Violência – Onde houver Xena, haverá violência. É apenas uma daquelas coisas. Mas este tipo não é muito gráfico, e evitamos menções de membros sendo cortados e usados como gravetos, ou qualquer descrição de glóbulos oculares sendo arrancados por um chakram errante, ou qualquer coisa assim.

Subtexto – Esta história, como foi a última, e a anterior, que fluiu como um monstro de sargaço do meu terminal, partindo da suposição de que se trata de duas mulheres que se amam muito. Mais uma vez, não há nada gráfico, mas o tema se envolve ao longo da história, e se você não aguenta, leia alguma outra boa peça de fan fiction. Farei minha declaração habitual – se o amor o ofende, envie-me um bilhete com seu endereço de correio tradicional e eu lhe enviarei uma torta de limão autêntica, encontrada apenas no extremo sul da Flórida. (ideal para verões quentes.) Porque eu realmente me sinto mal por você.

Há personagens nesta história que se originaram em uma pequena cantiga que escrevi chamada A Warrior by Any Other Name (Guerreira em sua essência). Não se sinta mal se não souber quem eles são. Não sinta que você precisa ler a história original para entendê-los – tentei dar muitas dicas.

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Xena sentiu que era observada e conscientemente relaxou seu corpo, deixando que os couros caíssem por sobre suas coxas e pegando uma agulha de seu kit. Aguçando seus ouvidos na direção em que ela sabia que estava quem quer que fosse que a estava observando, então ela puxou uma fina tripa da bolsinha e começou a coser através do couro.

Seus sentidos estavam bem aguçados, absorvendo todos os sons ao redor dela e lentamente eliminando os mais inofensivos. O suave soprar do vento nas folhas, as vozes conversando pelo pátio, tudo foi sumindo. E ela focava cada vez mais. O leve crepitar da madeira se mexendo atrás dela, misturado aos sons de dentro conforme Elaini se levantava e começava seus afazeres diários, um pássaro bicando a ponta do telhado… ela foi deixando tudo isso se dissipar, deixando o quase inaudível som da respiração de seu observador disponível, e sentiu ele trocando de posição, se mexendo… ela tinha certeza de sua localização como se tivesse se virado para olhar diretamente e deixou um sorriso relutante aparecer em seus lábios.

As habilidades… eu vou manter. Por um tempo, pelo menos, até as pessoas esquecerem quem eu sou, e eu não tenho que me preocupar com elas aparecendo às portas de Anfípolis. Ela levantou seu olhar para cima e considerou o cenário pacífico diante dela. Além do mais, pra ser honesta, seu bode velho, você está adorando mostrar o que todo aquele trabalho duro rendeu. Ela tirou sarro de si mesma, mas sabia que era verdade. Agora eu só tenho que descobrir um jeito de abordar o assunto com a Gabrielle… será que ela vai gostar da ideia? Talvez ela escolha… Um sorriso se moldou em seus lábios momentaneamente. Não… o que quer que seja, essa escolha está muito no passado, e você sabe disso. Tanto para você quanto para ela. Mas você sabe… ela talvez possa… Ela deixou seus pensamentos voltarem para um pedaço tranquilo de grama sob um pôr do sol desbotado do lado de fora de um lugar que mais uma vez ela poderia então chamar de lar.

Tinha sido uma longa… longa caminhada após o jantar através da floresta perfumada, ela estava  muito mais ouvindo, como sempre, uma das histórias que Gabrielle estava trabalhando.

Isso aconteceu já tem um tempo né. – Xena comentou.

Sim… – Gabrielle respondeu. “Mas eu estou atrasada – eu poderia tirar 10 anos e não conseguiria terminar de contar todas as coisas que aconteceram com a gente” – Ela olhou para cima e abraçou o braço de Xena. “Não tem nem chance disso” – disse brincando de leve.

“Você ficaria entediada.” Xena riu. Mas se perguntava, já que Gabrielle havia entrado na rotina diária com uma facilidade quase melancólica, e passava o dia com um sorriso descontraído que ocasionalmente parecia um alívio para a guerreira observadora.

“Hmm… Acho que você tá certa” – A barda replicou, mas seus olhos estavam pensativos.

