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Warning Notes

Este texto contém cenas de violência física e disciplina militar. Referências a situações de controle e submissão, incluindo menções à propriedade de indivíduos.

A Conquistadora serve-se de vinho e chamando seu ordenança começa a dar vida ao seu plano de ataque.

– Yolker!

– Sim, senhora.

– Mande os cozinheiros prepararem para as amazonas, bifes de cervo, pão, queijo, frutas e um barril de vinho. Devem ser entregues na tenda delas ainda esta noite.

– Sim, senhora.

Xena se dirige à tenda das amazonas com passo tranquilo. Elas haviam colocado sentinelas que reconheceram sua presença colocando a mão direita sobre o peito. Entrando silenciosamente, dá um passo para o lado ocultando-se nas sombras da dobra da aba interna, observando a disciplina e organização da barraca, encontra os cobertores alinhados um ao lado do outro com as armas organizadas na cabeceira de cada cobertor. As amazonas estavam em um quase círculo ouvindo as instruções de Ephiny sobre como ficou resolvida a situação das vinte e cinco membros da tribo da Trácia .

– Andem sempre em trios ou no mínimo duplas e se forem interpeladas por um homem com uma ordem, certifiquem-se de ser uma ordem de natureza militar. Qualquer outro tipo de interação estará fora dos limites pra vocês, não aceitem provocações, nem apostas de nenhum tipo. Nós ainda não sabemos todos os regulamentos mas é certo que a Conquistadora não permite estupro em seu exército, então sexo está definitivamente fora de qualquer ordem. Responderão aos oficiais como se respondessem a Eponin numa missão de treinamento. Alguma pergunta? Sim, Lara?

– E quanto a Gabrielle? Não vamos tentar salva-la?

– A princesa está numa situação além de qualquer salvamento. Por juramento sagrado, nós agora servimos à Conquistadora, somos parte de seu exército e Gabrielle não é uma mulher livre. É uma propriedade, como são os cavalos e as armas. Sua interação com ela será aquela que a Conquistadora achar conveniente e somente isso. Mantenham-na em seus corações e orações mas não na sua cabeça. Vocês tem ordens de descansarem amanhã até o meio dia, façam isso da melhor maneira que conseguirem.

Xena se adianta e surpreende o grupo, que não sabendo como agir permanece sentado olhando pra ela. Eponin é a primeira a erguer-se e saudar, colocando o punho direito no peito, sendo imitada por todas.

– Conquistadora.

– Boa noite. Ephiny tenho algo pra vocês e ficarei aqui, enquanto aguardo o cumprimento da missão.

– As ordens, majestade.

– Quero que me tragam a bandeira que tremula na tenda de comando sem serem pegas e sem baixas, no menor tempo possível.

Ephiny olha para Assoyde e Solari. Acham possível utilizarmos o arco ou a besta? Assoyde?

– O arco e acredito que Karin poderia busca-lo pra nós Solari, ou preferes Lara?

– Lara seria mais garantido, mas infelizmente não temos equipamento para ocultar o brilho da lua nos seus cabelos e pele clara. Karin fará perfeitamente. Escolhe a arqueira.

– Leah!

Leah olha para Solari que responde incontinente.

– Estás esperando o quê? Busca teu arco! Karin!

Leah levanta e pega seu arco imediatamente, enquanto Karin se aproxima da comandante escoteira.

– Sim, comandante.

– A Conquistadora deseja a bandeira que tremula no alto da tenda de comando. Leah irá cortar apenas a corda superior para que a bandeira se solte mas não saia voando enquanto tu entrarás na tenda sem ser vista e puxarás a bandeira para ti. Traga-a para nós o mais rapidamente possível, sem baixas nem serem detectadas.

Verificando seus punhais, Karin se posiciona ao lado de Leah e a um sinal afirmativo de Ephiny saem da tenda conversando, decidindo a melhor maneira de abordar a tenda. Resolvem afastar-se fingindo buscar gravetos e observar a guarda, procurando o melhor ângulo para entrar.Tomada a decisão, Leah subiria nas árvores e estando pouco menos que um estádio faria o tiro, com a flecha precisa cortando a corda no lado superior. Teria que ser coordenada com a ação de Karin aproximar-se entre a passagem dos guardas, cortar a tenda e entrar para pegara bandeira . Este seria seu sinal para agir.

Enquanto isso a Conquistadora estava tendo uma conversa amigável com sua nova aquisição militar.

– Sentem! Ephyni, mande alguém buscar Fabíola , Helena e Dinia. Suas companheiras terão sucesso e providenciei que seja entregue uma pequena amostra de meu reconhecimento por sua perícia. Você é Lara, não?

– Sim, Conquistadora.

– Preocupada com sua princesa, Lara? O que te parece esta situação?

– Sim, Conquistadora estou preocupada. Nós saímos para resolver um problema e parece que a colocamos em outro maior.

