Melosa estava em sua poltrona preferida, simplesmente vestida com um peplos branco relaxando após o banho enquanto aguardava a princesa que fora chamada. Selecionava uvas em uma bandeja e quando Gabrielle entra pela porta faz um sinal à sua guarda para que ficassem a sós na cabana e a guarda montasse um perímetro de isolamento de oito pés distantes. Ninguém entraria neste anel.
-Queria me ver majestade?
-Sim Gabrielle. Como está?
-Estou bem e feliz minha rainha, embora ainda não saiba como lidar com minha recente liberdade.
-Acredito que retomar aos poucos tuas funções como barda é um bom começo. Nestes tempos uma barda junto às crianças será benvinda, mesmo que por período limitado.
-No que posso servi-la minha rainha?
-Gabrielle, responda-me com a verdade minha irmã.
-Certamente.
-O que há entre você e a Conquistadora?
-Não há nada além de um respeito mútuo.
– Refarei a pergunta: o que você gostaria que houvesse entre você e a Conquistadora? A forma como olha pra ela é evidente e a adoração nos olhos dela quando acredita que ninguém esta observando é mais que gritante. Surpreende que ninguém tenha percebido e manifestado tal atitude como estranha.
-Realmente não há nada majestade.
-Farei a pergunta pela última vez Gabrielle e agora é uma questão de zorah. O que você gostaria que houvesse entre vocês, minha irmã?
-Minha rainha eu aprendi a ver a mulher atrás da governante. Ela é justa, sábia, mas muito só e carrega uma dor profunda e enorme que não se vislumbra.
-Gabrielle nem você ou a Conquistadora registram, mas seu olhar modifica e você realmente parece ver o que ninguém mais percebe. A Escolhida de Atena se mostra luminosa quando está ao seu lado e teu olhar não fica longe. Talvez você deva repensar sua resposta Gabrielle. O que você realmente gostaria que houvesse entre vocês duas?
Um tanto encabulada, vermelha até a raiz, Gabrielle olha para sua irmã e começa a explicar da melhor maneira que consegue e tomando um folego desaba toda a verdade contida.
-Gostaria de sentir seu toque e que ela desejasse estar comigo. Partilhar as estrelas e desvendar seus desígnios, que ela soubesse a ansiedade em meu olhar que toma conta de todo meu ser e os sonhos onde ela povoa totalmente a cada momento.
-Você gostaria de ter a Conquistadora como parceira em seu Suaguini?
-Ela não é amazona majestade, não creio que seria aprovado.
-Se for teu desejo a autorização está concedida.
– Mas como falarei com ela? Quero dizer… Ela é a Senhora do Mundo e eu não posso simplesmente convida-la ou exigir! Isso deve ser de espontânea vontade minha rainha e ela pode se sentir coagida, ofendida ou pior, que venha a aceitar como uma função de Estado. Eu gosto muito dela minha rainha, mas desejo que ela também queira estar comigo de seu coração e não de sua cabeça.
-Fique tranquila Gabrielle. Ninguém força a Conquistadora a fazer coisa alguma que não queira e Suaguini é livremente dado e concedido pelas partes envolvidas sem desonra na recusa ou aceitação por ambas. Irei convida-la a participar das festividades e ver se ela está aberta a abordagens, no entanto, de minha parte acredito que não haveria escolha melhor para você, pois a Conquistadora além de ser uma mulher belíssima e com muita experiência certamente possui um olhar sobre você que é quase uma aura protetora e seria uma dupla honra que o seu Suaguini fosse desenvolvido pela Senhora do Mundo.
-Obrigada minha rainha. Eu irei me preparar para realizar o convite e se Afrodite permitir, talvez a Senhora da Terra me observe com outros olhos.
Gabrielle se direcionou para a piscina na cabana real pensando em Xena e na Caçadora.