Elas tinham chegado no aterro sobre o pequeno rio à oeste de Anfípolis, e se acomodaram na grama para assistir ao pôr do Sol, Xena encostada em uma rocha conveniente, com os braços apertados vagamente ao redor de Gabrielle, que estava confortavelmente encostada em seu peito.

Vendo a luz passar do dourado profundo para o carmesim, para o roxo, e mudar a paisagem de cores brilhantes para uma nebulosidade azul fraca em que os ruídos noturnos de repente irromperam e deslocaram os sons mais suaves do dia.

“Ugh.” – A barda bocejou esfregando o estômago – “Sua mãe vai ser minha queda, você sabe disso né” – Dando uma Xena um olhar inocente – “Tenho certeza que já ganhei de volta e agora estou com sobras daquele peso perdido com as Amazonas”, ela riu ruidosamente e arrancou sua túnica folgada. “Tenho medo de tentar voltar para essa saia.”

Xena riu e a tranquilizou – “Nah, você parece saudável. Não se preocupe com isso” – E deu um abraço quentinho para apoiar a declaração. Recebeu um sorriso em resposta e sentia o corpo de Gabrielle relaxando contra seu contentamento.

“Lindo” – Gabrielle murmurou, colocando as mãos ao redor de Xena. – “É um lugar legal pra ver os pores-do-sol”.

“Mmm.” Xena concordou. “Eu sempre vinha aqui quando era pequena.” Ela olhou para sua parceira quieta. “Você gosta daqui?” Referindo-se a Anfípolis, na verdade, e não à margem do rio.

Gabrielle entendeu a pergunta. “Muito.” Seus olhos se levantaram para os de Xena enquanto ela se virava parcialmente em seus braços. “Sua família me fez sentir parte deles, Xena. Eu realmente gosto disso. E eu realmente gosto de estar aqui com você.” Ela fez uma pausa. “Eu nunca te vi tão..” Ela olhou para cima e sorriu ao ver o olhar quente e sonhador naqueles olhos azuis. “Relaxada. É muito bom.”

“Fico feliz que você esteja se divertindo.” Xena respondeu tranquilamente. Então – Deuses… estou em paz comigo mesma… quando isso aconteceu? “Foi uma quinzena rápida, né?”

E Gabrielle olhou para ela por um longo momento, parecendo prestes a dizer algo, mas acabou apenas sorrindo e assentindo em concordância.

 “Curta demais?” Xena arriscou um palpite.

 A barda engoliu seco e assentiu novamente em silêncio.

 “Vamos ter que fazer isso de novo algum dia, então.” A guerreira prometeu, com um pequeno sorriso.

 Gabrielle deixou a cabeça cair contra o peito de Xena e deixou seus dedos brincarem distraidamente com uma dobra da túnica dela. “Eu realmente gostaria disso.” Ela respondeu, com uma voz nostálgica.

 “Eu também.” Xena respondeu, e percebeu naquele momento que era a verdade.

 Ela seguiu seu observador enquanto ele se afastava da grande árvore às suas costas e se aproximava silenciosamente. Nada mal.. ela admitiu, detectando o leve som da mão dele raspando contra a madeira da cabana. Vamos ver.. o pé no alpendre em seguida. Aposto que vai ranger.

 Mas será que Gabrielle concordaria com o motivo pelo qual ela queria parar de viajar, parar… essa série interminável de lutas e esforços em direção a uma possibilidade distante de redenção? Deveria ela contar… talvez pudesse dizer que esse último ferimento fez… algo. Não. Ela não queria que houvesse segredos, não segredos tão importantes, entre elas. Ela contaria a Gabrielle exatamente o porquê, e então veria o que a barda diria. Pelo menos… ela refletiu sarcasticamente, estou segura o suficiente no que temos entre nós para supor que ela vai se importar com onde eu acabo depois de ter uma luta mais complicada.

Rangido. Xena revirou os olhos. Amador. Deveria ter encontrado os suportes sob o alpendre e se certificado de que pousaria bem em cima de um. Seus sentidos disseram que não era Jessan, mas também disseram que quem quer que fosse não estava atacando. Acho que vou ter que forçar a situação. Ela suspirou e falou: “Pode sentar.”

E virou a cabeça, finalmente, para vê-lo com a visão em vez da audição. Um rosto cicatrizado e de pelagem escura piscou silenciosamente de volta para ela. “Não acho que nos conhecemos.” Ela fez uma pausa. “Teria sido melhor ficar perto da árvore.”