– Vocês não a colocaram em nenhum problema amazona. Ela fez isso, quando resolveu descumprir a lei e arcará com as consequências , porém não irá pagar com a vida. Fiquem tranquilas que ela vai sobreviver. Vocês verão que a vida no exército é dura e não muito diferente da vida em sua Nação. Ordens devem ser cumpridas , os companheiros protegidos e a superiores respeitados. Existe pouco espaço para erros e eles, assim como os êxitos são avaliados sem preconceitos, para corrigir o voo dos Falcões que se desviam do objetivo.

Dinia entra com Helena, Fabíola e a Deian. As três Falcões se colocam em prontidão ao chegarem na frente de Xena , que aguarda alguns instantes sem dar conhecimento de sua presença.

– Eu estou com um problema. Aqui, confraternizando com estas mulheres corajosas me dou conta de que minhas três Falcões estão faltando. Falcões que eu ordenei que atuassem de ordenanças para as oficiais amazonas. Acredito que seria injusto vocês não responderem por esta ausência, seria um péssimo exemplo, não concorda Dinia?

– Sim, majestade. Foi uma falha nossa. Entendemos que nossa função como ordenanças estaria terminada ao iniciar a reunião no comando, senhora.

– Eu não fui clara tenente? Atuariam como ordenanças após apresentarem relatório em minha tenda e propositalmente não foi dito quando cessaria esta atuação por que ela não iria cessar.

– A senhora foi perfeitamente clara majestade. Nós que erramos ao presumir.

– Eponin, poderias me emprestar um par de chobos?

Eponin alcança para Xena os chobos solicitados.

Um chobo é um bastão com um pé e meio de comprimento, de forma cilíndrica abalroada no centro e afinando nas extremidades, porem sem pontas agudas, usado em dupla e manuseado de forma semelhante à espada.Ephiny já havia sido receptora da perícia de Xena com tal arma e percebia que veriam em primeira mão a Conquistadora corrigir o voo de seus Falcões . Tomou uma decisão esperando não estar equivocada.

– Creio que o erro foi meu, majestade. Após passarem as últimas instruções e comandos, quando iam se dirigir para dar o relatório solicitado eu agradeci sua ajuda e as dispensei, criando a confusão.

–Realmente, Ephiny ?

– Sim , majestade. Realmente.

– Erros assim não serão perdoados novamente, sejam quais forem as causas. Vocês devia saber melhor, Dinia. Ficarão a serviço das amazonas pelo resto da noite e todo o dia de amanhã, talvez isso ajude a ficarem mais alertas. Agradeça à comandante por salvar a pele de vocês.

– Sim, senhora. Obrigada comandante.

– Só disse a verdade.

– Este assunto está resolvido. Ponham-se na facilidade, senhoras. Tu perguntaste na reunião o motivo de usar correntes na bandeira, Fabíola . Senta-te e verás.

Então Xena fez algo que ninguém esperava. Sentou-se perguntando a Lara sobre sua última caçada e para algumas outras jovens amazonas, depois começou a contar sobre a caçada em que um javali antes de morrer deixou uma marca em sua perna quando sem armas, ela foi ajudar um companheiro encurralado, tendo que quebrar o pescoço do monstro e aquela em que matou o grande urso pardo que agora é um tapete em sua tenda.

Estavam nesta função quando uma das sentinelas chama Ephiny na entrada da barraca. Os cozinheiros do acampamento haviam mandado entregar uma refeição com um barril de vinho e elas desejavam saber onde colocar. Um grupo de homens com mesas dobráveis, bandejas de alimentos e um barril de vinho montaram uma refeição na barraca das amazonas, perto da entrada.

– Bom apetite e boa noite senhoras.

– Obrigada.

– Vejo que seu premio chegou. Agora só falta o meu.

Pouco depois, Leah e Karin entram na tenda principal com a bandeira na mão.

– Uma marca de vela! Foi um bom tempo. Algum problema?

– Não, senhora. Nenhum. Eles nem notaram o que aconteceu. Terão uma grande surpresa amanhã pela manhã.

– É por isto que devemos colocar correntes a segurar a bandeira Fabíola. Karin, você poderia explicar como fizeram?

– Apenas coordenamos nossa ação com a movimentação da guarda. Foi simples.

– Você não diz nada?

Leah olha assustada para Solari, buscando uma indicação do que fazer pois suas ordens ainda estavam em vigor. Solari apenas cruza os braços e sorri, então Leah opta por não responder, decidindo que se tinha de provocar a ira de alguém, não seria a de Solari.

Ephiny resolve intervir antes que a situação saia da mão.

– Perdão majestade, mas Leah está reclusa aos seus pensamentos por tempo indeterminado, a menos que a senhora tenha ordens diferentes, é claro.

– É claro. Não irei interferir na disciplina. Façam como quiserem, mas ajustem suas ordens para que não impeçam de responder a mim.

– Sim majestade.

– Agora, podem comemorar esta caçada, não é sempre que nossas vítimas possuem guarda armada. Parabéns pela vitória de suas escoteiras sobre os homens de Leander. Boa noite comandante.

– Boa noite, senhora.