“Artemis , Caçadora filha dileta de Zeus, protetora das crianças, das mulheres, do parto e das amazonas, minha Deusa amada. Ouve minha súplica!!! Sei que Xena cometeu crimes inomináveis e imploro que tenha em consideração o esforço realizado de livre arbítrio e o empenho posto em novamente colocar as coisas em seu devido acerto. É certo que por sua ordem se colocou aos pés da Casa Real em troca de vossa ira cair apenas sobre ela, porém imploro sua benção para minha escolha na realização de Suaguini posto que Atena é testemunha que fiz meu melhor para atender o juramento realizado em Esdel e neste esforço vislumbrei a verdadeira mulher por trás do mito, da governante e do poder, contra tudo que seria esperado vislumbrei o amor e Afrodite é testemunha disso. Abençoa-me Caçadora para que minhas palavras encontrem eco no coração daquela que escolhi e mais que as bênçãos de Afrodite que governa o amor, preciso da vossa que governa meu povo. Artemis Caçadora, protetora e guia das amazonas, peço tua benção e tua permissão para fazer tal convite e tua força para com dignidade receber de livre decisão a resposta que será dada. É a ela que amo, mas antes e primeiro que tudo, sou uma princesa amazona.”
Uma voz se faz sentir na mente de Gabrielle e naquelas águas sagradas ela tinha certeza de ser Artemis a responder seu chamado.
“Suaguini é de livre escolha Gabrielle e se Xena é tua escolha tens minha benção e minha permissão para tal ato. Segue sempre teu coração e embora eu desgoste das atitudes dela no passado, ela tem demonstrado o devido respeito dentro do território amazona e em tudo agido conforme as leis. Eu estarei abençoando tuas decisões quando referires com tua alma e colocares a Nação em primeiro lugar. Seja feliz Gabrielle.”
A Conquistadora executou o canto fúnebre e saudou seus homens tombados assim como as guerreiras, não havendo discriminação entre os quartéis. No primeiro quarto da noite iniciou-se o jantar oficial e era um jantar em nada semelhante aos outros presenciados durante a campanha e como estavam em terras amazonas os tradicionais divertimentos foram trocados para amigáveis competições de entornar cerveja, vinho ou lançamento de punhais.
As amazonas que desejassem foram autorizadas a estarem com os falcões para outros divertimentos mais pessoais na noite e muitos estavam mais que curiosos sobre esta experiência de diversão em estar com tais guerreiras, enquanto algumas amazonas pretendiam adquirir o momento da maternidade. A princesa amazona estava de espirito leve conversando com suas irmãs e além de um brilho novo nos olhos havia uma aura que energia pulsante e por tudo ou em tudo e perceber isso fez Xena sentir-se feliz de ter tomado a iniciativa de publicamente liberta-la na presença da rainha e ainda no convívio da Nação. No entanto havia algo que sangrava a alma da Conquistadora: ainda não tinha vislumbrado crianças na aldeia e não sabia como abordar o assunto com Melosa sem levantar suspeitas enquanto juntamente com a rainha das amazonas trácias observava a luta entre uma falcão e uma amazona utilizando chobos como arma.
Gabrielle assistia a mesma luta, mas seu olhar estava vazio sem prestar muita atenção no que se desenrolava à sua frente, pois os acontecimentos que antecederam ao jantar estavam vívidos em sua mente, assim como a conversa com Melosa e a voz de Artemis em seu banho.
Xena dirige-se à Gabrielle em meio à conversa geral e ninguém imaginaria o sentido da conversa entre elas, mantido propositalmente formal para conceber ouvidos estranhos.
-O vinho está do seu agrado, princesa?
-Eu não bebo majestade, mas ouvi dizer que é uma safra muito boa.
-Certamente. Seu povo está cada vez mais insuperável no quesito conservação e maturação da vinha.
-Obrigada majestade. A senhora sabe o quanto a comemoração da vida é importante para nós.
-Sim, realmente comemorar a vida é algo importante, principalmente após uma batalha como esta.
-A rainha Melosa autorizou a interação das amazonas com os falcões e membros do seu exército de livre aproximação e aceitação.