Warrin ficou atordoado. Ele jurava que ela não o tinha detectado, não com a postura completamente relaxada que ela mantinha, e o olhar distraído, quase vazio. Ele estudou o rosto dela em silêncio, absorvendo os planos angulados e os olhos geladamente azuis. Então…

Ele se sentou ao lado dela e se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos. “Meu nome é Warrin.” Ele finalmente grunhiu, e esperou.

Xena levantou uma sobrancelha para ele, sem interromper o conserto que estava fazendo. “Tio do Jessan.”

Warrin assentiu. Eles ficaram em silêncio, e ele percebeu que esse era um estado natural para ela, assim como era para ele.

Olhos azuis se voltaram para os dele. “Você conseguiu pegar Ansteles?” A voz de Xena estava levemente curiosa. Sabendo que ele havia sido enviado para assassinar o rival de Hectator após a batalha em Cirron.

O habitante da floresta a observou, sentindo um interesse crescente, apesar de suas intenções firmes. “Sim.” Ele respondeu, depois limpou a garganta. “Não sabia que você sabia.” Ele fez uma pausa. “Bom trabalho com Stevanos.” O assassino que Xena havia desmantelado em seus aposentos naquela noite. Cuja mandíbula, braço e crânio foram fraturados de uma maneira que ele pensava que apenas os da sua espécie eram capazes, mostrando uma força brutal e selvagem que o surpreendeu, vindo de um humano.

Xena apenas levantou uma sobrancelha para ele e sorriu.

Aquele sorriso o surpreendeu, em sua familiaridade selvagem. Então seu olhar vagou pelo centro da vila, e ele viu as linhas afiadas suavizarem quase imperceptivelmente, e um certo calor acender-se em seus olhos. Ele seguiu o olhar dela e não ficou surpreso ao ver a barda de cabelos claros se aproximando. Então. Mas o amor entre elas não fazia um Elo de Vida, ele lembrou a si mesmo.

“Oi.” Gabrielle virou os olhos para ele enquanto subia o degrau para o alpendre. “Warrin, não é? Tio do Jessan?”

Ele assentiu e a observou de perto. A atenção dela estava nele, mas seus passos a conduziram infalivelmente para o lado de Xena, e ela descansou uma mão no joelho casualmente erguido da guerreira em posse inconsciente, seus dedos traçando padrões suaves na pele bronzeada.

E agora, com elas juntas, ele pôde ver sem dúvida. Seu coração escureceu. “Bem, só estava dizendo olá.” Ele disse, brevemente, e se levantou, saindo do alpendre sem outra palavra.

Elas se olharam. Xena deu de ombros. “Não me pergunte. Ele tentou se aproximar sem que eu o visse, depois sentou e conversou, então você apareceu, e ele foi embora.”

“Hmm.” A barda refletiu. “Bem, de qualquer forma, Argo está bem, mas sente sua falta.” Ela começou a ir para a outra cadeira, mas Xena deu um tapinha no braço da sua, que era largo o suficiente para um assento, e ela se acomodou na madeira lisa e gasta, colocando o braço ao redor dos ombros da guerreira e encostando a cabeça no alto do encosto da cadeira.

A porta da cabana da curandeira se abriu, e Elaini colocou a cabeça para fora, espiando ao redor do batente com uma expressão inquisitiva. “Ah. Aí está você.” Ela suspirou e empurrou o restante de seu corpo grande pela abertura. “Vou me arriscar e assumir que você está praticamente bem. Certo?” Seus olhos escanearam Xena de cima a baixo e aparentemente ficaram satisfeitos com o que viram.

“Praticamente.” A guerreira concordou. “Obrigada, a propósito.” Ela se recostou, sentindo o calor do braço de Gabrielle contra seu pescoço. “Desculpe por ter te derrubado naquela primeira noite.”

Elaini riu e caminhou até a outra cadeira, acomodando-se. “Obrigada.. por… o quê?” Ela apoiou um cotovelo no braço da cadeira e as observou. “Você se diagnosticou, se curou e até, parece, se alimentou e se banhou sem nenhuma ajuda minha. Gostaria que todos os meus pacientes fossem tão considerados. Normalmente eles ficam por aí reclamando de unhas encravadas até eu os expulsar do lugar.” Ela bocejou, mostrando os caninos. “E às vezes sou jogada por aí também – só não esperava isso de… bem, de qualquer forma. Sem problemas.”

