8- Gabrielle
por Panda_BardDepois de semanas navegando pelo oceano agitado, Gabrielle e suas companheiras desembarcaram no Japão. Os marinheiros, acostumados à quietude reflexiva de Gabrielle, mostraram um alívio misturado com confusão ao verem-na partir acompanhada de Eve e Afrodite.
“Não posso acreditar que finalmente chegamos,” disse Gabrielle, tentando conter a mistura de emoções.
Eve, com sua sabedoria tranquila, colocou uma mão no ombro de Gabrielle. “Estamos aqui para te ajudar, Gabrielle. Você não está sozinha nessa jornada.”
Afrodite, radiante como sempre, tentou alegrar o clima. “Vamos dar uma sacudida nesse lugar com um pouco de amor e humor, o que acham?”
Gabrielle forçou um sorriso, mas seus olhos traíam um luto profundo. “Só espero encontrar o que estou procurando,” ela murmurou.
Gabrielle, guiada por um mapa interno de memórias e histórias contadas por Xena, levou suas companheiras pelas antigas terras do avô de Akemi. Lá, ela buscava algo mais do que apenas rastros do passado; ela buscava compreensão e conexão com a jornada de Xena e Akemi. Em cada vilarejo, em cada parada, ela ouvia histórias dos locais, cada narrativa acrescentando uma nova camada à sua busca.
“Esses lugares… eles estão cheios de histórias de Xena,” disse Gabrielle, sua voz embargada pela emoção. “Mas ela não está mais aqui…”
Eve tentou confortá-la. “Mas ela vive em você, Gabrielle. E nas histórias que continuam a ser contadas.”
À noite, sob as estrelas, o trio compartilhava histórias. Gabrielle se abria sobre seus sentimentos conflitantes. “Tem momentos que sinto que estou me aproximando dela, mas então a realidade me atinge. Ela se foi, Eve… e isso dói mais do que eu posso suportar.”
Afrodite, sempre atenta, interveio. “Mas olhe o quanto você cresceu, Gabrielle. Xena estaria orgulhosa de ver a mulher incrível que você se tornou.”
“Eu só queria que ela estivesse aqui para ver isso também,” respondeu Gabrielle, uma lágrima escorrendo por seu rosto.
Foi numa noite fria, enquanto o vento sussurrava segredos antigos, que um velho conhecido de Xena se aproximou delas. Ele compartilhou uma informação que iluminou os eventos passados de uma maneira que Gabrielle nunca havia considerado.
Gabrielle ouviu, incrédula, as palavras do homem. “Isso muda tudo… ou quase tudo,” ela disse em voz baixa. “Era mais ou menos o que eu suspeitava, mas nunca quis admitir.”
Eve olhou para Gabrielle com preocupação. “O que você vai fazer agora?”
“Eu… eu não sei,” admitiu Gabrielle. “Mas tenho que continuar. Por Xena, por mim e por todos aqueles que foram afetados por nossas ações.”
Afrodite abraçou Gabrielle. “Nós estamos com você, não importa o que aconteça.”
Gabrielle assentiu, a determinação começando a tomar forma em seu olhar. “Vamos descobrir a verdade. Toda ela.”
A jornada de Gabrielle, repleta de descobertas e desafios, tornava-se agora uma busca não apenas por respostas, mas por um caminho através do luto e da perda. Com Eve e Afrodite ao seu lado, ela se preparava para enfrentar o que quer que o futuro lhe reservasse.
A jornada de Gabrielle, já marcada por uma busca intensa por compreensão e conexão com o passado, ganhou uma nova dimensão de desafio quando ela e suas companheiras foram interceptadas por um grupo de bandidos no caminho.
“O que vocês querem?” Gabrielle perguntou, sua voz firme apesar do súbito perigo.
“Estamos aqui pelo que você tem,” respondeu o líder dos bandidos, um homem de olhar duro e sorriso zombeteiro.
Eve deu um passo à frente, tentando acalmar a situação. “Não estamos procurando problemas. Nossa missão é pacífica.”
Afrodite, com sua aura usual de confiança, tentou usar seu charme. “Vamos, rapazes, não precisamos recorrer à violência. Tem espaço para amor aqui.”
Os bandidos, no entanto, pareciam inabaláveis. Eles avançaram, suas intenções claras.
Gabrielle, sentindo a tensão aumentar, preparou-se para defender a si mesma e suas companheiras. “Eu não queria isso,” ela disse, “mas não vamos nos render tão facilmente.”
O confronto que se seguiu testou não apenas as habilidades físicas de Gabrielle, mas também seu equilíbrio emocional. Cada golpe que ela desferia era carregado de emoção – uma mistura de raiva, dor e determinação.
Eve, apesar de sua natureza pacífica, mostrou-se habilidosa na defesa, usando sua inteligência e agilidade para evitar e desarmar os atacantes. Afrodite, por sua vez, utilizava suas habilidades divinas para confundir e desorientar os bandidos, dando a Gabrielle e Eve a vantagem que precisavam.
O confronto foi breve, mas intenso. Ao final, os bandidos recuaram, superados pela força e resiliência das três mulheres. Gabrielle, ofegante, olhou para seus oponentes derrotados com um misto de alívio e tristeza.
“Por que tem que ser sempre assim?” Gabrielle questionou, mais para si mesma do que para os bandidos. “Por que a violência continua a ser a resposta para tantos?”
Eve se aproximou, colocando uma mão reconfortante no ombro de Gabrielle. “Às vezes, o caminho da paz é desafiador. Mas o fato de que você luta não apenas por si mesma, mas pelo bem maior, é o que define sua força.”
Afrodite, aliviando o clima, acrescentou com um sorriso, “E você chutou alguns traseiros bem seriamente, amiga!”
Gabrielle não pôde deixar de sorrir, apesar do peso em seu coração. Ela sabia que cada desafio que enfrentava a aproximava um pouco mais de seu objetivo final. Com Eve e Afrodite ao seu lado, ela sentia que poderia enfrentar qualquer coisa.
A jornada continuou, com Gabrielle mais determinada do que nunca a desvendar os mistérios do passado e encontrar um caminho através do luto e da perda. Com cada passo, ela se tornava mais forte, mais resiliente e mais próxima de entender a verdadeira história de Xena, Akemi e, finalmente, a sua própria.