piadas e contos sobre a vida amazonia.

– O que desejar, Alt… Gabrielle.

– Muito bem, eu declaro que esta noite é uma noite para verdades. Cada amazona poderá fazer uma pergunta a qualquer outra, e esta deverá responder com a verdade. Quem não for perguntado por ninguém será perguntada por mim… vou pegar meu cajado e apontar para uma de vocês. Farei a pergunta que deverá ser respondida e a amazona que responder tomará o cajado, apontando pra outra e assim por diante. Cada pessoa só responderá uma vez a cada rodada, logo todas responderão ao menos uma pergunta.

Tomando seu cajado Gabrielle aponta para Ephiny.

– Qual foi teu pensamento quando Melosa te mandou me treinar?

Ephiny fica num vermelhão, mas os olhos de Gabrielle indicavam que perguntava a sério.

– Que eu estava presa num dever de babá para uma estranha a tribo.

Ephiny por sua vez aponta pra Karin.

– Você já dormiu quando estava em dever de guarda?

Karin baixa a cabeça envergonhada, mas responde que sim, quando era aprendiza e tinha vindo de uma jornada de dois dias na primavera passada e aponta pra Solari.

– Por que você é tão exigente com os iniciantes?

– Para saber logo as que não tem tendência para escoteira. A segurança da vila depende muito da vigilância do perímetro.

Solari aponta pra Leah. Todos param mudos e se olhando, pois sabiam que Leah tinha sido proibida de falar. Como Solari faria isso?

– Você merece perdão pelo que fez ou melhor, tentou fazer ? Merece perdão por tentar tirar sua vida?

Muitos não sabiam deste ato desesperado mas agora todos entenderam a violência de Solari com Leah nestes tempos que passaram. Leah olha ao redor, fitando todos e finalmente encara sua irmã ela apenas nega balançando a cabeça. Solari olha pra ela e sorri.

– Bom, muito bom.

O jogo parou, então Gabrielle começou novamente, apontando para Iodia.

– Por que você é tão mandona?

– Eu tento salvar vidas, as vezes não dá pra negociar.

E assim foi o jogo, fechando a rodada, Gabrielle agora muda as regras. Cada uma deveria contar uma passagem engraçada ou constrangedora que passou ou algo de que se arrepende, sem espaço para omissões.

Começou contando de como foi difícil aprender a manejar o bastão e a paciência de Eponin demonstrando, incentivando e dando correções neste tempo inicial foram muito importantes mas as vezes que batia com o bastão na própria cabeça ou nos pés ela não esqueceria tão cedo.

Todas ficaram rindo e novamente passaria a vez apontando seu bastão. Apontou para Assoyde que contou a primeira vez que se apaixonou e as tentativas que fez para entender o que estava acontecendo. Como não sabia que atitude tomar, pediu pra tomar lições de arco, coisa que até hoje faz. Nieira sempre pergunta por que a melhor arqueira da vila precisa de lições.

Assim foi indo o passar das marcas de vela e descobriram que nada era tão constrangedor que não tenha sido visto por mais de uma delas.

Solari lentamente, quase silenciosamente, começou a contar sobre a alegria em sua família quando sua mãe resolveu adotar formalmente sua pequena irmã. As marcas de vela que passou cuidando para que ela não se machucasse, a forma correta de lançar um punhal ou esfolar uma lebre. Terminando seu conto sobre quando subiram na árvore mais alta para comer as últimas bagas da temporada escondidas das demais crianças e a dor de barriga que tiveram depois, pois estavam verdes.

Gabrielle encerrou a noite contando a história de como a Rainha Melosa salvou a tribo da destruição, atacando invasores que desceram das montanhas do norte para atacar Hatel e pretendiam avançar sobre as demais vilas e cidades gregas da região para fomentar um levante.

Do alto do penhasco que margeava aquele extremo do território, suas arqueiras os fizeram recuar e quando tentaram usar as passagens pelas cavernas encontraram o exercito de amazonas esperando nas passagens.

A Conquistadora chegou e dizimou os restantes no vale para Soul. Reconhecendo a atitude da rainha, a Conquistadora firmou o tratado no qual seriam um Estado soberano , respeitando as leis e costumes. Vassalo e aliado, firmando a base para tributos e prestação de serviços mas também o apoio à nossa Casa Real.

– Vamos dormir, seja o que for que nos aguarda enfrentaremos como amazonas.

Novamente um acesso de tosse acomete Gabrielle e Iodia ministra uma dose do medicamento com muito cuidado.