-Eu sei, inclusive aceitei participar das festividades reservando para mim apenas o direito de recusar.
-Eu soube. E como uma amazona deverá se dirigir à Senhora do Mundo para conseguir atenção?
-Creio que a verdade em seu coração será suficientemente atrativa Gabrielle.
Eu saberei distinguir uma verdadeira intenção de interesses escusos.
Gabrielle baixa a voz e fala quase murmurando, sabendo que o incrível senso de audição da imperatriz capturaria cada palavra dita quase como uma leve respiração.
-A verdade em meu coração gostaria de estar com a Imperatriz da Grécia, Senhora do Mundo, Escolhida de Atena mas acima de tudo com Xena. Gostaria de sua companhia até a primeira luz do carro de Apolo e a vida diurna se estenderem pelos bosques da caçadora.
Indiferente a quem pudesse observar Xena puxa a cabeça de Gabrielle e ambas ficam frente a frente ignorando o mundo ao redor e compartilhando o mesmo ar, a mesma respiração, travando com os olhos o mesmo diálogo que suas bocas estabeleciam.
-Gabrielle…
-A rainha permitiu que eu participasse da comemoração e escolhesse livremente quem me acompanhará em Suaguini e peço que aceite meu convite.
-Gabrielle…
-É nosso momento Xena, mas desejo que seja especial também pra você, então somente aceite se for de livre arbítrio e nada será segurado contra você se declinar do convite.
-Gabrielle…
-Seremos apenas nós duas no reino de Afrodite sem outras questões que não seja o amor, sem títulos de princesa ou imperatriz, senhora ou escrava, Escolhida de Artemis ou Atena .
-Gabrielle! Calma… Respira amor. Eu quero estar contigo e desejo saber fazer teu prazer e paixão com meu amor em cada toque , cada respiração, cada movimento.
-Rezo para que não te decepciones comigo.
-Impossível você me decepcionar seja como for. Como deseja proceder?
-Aguardarei você no campo consagrado à Terreis, no lado oeste do templo.
Agora devo me retirar Conquistadora. Aguardarei por você.
Gabrielle afastou-se três passos e curvou-se quase formalmente para ambas soberanas, saindo do recinto sem olhar pra trás e Xena ficou fitando o vazio por alguns batimentos e a rainha Melosa que estava propositalmente mais afastada aproximou-se pelo lado, oferecendo-lhe uma taça de vinho.
-Parece que finalmente minha irmã deixou seu coração falar. Fico feliz que ela o tenha feito, mesmo com seu primeiro rechaço, ela irá superar e seguirá a vida sabendo que pode dar este passo. Agradeço sua compreensão Conquistadora.
Xena olhou para Melosa medindo a sinceridade de sua observação.
-Eu não rechaçaria Gabrielle, Melosa. De todas as amazonas ela é de longe a mais verdadeira em seus sentimentos e tal pureza é rara e por isso valiosa.
Mesmo surpresa com tal consideração, Melosa encontra palavras para procurar que esta noite seja de felicidade para Gabrielle.
-Espero que a Conquistadora do mundo saiba ter a paciência necessária ao aguardar o amadurecer de sua doçura para colher a flor delicada.
-Eu não magoaria Gabrielle. O convite dela é recebido como uma honra e buscarei deixar isso claro para ela em cada marca de vela. Fique tranquila. Agora temos coisas a tratar, você e eu. Volair já deve ter algumas respostas sobre estes ataques por agora.
-Se você não se importar eu gostaria de rever estas informações com o Conselho antes de tomar qualquer decisão. Proponho que a imperatriz se recolha e descanse e façamos este levantamento com mais tempo amanhã no meio da tarde, quando voltaríamos a nos reunir duas marcas de vela após o almoço e assim estabeleceríamos a próxima linha de ação. A cabana real estará a sua disposição com a piscina natural, óleos para massagens e leito para relaxamento. Se desejar determinarei massagistas para seu banho.
