PoV: significa que o capítulo é sob a perspectiva de Gabrielle.
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15 – Gabrielle: PoV
por Panda_BardEu acordo, ainda sentindo o peso dos sonhos da noite anterior. A dor de perder Xena, a frustração, a raiva… tudo ainda palpita em meu coração. Olho para Eve, que também parece carregar o fardo de uma noite sem descanso. Em seus olhos, vejo um reflexo da minha própria dor. “Temos que seguir em frente, Eve. Por nós, por Xena,” digo, tentando injetar alguma força em minhas palavras.
Eve acena, sua expressão mostrando uma mistura de tristeza e determinação. “Sim, juntas,” ela responde. “Vamos encontrar um caminho para lidar com o luto e honrar a memória de Xena.”
Me levanto, decidida a não me perder na minha dor. Nesse momento, uma sensação estranha me envolve. É como se uma presença familiar estivesse ao meu redor, uma voz sussurrando ao vento. Será que Xena ainda está conosco, de alguma forma? A ideia me conforta, mas também me confunde. Eu me pergunto se isso é apenas um desejo meu ou algo mais.
Eve e eu começamos a planejar nosso dia. Decidimos que precisamos agir, fazer algo que nos dê um propósito. “Talvez devêssemos visitar alguns templos locais,” sugiro. “Pode ser que encontremos alguma pista ou alguma forma de… eu não sei, talvez se conectar com Xena.”
Eve concorda, e juntas partimos em busca de templos dedicados a Kanon. Não sei por que esse nome me veio à mente, mas sinto que é algo que precisamos explorar. Talvez seja uma mensagem de Xena, ou talvez seja apenas minha própria intuição me guiando.
Enquanto caminhamos, Eve e eu compartilhamos histórias de Xena, rindo de algumas de suas façanhas e chorando por outras. É um modo de manter sua memória viva, de nos lembrar de quem ela era e do impacto que teve em nossas vidas.
Eve diz “Queria ter vivido com ela a infância, se eu soubesse que estavam vivas e onde estavam, eu teria procurado por vocês…e muito do que vivi como Lívia não teria acontecido”. E eu a conforto “não se culpe Eve. Eu tenho memórias com você, você amou ter ficado com as amazonas por um tempo. Até consideramos que você poderia crescer ali na tribo e viveríamos relativamente tranquilas como amazonas, mas muita coisa estava acontecendo também..”.
Nesse momento, enquanto caminhávamos em direção ao templo, sentia o peso das Sai nas botas e o chakram na cintura. Sentia que aquele tempo de amazona caseira em que Joxer quase se encrencou, ficou tão longe… sinto saudades das bobagens que ele falava, era como um irmão querido. Tudo isso me faz pensar muito nela, e eu sabia que ela tinha voltado algumas vezes do outro lado, vamos trazer ela de volta para finalizar isso com Akemi, tenho certeza de que Akemi não falou tudo o que tinha pra falar, sinto dentro de mim…
Ao chegarmos ao templo, Eve e eu nos deparamos com uma cena de tensão. Um grupo de bandidos ameaça algumas pessoas. Sem hesitar, puxo meus Sai e sinto o familiar equilíbrio e peso deles em minhas mãos. O Chakram, um símbolo do legado de Xena, reluz ao sol, aguardando na cintura a hora de ser lançado.
A luta começa. Me movo com agilidade, usando os Sai para bloquear e atacar. Cada movimento é ágil, uma expressão de anos de treinamento e batalhas. Os bandidos, pegos de surpresa pela nossa intervenção, lutam ferozmente, mas a nossa determinação é maior.
Eve, ao meu lado, luta com uma combinação de técnicas aprendidas na China e ensinamentos de Eli. Sua fé e treinamento se manifestam em cada golpe, mostrando uma força que vai além da física. E eu sei que ela só faz isso porque estamos sozinhas ali e que isso é doloroso pra ela e sua própria fé. Talvez ela descubra um modo de se movimentar entre esse caminho de paz e de lutas, como eu fiz no passado.
Em um momento crítico, um dos bandidos tenta atacar por trás. Instintivamente, lanço o Chakram, que voa cortando o ar com precisão cirúrgica. Ele acerta a arma do bandido, desviando seu ataque, antes de voltar para minha mão com um movimento fluido.
A luta se intensifica, mas Eve e eu nos movemos em perfeita sincronia. Nossas armas são extensões de nossos corpos, nossos movimentos são guiados por anos de experiência e memórias compartilhadas com Xena e Ares. Cada bandido que cai é um passo a mais em nossa jornada de honrar a memória dela.
Após alguns minutos intensos, os bandidos restantes fogem, superados pela nossa habilidade e determinação. As pessoas que salvamos nos agradecem, aliviadas. Eve e eu trocamos um olhar de compreensão. Fizemos algo bom hoje, algo que faria Xena orgulhosa.
Ainda ofegantes pela luta, nos afastamos do local. Sinto uma mistura de exaustão e realização. “Xena sempre soube encontrar o equilíbrio entre lutar e proteger,” digo a Eve. “Espero que, de alguma forma, ela possa ver o que fizemos hoje.”
Eve assente, com um sorriso de reconhecimento. “Ela está aqui, Gabrielle, de alguma forma. Eu posso sentir.”
Continuamos nosso caminho, cada passo fortalecendo nossa resolução de seguir em frente, de enfrentar o que quer que o futuro nos reserve. E, em algum lugar dentro de mim, sinto a presença de Xena, uma força tranquilizadora que nos guia através das sombras do luto para a luz da esperança e da renovação. Mas era tempo de observar esse templo.