Chegando próximo a Micenas entraram no campo montado onde a barraca de Xena já estava armada e com as coisas dispostas segundo seu padrão, sua cama de peles ao fundo, semelhante ao que usara em todas as suas campanhas, incluindo as manobras em Esdel . As sentinelas foram posicionadas quatro pés distante da barraca com cinco postos fixos no perímetro e um volante, havendo sempre duas amazonas na composição e Gabrielle não teve nenhuma dificuldade de saber qual seria sua posição neste novo mundo.
Um banho quente foi organizado para a Senhora do Mundo nas termas próximas do acampamento e por três estádios ninguém se aproximou do local ou do trajeto, não sendo dispensados apenas os escravos do lugar. Gabrielle tomou banho com Xena e as amazonas fizeram a proteção interna da sala, recebendo ordens de banharem-se após a saída da realeza e seguirem para o acampamento, contudo algo estava preocupando a Conquistadora desde que saíram de Corinto : como num campo aberto poderia passar a ideia de estar usando Gabrielle para seu prazer e dar a entender que não a tinha em consideração, sem realmente ferir a amazona.
“ Afrodite me ajude! Não quero magoar Gabrielle e eu prometi a ela que jamais a forçaria, o que agora por si já é praticamente impossível uma vez que se inverteram os papéis de comando, mas este embuste deve ser feito para proteger Gabrielle e seu povo. Afrodite me ajude! “
A voz de Afrodite surgiu em sua mente e um plano foi delineado.
“Primeiro você deverá obter o consentimento de Gabrielle para elaborarem a farsa Xena. No jantar faça uso da exibição de casais de escravos, como costumava fazer em outros tempos. Use um ou outro convidado, faça uso de algum dos seus homens que desejem publicamente demonstrar suas habilidades no sexo mais primal com escravos ou prisioneiros. Isso tudo é simples pra ti. Peça histórias mais românticas para sua barda e aumente a temperatura dos convidados. Depois, durante o jantar, utilize com Gabrielle publicamente as preliminares mais suaves, delicadas e pudicas que conseguir e na vista de todos a envie para sua tenda para aguardar por você. Ali um jogo interessante de luz e sombras fará o trabalho, enquanto uma conversa bem encaminhada sobre o prazer em geral e uma massagem adequadamente colocada fará Gabrielle gemer sob suas mãos, onde as amazonas e os Falcões que estiverem de guarda irão tirar todas as conclusões erradas, talvez comentando com outros. Mas lembre-se Xena, é uma farsa, será difícil porque teu coração desejará que não fosse, ainda assim será uma farsa, portanto não permita que saia da mão ou Artemis pessoalmente irá lhe apresentar algumas versões mais poderosas do que acahitis! É a promessa dela. ”
“Entendi Afrodite, muito obrigada por tua ajuda e assim permitir que eu deixe Gabrielle mais segura nesta viagem”.
Passando três marcas de vela do por do sol, foi estruturado o jantar com alguns nobres de Micenas que se apresentaram para saudar a Senhora do Mundo e reafirmar seu apoio a qualquer decisão tomada pelo Império. Propositalmente Xena não foi ao palácio, fazendo o governador de Micenas ir até ela e os nobres assistirem a Conquistadora em seu lado mais guerreiro, não tendo dúvidas quanto ao seu poder de ataque. Já estavam no final da segunda história de Gabrielle, após a terceira apresentação de lutadores desta noite e Nicolas , o governador de Micenas procurava demonstrar ser um aliado confiável.
-Então as manobras de agora vão colocar alguns em seu devido lugar, majestade.
Nós estamos sempre dispostos a colaborar com o Império no que for necessário para manter a paz e a ordem tão bravamente conquistadas.
-Vocês sempre serão bem vindos Nicolas . Inclusive estamos contando com sua casa para realizar uma oferenda a Atena e sacrifício a Zeus Tonante em benefício de nossos homens, mas deixe a milícia de Micenas em estado de alerta para qualquer alteração de ânimos que percebam nas ruas.
-Será feito amanhã minha senhora. Gostaria de lhe oferecer esta pérola para sua satisfação esta noite. Ela foi adquirida no mercado de Argos faz cinco luas cheias e treinada de acordo com os ditames do templo de Afrodite na terceira colina de Micenas.
-Será muito apreciada, mas eu gostaria de ver seu desempenho na arte da dança durante o jantar. Venha para cá Gabrielle. Você deve dançar pra nós pérola de Micenas! Música!
Os músicos começam seu número e a mulher a executar sua dança. Os guerreiros cantam e batem com suas canecas sobre a mesa acompanhando a dança da pérola, que seguiu a apresentação de Gabrielle. Xena chama a princesa amazona mais para perto, fazendo com que sente em seu colo e durante toda a dança segue manipulando seus cabelos, quando repentinamente puxa sua cabeça para trás, expondo seu pescoço totalmente à sua boca voraz. Xena a aperta, mordisca e beija, levantando-a com força
, a coloca de pé inesperadamente dando-lhe uma palmada na coxa para centrar sua atenção.
-Vá para minha barraca e espere sua vez, amazona!
Xenapegaumaescravade Micenasparaocuparolugarde Gabrielle, continuando a desempenhar o papel de insaciável e cruel, exigindo da dançarina um esforço para continuar a apresentar-se com desenvoltura. Ela tinha sido avisada das consequências de desagradar esta convidada a quem seria destinada.
– Outra dança pérola, outra e mais duas! Esta noite foi feita para diversão!
Quando Pérola terminou sua terceira dança, Xena chama seu comandante para lhe entregar um presente, sabedora de suas preferências, tinha certeza de que o agradaria imensamente.
-Elthor!
-Sim majestade.
-Nicolas trouxe alguns brinquedos para nós e seria extremamente rude não fazermos uso adequado deles. Escolherei para ti uma das escravas e é bom que ela demonstre merecer estar respirando.
Xena aponta para uma jovem morena que aguardava junto a parede da tenda com uma jarra de vinho atrás da cadeira de Nicolas e comanda que se ponha a dar vazão ao prazer do comandante.
-Vamos menina, o comandante aguarda ser deleitado enquanto come, com a condição de manteres teus joelhos no solo!
-Verdadeiramente Imperatriz, este jantar está para se tornar mais agradável.
-É para ser, não é verdade Nicolas ?
-Com certeza minha senhora.
-Então por que não fazes uso de teus brinquedos junto com meu comandante. Uma competição entre as moças senhores! Darei um talento de prata e mais um garanhão para o homem e farei dar um prêmio adequado para a mais hábil em prolongar o prazer de seu senhor, sem deixar as sementes caírem no chão e a outra será punida na mesma medida. Agora assistamos outra dança de pérola senhores. Prepare-se para mais uma apresentação dançarina, irá acompanhar o desempenho de tuas companheiras!
Dizendo isso Xena joga a moça de seu colo praticamente aos seus pés de Nicolas
. Ambas as mulheres se posicionam sob a mesa, junto de seus senhores e não tendo outra forma de sair desta situação se colocam em posição de dar prazer aos homens sentados à sua frente, cada uma rezando aos Deuses que eles consigam reter sua empolgação ao menos o suficiente para que ela pudesse ser declarada vencedora.