-Não será preciso, obrigada. Aceito o oferecimento das acomodações e a proposta de adiamento. Que Ephiny assuma com Volair o campo de interrogatórios juntamente com Eponin e, por favor, comunique a ele que desejo o relatório para logo após o almoço.
Quase uma marca de vela depois uma Conquistadora penetrava no terreno consagrado à princesa Terreis em homenagem ao seu Suaguini. Um dais havia sido montado, com um agradável leito de peles e toda área ao redor havia sido varrida e iluminada com velas aromáticas especiais, que não apagariam com o vento. Alguns braseiros estrategicamente colocados faziam subir incensos dos mais variados aromas e o lago refletia a lua cheia em suas águas, ladeado por uma pequena piscina de águas termais, formando um ambiente acolhedor emoldurado por vasos com flores que as tochas faziam brilhar e refletir colorindo fugazmente o entorno. Uma mesa com frutas, vinho, água, flores e alguns doces faziam a mata tornar-se um quarto aconchegante e uma suave música de flautas chegavam sinuante.
Seguindo pela trilha, Xena penetrou neste ambiente calmo através de um portão emoldurado por passifloras frutadas e floridas. Suas flores brancas e avermelhadas contrastavam com os frutos amarelos e sob este caramanchão estava Gabrielle em seu garbo real a espera da Senhora do Mundo.
-Oi.
-Oi.
-Você está radiante!
-Senti sua falta.
-Eu também senti a sua.
-Sente comigo aqui. Minhas irmãs organizaram o ambiente para nós e posicionaram a guarda com camadas, a partir de quatro estádios, fornecendo segurança e privacidade.
Erguendo seu braço, Gabrielle insta Xena a tomar sua mão e sentar a seu lado. Abraçando-a com carinho, encosta a cabeça em seu peito ouvindo o bater do coração. Ficaram assim várias batidas e Xena de maneira quase tímida massageava em ritmo constante e traçado circular as costas da princesa amazona, com o queixo levemente apoiado no alto da cabeça de sua amada. Fechando os olhos eleva uma prece a Atena agradecendo seu apoio e reverentemente transmite à Artemis sua gratidão por permitir este momento.
Lentamente Xena se afasta e seu olhar demoradamente busca a face de Gabrielle, marcando em sua memória cada nuance. Sua mão se eleva e com as costas dos dedos faz o contorno do rosto da pequena loira quando uma silenciosa lágrima desliza pelo canto do olho, contornando a face interna da maçã, perdendo-se no canto dos lábios, sendo colhida pela imperatriz do mundo.
-Você é linda Gabrielle…
-Xena… eu não sei o que fazer.
-Não há nada que se deva saber ou fazer Gabrielle. Podemos passar a noite conversando se desejarmos e como você disse antes é nossa noite.
-Mas… suaguini…
-Suaguini diz respeito à primeira noite de uma amazona e aquilo que a torna mulher. Se for para ser esta noite um maior conhecimento das sensações de toques íntimos será assim, mas isso vai depender de nossa vontade e não de um ritual que deveria ser cumprido e executado. Você não gostou de ficar abraçada em mim? Sentir meu coração?
-Sim. Era como se ele estivesse compassadamente emitindo palavras em minha mente, separando cada sílaba.
-Isso é suaguini Gabrielle. Duas pessoas compassadamente falando com o coração. Não se preocupe que tudo acontecerá em seu próprio tempo no ritmo do teu desejo.
-Você havia dito antes, lá em Esdel que eu iria vir a ti por meu próprio desejo.
Eu não pensei que seria assim. E você?
-Também não, mas fico feliz que seja desta maneira, com a benção de Melosa. Eu não suportaria enfrentar a ira de Artemis por outra rainha amazona antes de ter iniciado a atender a primeira cobrança.
-Melosa foi positiva quanto a minha escolha. Parece que entende que a Senhora do Mundo seria uma boa forma de iniciar minhas experiências nesta área da vida.
