Na tenda de comando, após encerrar o julgamento Xena ficou olhando para Gabrielle, que permanecia no mesmo lugar onde havia feito o juramento de fidelidade à Conquistadora .

– Yolker, providencie uma de minhas bandeiras e seis mapas menores com os campos das outras divisões para a reunião. Eu estarei em minha tenda e não quero ser incomodada.

Yolker se posiciona em prontidão e saúda.

– Conquistadora!

– Venha, Gabrielle.

Xena sai da tenda de comando em direção a sua e Gabrielle a segue com o olhar fixado na Conquistadora, determinada a cumprir seu juramento da melhor maneira que conseguisse, orava agradecimentos à Atena e a Artemis por suas irmãs terem sido poupadas e seu povo preservado.

Hisar e Milenti imediatamente se colocam em prontidão.

– Conquistadora!

– Até a reunião, ao por do sol, não quero ser incomodada Milenti. Estou esperando Dínia e mais duas a qualquer momento, que entrem quando chegarem.

– Sim, Conquistadora .

A Conquistadora vai até sua mesa auxiliar e servindo uma taça de vinho vira-se para Gabrielle.

– Estás com medo?

– Não, senhora.

– Sabes o que deves fazer? Teus deveres?

– Devo obedecer vossos comandos.

– Ah… mas eu quero mais que obediência de ti Gabrielle, muito mais. Como disseste em teu juramento eu espero que ajas em meu melhor interesse com o melhor de tua capacidade.

– Sim, senhora. Eu realmente tentarei fazer isso.

– O que pensavas tão silenciosa, Gabrielle?

– Apenas orava, agradecendo vossa decisão, majestade.

– É diferente da manhã, não? Me obedecias com esperança de vida para teu povo, demonstrar como disseste, lealdade amazônia com tudo o que isso significava. E agora, Gabrielle, o que significa tua obediência?

Gabrielle olha diretamente nos olhos de Xena .

– Sou vossa escrava, senhora. Significará o que a senhora desejar que signifique.

Xena abre um sorriso, um lindo sorriso que alcança seus olhos.

– Muito boa resposta, Gabrielle. Vamos começar teu adestramento de onde paramos. Normalmente dou nome para minhas escravas e meus animais, mas gosto de chamar-te por teu nome indicado, ele ficará bem. Falarás apenas se for necessário ou se te for dirigida a palavra e com o devido respeito. Deixo tua a decisão da necessidade de falares, mas aviso que tenho pequena tolerância a erros. Meus animais não podem errar. Devem ser bem treinados. Quanto aos meus desejos, eu os manifestarei, caso em que deves cumprir de imediato, os não manifestados deves atender utilizando de tua intuição. Os prazeres que espero que proporciones, tu saberás na hora certa e para teu bem, desempenha com acerto. Compreendeste isso?

– Sim, senhora.

– Alguma pergunta?

– Existem habilidades que não possuo, minha senhora, mas farei o melhor possível para satisfazer vossos comandos. Poderia ser autorizada a perguntar sobre vossas preferências a fim de aprender?

– És muito inteligente Gabrielle. Gosto deste teu destemor, mas te prometo que vais aprender a ter medo. Vou permitir que me olhes, para que apreendas os pequenos sinais de comando que utilizo e antecipes minhas necessidades, mas em nenhuma hipótese podes me tocar sem permissão. Poderás também perguntar o que desejar a quem quer que seja, mas faça-o sempre com respeito e decoro. Tua punição virá rápida se ofender a um de meus Falcões, servos, agentes ou convidados. Como princesa amazona, estás inserida no clã de defesa e das almas. Tem algum outro clã em que prestas serviço regular?

– O clã da cultura. Eu sou uma barda.

– Qual tua arma de preferência? Dominas outras em que nível?

– Bastão, senhora. Sou razoável com o arco, mas tenho treinado mais com a espada curta ultimamente.

– Montas bem? Alguma outra habilidade que eu queira saber?

– Minha equitação é razoável e sou usada na arte da negociação, majestade.

– Qual das amazonas da comitiva é tua amante?

– Nenhuma, senhora.

– Deixaste tua amante na aldeia?

– Não, senhora.

– Não tens uma amante amazona ou não tens amantes? Certamente já tiveste um .

– Não, não tenho nem nunca tive amante, senhora.

Xena quase se engasga com o vinho, com o pensamento que lhe veio sem aviso. O sorriso era intenso.

– Meu, meu, meu… que bônus agradável.. és virgem Gabrielle?

– Sim, sou.

– Até agora.

– Sim, minha senhora. Até agora.

– Conheces os mistérios do sexo Gabrielle? Ou este é outro aspecto de tua educação que ficou em falha? Qual tua idade?

