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Warning Notes

A história apresenta temas fortes de abuso de poder, tortura psicológica e física, e situações de humilhação. Não é recomendada para leitores sensíveis a estas questões. A narrativa é voltada para uma audiência madura, explorando complexidades morais e emocionais dos personagens envolvidos.

Gabrielle responde automaticamente, mas a dor destes grampos estavam sendo multiplicada pela dor que a acompanha desde a aldeia e sem o medicamento de Iodia, só poderia piorar. Não sabia quanto tempo havia se passado, mas como não almoçara e não tomara a segunda dose do remédio, o avançar da tarde só piorava a situação. Mas estava feliz que suas irmãs mantiveram a vida, estavam unidas e respeitadas em sua tradição.

Paralelo aos Falcões . Livres ! Seu povo foi considerado inocente da acusação e tinha que reconhecer que o julgamento foi justo, pois elas realmente transgrediram a lei, embora não soubesse da presença da Conquistadora dentro do raio de limite proibido, elas transgrediram em muito o tratado. O que ela não esperava era a misericórdia da Conquistadora ou a intervenção divina.

A dor no seio começava a se intensificar, descobriu que com sua doença qualquer dor era multiplicada por dez e não havia posição que amenizasse a pressão. Posicionando-se de joelhos, fechou os olhos e começou a orar, agradecendo a proteção das divindades e suplicando a Afrodite que lhe permitisse servir adequadamente aos propósitos de sua senhora como escrava corporal. Em nada tendo de seu, nada poderia ofertar a não ser em seu pensamento, poemas que cantassem a beleza e a profundidade da Deusa do amor e se fosse permitido, registrar tais poemas para que a posteridade soubesse de tal louvor.

Passado o tempo previsto, Gabrielle estudava a melhor maneira de chamar sua senhora, optando pela abordagem direta em pé, ao lado da cama, respeitosamente curvou-se e chamou-a em voz baixa aquela que a governava:

– Minha senhora, o horário da reunião está chegando. Desejavas ser chamada, majestade.

Xena estava acordada, aliás não havia dormido, mas queria observar a nova escrava em ação. Que alternativas ela usaria?

– Desejavas ser chamada, Conquistadora . Chegou o tempo de reunião com seus oficiais para as estratégias de campo.

Novamente nenhuma resposta ao chamado foi deixando Gabrielle sem opções.

– Minha senhora, ordenou que a acordasse!

Gabrielle ia tocar na Conquistadora, mas lembrou-se da recomendação de jamais tocar em sua ama sem permissão e elevando um pouco mais a voz, tenta novamente.

– É o tempo solicitado, minha senhora.

Gabrielle ia ficando cada vez mais sem opções. Desesperada, enche uma taça com água, e pondo sua mão na taça, deixando alguns pingos do conteúdo da taça cair sobre o rosto da Conquistadora e rapidamente, fica de joelhos, ao lado da cama com a cabeça curvada, aguardando a tempestade.

A Conquistadora esperava por algum desfecho, mas não este. Ficou observando a aproximação de Gabrielle com a taça e a situação demonstrava ir encaminhando-se para este desfecho, mas não acreditava que sua nova escrava fosse levar adiante tal plano. Desejando medir mais a coragem de Gabrielle, levanta-se demonstrando estar furiosa.

– O que você pensou que estava fazendo?

– Perdão, minha senhora. Vossa majestade desejava ser acordada para a reunião. Tentei outras maneiras, esta era a última que conheço.

– Este desrespeito não passará impune. Dá-me minha espada, sai de minha frente e fique aos pés da cama até que eu diga diferente. Por causa desta imprudência permanecerás com os grampos por mais tempo. Muitos morreram por menos, amazona, mas não terás esta saída tão fácil. Tens tuas ordens e quando voltar cuidarei de ensinar teu lugar. Não haverá medicamento para ti tão cedo.

Saindo em passos rápidos, Xena não permitiu a Gabrielle perceber o sorriso que formava em seus lábios. Seria interessante quebrar esta amazona. A nova escrava prometia muita diversão e surpresas. Antes de chegar a entrada da barraca novidades esperavam.