-Espero não te decepcionar. Vem, vamos deitar quero te mostrar algo.
Ambas vão até o dais e deitam nas peles olhando para o céu que naquele ponto da clareira mostrava as estrelas limpidamente.
-Observe o contorno que se forma se unirmos os pontos de estrela em estrela.
Ali, ali e ali. O que você vê?
-Uma grande concha.
-Olhe novamente, encurtando o cabo e não considerando aquela, que une as duas pontas.
-Uma Gama (Y)!!!!!!!!!!!!!!
-Isto mesmo. Esta parte do céu pertence a você Gabrielle. Como eu.
-Combinamos que não haveria títulos entre nós esta noite.
-Mas isso é um fato, não um título.
Lentamente Xena se aproxima e beija o rosto de Gabrielle ternamente. Eleva- se sobre um cotovelo para enxergar melhor sua amada e novamente seus lábios encontram o rosto de Gabrielle e suavemente seus lábios. A armadura pressiona o corpo de Gabrielle.
-Xena! Talvez fosse mais confortável se esta armadura não estivesse entre nós e não é como se fosse acontecer um ataque aqui amor. Temos três camadas de guardas reais no perímetro juntamente com as flautistas e ninguém penetra neste bosque sem permissão. As arqueiras receberam expressas e inequívocas ordens para acertar as  pernas de qualquer um.
-Mesmo Melosa?
-Ela não né, mas ela não viria.
-Certo.
Xena tira sua armadura rapidamente, seus braceletes e perneiras, ficando apenas com um pequeno vestido que usava por baixo da armadura, um aspodeme e um pequeno triângulo ateniense. O olhar de Gabrielle para o corpo de Xena lembrava em muito o de um pássaro hipnotizado por uma serpente e ao perceber isso a Senhora do Mundo retirou o vestido ficando com a faixa larga nos seios e aquele pequeno triangulo que tapava o púbis, seguro por cordões tão caro às atenienses.
Repentinamente Xena percebeu a mudança no olhar de Gabrielle e de pássaro ela se transformou em uma loba faminta da qual a Conquistadora não conseguiria nem desejava se afastar. De maneira lenta e calculada Gabrielle foi erguendo-se fazendo com que as costas da Conquistadora ficassem totalmente apoiadas nas peles e sua boca buscou os olhos que se fecharam para receber aquela benção disfarçada. Suas mãos percorreram o corpo escultural e beijou suavemente a Senhora do Mundo. Desceu pelo pescoço, respirando em sua orelha e qual um falcão atraído por uma pedra brilhante no solo sua boca encontrou os seios da Conquistadora que rapidamente foram libertados de sua prisão para deliciar a princesa amazona que brincava com o outro seio enquanto sugava com sofreguidão de um sedento. Xena não se movia com medo de acordar deste sonho doce e Gabrielle subiu novamente para encontrar uma boca receptiva.
Xena abraçou sua amada e num giro rápido colocou-se sobre Gabrielle dando atenção a todas as partes de seu corpo. O beijo jamais interrompido foi sendo transferido para uma atenção para cada seio de tal maneira que Gabrielle não percebeu quando a mão direita de Xena baixou para seu centro e suavemente uma massagem começou a ser feita de maneira rítmica e ascendente, crescente em intensidade e velocidade. Quando Gabrielle não se continha mais em sua necessidade gritava em sussurros aquele desejo de estar parado e correr ao mesmo tempo, consumida por um fogo que afogava e trancava a respiração enquanto ia acelerando ao mesmo tempo a busca por ar. Xena penetrou no centro de Gabrielle, ao mesmo tempo em que um beijo profundo e doce selava qualquer protesto e novamente as atenções da boca de Xena alternavam entre os seios, o pescoço, os ouvidos e os lábios de Gabrielle enquanto suas mãos pareciam estar em toda parte fazendo com que a princesa amazona não conseguisse definir se era seu centro ou seu seio o que mais lhe dava prazer.