– Vinte verões minha senhora. Já estudei e auxiliei em partos, fui ensinada sobre sexo, mas nunca experimentei ou assisti pessoalmente a um ato humano.

– Não serviste Melosa em seu leito?!??!?

A pergunta enfureceu Gabrielle que reagiu indignada e sem notar, estava discutindo com a Conquistadora.

– Eu sou irmã da Rainha! Claro que não! Melosa jamais me tocaria desta forma, sou sua irmã! Então não. Não a servi em seu leito!

Xena deixa passar, pois estava se divertindo com a reação e mais ainda com a perspectiva de deixar a linha solta e então puxar mostrando a este peixe, que sua vida não era mais sua. Continuou provocando.

– Mas ela tomava as guerreiras que desejava. Ah… as delícias do poder! Ela forçava as virgens a terem com ela e pelo que sei, também suas guerreiras antes da batalha estavam mais que disponíveis. Fazia-as interagirem. Ela é tremendamente fogosa, pelo que soube.

– Não, nunca ! Não há estupro na Nação !!

– Não, realmente não há. O que existe é um convite que não pode ser recusado sem ofender a realeza, não é assim? Ou seu superior. Não percebeste mesmo que faz parte da educação amazônia a obediência aos superiores, sobre qualquer assunto?

Gabrielle vai ficando vermelha e seu temperamento levando-a a elevar ainda mais o tom e volume, que em seu desespero ela não percebeu alterar.

– Você não sabe o que está dizendo. Amazonas não violam!!!!

– Será Gabrielle? Eu não sei ou isso te desespera? Acredito que sei mais sobre os costumes da realeza amazona do que meu bichinho de estimação que esqueceu seu lugar. Então, animalzinho, pretendes mostrar as garras tão cedo? Rosnando pra mim, animal?

– Não, senhora, eu não quis ser desrespeitosa. Peço perdão por meu comportamento. Não irá acontecer novamente.

– Diga o que está pensando agora, Gabrielle.

– Que a Conquistadora é possuidora de vasto conhecimento sobre os povos da terra, não sendo apenas uma grande guerreira. Deve realmente saber coisas que ainda não me foram ensinadas, sobre meu povo.

– Quer dizer que não sou apenas uma sádica e cruel maníaca, assassina com sede de poder, que tem a vida de todos a seu bel capricho.

Um silencio se segue a esta afirmação.

– Responda! Com a verdade amazona e nunca minta ou oculte a verdade de mim.

– Quis dizer que conhece muito de meu povo, senhora.

– Entre as amazonas é considerado uma grande honra entregar a virgindade à sua rainha ou a um membro da Casa Real Gabrielle. Imagino que é por isso que tens jovens virgens em tua escolta. Para o caso de desejar conceder a honra a uma delas.

– Não , não era assim. Pelo menos, não penso que seja assim.

Xena deixou passar o deslize de ser contrariada novamente e enche sua taça se aproximando de Gabrielle, circulando-a, inspecionando-a. Erguendo levemente seu cabelo, na nuca, próximo a orelha esquerda, assopra com suavidade enquanto com as costas das unhas faz o contorno do maxilar. Derrama um pouco de vinho no pescoço de Gabrielle e abaixando lentamente a cabeça vai sugando e lambendo a trilha vermelha que o líquido percorreu.

Enquanto mordisca a orelha, vai respirando no ouvido, apertando os seios por cima da túnica e virando Gabrielle de frente para si beija-a lentamente, completamente, tomando conta da boca e dos lábios da jovem presa em suas mãos.

Afastando-se bruscamente, Xena observa a respiração entrecortada, o coração acelerado e o rosto rosa de Gabrielle.

– Teu treinamento será interessante e agradável, ao menos para mim. Vem aqui e aproxima-te Gabrielle.

Gabriele se aproxima de forma lenta e hesitante, enquanto pegando uma caixa em sua mesa auxiliar, Xena saca dois objetos pequenos e iguais.

– Tira tua túnica e coloca as mãos para trás.

Pegando o mamilo do seio esquerdo, Xena coloca um prendedor, fazendo o mesmo com o direito e voltando a pegar seu vinho, observa sua obra.

– Não deves tocar neles. Está doendo?

– Sim minha senhora.

– Isso é bom, assim pensarás em mim todo o tempo. Se me agradares, talvez eu permita que tires estes grampos e recebas outra dose do teu medicamento. Daqui pra frente vou observar como obedeces as ordens que recebes. Coloca tua túnica e agradeça.

Gabrielle obedece imediatamente.

– Obrigada senhora.

– Quando eu sair para a reunião, trata de arrumar esta tenda e deixar minha cama confortável. Agora, acomoda-te aos pés de minha cama e aguarda novas instruções, acordando-me daqui a duas marcas de vela. Tenho uma reunião para movimentar.

– Sim, minha senhora.