– Majestade, Dínia, Helena e Fabíola se encontram aguardando na entrada, senhora.

–Que entrem Milenti .

Elas entram, se colocam em prontidão e saúdam.

– Conquistadora!

– Na facilidade senhoras. Então Dínia , conseguiram completar a missão?

– Sim, Conquistadora. Deixamos as moedas de ouro sobre a cama da escrava. Tudo foi feito conforme ordenado, sem nenhuma dificuldade.

– Tentou suborna-las? Quanto tempo levou para morrer aquela víbora traiçoeira?

– Ela chorou, implorou, ameaçou como a senhora disse que faria. Levou três dias e duas noites inteiras.

– E depois que a soltaram, quanto tempo ficou se contorcendo na sujeira?

– Três marcas de vela, senhora.

– Bom. Vocês levaram bem a missão ou tiveram alguma dificuldade de consciência?

– Falo por todas nós, senhora. Suas ordens foram seguidas a risca e com todo o cuidado para que não terminasse rápido. Nossa maior preocupação foi ter tudo feito lenta e calmamente. Esfolamos o lado direito e depois o esquerdo com cuidado para não haver perda de muito sangue de imediato e estamos tranquilas de que fosse quem fosse, sua vontade devia ser cumprida.

– Fizeram bem. Quero você na reunião dos oficiais daqui a pouco Dínia .

Dispensadas.

– Conquistadora!

Ouvindo um soluço alto, Xena olhou para Gabrielle que estava de olhos arregalados e muito branca.

– O que está pensando Gabrielle?

– Nada, minha senhora.

– Já te falei para não mentir pra mim. Não haverá segundo aviso. O que está pensando?

– Elas esfolaram uma pessoa?!?!?!!!

– Sim, muito competentemente ao que parece. Uma escrava que tive a muito tempo atrás e descobri a pouco, ter feito algo que não devia. Algo errado, terrivelmente errado e que devia ser devidamente punido. Eu queria ter a certeza de que ela se arrependeria muito profundamente de tê-lo feito.

Gabrielle fica ainda mais pálida e começa a tremer descontroladamente.

– Se vomitares em minha barraca te farei comer e limpar com a língua cada gota que restar! Terás que desenvolver estomago mais forte, Gabrielle, não admito manifestações contrarias às minhas decisões. Responde logo, o que está pensando? Está com medo?

– Sim, minha senhora. Por favor, perdoe minha reação Imperatriz, rezo para não desagrada-la ainda mais, majestade.

– Tens coisas a realizar aqui e eu não esquecerei tua atitude. Cuidarei de tuas falhas mais tarde.

Xena pensava que a chegada de Dínia foi providencial, pois agora a amazona teria muito em que pensar e certamente estaria bem mais acessível quando a reunião terminasse. Dirigiu-se a Tenda de Comando , onde estava tudo pronto para a organização de sua equipe e sempre sorrindo, a Conquistadora pensava nos cavalos que receberia e na surpresa que esperava certas comandantes amazonas.

Os capitães, tenentes e sargentos dos oito pelotões estavam reunidos na barraca de comando e as quatro comandantes amazonas também. Desconfortáveis em seus trajes de Falcões, elas apenas aguardavam em pé, de braços cruzados e silenciosas o desenrolar dos acontecimentos.

Quando Xena entra, todos os Falcões se colocam imediatamente em prontidão.

– Conquistadora!

Xena observa que as amazonas não fizeram nenhuma saudação.

– Senhores, amanhã a noite começarão os jogos. Nosso objetivo é capturar as bandeiras adversárias e impedir que capturem as nossas. Além da nossa bandeira principal teremos de defender mais três que ficarão espalhadas pelo campo. Esta será a tenda de comando de nosso campo, aqui dentro desta tenda todos vocês são iguais para dar ideias, pareceres, avaliações, dar opinião e discordar de um superior não será considerado insubordinação, mas manteremos o decoro e o respeito.