 Xena lhe deu um olhar e balançou a cabeça. “Eu tive ajuda.” Ela cutucou Gabrielle, que puxou o cabelo dela em resposta.

“Eu percebi isso.” Elaini sorriu. “Vocês duas ficaram apagadas o dia todo ontem… aposto que…” Ela piscou para Gabrielle. “Teve algum tipo de dor nas costas, com aquela posição em que estavam.”

A boca da barda se contraiu. “Eu tive… mas Xena consertou isso.” Então ela ficou séria e inclinou a cabeça. “Isso foi por causa dessa… conexão?”

Elaini assentiu. “Aham. Mas com certeza vocês perceberam…” Ela piscou para elas. “Vocês dormem e acordam juntas, certo?”

Elas se olharam. “Bem.” Xena finalmente disse, com uma leve risada. “Isso explica muita coisa.” De repente, pequenas coisas que ela estava notando faziam mais sentido. Como sua inexplicável incapacidade de se levantar de manhã, depois de tantos anos? Ela balançou a cabeça, mas viu que a atenção de Elaini estava distraída, e curiosamente seguiu o olhar da habitante da floresta.

Jessan estava atravessando o centro, vindo em direção a elas. Xena olhou para Elaini observando-o, depois olhou para Gabrielle, que arqueou uma sobrancelha para ela.

A guerreira olhou para Elaini, depois para Jessan, e agora os olhos da barda seguiram os dela, primeiro curiosidade, depois compreensão ao interpretar a expressão estranha no rosto de Elaini.

Elas se olharam e sorriram, não precisando de um elo para compartilhar os pensamentos uma da outra.

“Bom dia, Jess.” Xena disse, arrastando as palavras, enquanto o habitante da floresta se aproximava, e retribuiu o sorriso dele.

“Sentindo-se melhor, eu acho, né?” Jessan perguntou, enquanto subia no alpendre e se acomodava de pernas cruzadas ao lado dela. Ele olhou para cima. “Oi pessoal.” Sorrindo para Elaini e Gabrielle.

“Oi para você também.” Gabrielle respondeu, com um brilho nos olhos. “Ouça… eu tive uma ideia ótima.” Agora… apenas vá junto comigo aqui, Xena… vamos lá… “Consegui que minha amiga aqui…” Uma cutucada na guerreira, que lhe deu um olhar. “concordasse em pegar leve por alguns dias… Eu estava pensando se vocês gostariam de se juntar a nós para um… piquenique, esta tarde.”

Ela sentiu o riso silencioso percorrer o corpo de Xena, mas nenhum movimento apareceu em seu rosto. “Parece bom para mim.” Xena respondeu gravemente, cruzando os braços sobre o peito e os couros agora consertados. “Você deveria ir. Gabrielle faz ótimos piqueniques.”

Jessan olhou para ela, depois para Gabrielle, e hesitou. Eles estão aprontando alguma. Gostaria de saber o quê… mas eles estão definitivamente aprontando alguma coisa. Bem. Não há mal em um piquenique, eu acho. “Claro.” Ele concordou com seu sorriso radiante. “Eu adoro um piquenique.” Seus olhos se voltaram para Elaini. “Vamos… você pode tirar a tarde de folga.”

A curandeira levantou as duas sobrancelhas peludas. “Bem, já que minha paciente aqui parece ter se recuperado sem nenhuma ajuda minha, acho que posso.” Ela riu. “E suponho que precisaremos de comida para acompanhar.” Ela assentiu para Gabrielle. “Posso te apresentar à cozinha comunitária?”

Gabrielle sorriu. “Com certeza.” Ela se levantou, dando um rápido aperto no braço de Xena. “Volto já.”

Xena assentiu para ela e as observou atravessarem o espaço central, indo em direção a um prédio baixo e largo perto do riacho. Então ela virou a cabeça, e ela e Jessan se encararam silenciosamente.

“Acho que estamos quites agora, meu amigo.” Xena disse finalmente, cutucando-o com a ponta da bota.

Jessan balançou a cabeça e se inclinou para frente, segurando a bota dela. “Nós dois sabemos que eu não tirei você de lá. Como você fez isso?”