Xena já tinha jogado este jogo várias vezes e sabia o quanto Elthor poderia ser controlado, por outro lado desconhecia as reações de Nicolas aos prazeres de Afrodite, porém sendo as escravas da casa de Nicolas estava apostando que Elthor não seria vencedor em tudo facilmente. Ela observava o desafio, esperando ao menos que durasse o mesmo tempo da dança e logo pudesse sair e estar com Gabrielle, tendo feito a Conquistadora parecer cruel e sádica como sempre.
-Esta competição está falida majestade! Nós não podemos ver o resultado para fazermos as apostas!
-Você tem razão Palaemon! Sentem na frente das mesas rapazes, para que todos possam ver o vencedor.
Duas cadeiras são colocadas na frente da mesa de tal forma que os desafiantes se posicionam enquanto continuam a saborear as delícias da mesa e o vinho excelente que sempre acompanhava a Conquistadora em suas campanhas.
-Em quem você aposta Ephiny ?
-Depende. Vence quem chegar ao ápice primeiro ou por último?
-Por último.
-Então eu aposto dois talentos de prata no comandante Elthor.
-Aceito. E você Palaemon?
-Eu aposto a mesma quantia no governador. As escravas são dele e sabem do que ele é capaz.
-Concordo com você . Apostarei no governador, aceita cobrir major?
-Aceito majestade, dois talentos de prata contra a senhora e contra o capitão.
Com uma condição.
-Não sou muito dada a condições, no entanto farei uma exceção no seu caso.
Qual seria?
-Quem vencer nossa aposta determina o prêmio e o castigo das mulheres que serão cumpridos na integra sem nenhuma estratégia ou desvio.
-Aceito. Que comece a dança!
A dança escolhida é extremamente sensual e juntamente com a música criam um clima quase melancólico, mas repentinamente fica compassada como um coração batendo mais acelerado ou o galope de um ataque de cavalaria. O governador não consegue se conter e suas sementes são apanhadas pela escrava ajoelhada aos seus pés. A música vai num decrescente e a dança também, acompanhando os movimentos e o ritmo, as sementes do comandante Elthor vão jorrando e ele termina sua atuação dentro da escrava destinada a proporcionar este momento.
-Como você sabia que Elthor seria vencedor major?
-Um guerreiro como ele consegue controlar seu corpo e suas paixões.
-Qual será o prêmio e qual será o castigo amazona?
-Todas as três devem ser entregues em minha barraca e passam a ser minhas, majestade. Sem nenhum tipo de limitador elas pertencerão a mim e seu prêmio ou castigo durarão até o fim da vida.
-Pérola pertence a mim Ephiny . O premio e o castigo seria sobre as duas que atuaram no desafio.
-Eu disse que seria o destino das mulheres Conquistadora e ela foi tão responsável pelo desenrolar e finalização quanto as duas.
-Está certo. As três serão entregues em tua barraca imediatamente. Milenti! Você ouviu. Que as três escravas sejam encaminhadas para a barraca das amazonas para a major Ephiny imediatamente com os quatro talentos de prata. Esta noite promete muitas surpresas e o desempenho de ambos os senhores foi espetacular. Parabéns pela vitória comandante e você pelo menos dormirá com mais tranquilidade esta noite Nicolas.
-Eu dormirei bem, mas estas exibições públicas tem um efeito constrangedor sobre mim, embora deva dizer que foi realmente prazeroso e muito excitante majestade. Obrigada.
-Meu prazer, realmente. Infelizmente perdeste o desafio e as duas desafiantes, que devem ser entregues para uma amazona de minha escolta. Quanto deseja por elas?
-Por favor, minha senhora, elas são um presente! É o mínimo que posso fazer para proporcionar algo de conforto e prazer em sua viagem. Quem é a felizarda?
-A major Ephiny . Ela é uma major entre os Falcões e uma capitão por seu próprio direito entre seu povo. O governador concordou em ceder as duas para ti Ephiny , creio que uma apresentação entre os dois está em ordem. Nicolas de Micenas, governador da cidade, guerreiro, filósofo e aliado do Império, te apresento Ephiny da amazônia Nação da Trácia, atualmente major do Império.
-É uma honra finalmente conhecer uma amazona que não esteja tentando matar-me.
-Espero que tal feito não tenha se dado entre as de minha tribo governador. É um privilégio conhece-lo. Sua fama o precede.
-Fama? Que fama?
-De um homem que cuida dos interesses de seu povo e é leal a nossa senhora Conquistadora acima dos interesses pessoais.
-Realmente, não poderia ser de outra forma. Bom uso de seus presentes.
-Farei. Obrigada.
-E a senhora Conquistadora deseja algo mais?
-Sim, quero ver uma luta entre duas mulheres. É cansativo ver embates apenas masculinos os golpes são tão previsíveis, você tem algo que possa ser imprevisível? Alguma condenada a morte?
-Há uma mulher que foi presa no porto tentando um embarque clandestino após ter quase morto um homem. Ela alega que ele estava tentando estupra-la e estava apenas tentando se defender, porém os homens que a capturaram juram que ela estava tentando seduzir seu companheiro e atacou-o para ficar com seu dinheiro. Ele foi atendido a tempo, mas recebeu um corte muito perigoso no pescoço.
-Algum dinheiro foi encontrado com ela?
-Não, mas isso não significa que ela não tenha escondido.
-Que arma ela usou?
-A faca dele, majestade.
-E o outro caso?
-Uma mulher procurou o templo de Afrodite em desespero, solicitando asilo divino antes que terminasse o ozilkos . Sua filha estará sendo posta no tablado para ser vendida por seu senhor amanhã pela manhã e tendo seu pedido de asilo negado atacou a Sacerdotisa que comunicou a negativa.
-E por que isso iria requerer minha atenção Nicolas ? Isto é entre uma escrava e seu senhor.
-Ela não é escrava majestade, nem a filha dela. O marido dela estabeleceu uma dívida com o dono da segunda melhor taverna de Micenas, saindo para cumprir suas obrigações e como não voltou o dono da taverna exige que a dívida seja paga desta maneira. No verão passado as duas começaram a trabalhar na taverna em troca de um lugar para morar e comida, vendendo a propriedade e tudo que tinham. A dívida duplicou de tamanho com os juros e ela não está vendo saída. Suplicou que a sacerdotisa intervisse e salvaguardasse a menina que recentemente fez dezoito verões acolhendo-a no templo sob asilo para que ozilkos não fosse cobrado.
-Quem é este pai que sai e deixa sua família desamparada?
-Ólen é seu nome, mas não sei o motivo majestade. Tudo que sei é que encontramos isso entre seus papéis e como detém o selo imperial não abrimos, no entanto eu tomei a liberdade de trazer comigo para apresentar à Senhora este caso estranho.
Xena simplesmente rompeu o lacre e abriu. Era uma descrição do posto entre os Falcões que o portador exibia e uma gratificação que daria para viver esta e as próximas quatro vidas de maneira muito confortável. O pai da menina era um dos invisíveis de Elthor e há um pressuposto que somente ao dar baixa abririam tal selo. Ficou agradavelmente impressionada em constatar que o homem preferia sacrificar sua família a permitir que soubessem de sua atividade e desmontar seu disfarce.
-Este caso está solucionado por sir só. Ela está aí?
-Sim majestade.
-Traga-a.
Uma jovem mulher e sua filha são apresentadas a Xena. Pobremente vestidas, com parte de seu peplos desfiando e descalças ambas curvam-se respeitosamente à Senhora do Mundo.
