Fanfics sobre Xena a Princesa Guerreira

O clangor do aço se misturava ao som dos gritos e ao cheiro de poeira e sangue, criando um caos vivo no campo de batalha. Xena e Dagnine lutavam ferozmente, suas espadas colidindo com força e precisão. Ambos estavam determinados, cada golpe mais intenso que o anterior, enquanto o embate ao redor deles fervia e se desenrolava em um frenesi mortal. Soldados caíam ao redor, mas nenhum deles parecia se importar; aquela luta entre Xena e Dagnine tinha se tornado pessoal, um confronto onde cada um desejava mais do que a simples vitória.

Quando recuado por um golpe particularmente brutal desferido por Xena, um sorriso torto surgiu no rosto de Dagnine. Seus olhos faiscavam com uma satisfação cruel, e ele abaixou a espada por um breve momento, como se estivesse preparando uma revelação.

– Sabe, Xena, enquanto você perde seu tempo aqui… – ele deu uma risada maliciosa – um destacamento especial, liderado pelo meu aliado, Krykus, está neste exato momento atacando a aldeia dos centauros.

As palavras de Dagnine foram como um soco no estômago de Xena. Seus olhos se arregalaram por um segundo, e uma mistura de fúria e pânico brilhou em seu rosto. Ela tentou conter a emoção, mas ele já havia percebido o impacto de sua provocação. Ele deu uma risada selvagem, satisfeito ao ver o desespero momentâneo em seu olhar.

– Aquelas patéticas criaturas não têm a menor chance – continuou Dagnine, seu sorriso sádico deformando ainda mais seu rosto marcado de cicatrizes – Krykus vai destruir toda a aldeia por mim, se eu falhar em conseguir a Pedra Ixion. Então você vai perder essa batalha e seu império será desmoralizado… de um jeito ou de outro.

A ameaça de Dagnine reacendeu a urgência em Xena. Ela não podia permitir que os centauros – e especialmente Solan – fossem massacrados. Cada segundo era vital, e ela sabia que não podia se demorar naquela batalha mais tempo do que o necessário.

Com um grito que ecoou pelo campo, Xena atacou Dagnine com uma fúria redobrada. Seus golpes eram rápidos, implacáveis, cada movimento focado em encerrar aquele confronto o mais rápido possível. Ela lutava como se estivesse tomada por uma força maior, uma fúria que a impulsionava a cada golpe. A necessidade de proteger os centauros fazia com que ela ignorasse qualquer ferimento ou cansaço.

Dagnine, que até então mantinha uma vantagem com seu desdém e arrogância, começou a se desestabilizar. O sorriso vil em seu rosto deu lugar a uma expressão de surpresa e medo ao ver que Xena parecia incansável, dominando o combate com uma energia que ele não conseguia igualar. Cada defesa sua era imediatamente quebrada pela ferocidade de Xena, e ele mal conseguia contra-atacar.

– Acabou, Dagnine! – Xena rosnou, sua voz tão afiada quanto a lâmina em sua mão.

Com um último movimento, ela desarmou-o, arrancando a espada de sua mão e fazendo-o cambalear. Ela desferiu um chute poderoso no peito de Dagnine, que o lançou para trás e o fez rolar no chão, sem fôlego. Em questão de segundos, ela foi até ele e encostou a ponta da lâmina em seu pescoço, com um olhar que deixava clara a sua disposição de acabar com tudo ali mesmo.

Dagnine, percebendo que estava vencido, começou a tremer, revelando o covarde que realmente era, sua expressão misturando medo e desespero. Ele engoliu em seco, mas o olhar de Xena não mostrou piedade. Ela segurou a espada sobre ele, mas não o matou – ainda. Ela precisava se assegurar de que o restante de seu exército também fosse rapidamente desmobilizado, ou o ataque à aldeia dos centauros seria apenas o início de uma tragédia maior.

Xena ergueu-se e virou-se para seus próprios soldados, que aguardavam suas ordens, ainda envolvidos no calor da batalha ao redor. Com uma voz firme e urgente, ela gritou:

–  Para o flanco! Cortem o caminho de qualquer homem de Dagnine que tente seguir para a aldeia! – ela então se voltou para Theodorus – organize uma formação e marche agora! Precisamos chegar à aldeia antes de Krykus.

Theodorus assentiu, reconhecendo a gravidade da situação. Ele imediatamente reuniu os soldados remanescentes e começou a coordená-los em uma formação rápida. Enquanto isso, Xena ainda segurava Dagnine sob sua espada, os olhos frios e calculistas, ponderando sobre o que fazer com ele.

Ela estreitou os olhos, pressionando mais a ponta da lâmina enquanto ele, encolhido, mal conseguia encará-la. 

– Acredite, Dagnine, você vai desejar ter caído em batalha – murmurou ela, antes de nocauteá-lo e ordenar aos seus homens que o prendessem.

O exército de Xena, agora sob seu comando urgente, iniciou uma marcha acelerada em direção à aldeia dos centauros, determinado a chegar a tempo de proteger aqueles que restavam.