Algumas conseguiram dormir, outras não mas na manhã seguinte o desjejum foi breve para Gabrielle trouxe mais uma dose de remédio. Todas estavam com suas armas no melhor ponto, não precisando esperar muito para que na alvorada as sentinelas avisassem que algo estava acontecendo, pois havia movimentação nas matas .

Gabrielle resolve que é melhor esperarem lá fora e saem das cavernas aguardando junto a entrada. Uma nuvem de poeira e som levanta num ritmo nada natural e avança em direção as cavernas de Tahal.

Saindo do caminho que costeia o lago, três cavaleiros surgem na clareira que vai do lago até as cavernas estendendo-se até a mata . Um elas já conheciam, pois era Ciro, mas os outros dois eram totalmente desconhecidos.

De todos os pontos da mata surgem homens que rapidamente entram em formação atrás deles, marcando compasso batendo com as espadas em seus escudos. Quatro pelotões completos. Entre cavaleiros, guerreiros e lanceiros faziam um contingente de duzentos homens fortemente armados.

O cavaleiro central adianta-se e em tom forte e decidido dá um ultimato.

– Amazonas, vocês estão presas por ordem de Sua Majestade a Conquistadora . Devem imediatamente entregar suas armas e caminhar sem resistência com a escolta, da forma indicada até o local de seu julgamento, devendo fazê-lo em roupas amazonas ou nenhuma roupa, pois em hipótese alguma estamos comprando este aspecto de camponesas. Vocês tem sete minutos para começar, passado este prazo vamos caça-las para baixo imediatamente.

– Em qual autoridade estão estes que usam o nome da Conquistadora, mas não as suas cores?

Comandante Elthor se apresenta, como alguém usado a fazer uso de tal autoridade.

– Sou Elthor, comandante da terceira unidade dos Falcões . Falem entre vocês e decidam como querem viver ou morrer. Temos ordens de leva-las imediatamente a presença de sua majestade ou mata-las no local.

Ephiny e suas companheiras entram na caverna, com Gabrielle. Começam todas a discutir, e traçar planos de luta até que Gabrielle grita.

– Basta!!!! Vocês ouviram. Ela vai estar nos esperando, ela vai estar lá! Não vamos ofender a Imperatriz e eu dei minha palavra, então vamos capitular, agora sem mais discussões, sigam-me.

Rapidamente começa a se despir de suas roupas camponesas, assumindo trajes mais amazônicos , sai erguendo seu cajado acima da cabeça. Lentamente deposita-o na frente do comandante Elthor e aguarda olhando em seus olhos. Não tira os olhos de seu captor , esperando o próximo comando, enquanto suas irmãs vão despejando arma após arma na mesma pilha.

Conversando com Ciro ele balança a cabeça e dirigindo-se a Ephiny.

Você é a comandante deste grupo?

Ephiny ia responder que sim, mas Gabrielle se adianta, garantindo ao comandante que ela é quem ele procura e Elthor começa a rir duro.

– Como uma coisinha insignificante como você comandaria tais mulheres? Este é o truque mais infantil que tenho notícia! Você deveria ter vergonha de usar tão pequena criatura pra salvar a própria pele. Tenho ordens de levar a comandante na frente das prisioneiras e não serei enganado por um truque barato.

Eponin, Assoyde e Solari cercam Gabrielle ao mesmo tempo em que Ephiny toma a dianteira, se apresentando à Elthor.

– Assim está melhor, estamos nos entendendo amazona.

Chamando seu ajudante, Elthor solicita um item de um dos alforjes e Gabrielle percebe que relacionava-se com o fato de conduzir aquela que comanda na frente do grupo e decide não permitir que sua amiga enfrente o destino em seu lugar.

– Recue Ephiny, não tem sentido você ir no meu lugar. É meu destino e não podemos negociar com os Fates.

– Não sabemos o que ele pretende Gabrielle e é minha função proteger você. Não sabemos o que ele pretende e eu estou treinada pra isso.

– Não me deixas alternativa, Ephiny , sinto muito.

Virando para suas guardas que esperavam um pouco atrás, Gabrielle cruza os braços, colocando as mãos fechadas em seus ombros. A este sinal, todas as guardas caem em um joelho e colocam o punho direito no coração. Este é o sinal inequívoco da Casa de Artemis, utilizado apenas pelos membros da Casa Real ao definirem que sua palavra é definitiva e não admite discussões. Estava invocando Zorah novamente. Gabrielle assumia sua realeza sem reservas.

