Após alguns minutos percorrendo escadas e corredores da embarcação, o esquadrão entra na sala de missões, paira no ar o perfume de um café recém passado, e da ponta da mesa, encontram Winston com uma xícara na mão, ele percebe a entrada, olha para eles enquanto ergue a xícara “Olá pessoal! tudo bem? aceitam um café?

Sim senhor!” James, Malosa e Anthony aceitam o convite enquanto se aproximam, Xena e Val acompanham. “Excelente, só um instante…” Winston descansa a xícara sob a mesa, dá alguns passos para o centro da mesa e começa a servir cada um. Val permanece o admirando um pouco, e cochicha para Xena “Que humildade, coisa rara de se ver hoje em dia, não é mesmo?”. Xena assente com a cabeça concordando.

Senhoritas, gostariam de algo para beber?” Winston levanta um dos braços em direção a mesa e ergue um sorriso. “Acho que sim, vamos tomar um pouco de chá”. Val toma a iniciativa enquanto cutuca Xena com o cotovelo. “Claro, um chá cairia bem agora”.

Muito bem, 2 chás saíndo…” Winston entrega as xícaras para elas e volta a tomar seu café enquanto as olha. “Eu compreendo a surpresa, a final de contas, é algo atípico nesse meio, né… porém eu sempre fui assim. Acredito que temos de servir bem para sermos correspondidos. hum?”. Ele ergue a xícara e toma um gole do café.

Sim, confesso que me deixou surpresa, gostei da postura, seria bom se tivessemos mais exemplos assim.”. Winston por um instante permanece as olhando, porém interrompe o silêncio “Tudo a seu tempo, minhas jovens, tudo a seu tempo…”. Assim eles terminam de beber e a convite do Capitão, se sentam na primeira fileira de poltronas, à frente deles há um conjunto de telas abrindo o sistema de teatro de operações, exibindo uma versão tridimensional do mapa-mundi de Strangereal.

Winston se posiciona ao lado do telão enquanto segura um controle remoto para controlar a apresentação. “Vamos começar então.” Enquanto ele ergue uma mão e clica no controle, a outra descansa no bolso da calça, seu olhar parece estar mais sério, se concentrando para o início do briefing. Vamos começar com um panorama geral ocorrendo neste instante, e depois vamos entrar nos detalhes da missão, lembrando que é bom anotarem as perguntas para eu poder responder, combinado?” Todos assentem com a cabeça concordando.

Muito bom… No panorama geral, de acordo com as centrais de inteligência da Liga das Nações Independentes, a aliança do norte aproveitou os exercícios que estavam conduzindo para iniciar o ataque, nesse caso, visando saturar nossos sistemas de defesa…”. Todos permanecem concentrados, enquanto Winston vai atualizando o telão, mostrando a evolução das movimentações de tropas entre fronteiras. Pelo que pudemos observar, foi um ataque coordenado em larga escala. Unindo forças em locais específicos antes do avanço, assim eles previram intensificando os ataques. Como podem ver na tela, essas foram as movimentações mapeadas”.

“ a área circulada em vermelho é o espaço aéreo onde estava ocorrendo o treinamento, e onde ocorreu tanto a interceptação como o confronto que vocês travaram com as forças de  Belka. cujo objetivo era reforçar os esquadrões de bombardeio da Estovakia e Laesath, esse movimento dependia da escolta vinda de Belka. Como foram impedidos, tiveram de recuar todo o contingente nessa área, apesar de ainda não termos mais atualizações, após a explosão ocorrida na base de Cronos.”

Xena e os demais integrantes do esquadrão permanecem olhando para o mapa por um tempo, porém Xena levanta a mão, o Capitão nota e assente com a cabeça, concedendo um espaço para ela comentar. “Essa movimentação foi muito bem coordenada, e bem arriscada para voltarem atrás… Winston nota o tom concentrado dela e curioso para saber onde essa análise parará permanece em silêncio prestando atenção.

Xena continua “Estovakia, Nordennavic e Laesath estão percorrendo um curso muito longo para cumprirem as missões, não… eles vão tentar atacar as proximidades…” Ela se levanta, pedindo permissão para apontar algo no mapa, Winston atende seu pedido, e sinaliza para seu ajudante acompanhar o raciocínio dela, Val se levanta para reforçar a análise.

Vejamos… Laesath não iria atacar sozinha Yuktobania, provavelmente esperaria reforço, ou era uma distração para que os Yukes se concentrassem ao leste, enquanto o efetivo real invadiria pelo Norte…” Xena indica os pontos no mapa onde o ajudante de ordens de Winston deve mudar as setas, resultando nessa nova versão.