Quando finalmente Xena parou e olhou para dentro daquele mar verde o que viu foi um sorriso satisfeito de quem sonhava acordado e não pretendia parar. Gabrielle foi descobrindo cada ponto de acesso e sensível no corpo de Xena, deixando claro que naquele jogo ela não seria facilmente superada e Xena teve pela primeira vez a sensação de estar entregue completamente ao desejo de outra pessoa. Cada toque da princesa amazona a fazia delirar e ela se permitiu sentir todos eles.
Depois de uma dupla rodada de satisfação mútua Xena se ergue e serve uma taça para cada uma, brindando à Afrodite. O centro de Gabrielle é lavado e qualquer resquício de sangue é removido e este foi o momento em que a imperatriz da Grécia suavemente realiza com sua língua o que seus dedos não poderiam fazer, levando Gabrielle a um patamar mais alto do prazer.
Dormiram abraçadas após este primeiro momento e o raiar do sol foi encontra-las nos braços uma da outra, com Gabrielle confortavelmente instalada sobre a Senhora da Terra.
Xena almoçou com seus oficiais e as amazona na aldeia logo depois de receber relatório dos campos de interrogatório sobre esta ação de guerra contra ambas as Nações e o Império. Pela tarde acertaram o destino dos derrotados e como seriam as relações entre o Império e a Nação. Surpreendentemente Melosa designou Gabrielle como Embaixadora em Corinto e a Conquistadora foi convidada a pernoitar na cabana da princesa como sua hóspede, o que foi aceito sem delongas.
Era tradicional que se o Suaguini fosse satisfatório o membro da Casa Real poderia manter o convite pelo tempo que desejasse, intercalando ou não os eventos. No jantar íntimo em sua cabana, Gabrielle questionava sobre os planos para o futuro.
-Amanhã teremos os jogos em homenagem aos caídos em batalha que irá durar até o surgir da lua. Ao amanhecer vamos por terras amazonas para oeste, pois desejo reafirmar a aliança com Kaleipus. Dali chegaremos a Luna onde embarcaremos diretamente pra Amphipolis e dali iremos a Corinto . Já despachei ordens para que os homens derrotados nesta campanha, desde o primero embate sejam conduzidos para cá em dois grupos separados: os que irão para Isbar, onde Dionir fará deles novos homens e os que serão entregues a Melosa.
-E os feridos Xena?
-Os que puderem caminhar virão no comboio e os outros ficarão onde estão até que possam ser removidos.
– O que a rainha disse sobre o caçador de amazonas em Éfeso? Eponin reconheceu o homem do barco, mas e os outros?
-As ordens já foram expedidas e todos serão levados a Corinto onde serão organizados em grupos para julgamento. Uma vez que atentaram também contra os centauros, a rainha concorda em deixar aos cuidados do Império e eu espero fazer frente às expectativas de justiça de teu povo e do povo de Kaleipus.
-Creio que a justiça será feita e acredito em teu melhor julgamento Xena.
-Por todo Império os generais estão recebendo ordens de apreensão e captura e a rebelião que estava sendo fomentada será debelada e morta. Não haverá guerra civil no Império!! Os nobres descontentes com as reformas que melhoram a vida do povo devem procurar outra paragem por que não permitirei seus lucros basearem-se nos miseráveis da terra!!!!
-Xena!! Mantenha a calma amor. As reformas estão funcionando e aos poucos o povo perceberá que teu governo é para exaltar Atena e não Ares.
-Eu sei, mas é tanto esforço, tanta luta. E sempre existem aqueles que desejam mais e mais. Os nobres do antigo Império romano, viúvas de Cesar não se conformam e procuram minar as reformas e por todo Império há grupos que gostariam de mais poder e privilégios.
-As mudanças assustam Xena e você tem que ter paciência, mas não modificar seu planejamento, no entanto talvez adaptar aqui e ali.
-Eles verão paciência na ponta de minha espada ou do alto de uma cruz Gabrielle.
– Xena!!!! Não deves falar assim! Nem todos são mal intencionados amor, podem apenas serem equivocados.