 

***

 

Xena chegou à aldeia dos centauros em meio a um cenário de destruição e caos. Os soldados de Krykus já haviam penetrado as defesas e estavam avançando brutalmente contra os centauros, que, embora lutassem com ferocidade, eram superados pela força e pelo número do inimigo. Gritos e relinchos de cavalos misturavam-se ao som de espadas e lanças colidindo, e o cheiro de fumaça e sangue pairava no ar.

Sem hesitar, Xena levantou a espada e comandou suas tropas para entrarem na batalha. O exército dela se espalhou rapidamente, unindo-se aos centauros para equilibrar as forças. Com a presença das tropas de Xena, a luta começou a virar. Os soldados impiedosos de Krykus, pegos de surpresa, foram obrigados a recuar ou enfrentar a fúria dos recém-chegados.

Xena lutava como um furacão, golpeando com precisão e selvageria, cada movimento calculado para proteger os centauros e afastar o inimigo. Em meio ao combate, ela avistou Kaleipus, o líder centauro, lutando bravamente contra uma leva de inimigos que o cercavam. De repente, uma salva de flechas foi disparada na direção dele, lançada por arqueiros posicionados no flanco direito. Sem pensar duas vezes, Xena correu até ele, colocando-se entre as flechas e Kaleipus.

Com reflexos sobrenaturais, ela conseguiu pegar duas flechas no ar, mas uma terceira a atingiu no braço, perfurando a pele com um impacto doloroso. Ela fez uma careta de dor, arrancou a flecha de seu braço, mas se manteve firme, seu olhar determinado focado na segurança de Kaleipus.

Ele, ao ver o gesto, retribuiu com um olhar carregado de gratidão e respeito. Pela primeira vez, Kaleipus viu ali não a antiga Destruidora de Nações, mas alguém capaz de arriscar sua própria vida para proteger os centauros – uma guerreira disposta a sacrificar-se pelo bem deles.

Xena e Kaleipus prosseguiram lutando, ambos com ferocidade incontida. Mesmo com seu braço ferido, Xena dilacerava os oponentes, cada golpe lançado fazia sua ferida escorrer mais sangue, mas ela não recuava em sua determinação.

Mais uma vez, os soldados de Krykus concentraram suas forças em destruir Kaleipus, determinados como estavam a desmoralizar aquela aldeia e quebrar seus espíritos. Xena, ao mesmo tempo que se defendia, defendia aquele que tinha criado seu filho, uma dívida que ela jamais seria capaz de pagar.

No entanto, mesmo a mais feroz das vontades não é onipotente. Um pequeno lapso, no campo de batalha, é a diferença entre a vida e a morte. E o lapso foi cometido, resultando em uma lança afiada perfurando o coração de Kaleipus.

– Não! – gritou Xena.

A guerreira, vendo-o cambalear e cair ao chão, correu até ele, ajoelhando-se ao seu lado.

Os olhos de Kaleipus já se tornavam enevoados pela dor e pelo frio da morte iminente, mas ainda assim ele a encarou com uma expressão séria e resoluta.

– Xena… – ele murmurou, a voz enfraquecida e entrecortada pela dor – você… mudou… eu sei disso agora.

Ela assentiu, com uma expressão dura e amargurada. As palavras dele tinham peso, não só pelo reconhecimento que transmitiam, mas pelo pedido que ele sabia que viria a seguir.

– Solan… – Kaleipus forçou as palavras, tossindo e perdendo forças rapidamente – cuide dele… prometa.

O pedido perfurou o coração de Xena mais do que qualquer flecha. Ela segurou Kaleipus com mais firmeza, os olhos marejados de uma dor que ela raramente permitia vir à tona.

– Eu prometo, Kaleipus – a voz de Xena era baixa, mas carregada de sinceridade – eu cuidarei dele, sempre.

Um último resquício de paz se refletiu no rosto de Kaleipus antes que ele fechasse os olhos pela última vez. Xena sentiu o peso da morte dele em seus braços e, por um instante, o barulho da batalha ao redor pareceu se distanciar, enquanto ela ficava ali, segurando o corpo do centauro a quem confiara o maior tesouro de sua vida.

Mas ela não podia se dar ao luxo de parar. Sentindo a fúria e a dor a invadirem, Xena levantou-se, seu braço manchado pelo próprio sangue e pelo de Kaleipus, seu olhar endurecido. Ela gritou para seus soldados e os centauros ao redor:

– Pela memória de Kaleipus e pela liberdade dos centauros! Derrotemos todos os traidores que ameaçam esta aldeia!

Os gritos de guerra ecoaram, e o exército de Xena, juntamente com os centauros, inflamados pela morte de Kaleipus, avançaram com ainda mais vigor, determinados a vencer aquele combate e vingar a morte do seu líder.

É por você, Solan, pensou Xena, um grito de guerra particular contido em seu próprio coração.

Nota