-Qual seu nome mulher e como se atreve a atacar uma sacerdotisa em seu templo?
-Sou Lorena, da casa de Ólen de Micenas e eu não ataquei realmente a sacerdotisa majestade. Apenas me lancei a seus pés e implorei a misericórdia da Deusa do Amor, asilo para minha filha. Inclusive me propus a trabalhar no templo até o fim dos meus dias. Ela apenas riu e disse que minha filha seria acolhida, se fosse uma dedicada praticante da arte. Eu me desesperei majestade, eu havia jurado a Ólen que cuidaria dela e ninguém a tocaria contra sua vontade, em meu ímpeto devo ter puxado sua veste com muita força e foi entendido como um ataque. Isso seria inviável, eu estava como suplicante e jamais atacaria uma sacerdotisa que era minha última esperança para salvar minha filha. Pensei em vender-me, mas mesmo assim a dívida permaneceria. Eu não a ataquei senhora. Juro por Atena!
-Conhece o castigo por perjúrio?
-Sim, mas não é o caso minha senhora. Eu juro por Palas Atena que não fiz um ataque à sacerdotisa do templo de Afrodite.
-Onde está seu marido?
-Eu não sei majestade. Ele partiu há dois verões para um trabalho que sabíamos que demoraria, mas ele está vivo minha senhora eu sinto em meu coração e voltará para nós.
-Talvez seu coração esteja lhe pregando mentiras e ele esteja morto em alguma praia ou talvez tenha outra família em um ponto diferente da Grécia. Você já vendeu tudo o que tinham e agora pretende viver à custa do templo de Afrodite sem uma contrapartida adequada, no entanto sua filha é muito bonita e poderia reverenciar Afrodite diariamente, conseguindo seu sustento, então talvez surja a possibilidade de você trabalhar no templo para manter-se.
-Não minha senhora. Ele é fiel, leal e corajoso. Voltara para nós e se estamos nesta dificuldade sairemos dela honradamente.
-Pretende dizer que as mulheres que atuam no templo não são honradas?
-Não minha senhora! Nunca diria isso, mas uma esposa e mãe deve honrar a palavra dada ao seu marido quando ele partia para desempenhar sua função no mundo.
-Quer dizer algo menina?
-Apenas que minha mãe diz a verdade sobre não ter atacado a sacerdotisa e sobre ter feito tal jura, majestade.
-Então a sacerdotisa cometeu perjúrio?
-Acredito que não, minha senhora. Creio que ela realmente tenha se sentido agredida e entendido o desespero de minha mãe como um ato de agressão.
Com esta resposta a menina ficava muito parecida com Gabrielle e sua bondade inata. Xena sabia o que fazer.
-A pena de morte não será exercida contra tua mãe, no entanto a dívida com o taverneiro e com o templo deverão ser pagas imediatamente. Vocês passam a pertencer a minha casa deste momento em diante. Yolker!
-Conquistadora.
-Lacre novamente este papel e tome nota do nome desta casa. Mãe e filha devem ser encaminhadas a Corinto, se apresentando para Siana assim que chegarem. Que sejam alojadas no segundo piso e envie ordens para Siana verificar qual a melhor ocupação para as duas até que eu volte e decida definitivamente seu destino. Quanto a dívida fica decidido que o proprietário estabeleça o principal e os juros justos ao contador do Império junto ao governo de Micenas, sendo pago de imediato e Micenas será reembolsada por Corinto no próximo ajuste de contas a compensar. Elas podem comer e dormir na barraca das amazonas esta noite. Dispensado.
-Conquistadora.
-Traga o outro caso agora, vamos ouvi-la.
Uma mulher plenamente encadeada foi trazida na frente da mesa onde estavam Xena e seus homens juntamente com o governador de Micenas. A posição desconfortável de Ephiny não passou despercebida.
-Conte sua história, mas tenha em mente que somente a verdade tem lugar frente a Conquistadora, portanto pese bem suas palavras, elas poderão ser as últimas. Qual seu nome e de onde você é mulher?
-Meu nome é Lidia e nasci na Trácia no lado leste do rio Olietier, bem ao norte de Sunis e trabalho com ferraria. Eu precisava de um barco para ir à Trácia, tentava voltar para minha terra de origem e estava na taverna esperando uma oportunidade para acertar com algum gerente do entreposto uma passagem para o norte em troca de trabalho. E este animal me atacou por trás tentando me submeter . Jamais um homem fará isso comigo novamente. Prefiro morrer.
-Isso pode ser facilmente providenciado. Você a conhece Ephiny ? Ela é uma de vocês?
-Sim Conquistadora, de muitos verões atrás. Ela já foi uma de nós e realmente ela tinha grande talento com ferro, atuando como aprendiz na ferraria entre meu povo mas saiu de nosso convívio para estabelecer com um homem por quem se apaixonou e nunca mais nos vimos até hoje.
-Por que você veio a Micenas sozinha? Onde está seu marido?
-Ele foi morto a dois verões atrás por homens que achavam divertido roubar o fruto do trabalho de camponeses, em Aldoran, na região de Olimpia. Eu vim até o templo de Zeus e fui orientada a voltar para minhas raízes com meus frutos.
-E onde estão teus frutos agora?
-Minha filha está a minha espera no templo de Zeus.
-Nicolas, por favor, manda buscar a filha desta mulher no templo do Tonante.
Como poderão reconhecer tua filha? Fale logo!
-Ela está com um himation branco, mas carrega um cinto vermelho e branco e uma sacola com algumas ferramentas de meu trabalho.
-Quem são os amigos deste homem que dizem ter dinheiro a ser roubado?
-Mandei que esperassem lá fora majestade, eu não sabia se a senhora ia desejar vê-los.
-Traga-os.
Quatro homens se apresentam frente a Xena. Não poderiam ser considerados miseráveis, nem pobres mas estavam longe de serem potentados senhores de terras.
-De onde vocês são?
-Micenas majestade.
-Qual é seu negocio?
-Nós coordenamos os banhos e as termas particulares, duas milhas a sudoeste do palácio do governo.
-Entendo. E por que diz que essa mulher saiu para roubar seu amigo, quanto ele carregava e pra quê?
-Ele havia feito um grande negocio no tablado de escravos e carregava consigo todos os nove mil dracmas que obtivera, mas ela apenas não teve tempo de rouba-lo minha senhora! Ela saiu com ele da taverna e foram para o beco onde o salvamos ao ouvir seus gritos. A história dela é falsa. Agenor não tem nenhum barco, então não poderia conseguir a passagem que ela alega.
-O que você pensa Ephiny ?
-A história dela é verdadeira. Ninguém finge aqueles tremores, nem aquele olhar. Em algum momento o homem tentou submete-la a força.
-Onde está este Agenor ?
-Ele foi atendido pelo sanador e dispensado para se restabelecer em casa.
-Yolker!
-Conquistadora.
-Que ele seja trazido aqui agora. Leva seis Falcões com você e dois homens do governador que saibam onde está. Quero vê-lo antes de me retirar para minha barraca. Agora voltemos à diversão.
-Me diga Lidia, você ainda sabe lutar?
-Eu não tenho lutado por minha vida até este episódio, desde que me defendi dos homens que mataram meu marido, majestade.