-Vou reorienta-los rapidamente.
-Xena… há uma questão que gostaria de analisar contigo e é de fundamental importância que você me escute.
-O que é Gabrielle?
-É sobre a escravidão. O quanto iria afetar o Império se fosse estabelecido alguns critérios mais rígidos para a escravidão ser impingida?
-Depende no que você está pensando com isso Gabrielle.
– A escravidão dos filhos como garantia pelas dívidas dos pais é extremamente injusto Xena. Deveria haver outra maneira.
-Mas Gabrielle, se os pais não saldarem suas dívidas e não produzirem, toda a família irá sair perdendo. Da maneira atual além de proporcionar uma forma de a propriedade sobreviver e continuar rendendo sustento, aquele que foi posto em garantia terá alimentos, vestes e um teto sobre sua cabeça.
-Mas não terá liberdade Xena. Estará reduzido a um estado semelhante ao gado e seu corpo não será mais seu e sequer sua vida.
-Se a miséria chegar até sua casa, o corpo de todos estará reduzido à miséria e talvez pior. Vou tentar pensar em algo, mas isso é uma parte importante da economia do reino e não posso desprezar. Você pode elaborar alguns tópicos com as legisladoras amazonas que serão analisados em Corinto e veremos as reformas possíveis nesse caso.
-Xena, tu disseste que iríamos para Amphipolis. O que faremos lá?
– Vou inspecionar a guarnição em que coloquei Xilant e Dínia a cargo e gostaria de aproximar estes dois das coisas que fomos descobrindo nesta campanha. Sempre me foram leais e tenho certeza de que não há nada que desabone sua conduta. Por agora já devem ter uma ideia de quem é quem na população e o domínio total do porto deverá estar efetuado. Por que?

-É que toda vez que Cirene, a taverneira, entrou em nossas conversas a tua reação não foi nada tranquila. Xena, ela é realmente muito importante para mim e peço tua permissão para visita-la sem problemas.
-Não me pertences mais Gabrielle. És uma mulher livre por teu próprio direito e se Melosa permitir que voltes a Corinto como Embaixadora de teu povo e membro da Casa Real tens todo o poder que necessitas para autodeterminação. Eu irei para Amphipolis e cumprirei a promessa que te fiz de unir Cirene com sua filha. Não tenho certeza se o resultado deste encontro será o que tu imaginas, mas não irei voltar atrás na minha palavra.
-Por favor Xena, deixe Cirene em paz. Ela me apoiou num momento muito difícil comprando as dívidas de meu pai em regime de ozilkos quando eu estava indo para o tablado de Abdera. Heródoto não conseguiu ou não quis resgatar a dívida no prazo de dois verões e passei a pertencer a ela conforme a lei. Neste tempo todo Cirene tratou-me como alguém da família e assim que tomou posse libertou-me. Por favor, Xena, ela me deu a liberdade e dracmas suficientes para iniciar a vida! Tenha consideração com ela como teria com minha própria mãe, por favor!
-Gabrielle. Não sei se teria alguma consideração por uma mãe que coloca a filha em um tablado, mas talvez tenha sido algo da vida, porém é um prazer ser ou tentar ser agradável com aquele que te é caro. Se não fosse por outro motivo que não o te querer bem, ao menos seria porque mereces. Esqueces que eu pertenço a ti e é minha obrigação obedecer-te?
-Não fala assim amor. Peço paciência e consideração com quem sempre me tratou com dignidade. Eu não te daria uma ordem sobre isso. Jamais! Não há isso de ordens entre nós meu coração. Não mais. Combinamos que seria apenas eu e tu e nada mais, sem títulos entre nós ou papéis que não o de amantes. Quando se fizer necessário e nossas posições na vida exigirem, aí sim agiremos de acordo.
-Está certo Gabrielle. Prometo que terei o máximo de paciência que eu conseguir com Cirene e Amphipolis, está bem assim?
-Obrigada amor.