– Sim Conquistadora.

– As amazonas formam um pelotão paralelo aos Falcões, porém numa unidade a parte, assim sendo, Alceu dispensará doze e Xilant treze de seus componentes, exceto as três que chegaram hoje. Os dispensados passarão a integrar a força de segurança da manobra.

– Ao seu comando Conquistadora,

– Amazonas, acredito que foram devidamente instruídas quanto a nossos sinais e comandos. O que vou dizer agora será dito apenas esta vez:

Saudarão minha presença e reconhecerão os comandos de seus superiores como todos os Falcões, não haverá exceção. Senhores, as quatro amazonas que estão aqui, estão no grau de oficiais. Serão chamadas nominalmente e terão declinado seu posto. Vocês irão recebe-las como camarada de armas e vão reconhece-las assim como todos os Falcões pelo seu posto indicado. Entenderam?

– Sim, Conquistadora!

Yolker chamou as amazonas uma a uma conforme Xena havia determinado previamente.

– Ephiny , comandante da guarda real da amazônia Nação, em serviço ao império, um passo a frente para teus companheiros te receberem.

Ephiny da um passo a frente e é reconhecida pelos trinta e dois homens que se colocam em prontidão, batendo com a mão direita fechada no peito e a mão esquerda solta ao lado do corpo em um mesmo momento.

– Eponin, mestre de armas da amazônia Nação, em serviço ao império, um passo a frente para teus companheiros te receberem.

Eponin da um passo a frente e é reconhecida da mesma maneira.

– Solari, comandante escoteira da amazônia Nação, em serviço ao império, um passo a frente para teus companheiros te receberem.

Solari da um passo a frente e é reconhecida da mesma maneira.

– Assoyde, oficial de arco da amazônia Nação, em serviço ao império, um passo a frente para teus companheiros te receberem.

Assoyde da um passo a frente e é reconhecida da mesma maneira e quando as quatro estavam lado a lado, a Conquistadora faz um sinal a Yolker e este se adianta, sendo seguido por Télio que levava uma almofada com quatro caixas cujas tampas continham estampadas uma cabeça de falcão impressa em prata. Cada caixa forrada de veludo estava aberta e dentro havia um punhal com uma cabeça de falcão esculpida em alto relevo no cabo e em sua bainha também havia gravado a efigie de um falcão.

Yolker entregou a cada amazona uma caixa.

– Este punhal somente é usado pelos oficiais de minha guarda pessoal, dando ao portador acesso a qualquer lugar do palácio e autoridade acima dos outros oficiais de igual patente nas demais divisões do exercito.

As amazonas ficaram surpresas, pois não imaginavam que seriam tratadas daquela maneira, depois de tudo que passaram.

– Senhores, como na Nação amazônia não são utilizados os mesmos postos que entre nós está agora decidido que Ephiny assume em grau de major e Eponin, Assoyde e Solari assumem grau de capitão. Façam saber entre seus homens. Ephiny , depois veja com Yolker como equiparar tuas amazonas ao resto dos Falcões .

Todos ficaram em prontidão e saudaram.

– Conquistadora!

– Antes de passarmos ao planejamento, temos de resolver uma questão interna. Dínia , venha a frente.

Dínia se aproxima, sem saber o que esperar pois acreditava ter cumprido fielmente as ordens recebidas e Xena faz um sinal a Yolker que entrega a Dínia uma caixa igual às que as amazonas receberam.

– Por sua dedicação e eficiência, és agora uma oficial da minha guarda pessoal. Te faço tenente da primeira unidade e doravante trabalharás com Xilant. Saúdem a sua camarada!

Todos se colocam em prontidão, batendo com a mão direita fechada no peito e a mão esquerda solta ao lado do corpo em um mesmo momento. Inclusive as amazonas, gesto que não é perdido por Xena .