-Vamos ver como você se sai e talvez sua filha sobreviva intacta a este episódio como você chama.
-Nicolas tem alguma de tuas escravas que saiba lutar?
-Sim majestade, mas sem armas.
-Muito bem. Dar-te-ei um talento de prata por ela e se ela vencer mais dois.
-Leandra vença esta mulher ou vais te arrepender de ter perdido, pois tu estarás longe de meu alcance, mas tuas irmãs não!
-Aquela de vocês que vencer receberá permissão para fazer um pedido e a que perder receberá cinco visitas de meu açoite romano. Yolker! Manda buscar meu açoite em minha barraca para que estas senhoras o conheçam.
Em poucas batidas de coração o açoite está na mesa de Xena e as duas mulheres frente a frente quando a Conquistadora faz sinal para que iniciasse a luta e o governador determina o início.
-Comecem!
A luta acontece por igual, com os golpes sendo bem colocados, de maneira uniforme, de ambas as partes por um quarto de marca. Apostas estavam sendo feitas enquanto Leandra utilizava muito os joelhos e cotovelos, Lidia mantendo distância sempre que possível ataca com suas mãos e pés, num sistema de golpear e afastar. Aos poucos Leandra acusa a força de dois golpes colocados na linha da cintura que a deixam sem fôlego, momento no qual Lidia aplica uma rasteira e Leandra fica tonta com o golpe, quando a cabeça bate no chão. Esta fragilidade é aproveitada por sua oponente que lhe aplica uma chave de braços, colocando-a de bruços e com o joelho direito posicionado sobre a nuca da escrava, Lidia olha para a Conquistadora esperando que decida o destino de sua oponente.
Xena joga um punhal próximo do ombro de Leandra.
-Marque o ombro dela com tua inicial e darei o combate como encerrado e vencido por ti.
Ainda mantendo a chave de braço e a nuca da oponente sob controle, Lidia toma o punhal e corta um L no ombro de Leandra, então, colocando o punhal sobre uma chama próxima, cauterizando o corte e fazendo a marca tornar-se permanente. Durante todo este processo Leandra apenas chorou silenciosamente, sabendo que suas irmãs amargariam a consequência de sua derrota.
-Gostei da luta. Parece que uma amazona fora da tribo conserva algo de sua ferocidade Ephiny .
– Sim, é o que parece Conquistadora.
-Muito bem, qual é seu pedido?
-Que minha filha permaneça sob sua proteção e nenhum homem ou mulher possa toca-la indevidamente contra sua vontade. Que as irmãs desta sejam compradas para que elas não precisem se separar nem aquelas venham a sofrer castigos por minha vitória e finalmente que o açoite seja esquecido, uma vez que o punhal em brasa cumpriu sua função.
-São três pedidos e você esqueceu-se de pedir indulto por seu crime.
-Eu não cometi crime algum, sou inocente do que me acusam e não vou pedir indulto por algo que não fiz majestade.
-Isso vamos ver. Nicolas poderia, por favor, me vender as duas irmãs desta aqui? Creio que devidamente treinadas poderiam proporcionar bons momentos. Que idade elas tem?
-Doze e ainda virgens. Eu as dou de presente minha senhora, não seria correto eu vender algo à Senhora Conquistadora!
-Faço questão de compra-las. As três. Considerando que um escravo bom custa duas minas no mercado de Corinto , digamos que dez minas seriam um preço adequado pelas pequenas e que Lidia as marquem da mesma maneira quando chegarem.
-Obrigada majestade, verei que lhe sejam entregues ainda esta noite.
-Quanto ao açoite Lidia, ele fará sua presença conhecida e tu irás aplica-lo pensando que se eu não gostar de tua atuação, irei demonstrar em tua filha como se faz corretamente.
-Ao seu comando, minha senhora.
-Ótimo. Meus convidados estão convocados a lançarem moedas dentro do elmo que Leandra carregará na boca a cada batida do açoite. Veremos quanto meus amigos consideram que valeu a apresentação que eu elegi e como está a sua pontaria. Comece e faça na frente de cada mesa para que os convidados possam averiguar tua eficiência em cumprir ordens e lançar as moedas como aplauso. Que ela não tire as mãos nem os joelhos do chão.
Ambas as mulheres foram se deslocando pela área de luta e na frente de cada mesa de convidados Leandra recebeu uma chicotada, que mesmo não vertendo sangue ou rompendo a pele doeu terrivelmente e as lágrimas surgiram em seus olhos. A partir da terceira ela já não conseguia segurar a manifestação de dor que seguia ao açoite, embora mantivesse a boca fechada. A última foi na frente de Xena e seus convidados da mesa de honra. Xena lança quatro moedas de ouro e uma grande de prata.
-Quatro Minas, uma para cada um dos primeiros toques do açoite, equivalendo a quatrocentos dracmas, o preço de dois bons escravos e a última de ouro valendo seis mil dracmas. Leandra suportou bem, eu detesto gente que perde e chora, implora e suplica. Não foi competente deve arcar com as consequências e melhorar para próxima vez. Não é Leadra?
Ela não podia falar, pois cairiam as moedas. Então apenas concordou com a cabeça.
-Isso que eu digo sobre saber aceitar a derrota! Você fez bem Lidia, embora da próxima vez utilize menos a força do braço e mais o jogo de pulso para deixar mais pele intacta no alvo. Não era concebido para cortar, mas apenas para bater forte abaixo da pele.
-Sim minha senhora.
-Pensei sobre teu primeiro pedido e vou atendê-lo, com a condição de seres declarada inocente de teu crime. Se fores declarada culpada receberás o castigo devido e tua filha será tomada em escravidão pela tua empáfia em realizar três pedidos no lugar de um. Agora derrame vinho sobre as marcas de Leandra, pois quero ver se continua esta valentia toda e esperem ali junto ao poste até serem dispensadas para seu lugar.
-Sim minha senhora.
Yolker chega junto a Xena e lhe fala ao ouvido e Xena apenas balança a cabeça autorizando que entrem. Quatro falcões chegam escoltando um homem que vinha sustentado por duas muletas e apresentava uma atadura no pescoço e outra na coxa direita.
-Você é Agenor, o cirano ?
-Sim majestade, me chamam assim por que vim da região de Cirene.
-Como você conseguiu este ferimento homem?
-Esta harpia se jogou sobre mim e tentou me matar, eu tive sorte de meus amigos ouvirem meus gritos no beco e virem em meu socorro.
-E o que vocês faziam no beco Agenor ?
-Ela me seduziu com promessas de um bom momento no beco, que poderia demonstrar seus conhecimentos junto ao meu cavalo em troca de umas moedas e uma passagem para a Trácia. Eu faço vários negócios majestade , tenho bons contatos no porto e havia dito a ela que tinha deixado meu cavalo no beco. Poderia lhe conseguir um bilhete para o capitão em Argos lhe fornecer a passagem em troca de seus serviços, mas que primeiro teria de ver como seus serviços eram. Ela disse que podia mostrar ali mesmo no beco. Quando se abaixou para mexer na pata do animal eu a segurei por trás e ela se avançou em mim.

-Não passou na sua cabeça que o oferecimento dela era verdadeiro? Que ela apenas oferecia serviços de ferraria?
-Perdão minha senhora, mas quem já ouviu falar de uma mulher que entende de ferraria ou tem força pra lidar com o malho?