“Fiz o quê?” Xena perguntou, olhando para ele, ainda com os braços cruzados. Então – “Não me pergunte isso, Jessan. Nós dois sabemos que eu não sei a resposta, além de apenas dizer que fiz o que fiz porque precisava fazer.”

O alto habitante da floresta assentiu lentamente. “Eu sei.” Ele deu um tapinha no pé dela distraidamente. “Eu pensei…” Ele engoliu seco. “Não vi como… Xena, se não fosse por Gabrielle estar convencida de que você estava…” Ele parou e suspirou. “Eu estava com tanto medo de que você não estivesse.”

“Medo?” Veio a pergunta tranquila.

“Por ela.” A resposta honesta.

Xena fechou os olhos em reconhecimento. “Eu sei.” Ela respirou fundo e soltou. “Eu não podia deixar isso acontecer.” Ela fez uma pausa. “Você estava certo, maldito seja.” Mas ela sorriu ao dizer isso. Certo sobre o que ele havia visto entre elas, e a inevitabilidade de tudo isso.

Os olhos de Jessan se entristeceram, e ele colocou uma mão hesitante na perna dela. “Você está arrependida de eu estar certo?” Por favor… Xena… eu preciso saber… mas Ares, eu espero…

O sorriso dela interrompeu seus pensamentos. “Não.” Uma resposta simples, para uma pergunta difícil. “De jeito nenhum.”

Ele sentiu o alívio correr por ele, levantando sua pelagem em um tremor feliz. “Estou contente.” Ele sorriu de repente. “Eu prometi a Gabrielle que não iria te provocar sobre isso.” Seus olhos dourados se levantaram para os dela e viram o brilho lá.

“É…” Ela arrastou as palavras, dando-lhe um olhar. “Eu também recebi essa palestra.”

Observando-o corar e revirar os olhos. “Eu sei… eu sei… sou um porquinho.” Ele deu um tapinha na barriga. “Não há coisas suficientes para me desafiar por aqui. Eu fico preguiçoso.” Ele levantou os ombros largos em um encolher de ombros arrependido. E encontrou uma simpatia inesperada nos olhos dela.

“Já estive lá, já fiz isso.” Xena riu. “Eu posso ser bem ruim se não mantiver a pressão.”

“Sério?” Ele perguntou, intrigado. “Nunca teria adivinhado.”

“Sim.” Ela admitiu. “Mas não conte a ninguém. Já é ruim o suficiente que a Gabrielle traga essa parte de mim da pior maneira.”

Jessan sorriu, e deu um tapa na bota dela. “Nem uma palavra.” Ele prometeu.

Eles se olharam em silêncio.

“Isso te mudou.” Jessan disse, tranquilamente.

Um longo suspiro de Xena. “Sim.” Mas seu rosto se iluminou com um sorriso deslumbrante.

Jessan prendeu a respiração, encantado com a resposta dela. Sabendo que, seja lá o que essa união trouxesse, trouxe para ela um pouco de paz e felicidade, e isso acalmou sua alma com um calor maravilhoso. “Ares, estou feliz.” Ele respirou, retribuindo o sorriso dela com um dos seus.

Eles desviaram o olhar, depois voltaram. “Eu também.” Xena riu, depois descruzou os braços e deu um tapinha na cabeça dele. “Ouça, eu prometi a ela que iria pegar leve por alguns dias… quer fazer alguns treinos leves?”

Jessan sorriu, mostrando todos os dentes. “Com certeza.” Ele suspirou feliz. “Depois desse… piquenique.” E agora seu olhar se tornou suspeito. “O que vocês duas estão aprontando?”

“Nós?” Xena arqueou ambas as sobrancelhas com uma inocência fingida. “Não sei do que você está falando.”

“Uhum.” O habitante da floresta assentiu, sem acreditar.

“Sério.” Xena o assegurou. “É só um piquenique. Gabrielle gosta muito deles.”

 

“Uhum.” Jessan repetiu.

Xena apenas o olhou com um leve sorriso nos lábios.

“Não vai me contar, né?” Jessan suspirou.

Silêncio da guerreira.

Jessan suspirou novamente. “OK.” Ele finalmente capitulou. “Mas é melhor que seja bom.”

Um sorriso de Xena. Será se Gabrielle fizer a parte dela… e se conheço minha barda… ela já fez.