Pode ser que eles tentem usar isso ao próprio favor, e assim apostarem numa vitória rápida, quer queiram ou não, os Yukes terão 2 fronts de batalha, isso não é bom…” Val comenta pensativa.

James então repara noutra parte do mapa “E a costa sudeste de Osea, parece que só há uma frente de batalha então?” Winston pensa um pouco e responde “Isso mesmo, parece que Belka e Laesath não quiseram arriscar um ataque direto…”

Xena então pausa por um instante, olha para Val com preocupação e para Winston, que acompanha na mesma sensação. “Peter, por favor, avise o adido de Yuktobania para vir aqui…” Seu ajudante de ordens cumpre o pedido e liga para o quarto do adido.

Enquanto termina de salvar a imagem, Winston retorna para o teatro de operações da missão. “Muito bem, desta vez peço desculpas por ser mais breve, porém agradeço muito pela ajuda na análise, será vital para nossos amigos Yuktobanianos nessa hora tão difícil. Podemos voltar à missão?” Xena e Val assentem com a cabeça, e retomam seus lugares.

Identificamos o sinal de emergência transmitido pelo nosso esquadrão vindo da costa sudeste de Estovakia, que aparentava estar levemente fortificada… Entretanto contrariando nossas expectativas, há uma grande quantidade de defesas aéreas e marítimas ao longo da costa… Pelo lado bom, esses arquipélagos são densamente montanhosos, o que para Estovakia parece ser algo bom, uma barreira natural. Entretanto, para nós também é, ou seja, defesas anti-aéreas em altitude elevada, e assim, podemos nos aproveitar dos corredores para socorrer o esquadrão.” Winston pausa por um instante enquanto troca de imagem, ampliando o continente na tela.

Concordo que a abordagem não é nem um pouco ortodoxa, entretanto temos informações de que grande parte da frota naval de Estovakia está localizada nos portos espalhados nessa área demarcada com X, portanto, para nos aproximarmos sem chamar a atenção, traçamos uma aproximação através do corredor Sul, pouco frequentado pela marinha, devido as fortes correntezas nessa época do ano…” O esquadrão analisa a rota e faz algumas anotações.

Para essa aproximação, o teto de vôo não pode passar dos 300 pés, não podemos arriscar detecção pelos radares Estovakianos. Acreditamos que eles podem estar em uma dessas ilhas, sendo necessário sobrevoa-las em busca do sinal de emergência, que responde a proximidade, quanto mais próximos, mais rápido será a frequência do sinal. Preparem-se para combater ameaças no ar, terra e mar… Já escolheram seus caças?” Winston pausa para retomar seu fôlego, enquanto observa o esquadrão ainda tomando notas.

Ah sim, escolhemos o F-35, furtivo, ágil e tem um belo bagageiro…” James comenta levantando um discreto sorriso. “Vejo confiança pelo visto! Muito bom, mas lembrem-se, isso é real, não quero que se arrisquem a toa, se algum de vocês não se sentir confortável com essa missão, agora é a hora, ok?” Winston levanta as sobrancelhas tentando demonstrar o máximo possivel de transparência.

Xena então levanta o seu rosto, olha para o esquadrão e recebe um ok com a cabeça, de cada um, ela se vira então para o Winston, levanta-se e presta continência, os demais a acompanham. Winston, por sua vez retribui o gesto. “Muito bem pessoal, dispensados então, mas lembrem-se, canal aberto conosco, qualquer coisa, estaremos prontos, ah, mais uma coisa, destacaremos alguns esquadrões para patrulhas ao redor do porta-aviões, porém eles ficarão de aviso, é só chamarem dizer a senha ‘a coruja saiu do ninho’ que em questão de minutos terão reforços.” Winston os acompanha até o hangar da embarcação.

Já preparados, cada um entra nos cockpits dos caças, as escotilhas se fecham, enquanto os mecânicos os ajeitam em fila indiana até o elevador lateral. Um a um segue para as catapultas, onde ocorre o procedimento de lançamento. Aos pares vão sendo lançados com força total, assim decolando rapidamente.

Após alguns minutos, o esquadrão já está sobrevoando Kestrel III em formação completa, e recebem autorização de Winston para prosseguirem rumo ao alvo. “Lembrem-se, cuidado, fiquem bem, desejamos boa viagem.” Desta vez sua voz parece mais formal, o esquadrão percebe a cautela, pois não é certo se os inimigos estão ouvindo o porta-aviões.