Todos na barraca riram das palavras do infeliz homem. Xena achou graça da incoerência do argumento.
-Ou guerreiras? Ou curandeiras? Ou governantes? Você conhece Cleópatra e Helena de Tróia, Agenor?
-Pessoalmente não majestade, mas sei de quem se trata. Todos ao lado das terras dos Faraós já ouviram falar de Cleópatra assim como todos na Grécia conhecem a história da filha de Zeus.
-E de amazonas ou Safo?
-O povo da Caçadora e a décima musa? Certamente.
-E da Imperatriz do mundo, a Conquistadora e Senhora de toda a Terra? Você já ouviu falar de mim, cirano?
-Perdoe-me majestade, é claro que já ouvi falar da senhora, mas o que tudo isso tem a ver com este animal que veio pra cima de mim depois de se oferecer daquela maneira?
-Ela realmente se ofereceu para mostrar suas habilidades e seus serviços a você homem, mas seus préstimos como hábil na arte da ferraria. É assim que ela sustenta sua filha em sua terra e você cometeu um grave erro de julgamento. Não admito estupro no Império e uma tentativa de estupro é no mínimo punida com a castração do indivíduo ou com a emasculação completa. É este seu caso?
-Mas majestade ela queria ir ao beco, mostrar seus dons!
-Avaliando as ferraduras de teu cavalo e demonstrar que sabia do ofício. O que você pensou que ela fosse fazer com a pata do cavalo imbecil? Você cometeu um grave erro cirano. Lidia!
-Sim, minha senhora?
-Lidia, você pretende fazer queixa contra este homem? Se você levantar a voz contra ele a justiça será feita imediatamente. Este jantar está ficando realmente animado! Faz quatro luas que eu não castro um idiota!
Todos começaram a gargalhar da expressão cada vez mais apavorada de Agenor.
-Então?
-Não minha senhora, o engano dele foi tosco, mas honesto e considero os cortes que recebeu como punição suficiente.
-Você tem sorte Agenor de Cirene. De qualquer maneira está multado em mil dracmas pelo seu engano, que deverá pagar aos coletores do governador no palácio amanhã pela manhã e da próxima vez tenha certeza de estar tratando com alguém que realmente deseja se vender a você. Vá.
O homem foi retirado e Xena lança para Lidia um saco de couro contendo mil dracmas.
-Este é o valor da multa daquele idiota e você deve recebê-la como uma compensação pelos transtornos que ele causou, assim como tomará posse das moedas que foram lançadas ao elmo. Você está livre para ir e portanto sua filha recebe minha proteção a partir de agora, mas está convidada a passar a noite com as amazonas como minha convidada e talvez tenha outra surpresa pra você.
-Obrigada majestade.
-Yolker!
-Conquistadora.
-Providencie que ela seja conduzida a barraca das amazonas e saibam que é minha convidada, devendo providenciar alimentos, roupas e o que mais ela desejar, assim como para sua filha ao chegar.
-Ao seu comando.
-Lidia!
-Sim minha senhora?
-Leve sua escrava com você, já que ela tem sua marca é justo que fique sob sua propriedade. Aqui ela só vai atrapalhar.
-Sim minha senhora.
-Agora Nicolas , você tem outra dançarina?
-Claro, majestade, ao seu prazer. Música!
E o jantar seguiu por mais duas marcas de vela. Quando finalmente Xena pode entrar em sua barraca e Gabrielle a recebeu como a Senhora do Mundo que realmente era.
-Minha senhora.
-Vamos continuar o que começamos amazona. Sirva-me vinho e venha aqui.
-Seu vinho, Conquistadora.
Considerando que já haviam feito o suficiente para quem estivesse ouvindo, baixando a voz estabelecem um diálogo mais intimista, apenas ouvido por elas e os Deuses que desejassem prestar atenção.
-Bom. Sua capitã ganhou três escravas e uma delas dançarina. Para que ela deseja isso não tenho a menor ideia. Uma antiga amazona está tentando voltar para a Nação com uma filha adulta que tem minha proteção e mais três escravas que ganhou em uma luta, mil dracmas do Império, outras dos convidados e a profissão na arte da ferraria. Parece que há um problema impedindo sua volta para terras amazonas, algo sobre ela somente poder retornar se sua explicação for aceita pela Casa Real , uma vez que abandonou a Nação de livre vontade, Melosa não está aqui e ela não pode entrar em território amazona pra falar com a Rainha e pensei que talvez você pudesse amanhã pela manhã aceita-la na Nação, juntamente com a menina. Não sei como lidarão com as escravas, pois Ephiny pediu três escravas e eu não imagino sua capitã como uma senhora, então penso que deverá desejar liberta-las ou aceita-las na Nação.
-Certamente não será para usa-las.
-Ela vai descobrir que a liberdade sem condições de subsistência é uma condenação para estas mulheres que não terão teto, roupas ou alimentos. Posso envia-las para Corinto se for teu desejo princesa e elas ficariam no segundo piso junto com Siana, com um emprego e livres para partir quando desejassem, porém tenho uma propriedade em Argos que faria a mesma função e poderia mandar Yolker conduzi-las aos serviços mais leves e esperariam Ephiny ali para quando ela desejasse seus serviços. Fora isso seria oferecido um estudo diário de línguas, filosofia, matemática, história, medicina, equitação e tiro de arco. Ali teriam instrutores e seriam convidadas da casa uma vez que não pertencem a mim. Passada esta crise Ephiny poderia liberta-las sem problemas ou convida-las a entrar na Nação ou ainda poderiam ficar nesta propriedade indefinidamente se assim escolhessem.
-Creio que terão de liberta-las. Leva-las conosco apenas causaria mais desconforto e risco para elas. Acredito que seria o melhor por agora, falarei com Ephiny amanhã na primeira luz da manhã e darei instruções neste sentido, porém não é correto amazonas terem outras mulheres como escravas a não ser como pena por crime cometido, por favor, Xena ache alguma maneira de protegê-las, faça isso.
-Então ordenarei que fiquem na propriedade a serviço do Império e Yolker organizará para que recebam os estudos e ensinamentos que falei. Quando tudo melhorar, ao voltarmos você decide como faremos.
-Certo.
-Agora vamos para atuação de tua vida Gabrielle. Te lançarei na cama e manipularei teus músculos, dando para quem observar do lado externo a impressão de estar te usando sexualmente.
-Xena, isso não é verdade!
-Eu sei, tu sabes, mas eu quero que pensem assim Gabrielle. Se souberem que tenho alguma consideração por ti tu serás um alvo e nós não podemos arriscar. Por favor, é a única maneira.
-Eu não saberei fazer sons adequados.
-Deixe isso comigo. Tu irás ter muito prazer, minha senhora, apenas virá de uma inocente massagem e alguns pontos de pressão específicos. Por favor, Gabrielle é muito importante!
-Esta bem, mas não dê a entender que me machucaste, isto não aceito!
-Certo. Prepare-se minha senhora.
Xena conduziu Gabrielle para a cama, fazendo com que suas silhuetas fosse

visíveis para qualquer observador externo , não fazendo nenhum segredo dos sons de prazer que Gabrielle emitia em virtude de uma sessão de massagem muito bem elaborada.
-Por favor minha senhora, eu não posso mais!!!
-Cale-se! Nem mais uma palavra!
-Ah… pare, por favor ! Piedade minha…
-Eu mandei você se calar!
