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Warning Notes

A narrativa explora conceitos espirituais e emocionais profundos, como a busca por harmonia, o enfrentamento de verdades dolorosas do passado, e a complexidade do perdão. Embora focado em temas de amor e redenção, pode conter momentos de introspecção intensa e desafios emocionais que alguns leitores podem achar intensos. Indicado para leitores que apreciam histórias que mergulham no espiritual e no emocional, dentro do universo de Xena, a Princesa Guerreira.

Eu saí de perto delu sem muito saber como lidar, era como encontrar uma avó querida que te fazia pães de nozes pela manhã e mantinha a casa cheirando canela e lenha queimada no inverno. Ao mesmo tempo, era tão formal e sóbria, e parecia saber coisas que eu não sabia, que eu ficava pensando que os nossos deuses eram mais humanos que eles. Talvez tenham errado a forma destes.

O que Kannon tinha dito? Que eu tinha que buscar harmonia? Como é que eu ia fazer essas coisas? Chamei Afrodite outra vez, que estava ali olhando com cara de Perdida pra Eve. “Afrodite, como eu faço pra voltar a ser a Gabrielle harmonica?”

“Quando foi que você deixou de ter harmonia, Garota?”

“Mas Elu disse que…eu tinha que encontrar a harmonia”

“Será que é porque você anda mais pra lá do que pra cá?”

“Que?”

“Olha só, eu sou a deusa do Amor, certo? E você sente muito amor, mas o seu coração tá Partido Gabrielle…”

Sentei no chão e olhei para uma Eve que esfregava os olhos sem saber onde estava e respondi Afrodite: “Olha só, não tô com o coração Partido, tá legal?”

“Tá até fazendo biquinho, você é a minha amiga e eu sei quando tá com o coração Partido….”

“Mas ela não se foi, ela ficou comigo, como eu poderia estar de coração Partido?”

“Quando foi a última vez que vocês”

“AFRODITE”

“Que foi?”

“A Eve tá aqui”

“E daí, ela também já teve os romances dela não teve?”

“Sim, mas ela é como se fosse minha filha também, não é legal esse tipo de conversa assim sem eu saber o que falar”

Eve olhou pra nós, ficou um pouco corada e começou a rir.

“Olha até eu e a mãe já falamos sobre isso… quer dizer… lembra quando eu não sabia que ela era ela e e a danada começou a dar em cima do Ares pra obrigar ele a dizer que não me amava? E eu fiquei brava? Vamos combinar que ele não é de confiança né gente…eu sei que é seu irmão Afrodite… mas ele só pisava na bola com a gente. Menos a vez em que ele salvou a nossa vida…”

Afrodite riu “eu lembro disso, tirei você de lá”

“Obrigada por isso, acho que nunca agradeci direito, falando em lugar, que lugar é esse?”…

“É o templo de Kannon, no reino de Kannon, querem voltar pra onde estávamos?”

“Aham… você por acaso sabe em que templo a Xena tá?”

“Perai…” ela fez um ar de quem estava se concentrando e continuou “sei sim, querem ir pra lá? É um pouco mais cheio que aqui… mas acho que dava pra gente começar a juntar as peças desse quebra-cabeças né.”

“Afrodite, você consegue alguma coisa que faça com que eu possa tocar Xena?”

“Ambrosia?”

“Não sei… algo que talvez  me fizesse sentir que a Xena…vem cá – LICENÇA EVE”

Eve ficou com cara de criança perdida me vendo conversar com Afrodite. Parecia nos julgar, eu acho que fiquei ligeiramente expansiva nesse momento ou empolgada.

Virei pra Afrodite e cochichei nos ouvidos dela… “sabe o que é Afrodite, eu realmente queria poder abraçar a Xena quando a gente se reencontrasse, pelo que está se desenrolando… eu, eve, as cinzas de Xena nesse pote… isso vai demorar eu acho… queria pelo menos um abraço e um beijo… sentir isso sabe?”

Afrodite olhou com um ar mais maroto e falou “olha, não sei se vai dar certo, mas eu tenho um esquema que talvez funcione. Eu te faço sentir meus poderes de deusa por alguns segundos e você faz o que tem que fazer. Mas eu não posso estender isso por muito tempo pra não ferir sua alma, ok?”

“Combinado”.

A mulher portadora do chakram agia como uma adolescente. Uma colegial diante do primeiro amor. Ai ai …

Só de pensar em tocar os lábios de Xena outra vez e poder sentir seu abraço, me fazia estremecer toda. Aí me dei conta de que Eve estava me olhando como quem está morta de curiosidade e falei “Olha, eu conversei com Kannon que é ume deuse aqui e elu disse pra que eu buscar a harmonia. A Afrodite disse que eu tava de coração partido, então vamos atrás da sua outra mãe pra gente tentar resolver isso de uma vez. Colar corações e rever ela. E quem sabe resolver isso. Pelo visto é algo que temos que fazer com ela. O que mais que elu disse? Elu disse um monte de coisas sobre enfrentar verdades do passado, aceitar as consequências das escolhas, entender sobre perdão… eu meio que vivi isso com Mnemosine e foi bem caótico…”

Eve me olhou “mais uma história que você precisa me contar”

“essa eu registrei com a ajuda do Joxer num pergaminho…registrei ameaçando ele porque …enfim… você vai saber quando ler…”

“Ah..”

“Outra coisa que Elu disse foi que Xena tá lutando suas próprias batalhas. Eu realmente não entendi muito essa parte, mas talvez ela precise lidar com coisas que a Xena não gosta de lidar. E por fim, me mandou meditar. Eu gosto de meditar… mas sinto que não é bem a meditação que eu conheço”…

Afrodite então interrompeu “Olha só, biga alugada da Afrodite vai partir heim”

“Ops!! Vamos Gabrielle?”

E num piscar de brilhos nós aparecemos num lugar muito cheio de gente, mas essas pessoas nos atravessavam e muitas sequer ligavam pra nós, era um grande templo e era bem confuso tudo por lá.

Nota da autora: Kannon é representade como “ele” na Índia, China e em alguns países adjacentes. E como “ela” no Japão. Não existe nenhuma explicação para tal. Então para não desrespeitar nenhuma de suas identidades, sabendo que nossas personagens são gregas (ou seja, não tem relação com nenhum dos países mencionados) optei por criar um gênero fluído pra elu.