Muito bem, lá vamos nós, espero que estejam lá… O sistema está ok Espada 3?” Xena quebra o silêncio momentâneo, enquanto ouve “Espada 3 aqui, positivo, impecável…” Anthony sussurra denotando seu alívio, e aparente tranquilidade. “Excelente, vamos lá, altitude 600 pés, alpha sierra 450 nós…” Xena responde, desta vez para todos, que repetem o comando e a seguem em formação fechada.

Espada 4 para Espada 1” James por um instante chama por Xena com um tom de dúvida.

Espada 1 aqui, pode prosseguir, por favor…” Xena responde enquanto monitora os radares da aeronave.

600 pés, não estaria muito cedo para estarmos voando baixo?” James permanece aguardando por alguns segundos a resposta. Enquanto isso Xena revisa suas anotações, enquanto pensa um pouco e revisa a conclusão, a fim de transmitir certeza absoluta na resposta. “Sim, concordo, porém todo cuidado é pouco, F-35 não é 100% invisível ao radar, dependendo da angulação, ta pode aparecer como se fosse uma gaivota, imperceptivel, em tempos de paz… Então é bom assumirmos que estamos em guerra, se víssemos um pontinho insignificante no radar, o que faríamos?” Ela soa a pergunta como sendo retórica, porém todo o esquadrão responde ao mesmo tempo “Iríamos investigar…”.

Xena levanta um leve sorriso e comenta “Isso mesmo, o segredo é sempre assumirmos que estaremos nos combatendo, ou alguém melhor do que nós… Pessoal, descer para 300 pés… Alvos às 14 horas…” Xena se interrompe, e ajusta o piloto automático para a altitude ordenada, enquanto o esquadrão a segue. O bip indicando os alvos aparecer em menos de um segundo, ao todo 4 alvos detectados, rumando na direção contrária a deles.

Por um instante, Xena permanece acompanhando os inimigos, que aparentemente não notaram sua presença, a fim de ver melhor ela, assim como os demais acionam a ampliação de alvo, conseguindo ver melhor as aeronaves rastreadas, percebendo que estão com a pós combustão ligada. “Estão bem apressados pelo visto, pessoal, não travem a mira das armas, eles poderiam nos detectar assim, aumentar para alpha sierra 550…” Todos seguem a instrução e aumentam a velocidade.

Após alguns minutos eles já se encontram na entrada do corredor sul de Estovakia, enquanto as aeronaves inimigas deixam de aparecer no radar, e assim eles iniciam sua passagem por aquele corredor. O tempo gradativamente vai se fechando, pingos de água começam a bater com mais frequência na cúpula acrílica do cockpit, devido a velocidade, formam-se pequenos filetes de água, que momentaneamente brilham ao cair dos raios.

Em algumas partes do trajeto, eles recebem um pouco de turbulência, nada que os computadores de bordo não sejam capazes de compensar, assim eles conseguem permanecer mais concentrados em monitorar ameaças próximas. Devido à experiências anteriores, o esquadrão permanece em silêncio total por grande parte do trajeto, porém de vez em quando, Xena quebra o silêncio para saber se estão todos bem.

Espada, tudo bem por ai?” Xena pergunta com um tom carregado de concentração.

Crux, tudo certo…”

“Slipper, tudo ok…”

“Amazona, tudo bem…”

“Rainha, tudo bem…”

Crux, você mandou muito bem na escolha dos pássaros, voam bem leve nas rajadas…” Xena comenta por um instante, codificando algumas partes, todo cuidado é pouco.

Em mais detalhes, vamos antecipar alguns desses códigos que nossos personagens vão usar nas próximas falas (lembrando que esse linguajar é fictício e não representa cenários reais, ok?):

Corvo: Caça Inimigo; Matilha: Esquadrão Inimigo; Joaninha: Defesas aéreas, estacionárias; Abelha: Defesas aéreas móveis; Formigueiro: Base inimiga; Lagarta: Embarcação Inimíga [verde = navios civís, amarela = destroier, vermelho = encouraçado, preto = porta-aviões, roxo = embarcações de patrulha ]; Tartaruga: Blindados [Tanques de Guerra]; Lápis: Míssil de cruzeiro; Estojo: Base de lançamento de mísseis; Colmeia: Qualquer tipo de ameaça não identificada ou identificada (termo de uso genérico)

Obrigado, Katana, concordo… nenhum corvo, ou colmeia à vista…” Anthony responde com o tom de voz mais tranquilo, um pouco de alívio, entretanto não dura muito. Aos poucos, no topo das montanhas rochosas começam a aparecer os pontos enfileirados, aparentemente espaçados a cada 500 metros. “Colmeias a vista, sem retorno ativo… 6 lagartas roxas, às 10 horas.” Apesar da leve urgência na identificação, a distância para os inimigos é consideravelmente grande, em torno de 100 milhas, assim dando tempo para corrigirem sua rota a fim de não serem detectados.