Xena tocou em mais dois pontos de pressão no dorso que fizeram Gabrielle relaxar completamente e alguns pontos realmente tensos se alongaram nas costas. Virando Gabrielle de costas Xena elevou suas duas pernas, alongando os músculos da coxa e dos quadris relaxando-os em seguida. Colocando Gabrielle de lado, deitou- se ao lado dela, permitindo que ela tomasse a melhor posição para dormir e ficou velando seu sono no que restava da madrugada, até que acabou entregando-se e dormindo também.
O carro de Apolo, aquele que tudo vê, encontra-as deitadas de costas com o braço direito de Xena apoiando-se por sobre Gabrielle e sua perna direita fazendo as vezes de cobertor. Xena acordou e rapidamente retirou seu corpo de sobre Gabrielle, buscando levantar-se da cama e vestir-se rapidamente.
-Gabrielle… minha senhora… princesa… Gabrielle acorde!
-Xena? Já é dia?
-Sim, o dia está começando e não seria de bom tom que eu fosse providenciar seu desjejum. Por favor vista algo mais adequado para o ar frio da manhã e peça para uma sentinela buscar o desjejum e algo de chá. Apresse-a como se estivesse temerosa e venha pentear meus cabelos, por favor.
-Claro. O que faremos agora?
-Você vai para a barraca das amazonas e decidirá o que fazer com as escravas de Ephiny e a nova irmã com sua filha. Se quiser leva-las conosco tens autorização pra isso, mas como amazonas e na responsabilidade de Ephiny . Talvez precise de uma cerimônia, teremos tempo para realiza-la, pois partiremos somente daqui a duas marcas e se quiseres envia-las para a propriedade em Argos diga que eu lhe presenteei com esta possibilidade agora pela manhã, em homenagem ao seu desempenho esta noite. Ephiny ficará possessa, mas é melhor assim, inclusive esta jovem que está machucada poderia ir junto e tomar conta de tudo em teu nome para que não saia de mão e tuas leis sejam cumpridas.
As duas que irão para Corinto sob as ordens de Siana também estão ali, talvez queira desejar boa sorte e acalma-las. Eu irei ver os homens agora, então você irá tomar o desjejum com as amazonas e terá este início de manhã livre. Tenha um bom dia, minha senhora.
-Bom dia Xena.

Após servir o desjejum da Conquistadora, Gabrielle sai em direção à barraca das amazonas armada ao lado direito da barraca da Conquistadora e suas duas sentinelas amazonas marcam passo com ela.
-Bom dia alteza.
-Bom dia Karin. Kleith.
Chegando é saudada por Salina que fazia sentinela na barraca das amazonas.
-Princesa.
-Bom dia Salina. Ephiny já acordou?
-Estão todas acordadas Gabrielle, inclusive as nossas hóspedes.
-Como assim?
-Duas mulheres que vieram ter conosco por ordem da Conquistadora ontem a noite. Elas chegaram com suas filhas. Outra mulher com duas crianças que pareciam machucadas chegaram juntas sendo que as meninas não paravam de chorar. Não sei o que uma delas disse, mas funcionou como mágica e repentinamente as pequenas fizeram silêncio.
-Posso entrar?
-Claro, desculpe alteza eu fico aqui falando e não me dou conta. Por favor, entre.
Gabrielle foi andando até onde Ephiny estava e foi sendo saudada por todas as suas irmãs.
-Então agora é mercadora de escravas capitã?
-Bom dia Gabrielle. Não, claro que não! A ocasião se apresentou e elas iriam ser postas novamente a desempenhar este papel aviltante e tudo que pensei no momento era que se ficasse com elas poderia protegê-las disso. Agora realmente não sei como proceder.
-Creio que uma apresentação seria um começo. Senhoras, eu sou Gabrielle.
-Você é aquela que contava histórias e estava no colo da Conquistadora quando comecei a dançar.
-Sim, realmente.
-Chamavam-me de pérola, estas são Dina e Caian mas teremos o nome que nossa senhora desejar. Todas nós sabemos servir, atender e dançar, podemos ser muito uteis, minha senhora.
-Ephiny , o que pretendes fazer com elas? Você tem que liberta-las.
-Mas o que fazer com tal liberdade sem as condições para usufrui-la Gabrielle.
Estamos indo para uma guerra, não posso leva-las conosco!
-Ganhei para meu uso uma propriedade em Argos, então elas poderão viver ali como se sentirem mais a vontade, mas dentro das nossas leis e será providenciado mestres para que não fiquem ociosas. Podemos envia-las para lá e quando tudo se acalmar dar-lhes a liberdade. Deian irá junto organizará tudo, embora isto seria um arranjo provisório. Tens minha permissão para isso.
-Concordo. Vocês devem ouvir e atender Gabrielle como se fosse a mim.
-Pérola, que outro nome já tiveste?
-Antes de vir para Micenas me chamavam de Fátima.
-Gostavas dele?
-Sim senhora, lembrava minha mãe.
-Então podes usa-lo se quiser. Vocês três serão enviadas a uma propriedade em Argos e ali deverão aprender o que for ensinado. Poderão viver como se sentirem melhor, mas terão mestres e deverão ouvi-los, obedecê-los e aprender, aguardando meu retorno ou alguém em meu nome. Deian é uma de nós e irá com vocês gerenciando tudo, garantindo o cumprimento de nossas leis. Lhes dou a certeza que não serão usadas para prazer de outros novamente.
-Como quiser senhora, muito obrigada.
-Agora que a dançarina e suas companheiras estão orientadas, vamos resolver outra questão capitã.
-A convidada da Conquistadora!
-Certo.
Adiantando-se alguns passos Gabrielle se apresenta para a mulher que enfrentou com coragem a adversidade e soube buscar em Afrodite o abrigo para a filha que ama e manter com coragem uma promessa e um juramento.
-Bom dia! Eu sou Gabrielle.
-Bom dia senhora. Eu sou Lorena.
-Vocês irão para Corinto e ficarão com Siana?
-Sim, esta foi a decisão da Conquistadora.
-Fiquem tranquilas, porque Siana é muito agradável, assim como Cassandra. Os que ficam no segundo piso são somente agentes de confiança da Conquistadora e se ela envia vocês para ali, será mais para proteção do que castigo. Fiquem certas e digam a Siana e Cassandra que mandei lembranças.
-Obrigada senhora, nós diremos sim. Muito obrigada.
Caminhando até o ponto em que estão Lidia e sua filha, Ephiny gentilmente cumprimenta, acercando-se com cuidado do tema sobre o reencontro.
-Bom dia Lidia!
-Bom dia major Ephiny .
-Lidia, gostaria de lhe apresentar Gabrielle.
-Gabrielle, Lidia foi aprendiz na arte da ferraria em nossa aldeia e aos dezoito verões abandonou a Nação para viver ao lado de seu amado Agenor. Ontem nos reencontramos na tenda da Conquistadora pela primeira vez.
-Com a diferença de Ephiny ser uma major do Império e eu estar encadeada e acusada de um crime que não cometi. Gostaria de agradecer novamente você ter falado a meu favor para a mulher que governa o mundo Ephiny , muito obrigada. Prazer em conhecê-la Gabrielle. Esta é minha filha Astra.
-Você já tomou seu desjejum ou nos acompanha? Por favor Salina, providencie um desjejum para nós quatro na área principal? Nós precisamos conversar.