– Voltemos aos jogos. Separem-se em seis grupos e agora cada grupo receberá um mapa do campo, conforme detalhado pela manhã com os demais generais. Vocês permanecerão nesta tenda e tem duas marcas de vela para apresentarem suas sugestões sobre a melhor defesa ao nos reunirmos novamente. Boa sorte senhores.

– Conquistadora!

Xena retorna a sua tenda, dizendo na passagem para Hisar que providencie o jantar e encaminha-se para o lago. Tirando sua capa, lança-se na água fazendo um tranquilo tempo de natação e após meia marca de vela, saí da água em direção à sua tenda para jantar e se divertir um pouco aterrorizando uma já apavorada princesa amazona.

– Não quero ser incomodada a menos que estejamos sob ataque persa Milenti.

– Sim Conquistadora.

Xena entra sentando-se a sua mesa e fica observando Gabrielle ajoelhada aos pés de sua cama.

– Olhe pra mim Gabrielle. Estás com dor?

– Sim, majestade. Realmente sim.

– Deseja que eu chame Iodia e diga para lhe dar uma dose do medicamento?

– Sim, por favor.

– Não assim tão rápido Gabrielle, tens de implorar direito, aprenderás.

– Por favor majestade, eu suplico que seja permitida outra dose de medicina, por favor!

Gabrielle se coloca em seus joelhos e tocando a testa no chão suplica por seu medicamento.

– Seria um despropósito eu colocar estes prendedores e ao mesmo tempo te permitir amenizar a dor, animal. Tua súplica está negada. Levanta e tira a túnica.

Gabrielle realiza imediatamente o comando.

– Já está arroxeando. Eu te disse que gosto de roxo? Vem aqui.

Xena espera Gabrielle estar ao seu alcance e tira ambos os grampos rapidamente, fazendo com que a amazona tenha de esforçar-se para conter um grito de dor e surpresa.

– Pronto. Ficou melhor?

– Muito obrigada minha senhora, muito obrigada.

– Sei… vocês animais são tão previsíveis. Coloca tua túnica.

Enquanto é obedecida, Xena fica observando que a cor voltou um pouco ao rosto de Gabrielle.

– Farei um jogo simples. Se me agradares te permitirei tomar o medicamento. Eu vou emitir um comando e você deve executa-lo sem hesitar, imediatamente da forma correta e dependendo da tua aplicação será minha decisão. Você compreendeu?

– Sim, minha senhora.

– Em pé. Em teus joelhos. Sentada. Em pé. Sirva e traga vinho.

Enquanto bebe seu vinho, Xena continua a brincar com Gabrielle como se ela fosse um cão em treino.

– Tira a túnica. Vai até o meio da tenda. Senta. Levanta. Fique de frente pra entrada. Coloca tua cabeça nos joelhos. Abra as pernas. Feche as pernas. Coloque a túnica. Ajoelhe a meus pés. Beije minhas botas Gabrielle.

A cada comando, havia um movimento que redobrava a dor e diminuía a velocidade.

– Você foi muito lenta, mas por agora vou permitir teu remédio. Milenti!

– Conquistadora!

– Mande buscar a amazona sanadora.

Iodia veio rapidamente.

– Mandou me chamar majestade?

– Sim. Toma do odre vermelho e ministra uma dose deste remédio ao meu animalzinho. Ela está com problemas no estômago, acredito que a verdade de sua situação está caindo em sua mente e é tempo de começar a ficar mais intensa esta dor que a acompanha . Não queremos que ela fique sem dormir esta noite por causa disso.

– Sim, Conquistadora.

Iodia mexe em sua bolsa e pegando meia taça de água, acrescenta um pó cinza ao remédio de Gabrielle.

– Dispensada.

Iodia se curva e sai, agradecendo a Artemis que novamente sua princesa está bem de saúde e sem ferimentos aparentes, recebendo novamente o tratamento para amenizar a dor.

– Pronto, Gabrielle. Agora te deita nas peles do canto e dorme um pouco. Te acordarei quando voltar. Boa noite Gabrielle.

Atônita, Gabrielle responde de forma automática.

– Boa noite senhora.