Após alguns minutos nesse corredor, eles começam a perceber que vai aumentando a quantidade de defesas navais e aéreas pela costa, indicando que estão próximos de alguma área importante, fortemente protegida, porém mantém o rumo dentro do programado.

Assim eles conseguem atravessar o canal, chegando a ilha maior, eles então começam a sobrevoa-la em velocidade reduzida, ao redor desse arquipélago notam uma grande presença de defesas aéreas e navais, porém nenhum esquadrão ou frota naval.

Estando prestes a completar uma volta, reparam o surgimento de um ponto pequeno no radar, pulsando de modo ritimado, então eles manobram os caças em direção a origem do sinal, que aparentemente vem do centro da ilha, quanto mais se aproximam, mais aumenta a frequência do sinal, até se tornar um zumbido contínuo, de repente eles começam a escutar um chiado e uma voz surge. “Aló, alguém aí? Valquíria 1 falando, alguém na escuta?”. A voz soa um pouco trêmula, por um instante dá para sentir a angústia no falar.

Valquíria 1, aqui é Katana, queríamos fazer surpresa… Algum ninho perto por aí?” Xena responde tentando transmitir um tom tranquilo, na esperança de acalmar o piloto. “Copiado, tem um ao norte, bem confortável, cabe 8 corujas e sobra espaço.” Responde aquela voz jovial mais aliviada. “Alguma colmeia próxima?” Xena pergunta apesar de não haver nenhum sinal vindo da ilha.

Negativo, nenhuma aqui, só na próxima ilha… mas estão dormindo…” Responde a voz do outro lado do rádio. “Tudo bem, 3 minutos e estaremos no ninho esperando…” Val responde dessa vez, enquanto o esquadrão termina de ajustar a rota em direção a uma clareira na ponta norte da ilha. 

Estando próximos da área, eles acionam o modo de pouso / decolagem vertical dos caças, diminuindo a altitude e velocidade, aos moldes de um pouso de helicóptero, alguns segundos depois tocam o solo da ilha, porém com os caças apontados para as paredes da clareira, quase em uma formação de estrela. “Pessoal, só abram a cabine quando eles estiverem próximos, ok? Cautela.” O esquadrão responde confirmando, porém cada um leva a mão à sua lateral para empunhar seus armamentos, fuzis adaptados.

Alguns minutos se passam, porém ninguém aparece, mais um chiado surge em seus rádios e ouvem aquela mesma voz desta vez mais ofegante, ao fundo o bater abafado de pés em uma corrida “Katana, Valquíria 1 aqui, chegando agora no ninho, uma tartaruga atrás de nós, aguardando ordens!”. Xena arregala os olhos enquanto pergunta “Direção da tartaruga?”. A voz responde “180 graus, 100 metros de distância e se aproximando!”. Xena responde “Confirmado, manter-se na linha para novas instruções!” ela ouve somente um ok da voz.

O esquadrão lentamente muda a formação para paredes opostas, só bastando girá-los um pouco, porém não todos, Espada 1, 2 e 3 manobram na direção apontada, enquanto que Espada 4 e 5 manobram na direção oposta, alguns segundos depois notam 4 pessoas saindo da floresta a toda velocidade, e já estando próximos das aeronaves, nota uma delas com o rádio na orelha, enquanto surge o cano do canhão do tanque de guerra camuflado entre as árvores.

Instintivamente ela ordena os pilotos em fuga a deitarem no chão, enquanto os três caças abrem fogo contra o blindado, que responde com uma fumaça escura saindo do cano, por um instante eles tentam se abaixar dentro das cabines, imaginando que fosse um disparo, porém nenhum projétil a vista, as labaredas surgem de dentro para fora escapando pelos vãos do veículo, aumentando a intensidade gradativamente enquanto forma uma coluna de fumaça. 

Os pilotos então se levantam, continuando sua corrida até os caças que abrem a parte de cima da cabine, Xena solta seu cinto de 5 pontas, habilidosamente enrolando um de seus braços nele, para formar um apoio firme onde possa se segurar. Ela se inclina e agarra a mão do piloto enquanto ele pula, assim, esboçando a força no rosto consegue o puxar para dentro da cabine, no assento de trás.

Os demais integrantes do esquadrão repetem a ação e em poucos segundos todos estão nas cabines. Val permanece monitorando os arredores, assim percebe as cúpulas de acrílico se fechando e chama o esquadrão. “Pessoal, tudo certo ai? Todos prontos para irmos?” O esquadrão responde confirmando, então Xena dá a ordem para a decolagem.