-Claro Gabrielle, sem problemas.
-O que você pretende fazer agora sobre ir para a Trácia e se juntar à Nação?
-Eu não sei. Dizem que há algum tipo de conflito na zona e nós não temos passagem no final das contas. Mesmo com a boa vontade de Ephiny não acredito que a Casa Real veja com bons olhos meu retorno, embora Astra tenha sido educada em muito dentro de nossa tradição.
-Mas e quanto ao fato de você ter escravas e açoita-las? O que diz a tradição quanto a isso?
-Eu não procurei por isso Gabrielle, era ela ou eu em uma luta para divertir a Senhora do Mundo. A Conquistadora foi muito gráfica sobre como seria a recepção à minha filha se eu não fizesse realmente cumprir seu desejo, fiz o possível para que não houvesse açoites e a marcas das crianças também fosse poupada, porém diferente foi o desejo daquela que nos governa. Pelo que ouvimos ontem a noite na barraca ao lado, você não é muito diferente, você não estava lá pra saber e não é ninguém para julgar minhas ações.
Os olhos de Gabrielle ficam mareados frente a este ataque verbal e ela se volta buscando um odre de água.
-Gabrielle, por favor, a perdoe ela ainda não sabe quem realmente você é, eu ainda não disse a elas.
-Ela sabe exatamente quem eu sou Ephiny e foi muito clara ao dizer isso.
-Mamãe! Você precisava ofender assim nossa anfitriã? Não vê como a major e todas as outras quase deitam para que ela não pise no molhado do campo? Por favor, Gabrielle, desculpe minha mãe. A luta de ontem tirou muito dela e as ameaças constantes a mim sempre a deixam fora do rumo. Nós nunca tivemos escravos e a imposição da Conquistadora sobre isso nos deixou desconcertadas. Agora que as três carregam nossa marca não tem como ser modificado e não sabemos o que fazer. Perdoe-nos.
-Realmente Gabrielle, perdoe-me. Desde que Agenor morreu eu sonho em voltar para a Nação, trazendo minha filha comigo e ao receber orientação de que seria o momento agi com convicção, mas foi muito difícil manter-nos este tempo todo e em segurança. Agora que encontrei Ephiny minhas esperanças voltaram, para serem destruídas pela Conquistadora em dez batidas de coração com estas três escravas marcadas por minha mão. Dificilmente a Casa Real aceitaria bem eu possuir mulheres como escravas, quem dirá crianças.
-Tudo bem Lidia, não há o que perdoar porque você não disse nenhuma mentira. Eu realmente não estava lá, mas suas esperanças ainda têm motivos para existir, foi sua a mão mas não sua a decisão, parece que a Conquistadora voltou a atingir crianças como diversão. Se você realmente desejar Ephiny providenciará a cerimônia para sua reintegração à Nação imediatamente.
É tudo que tenho sonhado Gabrielle, mas como isso poderia ocorrer aqui?
-Ephiny faça a organização necessária e convoque todas que eu voltarei assim que tudo estiver pronto. Quanto às suas escravas Lidia, não será aconselhável que elas sigam conosco para a zona de conflito, mas há uma propriedade em Argos que será mantida por Deian, onde as escravas de Ephiny aguardarão seu retorno após esta crise. Podes manda-las para lá nos mesmos padrões se desejar.
-Que padrões são estes?
-Deverão obedecer a Deian e aprender o que for ensinado, mas não serão usadas para prazer de outros novamente.
-Eu aceito. Somente não sei se elas são submissas como dão a entender, esta Leandra é realmente uma lutadora considerável.
-Deian saberá lidar com elas. Agora devo ir me preparar para assistir sua entrada na tribo com minhas irmãs. Seja benvinda às amazonas da Trácia.
Gabrielle sai para a barraca da Conquistadora onde coloca seu paramento real amazona completo, incluindo sua espada curta. As sentinelas estranham ver a jovem escrava da Conquistadora em tal traje e armada, mas aprenderam a não questionar sua senhora e se esta amazona se vestia assim a plena luz do dia, certamente tinha autorização da Conquistadora.
Ao fundo, na barraca das amazonas todas as suas irmãs formavam círculo, com uma pequena abertura na extremidade, onde estava Ephiny e ao seu lado um espaço vazio. Lidia e sua filha estavam em pé quase no centro do círculo, de frente para Ephiny e não reconheciam a maioria das amazonas que viam. Perceberam chegar uma amazona em vestes reais e quando todas, mesmo Ephiny caíram a um joelho colocando a mão direita no peito, foram para seus joelhos no solo e a realeza falou com elas.
Abafada pela máscara a voz de Gabrielle ficava diferente e ela olhou nos olhos de Lidia esperando ver a sinceridade em sua resposta.
-Quem são vocês e o que buscam aqui?
-Sou Lidia, filha de Creusa, filha de Rusna e busco permissão para voltar à Nação com minha filha.
-Como agora a Nação é adequada para ti que renegou suas irmãs? Porque você veio realmente Lidia?
-Eu saí de nossas terras para viver o amor que surgiu na minha vida em toda sua plenitude e em respeito às leis de Artemis me retirei da Nação. Meu companheiro está morto, mas nossa filha vive e conhece suas raízes. É tempo da neta de minha mãe abraçar suas origens.
-O quanto ela sabe de nossas leis e tradições?
-Eu ensinei tudo que sabia.
-O punhal especial Ephiny . Entregue seu punhal à menina.
Ela sabia melhor do que questionar Gabrielle neste momento e por instantes percebeu a Caçadora à sua frente, então Ephiny entrega à Astra o punhal especial de aço mais fino extremamente afiado, que ia inserido no cinto de sua espada e volta ao seu lugar.
-O que sua mãe fez não foi contra as leis, pois estava previsto, mas ao desejar retornar faz com que a sinceridade de seu coração seja medida Astra.
-Eu não entendo.
-Você deve ser humilde perante a Caçadora e fazendo um corte em seu pulso, profundo apenas para que rompa a pele e toque levemente o músculo, sem seccionar vasos importantes ou tendões, apresenta-lo para que eu veja se ainda existe sangue amazona em você. Sangue de Lidia, de Creusa, de Rusna. Se houver e vocês ainda desejarem, serão aceitas na Nação e você Ephiny ensinará a elas nossos caminhos. O que decide Astra?
Sem mais delongas Lidia desce mais seu tronco, sentando nos calcanhares, assim como Astra que efetua um leve corte em seu pulso, permitindo que o sangue corra.
-Erga os braços Astra filha de Lidia, para que teu braço receba teu sangue e eu espero que seja o único sangue que tu venhas a derramar por tua Nação.
Lidia pegou o punhal para fazer o mesmo, mas foi interrompida.
-Não! Você não Lidia. Você já fez as passagens na Nação e este elo é inquebrantável. Levantem-se minhas irmãs e recebam mais um membro de minha casa. Cora atenda o corte da menina.
Mãe e filha se aproximam da realeza colocando um joelho em terra, fazendo a saudação de uma guerreira e quando baixam a cabeça Gabrielle retira a máscara.
-Levantem e sejam benvindas.
-Lidia, quero apresentar você a princesa Gabrielle, irmã da rainha Melosa.
-Alteza.