Ao verem a ação de suas irmãs Eponin, Assoyde e Solari fazem o mesmo que as demais, restando em pé apenas Gabrielle e Ephiny que resiste em entregar sua amiga a um destino incerto. Gabrielle repete o gesto e Ephiny se rende ao inevitável, caindo em um joelho perante ela, que se vira para o comandante Elthor e olhando firmemente em seus olhos, abre um meio sorriso.

– Acho que o senhor desejava saber quem comandava estas mulheres . Um gesto seu e todas se levantam, aguardando os acontecimentos.

Ele lhe atira uma coleira, presa por uma corrente fina e indica que ponha no pescoço.

– Coloquem as mãos na cabeça. Todas vocês devem seguir atrás desta com o colar e a partir deste momento não podem mais falar entre vocês ou sozinhas. Poderão apenas responder o quer for perguntado e deverão faze-lo com o olhar baixo, rapidamente e com a verdade, dirigindo-se ao interlocutor como senhor. Obedecerão todas as ordens recebidas sem questionamentos ou vacilar ou esta sofrerá as consequências. Por ordem da Imperatriz, vocês aguardarão o julgamento imediato no local que reservamos para vocês. Vocês entenderam?

Houve um silencio total. Alguns homens tentaram abafar um riso em seus lábios.

Gabrielle foi suspensa pela coleira .

–Vocês entenderam? Olhem para baixo e respondam sim, senhor.

Gabrielle foi suspensa mais no alto, com seus pés quase não tocando o solo , e seu rosto avermelhado pelo sufocamento.

– Vocês entenderam?

Ephiny se deu conta do que estava acontecendo e rapidamente olhou para baixo e respondeu conforme orientado, sendo copiada por todas as outras. Gabrielle então foi colocada pra baixo e Elthor foi andando sendo seguido por todas as mulheres.

Uma lágrima escorria dos olhos de Gabrielle ao perceber o que estava acontecendo. Ela e suas amigas estavam para serem julgadas por um crime que sequer sabiam ter cometido.

Foram cercadas pela escolta, que ditaria o ritmo da jornada. Após sete marcas de vela em marcha forçada chegaram ao local de destino.

Entrando na mata, subiram uma colina que estava ao sul do campo. Ao descerem em direção às barracas tiveram a visão do que as aguardava. Era impressionante.

Seis divisões do exército representadas cada uma por duas unidades. Cada unidade contava com quatro pelotões de cinquenta homens cada. Era uma representação de quatrocentos homens por divisão. Dois mil e quatrocentos homens, mais a guarda de elite da Conquistadora que estava presente com duas unidades visíveis fora a escolta que as trouxera. Eram trezentos os homens visíveis das forças especiais.

Sua escolta parou na entrada do campo, onde um corredor fora montado por duas unidades de Falcões .

A Conquistadora estava em reunião com Terquien e o Major discutindo a divisão das unidades da Primeira Divisão quando elas chegaram. Xena olha para o sul e montando Giltar de um salto prepara o rumo do fim para suas visitantes.

– Yolker, faça com que elas aguardem uma ao lado da outra em silêncio, de pé, no sol, com ambas as mãos na cabeça. Não será permitida nenhuma comunicação entre elas, nem que se toquem. Que seus pensamentos e medos as assaltem individualmente. Devem ter em mente o tamanho do seu erro antes de serem condenadas. Quero-as totalmente cansadas, desarmadas e culpadas.

– Sim, Conquistadora.

Puderam ver aquela mulher guerreira, montada num cavalo de batalha, chegando num galope desenfreado e desfilando em frente a tropa que ao chegar frente aos homens, todos saudaram batendo com suas espadas ou lanças nos escudos. Passou em revista as tropas. Parabenizou a todos por seu envolvimento e profissionalismo. Que os jogos fossem bem jogados e em homenagem ao seu comprometimento com os objetivos propostos e como compensação do atraso de sete dias ela estava concedendo a cada homem presente no campo a gratificação de um tetradracma a ser pago imediatamente. Isto era a quase a metade do salário de um mês de um soldado do exército regular.

Novamente o troar da satisfação foi longo e a Conquistadora fez sinal a seus homens que estavam junto a uma carroça que descarregassem três baús aos pés dos Generais das seis divisões.

– Levem a recompensa aos seus campos e lá seja distribuídas aos seus homens.

Virou seu cavalo em direção a tenda de comando e desmontou num salto.

Dando um sinal a Elthor este foi em frente, fazendo Gabrielle tropeçar e quase perder o equilíbrio, então, algum tempo depois, da tenda saiu aquela mulher lindíssima. Seis pés de beleza pura e perigo radiante e seu andar lembrava uma pantera ou um tigre.