Com o aumento da potência dos motores, surgem as nuvens de poeira, que acabam por um breve momento cobrindo os caças, e lentamente ganham altitude, a decolagem vertical, apesar de lenta é muito eficiente, em poucos segundos e eles já estão prontos para sair do local.

Os pilotos socorridos ainda permanecem tensos, apesar do aparente alívio, eles sabem que essa jornada ainda está longe de acabar, porém eles se esforçam para manter a concentração, em silêncio, porém não dura muito.

Valquíria 1 nota a mão de Xena acenando e com a palma aberta batendo algumas vezes a mão no capacete indicando ela para abrir o microfone, Valquíria 1 se conecta ao rádio do caça “Valquíria 1 para Espada 1, na escuta?”. Xena ouve, demonstrando um alívio e responde “Espada 1 ouvindo. Tudo bem aí atrás?”, sua voz demonstra mais surpresa agora, pois ouve uma voz mansa, mais aguda.

É bom estar voltando para casa…” Xena dá um suspiro, e responde “É verdade, concordo, aguenta firme que daqui a pouco estaremos a salvo”. Ela então volta sua atenção ao esquadrão e eles seguem a mesma que usaram para chegar na ilha.

Kestrel III, na escuta?” Xena modula a frequência para a do porta-aviões, que responde “Kestrel III ouvindo! Foi tudo bem na viagem?”. Xena responde “Sim, chegamos bem, precisamos das corujas, a volta pode ter muitos corvos…” Kestrel III responde “Entendido, mandando as corujas agora, tempo de chegada 30 minutos”. Ela responde “Copiado, esquadrão Espada, fiquem de olho nas colmeias, devemos assumir que eles já sabem que estamos aqui, fiquem preparados para emboscadas.” O esquadrão responde “Copiado”.

Ao longo do trajeto de volta, eles diminuíram ainda mais a altitude, beirando os 100 pés, mantendo uma formação mais estreita, porém, estando próximos da saída do corredor sul, eles recebem o alarme intermitente de travamento de mira.

Espada 1, 4 corvos, às 6 horas, no alto!” Xena instintivamente desce mais, agora a 50 pés, altura suficiente para os jatos de ar quente começarem a gerar rastros altos de água evaporando, gerando algo parecido a nuvens, que por sorte deles, começou a bloquear a visão dos inimigos, percebendo isso, Xena então comanda o esquadrão para aplicarem força total nos motores, mantendo a formação.

O esquadrão obedece e aplicam força total, acionando a pós-combustão e assim intensificando mais aquele turbilhão de vapor e água se dispersando alguns metros atrás das aeronaves. “Espada 1, na escuta? Jupiter chegando, desviar para esquerda, por favor”. Xena responde “Espada 1 aqui, copiado, desviando”. O esquadrão a segue, enquanto percebem quatro rastros de fumaça esbranquiçada, bem finas, vindo na direção oposta.

Alguns segundos depois, o alarme de mira travada sumiu, e depois eles sentem quatro trancos seguidos do som dos estouros, ao olhar para trás reparam nas explosões se dissipando e ao redor deles a escolta que acabou de os salvar.

Espada 1, aqui é Jupiter 1, sem colmeias a vista, vamos ficar mais atrás para evitar novas dores de cabeça, ok?” Xena por um instante olha para o caça ao lado dela e responde “Copiado, tomem cuidado ai, ok?” Jupiter responde confirmando e o esquadrão diminui a velocidade, se mantendo uma milha atrás.

Algum tempo depois eles chegam ao porta-aviões, repetem os procedimentos de pouso, desta vez mais tranquilos, enquanto são recebidos pela tripulação. Xena, como de costume, faz questão de ser a última, para garantir a segurança dos demais.

Ao abrir a escotilha, e descer do caça, imediatamente vira-se para ajudar o piloto de carona, que desce de vagar, ainda de costas para ela, retira o capacete, revelando seus cabelos loiros. Então ela se vira e Xena percebe algo, um rosto familiar, olhos verdes, um rosto mais estreito, a olhando com admiração.

É você, Gabrielle…?” a pilota a interrompe “Sim, ha quanto tempo, hein…?” Sem pestanejar, Xena a abraça por um instante e ambas sentem um alívio por terem se reencontrado. “Espada 1?” Ela ouve a voz de Winston se aproximando, elas se viram para ele, porém antes de responder, ele prossegue. “Temos uma emergência, peço desculpas pelo susto, preciso de vocês na sala de comando, me acompanhem, por favor.” Sem perguntar elas, assim como seus esquadrões o seguem para dentro da embarcação, que está mudando sua rota para o sul.