-Isso não é necessário Lidia, minhas irmãs me chamam de Gabrielle quando não estou oficiando uma cerimônia ou dando ordens. Eu gostaria de saber sobre estas três que a Conquistadora lhe deu. Permitiria que eu falasse com elas um instante, por favor?
-Claro. Leandra! Você e suas irmãs venham aqui.
-Senhora.
Gabrielle deseja falar com vocês, então respondam a ela com a verdade e tenham o maior respeito ao fazer isso.
-Eu sou Gabrielle, responsável por estas mulheres. Por favor Leandra, por que a Conquistadora ordenou que a marcasse e às suas irmãs?
-Eu não sei. O governador ordenou-me que lutasse, disse que elas seriam punidas se eu perdesse, no entanto mesmo eu perdendo fui poupada e minhas irmãs também. Eu realmente não entendo senhora.
-Esta marca ou os açoites? Qual o motivo disso?
-Nada me foi dito. Apenas recebi a marca de minha senhora e fui entregue a ela juntamente com as moedas que recebi a cada açoite.
-Você pode pensar em algum motivo?
-Apenas que a senhora Conquistadora gosta de ver quem perde aceitar as consequências de não ter sido eficiente. Eu agradeço profundamente à Atena a Conquistadora ter me comprado junto com minhas irmãs minha senhora, pois a dor desta marca não é nada perto do que estava reservado para nós junto ao governador.
-Deixe-me ver suas costas, todas vocês.
A ira foi se construindo ao observar os olhos de dor das meninas, as marcas e antes que pudesse perceber, Gabrielle estava verdadeiramente furiosa com o que ela entendia ser uma dor sem causa. A noite teria uma conversa com Xena se ela continuasse a demonstrar tão pouco respeito pela dor alheia.
-Agora devo ir, pois tenho tarefas a desempenhar e vocês sabem como a Conquistadora é tolerante com falhas. Empacotem tudo e desde agora deve ser Deian quem orientará estas seis durante o deslocamento. Salina, providencie dois cavalos para nossas irmãs e uma carroça para estas seis. Vamos nos por em movimento. Bom dia pra você Ephiny e boa sorte no trajeto.
-Para você também Gabrielle.
No outro lado do acampamento Xena começou a sentir um desconforto que foi aumentando em intensidade e quase literalmente cai de Giltar. Deitando-se sobre a sela resolve voltar a sua barraca onde assume sua posição mais intimidante, dispensando as sentinelas para mais quatro pés de distância com ordens de impedir a entrada de qualquer pessoa e deita-se nas peles sabendo o que estava acontecendo, mas não o motivo. Gabrielle estava irada com ela.
Gabrielle volta para a barraca que divide com a Conquistadora, estranhando a distância das sentinelas cumprimenta-as e segue para retirar seu traje e organizar as coisas para a viagem. Tanto Gaius quanto Hisar não fizeram menção de impedir a amazona em seu trajeto, considerando como sempre a Conquistadora dizia que escravo não é pessoa , mas instrumento de vontade .
Entrando com precisão adapta seus olhos e percebe a presença completamente incomum de Xena deitada nas peles, principalmente na posição em que estava, tentando desesperadamente encontrar algo de conforto. Suas mãos crispadas nas peles e as almofadas sob o estomago lembraram a ela sua própria luta contra acahitis.
-Xena! Xena fale comigo, me diga o que está acontecendo! Por favor, como posso ajudar?
-Não há nada que você possa fazer Gabrielle. Vá embora, não quero que você me veja assim. Vá embora daqui!
-Você vai mandar me marcar também? Eu não sou mais uma de suas propriedades Xena! Me diga o que está acontecendo Conquistadora, sem pensar em ocultar-me nada. Você fez uso de acahitis? Por quê?
-Não Gabrielle eu não usei acahitis, juro por Atena. Agora vá embora, por favor. Sai!
-Eu não vou sair daqui!
-A preocupação foi tomando lugar da indignação que sentiu e na mesma medida a dor de Xena foi sendo mais suportável. Passado um quarto de marca, Xena levanta na cama ficando frente a frente com os olhos verdes mais doces que já vira.
-Oi você.
-Oi você.
-Você ficou aí o tempo todo?
-Sim. Xena o que foi isso? Parecia acahitis. Você foi envenenada?
-Não Gabrielle. Foi apenas uma amostra de teu poder sobre mim. Estou bem agora.
-O que você quis dizer? Explique.
-Não. Vamos nos por em movimento, está quase no tempo de partirmos para Argos e não quero dar margens a especulações.
-O máximo que irão especular é que a Conquistadora resolveu ter um tempo de diversão com a princesa amazona antes de partir. Agora me explique o que aconteceu e eu não estou pedindo Xena. Exijo uma explicação .
-Foi um acordo que fiz com Artemis no templo de Afrodite naquela tarde.
-Que acordo? Eu vi você se contorcendo de dor por um quarto de marca!
-Me pus em tua misericórdia pra todo o sempre, assim tu não precisarias castigar-me, não te magoaria o espírito dando ordens cruéis e acahitis não precisaria ser empregada.
-O que isso tem a ver? Que acordo Xena!
-Tua ira, eu sentiria acahitis na intensidade, pelo tempo e duração exata de tua ira comigo ou talvez por qualquer outro motivo, isso não ficou muito claro.
-Sagrada Artemis ! Eu estava furiosa por você marcar as crianças, mas ia falar contigo no barco, mais a noite. Eu não estava indo te punir ou algo assim. Eu não concordo com isso.
-Ah …mas tenho de reconhecer, Artemis foi excepcionalmente prática. A tua indignação comigo já está fazendo seu efeito.
-Xena isso é insano. Eu posso ficar irada por dezenas de motivos e você sofrerá com isso, cancele este acordo Xena.
-Não é negociável e foi minha escolha, portanto é justo e já está feito. Vamos convir Gabrielle que é uma forma inteligente de manter um escravo na linha, dor imediata na ira do amo. Eu realmente mereci isso, eu não devia ter marcado as meninas mas era a melhor decisão para aquele momento em que eu pretendia mostrar a Conquistadora em seu mais terrível modo. Me perdoa! No momento que determinei pensei em você e me arrependi, mas era tarde, eu já havia ordenado e não poderia retirar. Eu não sei o que acontece, mas quando eu permito à Conquistadora ou Destruidora de Nações assumir a força é duplicada mas a crueldade vem junto.
-Está bem amor, não falemos mais nisso. Vou tentar manter meu temperamento controlado. É minha ira contigo ou qualquer ira?
-Eu entendi que era comigo, mas nós saberemos na próxima vez que você ficar irada por outro motivo. Repete. Você me chamou de amor, minha senhora?
-Chamei e não me chame assim quando não estou dando ordens pra ti. Tenho que mudar de roupa e embalar tudo para partirmos.
-Não! Você muda de roupa e vem comigo fazer a inspeção. Deixarei Yolker e os Falcões cuidarem da equipagem. Vamos, tenho de ter uma conversa com dois sentinelas que deixaram você passar quando eu disse que nenhuma pessoa poderia entrar.
-Xena por favor não os castigue, eles na certa entenderam que eu não sou uma pessoa, não é esta uma de tuas linhas sobre a questão? Escravos são objetos de uso.
-Esta bem, eles não sabem a sorte que tiveram. Tenha pressa, vou te esperar lá fora e apenas faze-los tremer um pouco.